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FLUXO DE CAIXA

No documento Análise de Investimentos (páginas 73-91)

TÓPICO 3 – ENTRADA E SAÍDA DE RECURSOS

2.1 FLUXO DE CAIXA

Conceitualmente, o fluxo de caixa é um instrumento que relaciona os ingressos e saídas (desembolsos) de recursos monetários de uma empresa em determinado intervalo de tempo. A partir da elaboração do fluxo de caixa é possível prognosticar eventuais excedentes ou escassez de caixa, determinando-se medidas saneadoras a determinando-serem tomadas (ASSAF NETO; SILVA, 2012).

Os autores abordam ainda, que o fluxo de caixa não deve ser enfocado como uma preocupação exclusiva da área financeira. Deve haver comprometimento de todos os setores empresariais com os resultados, destacando-se:

• Área de produção – ao fazer alterações nos prazos de fabricação dos produtos, novas alterações nas necessidades de caixa são necessárias. De forma idêntica, os custos de produção têm importantes reflexos sobre o caixa.

• As decisões de compras – devem ser feitas de maneira ajustada com os saldos disponíveis em caixa. Em outras palavras, deve haver preocupação com relação à sincronização dos fluxos de caixa, avaliando-se os prazos concedidos para pagamento das compras com aqueles estabelecidos para recebimento das vendas.

• Políticas de cobrança – devem ser ágeis e eficientes, permitindo colocar os recursos financeiros mais rapidamente à disposição da empresa, constituem-se em um importante reforço de caixa.

• Área de vendas – junto com a meta de crescimento da atividade comercial, deve preservar um controle mais próximo sobre os prazos concedidos e hábitos de pagamentos dos clientes, visando não pressionar negativamente o fluxo de caixa. Em outras palavras, é recomendado que toda decisão envolvendo vendas deve ser tomada somente após uma prévia avaliação de suas implicações sobre os resultados de caixa (exemplos: prazo de cobrança, despesas com publicidade e propaganda etc.).

• Área financeira – deve avaliar criteriosamente o perfil de seu endividamento, de forma que os desembolsos necessários ocorram de forma simultânea à geração de caixa da empresa.

Uma adequada administração dos fluxos de caixa permite uma presunção da obtenção de resultados positivos para a empresa, devendo ser evidenciada como um segmento lucrativo para seus negócios. A melhor capacidade de geração de recursos de caixa promove, entre outros benefícios à empresa, menor necessidade de financiamento dos investimentos em giro, reduzindo assim, seus custos financeiros.

Vejamos um exemplo para entender o fluxo de caixa: uma determinada empresa vendeu bastante, porém, o primeiro recebimento será somente daqui a 60 dias. As contas de água, luz, telefone e aluguel vencem daqui a 30 dias.

Perceba que será necessário pagar os seus fornecedores antes de receber dos seus clientes. Para resolver este problema, pode-se fazer a venda à vista para outros clientes, recorrer a empréstimos ou pagar a multa por tempo de atraso.

Porém, despesas com multas e juros nunca é uma boa ideia.

FIGURA 14 – COMPORTAMENTO DO FLUXO DE CAIXA

Recebe de Vende para o cliente a prazo

Compra do fornecedor a prazo

FONTE: <https://controlefinanceiro.granatum.com.br/wp-content/uploads/2012/07/fluxo-caixa-ilustra.jpg>. Acesso em: 3 mar. 2019.

Em se tratando de administração financeira a questão “risco e retorno”

está presente. Cabe ao administrador financeiro buscar o nível adequado de saldo de caixa que leve ao equilíbrio entre os benefícios e os custos de sua manutenção.

Normalmente, os problemas de baixa liquidez ou até de insolvência nas empresas têm como causa principal a gestão ineficiente do fluxo de caixa, que depende fortemente da eficiência com que são desenvolvidas as atividades de compras, estocagem dos produtos, venda e recebimento.

