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O QUE FICA DA H ISTÓRIA DA E DUCAÇÃO DEPOIS DA H ISTÓRIA DA E DUCAÇÃO : OS SIGNIFICADOS DA DISCIPLINA

Por seu turno, a inquietante pergunta se apresenta diante das preocupações em torno do ensino de História da Educação – Para que ensinar e aprender História da Educação? Ou, mais apropriadamente, questionar os significados de ter ensinado e aprendido História da Educação expressa na máxima: O que fica da História da Educação depois da História da Educação?

No plano geral, o sentimento de incerteza acerca da permanência do ensino de História da Educação na formação inicial de professores ultrapassa as fronteiras políticas e geográficas, uma vez que não é uma especificidade regional, apenas brasileira. Não é também uma medida puramente econômica, tendo visto que o enxugamento dos currículos por diversos motivos tem atingido a disciplina, sobretudo, na sua redução de carga horária ou na sua exclusão; e, não apenas, culturais, em que pesa o papel da disciplina no perfil do professor a ser formado, mas também, a própria relevância da história, do conhecimento histórico e do passado na sociedade contemporânea. Seria assim, a confluência de todos esses interesses: político, econômico e cultural.

Na UFU, Professora Miriam argumenta, ao se referir sobre o caminho que tem tomado a História da Educação, que em determinado período

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À primeira vista, todo o cerceamento decorrente da imposição do novo regime político parece não ter repercutido no ensino de História da Educação da FFCLU. Não foi possível, por exemplo, identificar uma redefinição nos planos de curso que excluíssem as tendências críticas da realidade educacional brasileira que tentasse manobrar o ideal propagandeado pelo Governo111.

Os relatos de experiência nesse período se moldam, grosso modo, por um discurso moderado, indiferente e descolado da realidade que de fato estava à porta de todos. No entanto, a calmaria declara pode ser colocada sob suspeita nos feixes de dissonância que aparecem nas narrativas.

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Essa percepção pode estar fundamentada na própria característica confessional, anticomunista e de elite, demonstrada no decorrer do capítulo I que a instituição sustentava, sobretudo, até 1970.

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Percebe se, na narrativa da Professora Miriam, a tentativa de dar encaminhamento na sua fala pautando se no mesmo comportamento consensual acerca do governo dos militares, um discurso marcado pelo silêncio ou desconhecimento das implicações reais desse período na faculdade. No entanto, mesmo que próximo da forma de um sussurro emerge a ideia de que as coisas não foram tão tranquilas assim. Ao relatar que alguns de seus alunos tiveram problemas com o Regime, espera se que de algum modo, isso também repercutiu na sua atuação profissional, na forma como ministrava suas aulas, no ambiente de trabalho e na sua vida de forma geral112.

Além disso, ao estabelecer como marco histórico para perda de espaço da disciplina o Regime Militar, o que parece ter incidido de fato, foi a introdução da perspectiva tecnicista na educação e na formação de professores, que reduziu, segundo a análise da Professora Miriam, o curso a um psicologismo que primava pela técnica em todas as disciplinas.

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O aprofundamento desta questão encontra barreiras que esta pesquisa não conseguiu ultrapassar. Por mais que a deposição deste regime caminhe para os seus trinta anos parece que esse tempo ainda não é suficiente para que as experiências de professores e alunos tornem corpo em um registro como a presente dissertação. Nas poucas vezes que o assunto fez parte das colaborações, os seus autores pediram a sua exclusão.

Hodiernamente, o cenário instável em que se encontra a História da Educação compartilha da ideia de que existe um descompasso no interior do próprio campo entre pesquisa e ensino, que pode ser confirmado nas leituras de autores brasileiros como Saviani (2001, 2005, 2006), Nunes (1996, 2003), Warde (1998), Warde & Carvalho (2000) e Gatti Jr (2006, 2007, 2009), europeus como Nóvoa (1996) e Magalhães (1994) e, mais uma vez, na narrativa do professor Carlos Henrique de Carvalho

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Da mesma forma que estão na ordem do dia questões mais específicas como a redução ou manutenção de carga horária da disciplina é pensar, conforme a argumentação da Professora Marilza, que seria imprudente a existência de um profissional seja ele

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Nesse sentido, seria previsível esperar dos professores posicionamentos em defesa da disciplina e do campo de forma geral. Manifestações a favor da História da Educação tomam corpo, por exemplo, nas falas do Professor Carlos e da Professora Marilza.

