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FLUXO DE CAIXA LIVRE DO ACIONISTA (SÓCIO):

No documento Análise de Investimentos (páginas 134-140)

TÓPICO 3 – PRINCÍPIOS QUALITATIVOS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTO

2.3 FLUXO DE CAIXA LIVRE DO ACIONISTA (SÓCIO):

O fluxo de caixa livre do acionista é igual à quantidade de dinheiro que resta após o pagamento de todas as despesas, inclusive qualquer investimento adicional do projeto. A empresa pode, então, distribuir o saldo, pois não irá, por definição, precisar dele. Nesse caso, os números apresentados no fluxo de caixa são livres de quaisquer ônus ou comprometimentos e podem, portanto, ser distribuídos para as fontes de capital utilizadas para financiar o investimento, portanto, representam o caixa gerado pelo projeto que pode ser distribuído para os acionistas ou sócios. Essas distribuições podem ter a forma de dividendos em dinheiro ou recompra de ações.

Os fluxos de caixa livre enfatizam a análise do caixa gerado pelas operações da empresa e que poderão ser destinados ao pagamento de credores e sócios. Consiste na metodologia mais recomendada para a avaliação de projetos de investimentos, permitindo uma clara separação entre decisões de investimento e decisões de financiamento. Tendo em vista que é apenas o destino de recursos para o acionista, os fluxos de caixa deverão estar liberados de obrigações com juros e amortizações. O fluxo de caixa do sócio (FCS) deverá considerar o pagamento de juros e amortizações.

QUADRO 5 – FLUXO DE CAIXA LIVRE DO ACIONISTA Fluxo de caixa livre da empresa

(+) Fluxo de caixa da atividade de financiamento (=) Fluxo de caixa livre do acionista

FONTE: Adaptado de Sá (2004)

O fluxo de caixa livre do acionista é calculado somando-se o fluxo de caixa livre do projeto ao fluxo de caixa da atividade de financiamento.

3 FLUXO DE CAIXA INCREMENTAL

Um fluxo de caixa relevante em um projeto é aquele que provoca uma mudança no fluxo geral de caixa da empresa que está vinculado à questão de se aceitar ou não este projeto. Desse contexto é que surgem os fluxos de caixa incrementais, ou seja, a diferença entre os fluxos de caixa futuros da empresa que podem ser obtidos com o novo projeto e aqueles que seriam possíveis sem o projeto.

Hoji e Luz (2019) escrevem que os fluxos incrementais de caixa são basicamente aqueles valores, positivos ou negativos, que ocorrem e que têm sua origem no investimento realizado. São esses fluxos incrementais que permitem a avaliação da viabilidade econômica de um investimento.

Assim, os valores que compõem o fluxo incremental de caixa representam os valores especificamente decorrentes da implantação do projeto. Tais valores representam a diferença entre os fluxos de caixa do projeto e valores que são gerados pela empresa sem a implantação do projeto. São incrementais por representarem fluxos de caixa adicionais, tanto de entradas quanto de saídas, que se espera ocorrer se o projeto de investimento for implementado.

A depreciação é deduzida do lucro bruto para efeito de cálculo dos impostos incidentes sobre o lucro, mas, como não se trata de uma saída efetiva de dinheiro, seu valor é excluído do fluxo de caixa. Assaf Neto e Lima (2017) abordam que um dos aspectos mais relevantes na apuração dos fluxos de caixa

incrementais é a identificação dos efeitos colaterais decorrentes do projeto em avaliação sobre os demais resultados da empresa. Por exemplo, ao lançar um novo produto no mercado, o efeito colateral da decisão pode ser a transferência de consumidores dos produtos já existentes para o novo lançamento. Nesse caso, tem-se uma transferência dos fluxos de caixa correntes da empresa (provenientes das vendas dos produtos já negociados) para o novo projeto. É fundamental que esses valores colaterais sejam mensurados e descontados dos fluxos de caixa do novo projeto, de forma a determinar-se seu valor incremental. Podemos entender um pouco mais sobre o fluxo de caixa incremental por meio da figura a seguir.

FIGURA 7 – METODOLOGIA DO FLUXO DE CAIXA INCREMENTAL

Situação

sem Projeto Situação

com Projeto

Fluxo de

Caixa 1 Fluxo de

Caixa 2 FC2 - FC1

Fluxo de Caixa Incremental

FONTE: <https://player.slideplayer.com.br/80/14190077/data/images/img17.jpg>. Acesso em:

28 mar. 2019.

Vejamos um exemplo prático da aplicação do fluxo de caixa incremental a seguir.

QUADRO 6 – EXEMPLO DE CÁLCULO DO FLUXO DE CAIXA INCREMENTAL

FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/14190077/>. Acesso em: 28 mar. 2019.

Observe que o fluxo de caixa incremental é a diferença entre os fluxos de caixa associados a essas duas situações (novo e velho) e é o insumo básico para os estudos pretendidos.

DICAS

Todo fluxo de caixa que se modifique em razão de uma decisão de investimento é tido como relevante. Todo fluxo de caixa que mantenha seu valor inalterado, independentemente de se aceitar ou não um projeto de investimento, é irrelevante para a análise de investimentos (ASSAF NETO; LIMA, 2017).

4 FLUXO DE CAIXA DESCONTADO

A ideia por trás da análise de avaliação de fluxos de caixa descontados (FCD) é simples. O valor de um investimento é determinado pela magnitude e pelo cronograma de pagamento ou recebimento dos fluxos de caixa esperados. A abordagem da avaliação FCD fornece uma base para estimar o valor desses fluxos de caixa e, consequentemente, é uma pedra fundamental da análise financeira (TITMAN; MARTIN, 2010).