As atividades da empresa devem sempre ficar dentro do limite da capacidade de obtenção de caixa da empresa. Ao exceder esse limite, a empresa poderá enfrentar sérias dificuldades financeiras, comprometendo a continuidade de suas atividades (HOJI; LUZ, 2019).

DICAS

Weston e Brigham (2000, p. 400) apud Hoji e da Luz (2019) comparam o caixa ao “óleo que lubrifica as rodas dos negócios. Sem um óleo adequado, as máquinas rangem até parar, e o mesmo acontecerá com uma empresa sem um nível de caixa adequado”.

3 LIQUIDEZ X RENTABILIDADE

Historicamente, o lucro sempre foi considerado o elemento mais importante para a avaliação do retorno financeiro de uma empresa. Contudo, ele pode apresentar uma deficiência do ponto de vista de um investidor, no aspecto de liquidez do investimento: não havendo suficiência de recursos disponíveis no caixa da empresa, o poder do investidor em tomar decisões sobre o lucro apurado fica limitado ou reduzido.

Dessa forma, para que se apresente atratividade perante os investidores, o lucro deve possuir atributo de caixa. Isso significa que não basta haver lucro: é preciso que haja também liquidez (BROM; BALIAN, 2007).

Mas o que vem a ser Liquidez? Liquidez é um conceito que corresponde à facilidade e velocidade com as quais um ativo pode ser convertido em caixa. Ou, em uma definição mais simples, é a capacidade de transformar um ativo (bens ou investimentos) em dinheiro.

Quanto mais rápida for a conversão do ativo em dinheiro, mais líquido ele será. Um ativo com pouca liquidez é aquele que é mais difícil de ser convertido em dinheiro, seja pela falta de compradores ou até mesmo pelo tempo necessário para liquidar o investimento.

A liquidez, na verdade, envolve duas dimensões: a facilidade de conversão e a perda de valor. Qualquer ativo pode ser convertido em caixa rapidamente, desde que seu valor seja reduzido. No entanto, um ativo com boa liquidez é aquele que pode ser convertido em dinheiro com rapidez, sem que haja uma perda significativa de valor (BTGPactual, 2019).

Vejamos alguns exemplos de investimentos e sua respectiva liquidez:

• Poupança: liquidez alta, pois o resgate do dinheiro é feito quase que instantaneamente. Basta solicitar o resgate e o dinheiro está na sua conta.

• Títulos públicos: liquidez média, pois as vendas só ocorrem uma vez por semana e, mesmo assim, não é garantido que você conseguirá vender. Existe uma data final para o resgate.

• Fundos de investimentos: liquidez de alta para média, pois, dependendo do fundo, é necessário entre um a quatro dias úteis para o dinheiro estar disponível em sua conta.

• Imóveis: liquidez baixa, pois muitas vezes demora dias ou meses para vender um imóvel pelo preço que ele realmente vale.

• Ações: depende do ativo, mas a liquidez geralmente é alta. Quando o papel é muito negociado (ex.: Petrobras e Vale), a venda é praticamente instantânea e, na maioria das vezes, pelo preço que você sugere. Já em papéis pouquíssimos negociados, é difícil vender pelo preço sugerido com facilidade. Muitas vezes, faz-se necessário baixar a pedida para conseguir vendê-lo.

Para saber lidar com a liquidez, é necessário saber quais são os seus planos e suas necessidades. Qual é a função do dinheiro que você está investindo? Formar uma reserva de emergência? Construir um patrimônio? Busque opções pensando no retorno, sem negligenciar qual é a liquidez do investimento para adequar aos seus prazos. E não se esqueça de ficar atento ao risco!

Para Bruni (2013) a associação entre maior retorno e maior sacrifício de liquidez ou tempo é imediata. Ou seja, um investimento por maior tempo tem que estar associado a um maior retorno. Uma aplicação na poupança por um ano tem que gerar um retorno maior que uma aplicação por apenas um mês.

Um dos ditados populares mais famosos fala que “quem não arrisca não petisca”. Ou seja, para petiscar mais e obter maior retorno, o investidor deveria estar disposto a correr maior risco.

