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Imagens de microscopia eletrônica de transmissão (MET) e difração de elétrons em área selecionada (SAED)

SUMÁRIO

EQUAÇÃO 7 onde representa o expoente de desbaste de cisalhamento [107]. Resultados

4.1 HIDRÓXIDOS DUPLOS LAMELARES DE Ni/Al e Co/Al .1 Difratogramas de raios X (DRX)

4.1.4 Imagens de microscopia eletrônica de transmissão (MET) e difração de elétrons em área selecionada (SAED)

As Figuras 28 e 29 apresentam imagens de microscopia eletrônica de transmissão os HDLs de Ni/Al e Co/Al intercalados com cloreto, dodecilsulfato, laurato, palmitato e estearato. Independente da composição das lamelas e ânions intercalados, os cristais dos HDLs se apresentam com hábito típico na forma de placas, de dimensões variadas e espessuras nanométricas. De modo geral, cristais com arestas bem definidas e ângulos próximos a 120° são observadas, o que vai de encontro com a sua estrutura hexagonal. Em maiores magnificações

(Figura 28 b,c) foram observadas franjas mais escuras que correspondem às lamelas empilhadas ao longo do eixo basal (indicada com uma seta na fig. 28b).

Devido à observação de regiões homogêneas ao longo das lamelas o que sugere a existências de monocristais e resistência à decomposição pelo feixe de elétrons, imagens de difração de elétrons em área selecionada (SAED) foram obtidas (Figuras 32 e 33).

O espectro de difração de elétrons do ouro foi utilizado como padrão (Figura 30) e através dessa curva de calibração, pode-se encontrar a relação entre os raios dos anéis (R) e suas distancias interplanares (d) pela seguinte equação.

d = L./R EQUAÇÃO 23

A constante do equipamento L.λ foi determinada pela equação da reta de acordo com os dados da Figura 31. Assim, pode-se obter o valor das distancias interplanares (d) dos spots dos HDLs de Ni/Al e Co/Al a partir de seus comprimentos (R), utilizando-se a cela unitária hexagonal projetada nos espectros.

a b

c d

FIGURA 28: IMAGENS DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO PARA OS COMPOSTOS:

HNiUDT (a), HNiULT (b), HNiUPT (c) e HNiUST (d).

a b

c d

FIGURA 29: IMAGENS DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE TRANSMISSÃO PARA OS COMPOSTOS:

HCoUDT (a), HCoULT (b), HCoUPT (c) e HCoUST (d).

Dados estruturais do ouro:

n (hkl) 1/d (Å) 1 111 0,4246 2 200 0,4904 3 220 0,6935 4 311 0,8130 5 222 0,8496 6 400 0,9804 7 331 1,0684 FIGURA 30: ANÉIS DE DIFRAÇÃO E DADOS ESTRUTURAIS DO OURO.

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2

0 5 10 15 20 25

Equation y = a + b*x Intercept 0.0278333 ± 0.062351 Slope 23.56 ± 0.0928755

R (cm)

1/d (Å-1 )

FIGURA 31: RELAÇÃO DOS VALORES DOS RAIOS DOS ANÉIS DO PADRÃO DE OURO E O INVERSO DA DISTÂNCIA INTERPLANAR.

Para gerar uma maior precisão do valor, foram realizadas medidas passando pelo maior número possível de spots (passando pelo ponto central) e dividindo-se esse valor pelo número de distâncias entre spots. Utiliza-se um software específico para converter número de pixels em centímetros. Essas medidas são realizadas somente dentro da cela unitária na rede recíproca, conforme indexação 100, 010 e 110, nos espectros de SAED (Figuras 32 e 33).

a b

c d

e

FIGURA 32: IMAGENS DE DIFRAÇÃO DE ELÉTRONS EM ÁREA SELECIONADA PARA OS COMPOSTOS HNiUCl (a), HNiUDT (b), HNiULT (c), HPT (d) e HNiUST (e).

[010]

[100]

[110]

[010]

[110]

[100]

[010]

[100]

[110]

[100]

[010] [110]

a b

c d

e

FIGURA 33: IMAGENS DE DIFRAÇÃO DE ELÉTRONS EM ÁREA SELECIONADA PARA OS COMPOSTOS HCoUCl (a), HCoUDT (b), HCoULT (c), HCoUPT (d) e HCoUST (e).

Observando-se as considerações geométricas de cela unitária hexagonal, ou seja: a = b = d110 x 2 e a = b = (d100 x 2) / (3)1/2, os valores dos parâmetros de rede da rede hexagonal podem ser calculados (Tabelas 10 e 11).