A popularização do FCD para análise de projeto de investimentos é geralmente atribuída a Joel Dean (1951). Entretanto, as raízes da análise de FCD são bem mais antigas. Por exemplo, a matemática financeira remonta aos primeiros manuscritos de Leonardo de Pisa em 1202. Gerações de diplomados em escolas de administração fizeram do FCD uma das ferramentas mais amplamente utilizadas no arsenal do profissional de finanças atual.

Vejamos um exemplo: lavadora de carros (TITMAN; MARTIN, 2010).

Para ilustrar o papel das avaliações FCD na análise de uma oportunidade de investimento, vamos considerar que você vai investir em uma lavadora de carros.

A lavadora de carros gera entradas de caixa, cada vez que um cliente paga por uma lavagem, e saídas de caixa, quando a empresa compra suprimentos, paga impostos, salários e assim por diante. Além disso, algumas vezes, você tem que fazer consertos nos equipamentos, resultando em saídas de caixa não rotineiras.

Agora, vamos assumir que você abriu uma conta corrente para a empresa em um banco, que os recebimentos em dinheiro entram nessa conta e que os desembolsos saem dessa conta. Depois de um ano de operação, você construiu um saldo de caixa de, digamos, R$10.000,00, depois de pagar todas as suas despesas (inclusive os consertos nos equipamentos). Se considerarmos, por enquanto, que você não tomou emprestado valor algum para investir na lavadora de carros, você tem R$10.000,00 que pode distribuir para você mesmo

como único proprietário. Esse dinheiro pode ser gasto imediatamente ao fim do primeiro ano de atividades, antecipando os próximos dois, três anos, e assim por diante, e fazendo um cálculo semelhante, podemos determinar fluxos de caixa futuros – calculados depois de pagar todas as despesas operacionais da firma e de fazer qualquer dispêndio adicional. Esses fluxos de caixa são os elementos-chave que determinam o valor do negócio. Basicamente, a utilização da avaliação de FCD exige um processo de três passos, conforme podemos visualizar no quadro a seguir (TITMAN; MARTIN, 2010).

QUADRO 7 – PASSOS NA EXECUÇÃO DE UMA ANÁLISE DE FLUXO DE CAIXA DESCONTADO

FONTE: Titman e Martin (2010, p. 78)

Dentre todos os instrumentos de precificação de ativos, o Fluxo de Caixa Descontado (FDC) é considerado o mais completo e melhor, porque retrata e evidencia a capacidade de geração de riqueza de um negócio. Contrapondo as deficiências dos tradicionais modelos contábeis, limitados a certos princípios e normas legais, esse modelo consegue mensurar o mais próximo possível qual seria o verdadeiro valor da empresa.

Como indicador da capacidade de geração de riqueza, encontramos no fluxo de caixa a evidência da eficiência esperada de determinado negócio.

Assim, são superadas algumas das dificuldades existentes no lucro contábil. Ele propõe retratar o potencial econômico dos itens patrimoniais de determinado empreendimento (GAMBETTA, 2016). Em outras palavras, o FCD é uma projeção daquilo que sua empresa poderá produzir no futuro, com os descontos do tempo que isto levará e dos riscos assumidos. Vejamos um exemplo a seguir.

Suponha que sua empresa tenha a seguinte projeção de faturamento ao longo de quatro anos:

1º ano – R$ 58.400,00 2º ano – R$ 64.200,00 3º ano – R$ 73.800,00 4º ano – R$ 87.500,00

Agora, imagine que você queira aproximar este resultado do presente, com uma taxa anual de juros de 12%. A partir disso, calcule o retorno de cada ano trazendo a valor presente com a taxa de juros e some as partes:

1º ano: R$ 58.400/(1,12) = R$ 52.143 2º ano: R$ 64.200/(1,12)² = R$ 51.180 3º ano: R$ 73.800/(1,12)³ = R$ 52.530 4º ano: R$ 87.500/(1,12)⁴ = R$ 55.610 Total: 211.463,00

O valor da sua empresa com base no FCD é de R$ 211.46300.

É importante observar que este é um cálculo bastante simples e imediato.

Existem outros cálculos de Fluxo de Caixa Descontado que são muito mais complexos.

5 PLANEJAMENTO

O mercado exige que as empresas sejam competitivas e se mantenham tecnologicamente atualizadas. Nenhuma companhia pode se sentir completamente segura, pois existe a possibilidade de algum concorrente chegar com um novo produto melhor e mais barato. Assim, as empresas são levadas a desenvolver novos projetos e implementá-los. Isso representa investimentos e a necessidade de grandes somas adicionais, além de um aumento no risco do empreendimento (SILVA, 2009).

Nesse sentido, cabe analisar os planejamentos empresariais na visão do curto, médio e longo prazo. Para melhor entendermos os planejamentos, vamos dividi-los em três etapas: Planejamento Estratégico – Planejamento Tático – Planejamento Operacional. Essa divisão faz-se necessário devido ao prazo que cada um dos planejamentos atinge, conforme a figura a seguir mostra.

FIGURA 8 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL

• Definições de objetivos e resultados bem específicos

FONTE: < https://www.treasy.com.br/blog/planejamento-estrategico-tatico-e-operacional/>.

Acesso em: 28 mar. 2019.

No documento Análise de Investimentos (páginas 134-140)