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O entendimento de que a permanência do ensino de História da Educação na formação de professores dependerá da ação dos atores envolvidos em defesa da sua importância se fragiliza na medida em que minimiza a forma de agir, ou seja, a disciplina e seus atores reconhecem a importância de intervir no contexto de secundarização, mas evita adentrar campos “políticos” marcados pelas disputas, pelas tensões, sobretudo, nos momentos de reforma curricular.

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Então, o processo de reconquista da História da Educação se daria pelo caminho trilhado da pesquisa, da produção acadêmica e da consequente posição de destaque que chegaria a disciplina. Contudo, a ação de revalorização do ensino perpassa uma série de condicionantes, desde o diálogo com as demais disciplinas dos cursos de formação até as

transformações no campo da pesquisa histórico educativa, assim como defende a Professora Sandra,

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Conforme argumentam Warde & Carvalho (2000), o processo de renovação da História da Educação encadeia não só uma redefinição de conceitos e métodos, mas também é marcado pela viagem a um tempo cada vez mais distante do presente.

O abandono da história recente em busca de objetos em períodos mais longínquos é responsável, segundo as autoras, por uma dupla consequência: favorável, quanto se observa a amplitude que pode alcançar esses investimentos na medida em que desestruturam justificativas, argumentos, histórias que há muito tempo eram consideradas como verdadeiras; e, desfavorável quando, diante da missão de aventurar se nos tempos distantes, se relega as questões do presente ao acaso. Nesse sentido,

A postulada indiferença dessa nova historiografia em relação às políticas educacionais em curso pode estar mascarando um duplo compromisso: com o que essas políticas projetam para o futuro [...] e também compromisso com o que estas reformas carregam de justificativas sobre o passado (WARDE; CARVALHO, 2000, p. 29 30).

A raiz do distanciamento do historiador da educação com as questões contemporâneas, a ausência de compreensão do presente e das relações deste com o próprio passado, pode ser ampliada e generalizada quando Hilton Japiassu, em / % ( coloca que a ideia do 1 < # @T ( ou seja, “um ser constituído historicamente num discurso filosófico, caracterizado por ser um animal político” é vítima de uma revolução intelectual, da qual “surge um movimento tentando evitar toda referência a um ator racional, inclusive suprimir todo recurso à ideia de & (2012, p.8). Nessa acepção, é compreensível que

A ausência de investimento político no trabalho historiográfico faz com que a sua produção possa ser aprisionada nas garras dos esquemas críticos que, reativando as matrizes azevedianas e se apropriando pejorativamente de

etiquetas disponíveis (como “pós modernismo”, “pós estruturalismo”etc.), os enquadram como novidade a ser execrada. Desse modo, é todo um investimento historiográfico que promove um mergulho promissor da educação no campo das análises culturais que começa a ser abandonado à sua sorte (WARDE; CARVALHO; 2000, p. 31).

Nessa direção, o futuro da História da Educação, mesmo que seja arriscado projetar qualquer análise, indica a necessidade urgente de reflexão e, por que não de ação. Ao reconhecer que a História da Educação, na sua origem, defendeu o status legitimador do conjunto de saberes que constituiriam a pedagogia moderna no final do século XIX e compreender que ela teve naquele momento, uma postura marcada pela ação dos seus portadores.

Contudo, durante a segunda metade do século seguinte, a disciplina foi relegada ao papel bem menos reconhecido, isso, talvez, pela crescente aproximação da Pedagogia com conhecimentos de maior repercussão na escola, mas, também, marca o desempenho dos agentes da História da Educação que permitiram ou se omitiram diante disso.

Se hoje é colocada a questão sobre até quando a disciplina permanecerá nos currículos de formação de professores e, até quando terá existência o próprio campo pode ser porque a herança de outrora se faz presente. Ou seja, talvez seus portadores ainda resistam em adentrar um campo menos científico e mais político, seara que na prática, define se como um dos cenários preocupantes para a disciplina. Contudo, parece ainda não ser o fim, o fôlego que encontra a História da Educação para existir está presente na exposição da Professora Sandra, que diz

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Certamente, é difícil a situação vivida pela disciplina História da Educação em uma sociedade que toma como inevitável, até mesmo, questionar a importância do saber histórico

e, por tabela, do saber histórico educativo. Ao considerar o argumento de Hobsbawm113, que “vivemos um presente contínuo”, em que se vive o hoje como se não tivesse havido o ontem, em um contexto marcado pela compreensão do o passado como o tempo do não mais e o futuro, o ainda não (ARENDT, 1997), que importância teria aprender História da Educação na formação inicial do professor e que espaço encontraria na sua prática futura, o repertório acumulado de histórias da educação?