Observe a figura a seguir que faz a associação entre este tripé: Risco X Rentabilidade x Liquidez.

FIGURA 15 – ASSOCIAÇÃO RISCO X RENTABILIDADE X LIQUIDEZ

FONTE: <https://i1.wp.com/taurusacademy.com.br/wp-content/uploads/2017/07/2-IMAGEM-1.

png?w=795>. Acesso em: 3 mar. 2019.

A rentabilidade nada mais é que o retorno de um investimento, ao fazermos uma aplicação em um ativo financeiro, seja em um título público, em um CDB ou até em uma ação, é comum existir uma diferença entre o valor que investimos e a quantia que resgatamos. Essa será a rentabilidade do investimento.

Isso acontece quando fazemos um investimento, pois estamos levando nosso dinheiro do presente para o futuro, por não usar esse valor agora, receber uma remuneração, ou melhor dizendo um prêmio sobre isso.

O retorno sobre o capital investido (rentabilidade) pode ser definido por meio de taxa de juros prefixadas, pós-fixadas, mistas ou ainda baseada na valorização (como no caso das ações, que a diferença entre o preço de compra e o preço de venda determina a rentabilidade, podendo ser positiva ou negativa).

Geralmente, a rentabilidade é expressa em valores percentuais.

A figura a seguir apresenta alguns exemplos de investimentos e suas respectivas rentabilidades.

Observação: na projeção dos produtos pós-fixados foi levado em consideração o valor da taxa Selic de 6,5% a.a.

FIGURA 16 – COMPARATIVO DE INVESTIMENTO

FONTE: <https://www.outrosquinhentos.com/wp-content/uploads/2019/01/comparacao.png>.

Acesso em: 3 mar. 2019.

Mas atenção! Rentabilidade é diferente de lucratividade.

É comum as pessoas associarem o mesmo significado para rentabilidade e lucratividade, isso porque ambos trabalham em cima do lucro líquido da empresa. Os dois são indicadores importantíssimos para quem se preocupa com a saúde financeira de uma empresa e é por isso que se faz necessário um claro entendimento da diferença entre eles.

Como já vimos anteriormente, a rentabilidade serve para medir o retorno que um investimento pode proporcionar ao negócio. Se baseia no lucro líquido e tem seu resultado em valor percentual.

A diferença é que o cálculo de rentabilidade é realizado desta maneira:

Rentabilidade = (lucro líquido/investimento) x 100

Já a lucratividade é utilizada para apontar o ganho de uma empresa em relação a sua atividade. Ela indica se o negócio está justificando ou não a operação da empresa, ou seja, se as vendas são suficientes para pagar os custos e as despesas e ainda gerar lucro.

A lucratividade é apurada em valor percentual, em um cálculo que considera o lucro líquido e a receita bruta do empreendimento.

Esta é a fórmula utilizada para o cálculo de lucratividade:

Lucratividade = (lucro líquido/receita bruta) x 100

Vejamos um exemplo de rentabilidade x lucratividade: imagine que, em uma fábrica que produz eletrodomésticos, cada ventilador é vendido por R$

120,00. Deste valor, R$ 30,00 acabam custeando os impostos, R$ 25,00 se referem à matéria-prima e outros R$ 25,00 custeiam a mão de obra. Dessa forma, a cada peça vendida, R$ 80,00 são utilizados para o pagamento de custos e despesas e o que sobra corresponde ao lucro líquido que, nesse caso, é de R$ 40,00 por mercadoria vendida.

Cálculo do Custo do Produto (unitário)

Preço de Venda 120,00

(-) Impostos 30,00

(-) CMV (matéria-prima) 25,00

(-) Desp. c/mão de obra 25,00

(=) Lucro líquido por unidade 40,00

Assim, se em um mês a empresa vende 200 ventiladores, sua receita bruta (total das vendas) corresponde a R$ 24 mil, enquanto que seu lucro líquido é de R$ 8 mil.

