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3 PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO NA SUPERINTENDÊNCIA DE PESSOAL

3.1 A Gestão de Pessoal e o Papel do Gestor

O relacionamento profissional entre os indivíduos requer a busca incessante pelo “melhor fazer” e a compreensão de que a prestação de serviços laborais deve centrar-se no respeito às normas organizacionais e nos direcionamentos para a execução das tarefas estabelecidos pela organização e gerenciados pelo gestor imediato. Nessa perspectiva, cabe ao gestor direcionar, orientar, treinar, estabelecer prioridades, almejar os melhores resultados, enfim, trabalhar para que a sua organização/setor alcance os objetivos estabelecidos para a sua finalidade. Como afirma Meireles (1985 apud SANTOS, 2006): “[...] em sentido lato, administrar é gerir interesses segundo a lei a moral e à finalidade dos bens entregues à guarda e à conservação alheias [...]” (MEIRELES, 1985 apud SANTOS, 2006, p. 11-12).

As organizações públicas também possuem finalidades estabelecidas para a sua atuação, sendo essas, na maioria das vezes, relacionadas ao atendimento de públicos internos (servidores/funcionários) e de públicos externos (sociedade em geral). De acordo com Santos (2006), a administração pública está associada à arte e/ou à ciência, sendo que o autor enfatiza a seguinte definição: “[...] administração

pública é a arte e a ciência da gerência aplicada aos negócios do Estado [...]” (SANTOS, 2006, p. 12). Nessa ótica, entende-se que a gestão de pessoal centra-se na figura do gestor, sendo este sujeito o grande articulador para organizar e administrar os interesses de seus servidores e atingir os fins organizacionais. Nesse sentido, Santos esclarece:

Os fins da gestão pública resumem-se em um único objetivo: o bem comum da coletividade administrada. Toda atividade do gestor público deve ser orientada para esse objetivo. Se dele o gestor se afasta ou se desvia, trai o mandato de que está investido, porque a comunidade não instituiu a gestão senão como meio de atingir o bem-estar social. (SANTOS, 2006, p. 13)

Assim, há de se concluir que a administração pública deve se pautar por uma permanente capacitação de seus gestores, dotando-os de instrumentos modernos capazes de que fazer com que eles exerçam as suas atividades almejando a eficácia e a eficiência organizacional, além de um consequente atendimento próximo à excelência para a população que demanda por seus serviços. Portanto, cabe ao gestor público o papel de ser o perseguidor da qualidade no serviço público, proporcionando à população a satisfação por um serviço que atende aos seus anseios, com eficácia e eficiência.

Para o atendimento desse serviço com qualidade, é necessário que o gestor tenha planejamento de suas ações e um olhar estratégico para que possa antever possíveis problemas e dificuldades. Planejar é a arte de gerir com informações privilegiadas, é se preparar para as contingências inerentes ao cargo de Gerente/Gestor, constituindo-se em uma ferramenta capaz de proporcionar o sucesso organizacional. Santos (2006) conceitua o planejamento como sendo, a priori, a função administrativa que serve de base para as demais:

O planejamento costuma figurar como a primeira função administrativa, exatamente por ser aquela que serve de base para as demais. Ele determina, antecipadamente, o que se deve fazer, quais os objetivos a serem atingidos, quais controles serão adotados e que tipo de gerenciamento será pertinente para alcançar resultados satisfatórios. (SANTOS, 2006, p. 23)

Desta feita, entende-se que planejar é condição “sine qua non” para que a organização, pública ou privada, vislumbre alcançar seus objetivos com qualidade e

eficiência e, nesse cenário, o planejamento figura como um dos grandes trunfos para que o gestor possa desempenhar eficazmente suas atribuições.

Ainda em relação ao planejamento, Santos (2006) pondera que, apesar de ser um poderoso instrumento de gestão, este, por si só, não garante o sucesso organizacional por estar sujeito a várias limitações, mas, assim mesmo, prepondera sobre a improvisação:

O planejamento é um poderoso instrumento, mas não resolve todos os problemas; não é capaz de sanar todos os males da administração, estando sujeito a várias limitações de ordem prática. Não substitui a boa organização, a coordenação adequada, o controle eficaz e os fluxos ágeis e eficientes da comunicação; enseja também o instrumento que estrutura e estabelece condições de aplicar todos esses fatores. (SANTOS, 2006, p. 24)

Nessa mesma linha, Santos (2006) apresenta em um quadro, as diferenças entre o planejamento e a improvisação:

Quadro 1 – Planejamento versus improvisação

Planejamento Improvisação

Pensar, antever cursos de ação; partir do diagnóstico da realidade → proposição

antecipada de ações para superar problemas identificados; estrutura.

Imediatismo, pragmatismo: operação apagar incêndio; atuação diante da consumação dos fatos. Por exemplo: criança sem escola → construção de

escola.

Fonte: (FREITAS, 1980 apud SANTOS, 2006, p. 24).

Destaca-se que, mesmo sendo insuficiente como instrumento gerencial, o planejamento é preponderante à boa gestão; caso contrário, a improvisação se incumbirá em proporcionar o caos administrativo ao gestor adepto a esta prática.

Dentre os tipos de planejamento, destaca-se o planejamento estratégico como sendo um dos mecanismos de gestão capazes de proporcionar o sucesso organizacional. Oliveira (1994 apud SANTOS, 2006) define o planejamento estratégico como um conjunto de ações a serem tomadas pelo gestor, antevendo o futuro com base no passado:

[...] o planejamento estratégico corresponde ao estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo gestor, considerando que o futuro tende a ser diferente do passado. Entretanto, a organização tem condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores, de modo a exercer alguma influência sobre o seu ambiente. O planejamento é, ainda, um processo contínuo, um exercício mental executado pela empresa, independentemente da vontade específica do gestor. [...] O planejamento estratégico, objetiva ser um processo contínuo e sistemático de tomada de decisões, em que os planos são permanentemente revistos conforme as circunstâncias vão evoluindo, e não segundo um calendário preestabelecido. (SANTOS, 2006, p. 28)

Assim, cabe ao gestor público planejar estrategicamente as suas atribuições para que possa, conhecendo o passado do seu setor, prever e direcionar o futuro, minimizando, assim, os seus pontos fracos e as surpresas negativas:

[...] entende-se que cabe à organização: conhecer, aproveitar e adaptar seus pontos fortes às suas necessidades; conhecer, eliminar ou adaptar seus pontos fracos; conhecer e usufruir as oportunidades externas; conhecer e evitar as ameaças externas [...]. (SANTOS, 2006, p. 29)

Diante de todo o exposto, espera-se que as ações a serem executadas e as decisões a serem tomadas pelo gestor da SPS-Assessoria estejam afinadas com as práticas do planejamento estratégico, sendo abolidas as tendências que levem à improvisação para que o setor possa conhecer suas reais capacidades no desempenho de suas atividades.