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Subsistemas de Gestão de Pessoas

VISÃO DE FUTURO

4.2.3 A gestão de pessoas na CAIXA

4.2.3.1 Filosofia de RH da CAIXA

Os aspectos da filosofia de RH da CAIXA que serão tratados neste tópico estão associados ao processo de desenvolvimento das pessoas, pela relação intrínseca com os temas que constituem o objeto empírico deste estudo.

A CAIXA demonstra ter um grande orgulho do patrimônio humano que possui e do modo como “cuida das pessoas”. Em uma passagem do Relatório de Sustentabilidade referente ao ano de 2008 (p.39), está registrado o seguinte comentário em relação às pessoas: “[...] o quadro de funcionários reflete a riqueza da diversidade humana brasileira. [...] uma comunidade espalhada por todo o País. [...] Trata-se de pessoas de diferentes formação, raças, costumes e crenças, concentradas em grandes centros ou dispersas pelos rincões, mas que compartilham a missão de ajudar o País a melhorar por meio de seu trabalho cotidiano a serviço da CAIXA. Sem o comprometimento de tais pessoas, seria inviável para a Empresa dar conta de seus objetivos institucionais e empresariais”.

A CAIXA considera que investir na preservação desse patrimônio é um “dever corporativo”. Considera, também, que ajudar no desenvolvimento do ser humano, para que ele busque sua autorealização é um “destino institucional”. Essa dupla motivação faz com que a empresa adote uma filosofia de gestão de pessoas baseada no “diálogo, com respeito ao indivíduo e

estímulo permanente ao pleno aproveitamento do potencial do empregado” 70.É por isso que os elevados investimentos realizados nos programas de educação visam não somente formar profissionais melhor preparados, mas, sobretudo, formar cidadãos conscientes no contexto abrangente da sociedade brasileira. Mais do que como capital humano, os colaboradores devem aprender a se reconhecer como “construtores de um modelo de desenvolvimento sustentável, pautado pela ética, pela inclusão e pelo respeito ambiental”71.

Uma particularidade da filosofia de RH da CAIXA é o atrelamento das políticas e diretrizes aos valores corporativos. O Código de Ética, revisado em 2004, com a participação dos empregados, está baseado em cinco valores: respeito, honestidade, compromisso, transparência e reponsabilidade. Esses valores funcionam como balizadores para todas as ações organizacionais da empresa e expressam os princípios éticos universais e da boa governança. Quanto à gestão de pessoas, as seguintes premissas exemplificam como o valor respeito está presente nas políticas de RH.

- As pessoas da CAIXA são tratadas com ética, respeito, justiça, cortesia, igualdade e dignidade.

- Exige-se de dirigentes e empregados da CAIXA absoluto respeito pelo ser humano, pelo bem público, pela sociedade e pelo meio ambiente.

- A CAIXA repudia todas as atitudes de preconceitos relacionadas à origem, à raça, à cor, à idade, à religião, ao credo, à classe social, à incapacidade física e a qualquer outra forma de discriminação.

- A CAIXA preserva a dignidade dos dirigentes e dos empregados, em quaisquer circunstâncias, com a determinação de eliminar situações de provocação e constrangimento no ambiente de trabalho que diminuam o amor próprio e a sua integridade moral72.

Cabe mencionar que essas orientações se baseiam nos valores corporativos definidos na estratégia corporativa referente ao ciclo 2004-2007. Obviamente, continuam válidas até hoje, pela atualidade e pelo caráter universal dos princípios que as sustentam. No entanto, como o Plano Estratégico para o período 2009-2015 revisou os direcionadores estratégicos da CAIXA

70 Relatório de Sustentabilidade da CAIXA, exercício de 2008, p. 39. 71 Idem, p. 39.

(missão, valores, visão de futuro e desafios estratégicos), as políticas e diretrizes de RH também passaram por um ajuste fino, para adequação à nova estratégia corporativa. Assim é que, ao se considerar os novos valores corporativos, as políticas e práticas de gestão de pessoas da CAIXA, hoje, estão sustentadas pelos seguintes pilares:

- Diálogo transparente; - Respeito ao indivíduo; - Respeito à diversidade;

- Estímulo constante ao desenvolvimento humano.

O estímulo ao desenvolvimento humano, portanto, constitui um “valor absoluto” para a CAIXA. Chama atenção, também, a ênfase especial atribuída à questão do respeito à diversidade. Esse tema já vinha sendo trabalho pela empresa desde o ano de 2004, quando criou o Programa Diversidade Caixa, para orientar políticas e desenvolver iniciativas no ambiente corporativo. No Plano Estratégico 2009-2015, a ênfase foi reforçada, mas não em prejuízo dos outros pilares. Assim, o respeito às diferenças individuais, particularmente, no ambiente de trabalho, tornou-se uma prioridade para a CAIXA, que desenvolve ações orientadas para sedimentar na cultura corporativa os princípios de valorização do ser humano e de tolerância nas relações pessoais e profissionais, para evitar a ocorrência dos chamados “assédios morais”.

A gestão da diversidade dedica atenção particular às questões relacionadas a gênero, raça, pessoas com deficiência, gays, lésbicas, entre outras. A fim de valorizar as ações afirmativas de forma integrada e envolver a totalidade dos colaboradores, o programa foi organizado por comissões nacionais temáticas. Em relação ao tema equidade de gênero, cada estado constitui sua própria comissão regional, com participantes eleitos localmente. Essas ações enfatizam dois princípios muito valorizados pela CAIXA: igualdade de oportunidade e tratamento equânime para todos os colaboradores73.

No tocante a gênero, segundo os entrevistados, o estabelecimento de relações equânimes entre homens e mulheres, no ambiente de trabalho, tem sido objeto de atenção crescente por parte da CAIXA. Tanto assim que o percentual de participação das mulheres nos processos

seletivos internos aumentou de 34,9%, em 2008, para 39,3%, em 2009. Mas o efeito maior foi observado no resultado desses processos: as mulheres representavam, em 2008, menos de 30% do total de aprovados; em 2009, o êxito feminino elevou-se para mais de 50%. Dois fatores contribuíram para esse resultado: (i) a mudança na composição das bancas de entrevistadores na fase de avaliação das competências, cujos membros foram divididos, equanimemente, entre homens e mulheres; (ii) a abolição do critério de indicações para ocupação de posições na empresa. Hoje, existe norma interna estabelecendo que os cargos e/ou funções serão preenchidos por meio de processo seletivo, o que favoreceu o incremento da participação feminina.