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Franco Cambi, História da pedagogia São Paulo, Ed Unesp, 1999, p 178 e 179.

No documento História Da Educação e Da Pedagogia.pdf-1 (páginas 188-195)

Dropes

1 -Alcuíno para seus alunos: “Os poetas sacros devem bastar-vos; não há nenhuma razão para que devais macular vossos espíritos com o sensualismo exuber- ante do verso de Virgílio”.

2 -Na obra As núpcias de Mercúrio e da Filologia, Marciano Capella elabora uma alegoria segundo a qual Mercúrio (representando a eloquência) e a Filologia (representando o amor à razão e aos conhecimentos) se unem em matrimônio. O autor defende a aliança entre o saber e a eloquência, pois cada um é estéril sem o outro. Assistem ao matrimônio as sete ninfas: a gramática, a retórica, a dialética, a geometria, a arit- mética, a astronomia e a música. Elas representam as sete artes liberais, que na Idade Média constituíam o

trivium e o quadrivium.

3 -A conclusão de tudo que temos já exposto é de que nosso pedagogo, Jesus, deu-nos o esquema da vida verdadeira e calcou a educação do homem em Cristo. Sua característica própria não é de uma excessiva

severidade tampouco um relaxamento excessivo sob o efeito da bondade: deu seus mandamentos imprimindo-lhes uma tal característica que nos permite executá-los.

É bem isto, parece-me, que primeiramente modelou o homem com a terra, que o regenerou pela água, que o fez crescer pelo espírito, que o educou pela palavra, que o dirige por seus santos preceitos para adoção fili- al e salvação, e isto para transformar e modelar o homem da terra num homem santo e celeste, e para que seja assim plenamente realizada a palavra de Deus: “Façamos o homem à nossa imagem e semel- hança”. (Clemente de Alexandria)

Atividades

Questões gerais

1.Leia a citação de Marrou e comente os fatos a que se refere: “Por mais espantoso que possa parecer, ex- iste (…) todo um setor em que, para falar com pro- priedade, a escola antiga jamais teve fim: no Oriente grego, a educação bizantina prolonga, sem solução de continuidade, a educação clássica”.

2.Durante a Idade Média, clérigo e letrado poderiam até ser considerados sinônimos. Justifique a afirmação e analise as implicações para o fortalecimento da Igreja, bem como explique as repercussões na educação.

3.Releia o dropes 2 e explique o que eram as sete artes liberais e a que tipo de aluno eram destinadas e para que nível de educação.

4. “Claustro, castelo, cidade: essa trilogia dominará doravante a paisagem cultural e se traduzirá em três ti- pos de humanidade: o clérigo, o cavaleiro, o burguês.” Com base na citação de Arnould Clausse, responda às questões propostas:

a) Identifique a que nova fase na história da Idade Média se refere o autor.

b) Analise que repercussão essas mudanças tiveram na educação.

5.Em que sentido podemos dizer que a universidade é filha da cidade?

6.Releia o dropes 3 e destaque as características da pedagogia cristã medieval. Compare-a com a ori- entação religiosa da Igreja Bizantina.

7.A propósito do Islã, responda às questões:

a) Contraponha a importância da cultura islâmica ao período da Alta Idade Média cristã.

b) Localize no mapa o país que corresponde atual- mente à capital Bagdá e discuta com seus colegas como o atual desprezo que muitos manifestam pela cultura árabe resulta de preconceitos que ignoram a con- tribuição histórica civilizatória daquele povo.

8. Com base nesta citação de Santo Agostinho, ex- plique por que as suas palavras são orientadoras para a educação medieval: “Dois amores construíram duas cidades: o amor de si levado até o desprezo de Deus edificou a cidade terrestre, civitas terrena; o amor de Deus levado até o desprezo de si próprio ergueu a cid- ade celeste; uma rende glória a si, a outra ao Senhor; uma busca uma glória vinda dos homens; para a outra, Deus, testemunha da consciência, é a maior glória”. 9. “Nossa Atenas, enobrecida pelo ensinamento de Cristo, ultrapassa todas as atividades eruditas da Aca- demia pagã. Esta se apoiava unicamente nos ensina- mentos de Platão e tirava a glória da prática das sete artes liberais; a nossa, enriquecida, ademais, pelas sete plenitudes do Espírito Santo, deve ultrapassar em glória toda a sabedoria humana” (Alcuíno). Ao men- cionar a “nossa Atenas”, Alcuíno está se referindo à Academia fundada na corte de Aix-la-Chapelle. Ex- plique as características desse empreendimento. Anal- ise também como esse trecho ilustra a maneira de os pensadores medievais assimilarem a cultura grega. 10.Releia o dropes 1 e complete a resposta anterior.

11. Quais são as forças antagônicas subjacentes à oposição entre realistas e nominalistas na questão dos universais?

12.Justifique por que tanto a pedagogia greco-latina como a medieval são essencialistas.

13.Na citação a seguir, do papa Pio XI (século XX), identifique as semelhanças com a concepção cristã de educação medieval: “De fato, já que a educação con- siste, essencialmente, na formação do homem, ensinando-lhe o que deve ser e como deve comportar- se nesta vida terrena para atingir o fim sublime para o qual foi criado, é claro que não pode haver verdadeira educação que não seja inteiramente voltada para esse fim derradeiro” (Encíclica sobre a educação). 14. Faça uma pesquisa sobre o Santo Ofício (In- quisição) e seu papel na Idade Média. Analise também o resíduo desse aspecto inquisitorial na produção cul- tural e na educação atual, tanto do ponto de vista de fundamentalismos religiosos como de políticas autocráticas.

Questões sobre a leitura complementar

1.Explique o significado geral do texto, a partir da frase do mesmo autor: “A socidedade medieval educa – como sempre ocorre nas sociedades tradicionais –

através de severos controles, mas também através de dispositivos de escape”.

2.Tendo em vista a hierarquização da sociedade me- dieval, analise por que o povo era excluído da edu- cação formal.

3.Compare a situação descrita com os tempos atuais, indicando semelhanças e diferenças. Por exemplo, em que medida continua uma educação informal pela pa- lavra oral e pela imagem; e quais as diferenças quanto à transmissão de palavras e imagens.

4.Discuta com seu grupo em que medida a crítica feita por Cambi às performances teatrais dos pregadores religiosos encontra eco hoje em dia em al- guns tipos de cultos religiosos.

Capítulo

6

Renascimento:

humanismo,

Reforma e

Contrarreforma

A Renascença é o período compreendido

entre os séculos XV e XVI e leva esse

nome por significar a retomada dos

valores greco-romanos. Também chamada

de Renascimento, desencadeou o movi-

mento conhecido como humanismo, indic-

ando a procura de uma imagem do ser

humano e da cultura, em contraposição às

concepções

predominantemente

teoló-

gicas da Idade Média e ao espírito autor-

itário delas decorrente. Embora a Renas-

cença não fosse irreligiosa, como veremos

a seguir, há um esforço para superar o

teocentrismo,

ao

se

enfatizarem

os

valores

antropocêntricos,

propriamente

humanos, mais terrenos.

Na primeira parte deste capítulo examin-

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