Cálculo do Lucro Líquido

Receita bruta (200 x120,00) 24.000,00

Lucro líquido (200 x 40,00) 8.000,00

Aplicando a forma da lucratividade, o cálculo seria feito desta maneira:

Lucratividade = (lucro líquido/receita bruta) x 100.

Lucratividade = (8.000,00/24.000,00) x 100.

Lucratividade = 33,33 %.

Agora imagine que essa mesma empresa tenha investido R$ 20.000,00 em marketing para impulsionar a venda dos ventiladores durante o verão, gerando a venda de 1.500 unidades na estação a R$ 120,00 cada.

Cálculo do Lucro Líquido

Receita bruta (1.500 x120,00) 180.000,00

Lucro líquido (1500 x 40,00) 60.000,00

Agora aplicamos a fórmula da rentabilidade:

Rentabilidade = (lucro líquido/investimento) x 100.

Rentabilidade = (60.000,00/20.000,00) x 100.

Isso quer dizer que, para cada R$ 1,00 investido, a empresa obteve um retorno de R$ 3,00. Mas atenção! uma empresa com 300% de rentabilidade pode vir a ter uma lucratividade pequena, isso no caso dos custos e despesas da sua operação serem muito altos e consumirem grande parte da receita, interferindo no lucro líquido.

4 VALORAÇÃO DE ATIVOS (VALUATION)

Valuation, em inglês, significa valoração. Consiste em um processo no qual são aplicados métodos e técnicas de avaliação para determinar se uma empresa ou um ativo tem o valor justo e se vale a pena investir neles.

Para esse processo acontecer, leva-se em consideração o comportamento histórico de preço do alvo da avaliação e dos seus pares (exemplo: outras ações e ativos de empresas similares), assim como outras variáveis do mercado financeiro.

Cada ativo possui características específicas que determinarão o que será levado em conta na hora da sua valoração, ou seja, isso depende das suas especificidades e incertezas associadas, que vão pesar no momento de atribuir valor e de julgar as probabilidades de retorno positivo.

O valuation tem como propósito descobrir se o preço de uma empresa ou de um ativo está justo, baixo ou alto, o que vai auxiliar o investidor a decidir se está ou não na hora de investir nessa ação ou ativo.

As técnicas de avaliação das decisões de investimentos podem ser agrupadas em dois grandes grupos: avaliação contábil ou avaliação financeira.

Elas são baseadas nos conceitos da Lei nº 11.637/07, voltada para a contabilização ou apuração de tributos e geralmente não é utilizada em tomada de decisões gerenciais. Já as técnicas de avaliação contábil empregam números e dados extraídos primordialmente de relatórios contábeis básicos, como o Balanço Patrimonial (BP) e o Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE).

Já as técnicas de avaliação financeira tentam refletir o benefício futuro que este ativo gerará, e é aplicado em decisões de investimento, abertura de capital, entre outras negociações. Entre as circunstâncias que se faz necessário, a avaliação de empresas e ativos, destacam-se:

• Escolha de investimentos para uma carteira.

• Decisão sobre o preço apropriado a pagar ou receber em uma aquisição ou fusão.

• Realização de investimentos.

• Liberação de financiamentos.

• Distribuição de dividendos.

• Abertura de capital de uma empresa - necessário para realizar a primeira oferta pública de ações, ou IPO (Initial Public Offering).

• Adoção da gestão baseada em valor (que permite fazer projeções quanto a lucros e resultados futuros de uma organização).

• Consultoria financeira.

• Outras transações do mercado de capitais.

Vejamos os métodos mais utilizados no processo de valuation.

FIGURA 17 – PRINCIPAIS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE EMPRESAS

FONTE: <https://www.valorebrasil.com.br/wp-content/uploads/2014/07/Metodos-de-avaliacao-de-empresas-1024x533.png>. Acesso em: 3 mar. 2019.