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Ao final deste trabalho o sentimento que persiste é que ele nunca ficaria acabado. Mas, como o ponto final é algo necessário optou se por encerrar este texto com algumas argumentações decorrentes da pesquisa, entendidas como relevantes para se pensar o ensino de História da Educação na UFU.

Quando se pensou no questionamento sobre a pertinência da disciplina permanecer nos currículos de formação de professores levou se em consideração um contexto anterior ao da própria pesquisa, em que a História da Educação vem sendo assaltada dos currículos de formação de professores ora por meio da redução de carga horária, ora pela transmutação da disciplina na forma de componentes curriculares no mínimo ambiciosos, compactando os fundamentos da educação em uma só disciplina em vez de três ou quatro.

Ao que tudo indica, na UFU, a disciplina ainda não sofre os questionamentos escancarados sobre a sua permanência no currículo do curso de Pedagogia. Entretanto, nas demais licenciaturas, o espaço vem sendo reduzido com a diminuição da demanda ao longo do período analisado (a exclusão da disciplina na Psicologia e nas Ciências Biológicas). Para o grupo responsável pela disciplina, as tensões parecem se revelar fora do âmbito do ensino, no sentido de garantir a História da Educação condições de funcionamento como o espaço físico para as atividades de pesquisa.

Em sala de aula, parece já não ser coisa de outro mundo escutar questionamentos por parte dos alunos da ordem: há necessidade em estudar isso? Qual importância ou que aplicabilidade estudar História da Educação na formação e na futura atuação profissional? Nessa direção, perguntar que relevância, na sociedade contemporânea, assume o saber histórico educativo e no que ele pode contribuir para esse futuro profissional significa rever a forma como a disciplina vem sendo conduzida até aqui.

Pensar na vinculação entre ensino e pesquisa, possibilita problematizar não só a situação da produção científica da História da Educação, da repercussão desse saber no ensino, mas também, a persistência e desenvolvimento do próprio campo. No caso específico da UFU, essa preocupação pode estar presente no momento em que a disciplina demonstra a inserção na bibliografia e nos conteúdos do ensino de graduação, os artigos e resultados de pesquisas realizadas sobre a História da Educação local e na integração dos estudantes de graduação em pesquisas, grupos de estudos e na produção de monografias.

Fato relevante têm sido os investimentos dos pesquisadores reunidos no Núcleo de Estudos e Pesquisas em História da Educação – NEPHE, que nos trabalhos de orientação, no desenvolvimento de projetos e na integração a grupos de pesquisa, tem se dedicado a investigar o ensino de História da Educação, o que tem repercutido, de certa forma, nas discussões em torno da disciplina nos diferentes espaços como congressos, publicações e ampliação da rede de colaboração em pesquisa.

Historicamente, a hierarquia dos saberes relacionados à formação de professores, conforme indicado por autoras como Warde (1998) e Warde e Carvalho (2000), atribui à História da Educação, desde sua gênese, uma função de suporte ao desenvolvimento da própria Pedagogia. Essa condição deixou como característica ainda persistente na disciplina, o fato de ser tomada como componente secundário nos currículos desse curso, por isso, a imprudência, por exemplo, em reduzir a carga horária.

A hierarquia dos conhecimentos, segundo Bourdieu (2008), pode ser considerada como um reflexo de uma estrutura exterior ao próprio conhecimento – a sociedade e seu interesse dominante. Nesse sentido, o modelo dos cursos de Pedagogia e, aqui, o curso de Pedagogia da UFU nos anos 1970 1980, correspondendo aos apelos por uma ação intervencionista na escola, “tematizada” pela Psicologia da Educação/da Aprendizagem e, posteriormente, uma ênfase “ativista” sobre os processos políticos que envolvem a educação nos anos 1990 e no desenvolvimento da perspectiva da gestão dos processos e dos sistemas de ensino nos anos 2000, fez com que, disciplinas como a História da Educação e outras, relacionadas na área de fundamentos da educação margeassem a formação dos professores.

Do ponto de vista metodológico, desde o projeto, esta pesquisa apresentava a cultura escolar como perspectiva de análise e compreensão da História da Educação ensinada na UFU. Ao eleger tal categoria, impunha se na forma de ação, a observação do maior número de elementos possíveis em busca de compor uma história de disciplina que, ao que propunha Chervel (1990), ampliasse, ao máximo possível, as instâncias de realização do objeto pesquisado (políticas, culturas, atores envolvidos, práticas, prescrições etc.).