TABELA 10: DISTÂNCIAS INTERPLANARESE PARÂMETROS DE REDE DETERMINADOS A PARTIR DA DISTÂNCIA ENTRE OS SPOTS DA FIGURA 21

h kl

d (Å) (parâmetro de rede a)

HNiUCl HNiUDT HNiULT HNiUPT HNiUST

110 1,510 (3,020) 1,514 (3,028) 2,595 (5,190) 2,569 (5,138) 2,595 (5,190) 010 2,626 (3,032) 2,610 (3,014) 4,493 (5,188) 4,549 (5,253) 4,573 (5,280) 100 2,624 (3,030) - 4,496 (5,192) 4,547 (5,250) 4,577 (5,285)

[010] [100]

[110]

[010]

[100]

[110]

TABELA 11:DISTÂNCIAS INTERPLANARESE PARÂMETROS DE REDE DETERMINADOS A PARTIR DA DISTÂNCIA ENTRE OS SPOTS DA FIGURA 22.

hkl d (Å) (parâmetro de rede a)

HCoUCl HCoUDT HCoULT HCoUPT HCoUST

110 1,514 (3,028) 2,652 (5,304) 2,665 (5,330) 1,513 (3,026) 1,515 (3,030) 010 2,628 (3,034) 4,611 (5,324) 4,566 (5,272) 2,649 (3,059) 2,647 (3,056)

100 2,629 (3,035) 4,596 (5,307) - - -

O que se observa nas Figuras 32 e 33, cujos valores estão compilados nas Tabelas 10 e 11, que existem duas situações distintas. No primeiro caso, o qual ocorre para os compostos HNiUCl e HCoUCl, não existe um ordenamento do Al+3 na estrutura e os parâmetros de rede a e b, são definidos pela média das distância entre todos os metais. No caso dos sistemas HNiULT, HNiUPT e HNiUST, existe um ordenamento dos metais em uma geometria esperada para a razão molar 2:1 ou próxima dessa (a(3)1/2 x a(3)1/2), conforme se observa na Figura 34 [149].

Baseado no fato de que a razão molar M+2/Al+3 de 3:1 foi utilizada durante a síntese, não existe uma explicação simples para esse ordenamento porém a hipótese é que alguns monocristais tenham sido obtidos com a composição 2:1 ou próxima desse valor, os quais foram visualizados por SAED, considerando-se ser os cristais que melhor geravam os espectros de SAED. Para o caso dos sistemas HNiUDT, HCoULT, HCoUPT e HCoUST, embora o ordenamento ou não tenham sido observados, não se pode concluir se esse ordenamento existe ou não, pelo caráter policristalino das amostras avaliadas.

FIGURA 34: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA SUPERCÉLULA DE UM HDL COM RAZÃO MOLAR DOS METAIS MII:MIII IGUAL 2:1. SOMENTE SÃO REPRESENTADOS OS METAIS DA LAMELA PARA FACILITAR A VISUALIZAÇÃO.

Ao se observar a Tabela 12, se conclui que os parâmetros de rede calculados pelos difratogramas de raios X e pelos espectros de SAED são consistentes, com flutuações entre as medidas entre 0,2 e 1,2%, o que é bastante coerente baseado na metodologia utilizada. Os valores das distâncias entre os metais são consistentes com a manutenção próxima da razão molar utilizada nos experimentos (3:1). Essas supercélulas não são observadas por difração de raios X porque os picos de difração são de baixa intensidade e somente visíveis nos monocristais, por SAED.

TABELA 12: PARÂMETROS DE REDE a CALCULADOS A PARTIR DO DIFRATOGRAMA DE RAIOS X DA FIGURA 12 A-B

TABELA 13: VALORES DOS PARÂMETROS PARA A EQUAÇÃO 20 DA LEI DE VEGARD.

Parâmetros da Equação 25

TABELA 14: VALOR DO PARÂMETRO DE REDE(aHDL) CALCULADO A PARTIR DA LEI DE VEGARD.

Valor do parâmetro de rede(aHDL) calculado a partir da Equação 20 para os HDLs:

Co/Al (2:1) (alto spin) 3,081

A fim de comprovar a razão molar a partir do parâmetro de rede a observada nos resultados de difração de raios X (Figura 23 A-B) e de SAED, o parâmetro de rede a foi calculado a partir da Lei de Vegard (Equação 25) [150].

Para tais cálculos, foram consideradas as razões molares de 2:1 e 3:1 para os metais MII e MIII, as constantes utilizadas nos cálculos e os valores de aHDL estão nas Tabelas 13 e 14. Os valores das Tabelas 10 (para os sistemas HNiULT, HNiUPT e HNiUST) e analogamente aos da Tabela 14 estão de acordo com parâmetro de rede para HDLs com razão molar 2:1 (MII:MIII).

Mas, não seria correto afirmar que os HDLs não possuem a razão molar prevista (3:1, MII: MIII) e sim uma distribuição aleatória dos metais no HDL. Essa hipótese pode ser verificada pelo alargamento dos picos referentes ao plano (110) da Figura 23 A-B, o qual representa a média das distâncias entre metais em vários cristalitos com variadas proporções metálicas. Esse desordenamento entre os metais na rede cristalina do HDL pode ter ocorrido devido a síntese da ureia, como mostrado no trabalho de Pushparaj e colaboradores [151]. Os autores deste trabalho afirmam que os HDLs preparados pelo método da hidrólise da uréia possuem boa cristalinidade, mas por outro lado apresentam diferenças quando se observa a escala atômica dos metais MII e MIII. O mecanismo proposto pela síntese da uréia é de que, durante a síntese, primeiramente ocorre a formação do hidróxido de alumínio na fase boehmita, e em seguida ocorre a inserção do MII. O HDL formado é considerado rico em Al3+, com desordenamento dos metais na rede cristalina [151].