Destaca-se que o processo de valuation exige conhecimento técnico, estratégico, de mercado, além das circunstâncias que envolvem uma empresa, pois tudo isso influenciará na escolha dos métodos que determinarão o valor de uma organização. Além disso, o resultado do valuation pode variar em função do avaliador escolhido e da sua experiência, bem como sua percepção do mercado e das perspectivas de crescimento da empresa nos próximos anos.

DICAS

Quer saber mais sobre o Valuation? Assista ao vídeo Em 2 minutos, "o que é avaliação de empresas (valuation)". Conceitos e métodos de avaliação. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?time_continue=152&v=oed4atVQp-U>.

5 EFEITOS TRIBUTÁRIOS

É comum no mundo dos investimentos (principalmente os iniciantes) cometerem erros graves, como o de só pensar em rentabilidade e serem impacientes quando o assunto é enriquecer a médio e longo prazo, utilizando-se dos juros compostos. Eles pensam apenas em ter o melhor retorno de forma mais rápida.

Isso acaba cegando o investidor para outros cuidados tão importantes quanto o lucro, e ainda, as taxas e tributos para se investir.

Pode parecer pouco, mas a rentabilidade de um investimento pode ser corroída caso você não tenha feito um planejamento desse investimento de curto prazo e precise do dinheiro rapidamente.

Isso porque a maioria dos investimentos possui incidência de dois impostos: o IOF e o IR (Imposto de Renda).

De acordo com o site SerasaEnsina (2019), IOF é a sigla de Imposto sobre Operações Financeiras. Entre as mais comuns estão crédito, câmbio e seguros.

Além dessas, o IOF também está presente em qualquer operação titular e de valores mobiliários, como bolsa de valores ou fundo imobiliário.

O imposto federal tem com intuito ser um regulador da economia nacional.

A taxa cobrada em cada operação é vista como um recolhimento proporcional dos investimentos, dando conhecimento da demanda e oferta de crédito.

Vejamos algumas operações e seus respectivos percentuais de IOF:

• Câmbio: quando você compra moeda estrangeira, física ou usando o cartão internacional, cai sobre 6,38% do valor.

• Seguro: o valor cobrado é de aproximadamente 7,38%, podendo chegar até 25%.

• Cartão de crédito, empréstimo e financiamento: é cobrado 0,38% de IOF e tem um limite de 3%.

• Títulos e fundos imobiliários: é1,5% ao dia.

Já o IR (Imposto de Renda) tem uma alíquota que varia de acordo com o tipo de fundo de investimento e incide sobre o total de rendimento das aplicações.

A grande maioria dos fundos de investimento sofrem dedução do imposto de renda na fonte, em dois períodos do ano. São os chamados come-cotas, que incidem sobre os fundos de investimento de curto prazo e de longo prazo. O imposto de renda que incide sobre estes fundos pode variar de 15% a 22,5%, dependendo do prazo que o dinheiro permanece aplicado no fundo de investimento.

QUADRO 7 – INCIDÊNCIA DE IR

Alíquota Prazo Aproximado

22,5% Até 180 dias até 6 meses

20% de 181 dias a 360 dias Até 1 ano

17,5% de 361 dias a 720 dias Até 2 anos

15% acima de 720 dias Acima de 2 anos

FONTE: O autor

Os fundos de investimento de ação, entretanto, têm uma tributação fixa de imposto de renda de 15% sobre o lucro, que é debitada apenas no momento do resgate do investimento (ADVFN, 2019).

Vejamos um exemplo a seguir.

FIGURA 18 – SIMULAÇÃO CDI COM IR

FONTE: <https://www.avistafinanceira.com.br/investimentos/simulador>. Acesso em: 3 mar. 2018.

IMPORTANTE

Atenção! Deve-se ficar muito atento à cobrança de Imposto de Renda (IR) e IOF, pois ela incidente sobre os fundos de investimento. Na hora de investir, investimentos de prazo mais curto pagam mais impostos. Além do mais, investimentos como a poupança e o LCI/LCA são isentos de impostos.