Nesse sentido, a pesquisa atendeu a algumas dessas demandas como a de identificar finalidades ideais e reais para o ensino, mas, abdicou se de outros, como na restrição da análise da questão da aprendizagem centrada no professor e no seu processo de formação.

Este itinerário indica que foi necessário fazer concessões e limitações a fim de favorecer a compreensão e o sentido daquilo que se propôs fazer, investigar o ensino de História da Educação na UFU.

Quanto à compreensão das finalidades do ensino de História da Educação, no aspecto ideal, a disciplina se portou como aquela responsável por dar sentido à educação na medida em que apresentava a trajetória do processo educativo. Neste nível, a disciplina não apresentou grandes variações, diferente do que pode ser compreendido no aspecto real do ensino de História da Educação em que foi possível identificar três grandes momentos com características próprias.

A passagem do plano de curso ao plano prático inspira admitir, como parte do processo, as alterações e distanciamentos daquilo que se idealiza fazer do que realmente é feito. A prática de planejar é inerente ao professor, que pode responder à exigência burocrática de uma forma e às necessidades cotidianas de outra. Nesse sentido é possível compreender por que no âmbito das finalidades ideais a disciplina apresenta pouca variação enquanto é possível identificar um movimento mais dinâmico nas finalidades reais do ensino.

Logo, compreender a trajetória do ensino História da Educação na UFU revelou ser um trabalho mais complexo do que se imaginava. Em curto prazo, a disciplina passou por transformações nos modos de ensinar, nos conteúdos e de forma mais lenta na bibliografia.

No início do curso, nos anos 1960, a disciplina foi, essencialmente, um prolongamento da Filosofia e da educação religiosa característica da instituição. Nos anos 1970, a influência católica perde espaço e a disciplina caminha para uma aproximação à História da Educação fundada na História. Ocorre de início, uma adesão ao modelo tradicional da disciplina corrente no país, de basear a compreensão da disciplina por meio do marco legal e dos documentos oficiais.

No final dos anos 1980, a disciplina se constrói a partir da visão do marxismo no ensino, com a adoção de novas obras e uma nova visão da educação em consonância com o período de redemocratização do país. Os anos 1990 são responsáveis por ampliar a visibilidade da História da Educação na UFU, na medida em que se desenvolve a Pós Graduação na instituição, o aperfeiçoamento do quadro docente e os investimentos em pesquisa e orientação no campo.

Ao adentrar os anos 2000, a disciplina dispõe de um no âmbito da Faculdade de Educação, conquistado pela repercussão da História da Educação no PPGED e em espaços importantes em âmbito nacional e internacional. A organização do VI Congresso Luso Brasileiro de História da Educação pode ser exemplo da difusão do campo promovida pelo grupo de pesquisadores da UFU junto aos pares do Brasil e de Portugal.

Os anos 2000 também trazem novos desafios, dos quais essa pesquisa não se ocupou como a presença da disciplina no curso de Pedagogia a Distância da UFU, criado em 2009 e,

demonstra uma nova forma de fazer e ensinar História da Educação, uma nova relação com os conteúdos e com o aporte teórico. Uma vez que, agora o professor é quem produz seu material de aula, isso inspira uma nova relação com o campo.

Nesse sentido, este ponto final mais do que expressão do término da pesquisa é indicador de um porvir que se faz necessário. Conclui se que investigar a história da uma disciplina ainda presente, como é o caso da História da Educação na Universidade Federal de Uberlândia, inspira um trabalho contínuo.

Novos contextos além daqueles que não emergiram da própria história disciplinar construída aqui indicam que compreender a disciplina História da Educação demandaria novas incursões. Condições que podem motivar a continuação desse investimento podem ser encontradas na reformulação curricular do curso de Pedagogia desencadeada pela edição das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso em 2005 e, consequentemente, com o novo Projeto Pedagógico do curso da UFU em 2006; a criação do curso de Pedagogia a Distância em 2009; a ampliação do grupo docente responsável pela disciplina com a agregação, por concurso, da Professora Raquel Discini de Campos em 2010; o crescimento do NEPHE com o ingresso dos Professores Sauloéber Tarso de Souza e Armindo Quilicci Neto e a Professora Betânia Oliveira Laterza Ribeiro além da própria Professora Raquel. Por fim, ocorre ainda a internacionalização da área de História da Educação da UFU no âmbito da pesquisa com o desenvolvimento dos estágios de Pós Doutorado no exterior dos professores da área.

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