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6.1 ASPECTOS GERAIS

Para fazer face aos entraves existentes à comercialização de produtos de construção no interior da União Europeia, decorrentes da disparidade que se verifica entre as normas nacionais, aprovações técnicas e outras especificações e disposições técnicas dos diversos Estados-membros, surgiu a Directiva dos Produtos de Construção 89/106/CEE – CPD (5) [11].

De acordo com este documento, os produtos de construção só deverão ser comercializados “se apresentarem características tais que as obras em que sejam incorporados, montados, aplicados ou instalados, se tiverem sido convenientemente planeadas e realizadas, possam satisfazer os Requisitos Essenciais”.

Os seis Requisitos Essenciais são:

• ER1 – Resistência mecânica e estabilidade • ER2 – Segurança contra incêndios

• ER3 – Higiene, saúde e ambiente • ER4 – Segurança na utilização • ER5 – Protecção contra o ruído

• ER6 – Economia de energia e retenção de calor

Estes requisitos devem ser satisfeitos durante um período de vida útil economicamente razoável.

As directrizes para a aprovação técnica europeia – ETAG (6) – de um produto ou família de produtos definem as exigências que estes devem satisfazer, os processos de ensaio e os critérios de avaliação necessários à apreciação do desempenho em função da utilização prevista e das condições previsíveis de concepção e execução.

Estes documentos são elaborados pelos organismos pertencentes à EOTA (7) e constituem a base para a atribuição das aprovações técnicas europeias – ATE.

(5)

CPD – Construction Products Directive.

(6)

ETAG – European Technical Approvals Guidelines.

(7)

EOTA – European Organisation for Technical Approvals. A EOTA é composta pelos Organismos de Aprovação nomeados pelos Estados-membros da União Europeia e pelos países da EFTA (European

Free Trade Association) que assinaram o acordo sobre o Espaço Económico Europeu.

6.2 REQUISITOS ESSENCIAIS

6.2.1 ER1 – Resistência mecânica e estabilidade

As exigências de resistência mecânica e estabilidade dos elementos construtivos não resistentes incluem-se no requisito Segurança na utilização (ER4).

6.2.2 ER2 – Segurança contra incêndios

As exigências de reacção ao fogo dos ETICS dependem da legislação, regulamentação e disposições administrativas aplicáveis ao edifício. Serão classificados de acordo com a norma EN 13501-1.

6.2.3 ER3 – Higiene, saúde e ambiente 6.2.3.1 Ambiente interior, humidade

Deverão ser consideradas duas exigências associadas à presença de humidade em paredes exteriores, em relação às quais o desempenho do ETICS é decisivo: resistir à humidade proveniente do exterior e evitar a ocorrência de condensação superficiais e internas.

As paredes deverão impedir que a humidade do solo, a precipitação e a neve penetrem na construção e se propaguem a outros elementos construtivos promovendo a sua degradação.

Geralmente a aplicação dos ETICS conduz à redução das condensações superficiais e, em condições normais de utilização, não ocorrem condensações internas no sistema. Nos casos em que exista elevada produção de vapor de água no interior de um edifício, deverão ser tomadas precauções adequadas.

O sistema deverá conservar as suas propriedades após ter sido sujeito aos choques provocados pela circulação e utilização normal (resultantes de acidentes fortuitos ou causados deliberadamente). Deverá também permitir o apoio dos equipamentos de manutenção correntes, sem que isso provoque a sua rotura ou a perfuração do reboco.

São avaliadas as seguintes características do sistema e/ou de alguns dos seus componentes: absorção de água, permeabilidade à água, resistência aos choques, permeabilidade ao vapor de água e características térmicas (incluídas no requisito ER6).

6.2.3.2 Ambiente exterior

Os trabalhos de construção não devem ser fonte de poluição para o ambiente (ar, solo, água). A taxa de libertação de produtos poluentes para o ar exterior, solo e água, dos materiais de construção utilizados em paredes exteriores deverá respeitar a legislação, regulamentação e disposições administrativas aplicáveis ao local onde o produto é aplicado.

6.2.4 ER4 – Segurança na utilização

Embora os ETICS não tenham uma função estrutural, a sua resistência mecânica e a sua estabilidade são alvo de exigências. Os ETICS devem ser estáveis e resistir às combinações das solicitações resultantes das cargas normais tais como: peso próprio, temperatura, humidade, retracção, movimentos da estrutura do edifício e acção do vento (sucção).

6.2.5 ER5 – Protecção contra o ruído

As exigências em matéria de protecção ao ruído não são consideradas, uma vez que elas deverão ser satisfeitas pela parede no seu todo, incluindo o ETICS, e pelas janelas e outras aberturas.

6.2.6 ER6 – Economia de energia e retenção de calor

Esta exigência deverá ser respeitada pela parede, no seu conjunto.

Os ETICS melhoram o isolamento térmico e permitem reduzir as necessidades de aquecimento (no Inverno) e de arrefecimento (no Verão). A resistência térmica dos ETICS deverá ser avaliada, para que possa ser introduzida no cálculo térmico exigido pela regulamentação nacional.

As fixações mecânicas podem causar diferenças localizadas de temperatura. A sua influência deverá ser desprezável para que a resistência térmica do sistema não seja afectada.

6.2.7 Aspectos relativos à durabilidade e aptidão à utilização

Todos os Requisitos Essenciais mencionados acima deverão ser satisfeitos durante a vida útil do sistema e para as acções a que estará sujeito. É importante referir que o suporte poderá influenciar a durabilidade do sistema.

6.2.7.1 Durabilidade do sistema

Os ETICS devem ser estáveis e resistir à temperatura, à humidade e à retracção. Não deverão ser destruídos ou sofrer deformações irreversíveis devido à temperatura.

Devem ser tomadas medidas para evitar a formação de fissuras tanto ao nível das juntas de dilatação da estrutura como nas juntas entre diferentes materiais, por exemplo ligação com janelas.

6.2.7.2 Durabilidade dos componentes

Todos os componentes devem conservar as suas propriedades durante toda a vida útil do sistema para as condições normais de utilização e de manutenção, para que a qualidade do sistema se mantenha.

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