DICAS

Quer aprender mais sobre o efeito tributário nos investimentos? Assista ao vídeo:

Qual IMPACTO do Imposto de Renda nos Investimentos de LONGO PRAZO? Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?time_continue=173&v=KckrbXJvxMk>.

LEITURA COMPLEMENTAR

VALE A PENA INVESTIR NA POUPANÇA?

Contra fatos não há argumentos: a poupança é o investimento preferido dos investidores brasileiros. 109 milhões de pessoas deixam o dinheiro nesse tipo de aplicação. Sim, 109 milhões! É muita gente, né? Mas será que todas essas pessoas estão fazendo um bom negócio?

A poupança é conhecida por ser simples, segura e prática. Precisou do dinheiro? É só resgatar! Quer aplicar um pouco mais? É só transferir! Por essa fama estar muito enraizada na cultura dos brasileiros, poucas pessoas se perguntam se é um investimento que vale a pena.

Como tudo no mundo das finanças, é preciso analisar. Se você não sabe nem por onde começar, fique calmo! Estamos aqui para te ajudar com isso.

Neste post, vamos passar por todas as características da poupança e, no final, te responder se é um investimento que vale a pena ou não.

Inflação: a inimiga

Para falar sobre poupança, nós precisamos falar sobre a inflação. Inflação, em poucas palavras, significa um processo de aumento de preços. Sabe quando você vai ao mercado em dois dias seguidos e os preços já estão diferentes? É o efeito da inflação. No Brasil, o índice oficial que mede a inflação é o IPCA.

“Mas o que isso tem a ver com a poupança?” Tudo! A inflação é a maior inimiga da poupança. Dependendo de como estiver o IPCA do Brasil, o rendimento da poupança pode ser tão baixo que parece que você está ganhando dinheiro, mas na verdade está perdendo. Para sermos mais exatos, você perde “poder de compra”. Isso significa que o seu dinheiro perde valor diante das situações do mercado.

Exemplo simples e prático para você entender: você guardou R$100,00 para comprar uma roupa, mas, ao invés de comprar, coloca o dinheiro na poupança.

Um ano depois, você ficou com R$ 105,00, ou seja, rendeu R$ 5,00. Quando vai comprar a roupa, percebe que agora ela custa R$110,00! O seu dinheiro não tem mais o poder para comprar aquele item.

Nesse caso, o que aconteceu? O valor da roupa foi reajustado de acordo com a inflação. A poupança teve um rendimento tão baixo que nem foi capaz de manter o seu poder de compra. Você perdeu dinheiro.

Vale lembrar que um dos maiores objetivos dos investimentos é fugir da inflação. Aliás, é mais do que manter o seu poder de compra e sim aumentá-lo para você ganhar ainda mais. Só por aí já dá para perceber que a poupança não é um investimento tão bom assim, né?

Rentabilidade e liquidez

Se a poupança pode render menos que a inflação, ela rende muito pouco.

O cálculo é feito da seguinte forma:

Se a Selic (taxa de juros básica) for menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança rende 70% da Selic mais a TR (Taxa Referencial).

Se a Selic for superior a 8,5% ao ano, ela tem rentabilidade fixa: 0,5% mais a TR.

Para você ter uma ideia, o CDI (outra taxa de juros que move o mundo financeiro) sempre acompanha o valor da taxa Selic. No Yubb, você encontra investimentos em renda fixa que são tão seguros quanto a poupança e que rendem até 150% do CDI (ou até mais)! Se a poupança rende só 70% da Selic, isso significa que a rentabilidade é muito baixa.

Para você ter uma ideia, o CDI (outra taxa de juros que move o mundo financeiro) sempre acompanha o valor da taxa Selic. No Yubb, você encontra investimentos em renda fixa que são tão seguros quanto a poupança e que rendem até 150% do CDI (ou até mais)! Se a poupança rende só 70% da Selic, isso significa que a rentabilidade é muito baixa.

No documento Análise de Investimentos (páginas 73-91)