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A Administração Pública sempre deve buscar o melhor para o povo através dos processos administrativos, o administrador precisa agir em nome da população dentro da administração pública. Segundo Mateus Carvalho (2015, p. 1.122) os processos administrativos têm quatro finalidades que são consideradas básicas, normalmente, expostas pela doutrina.

Pelo entendimento do doutrinador, o processo pode ser um instrumento de controle, de modo que é possível que a sociedade controle os atos praticados pela administração pública. O processo administrativo é divido em varia fases e diferentes agentes para sua resolução, de modo que a decisão não se concentra em apenas um agente. Desse modo, é perceptível uma Administração Pública transparente e que sempre está em busca do bem da coletividade.

Além disso, com o princípio da publicidade, todos os atos estão ao alcance do particular, assim, ele pode acompanhar tudo que ocorre no processo, podendo saber a motivação de cada ato praticado no processo. Dessarte, os atos realizados pelos

administradores, no tramite do processo, estão suscetíveis ao supervisionamento da autoridade competente.

Outra finalidade é a garantia da democracia, pois o processo não visa só os interesses do particular, mas sim o interesse do povo, desse modo deve evitar ações feitas por vontade própria e não seguidas pela lei. Este princípio busca a proibição de condutas que não estão previstas em lei. Quando o administrador pratica os atos no processo ele deve justificar a prática destes atos e qual foi a motivação para a pratica destes atos, dessa forma não há como o administrador prevaleça-se sobre o particular e a coletividade.

A diminuição dos encargos do poder Judiciário é uma finalidade que busca a resolução da lide diretamente entre a Administração e o particular, visto que os administrados podem participar diretamente no processo, apresentando todas as provas necessárias, em qualquer fase do processo, e defesa, em busca de uma resolução justa para todos.

O processo administrativo dispensa, se for o caso de o particular ir atrás de uma solução judicial, que muitas vezes pode ser demorada. Mas é importante frisar que, caso não seja possível resolver o caso por meio da Administração Pública, estes processos que tramitam nela não substituem as demandas judiciais, de modo que é lícito que o particular procure o Judiciário para resolução da lide, se necessário. Com tudo, o que pode ser afirmado que é concludente que com os processos administrativo é viável a solução de conflitos sem a intervenção do judiciário.

A finalidade de aperfeiçoar a atuação estatal é a última apresentada por Mateus Carvalho, esta diz que o processo busca eternamente uma ação eficiente, tentando ser justa, para proteger os interesses particulares, assim como, garantir o direito fundamental para ter a administração pública da melhor maneira.

Os debates durante o processo administrativo, entre Administração e administrado, permite uma atividade administrativa clara e eficiente, assim as falhas encontradas durante a instrução e, até, após decorrida ela, podem ser solucionadas, pelos polos do processo. Desse modo, não só é protegido o interesse da coletividade e do particular, bem como, é assegurado o direito fundamental da boa administração pública explica o doutrinador.

Alguns doutrinadores trazem mais que quatro finalidades do processo administrativo, como por exemplo a Legitimação do poder ou o correto desempenho da função. Odete Medauar (2004), inclusive menciona a aproximação do administrador com os cidadãos, o que é de grande relevância, mas estas demais finalidades se encontram dentro das quatro principais, e quando explicadas separadas podem ser consideradas um resumo mais detalhado delas.

3 A PROCESSUALIDADE DO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO

Para regular o desenvolvimento urbano dentro das cidades, a Constituição Federal dispôs os artigos 182 e 183, que são preceitos amplos para as políticas de urbanização, que serão executadas pelo Poder Público municipal. Mesmo com os artigos da Carta Constitucional faltava uma norma para a regulamentação em âmbito Federal, o Estatuto da Cidade, e, municipal, o Plano Diretor, para obtermos um melhor entendimento dos artigos mencionados.

Para isso, a criação do Estatuto da Cidade, Lei Federal 10.257/2001, esta lei ordinária federal regula o direito urbanístico brasileiro, ele auxilia na resolução de problemas encontrados no desenvolvimento urbano. Outra função importante do estatuto da cidade é instruir o Plano Diretor dos municípios, obrigatório também por regulamentação da Constituição Federal.

Em 28 de agosto de 2017 foi sancionado o novo Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento do Município de Santa Rosa, Lei Complementar 118/2017, o qual determina as diretrizes dentro do território municipal. Para que possa ser efetuada a urbanização devem ser considerados a Constituição Federal, a Constituição do Estado, o Estatuto da Cidade e a Lei Orgânica do Município, como mencionado no artigo 1º do Plano Diretor.

Dentro do Plano Diretor Municipal o parcelamento do solo está disposto no Título XI, distribuído nos artigos 201 a 237, onde podemos visualizar suas regras gerais; os requisitos para o loteamento, ruas, áreas institucionais, área verde, os requisitos para o desmembramento, os casos em que é vedado o parcelamento, e outros pressupostos.

É sabido que a competência para urbanização é do município, mas em caso excepcionais ou para auxiliar o Plano Diretor, é utilizada a Lei Federal 6.766/1979, que, “Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano”(BRASIL, 2017). O Plano Diretor

traz em seus artigos pressupostos semelhantes aos da Lei supracitada, para que ocorra o parcelamento do solo urbano.

Com estas regulamentações da Constituição Federal, Estatuto da Cidade, Lei 6.766/1979, e, o Plano Diretor Municipal, o parcelamento do solo urbano se desenvolve de maneira mais simples e eficiente, pois são definidos passos a serem seguidos para que ele ocorra.

Podemos dizer que foi a Constituição Federal em 1988 que facilitou o parcelamento, em seus artigos 182 e 183, porque após isto, foi necessário o Estatuto da Cidade, que regulamentou esses dois artigos da CF/88, que é a norma que dá as diretrizes para os planos diretores, e, ao encontro destes, temos a Lei Federal 6.766/1979, que é totalmente voltada para o parcelamento do solo.

Dessa forma a população tem um caminho a seguir, tornando o parcelamento mais simples. Basta a pessoa interessada se dirigir a Prefeitura do Município, com os documentos necessários e abrir um processo administrativo para que seja encaminhado o decreto de parcelamento.

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