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A inovação é o importante condutor que possibilitou a sobrevivência da espécie humana, ou seja, inovar faz parte de nossa natureza. Desde a geração das primeiras ferramentas, utensílios e armas, a história da humanidade pode ser exposta e confundida com a história das inovações criadas pelo homem. O homem constantemente inova, buscando satisfazer suas necessidades físicas, lógicas e emocionais (CNI, 2010).

Segundo a Confederação Nacional da Indústria - CNI (2010), a inovação em âmbito científico é o conjunto organizado dos conhecimentos relativos ao universo objetivo, envolvendo seus fenômenos naturais, ambientais e comportamentais. Em âmbito tecnológico pode ser considerado o conjunto ordenado de todos os conhecimentos científicos, empíricos e intuitivos, necessários à produção e comercialização de bens e serviços. E na perspectiva da pesquisa é o conjunto de atividades realizadas de forma intencional e sistemática para produzir novos conhecimentos.

Para Drucker (2005), inovação é atribuir novas capacidades aos recursos existentes na empresa, gerando riqueza. A Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento - OCDE (2007) elaborou o Manual de Oslo, com o objetivo de orientar e padronizar conceitos, metodologias e construção de estatísticas e indicadores de pesquisa de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de países industrializados, afirma que a inovação é uma implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas, concordando com a definição anterior de Drucker (2005).

Utterback (1971) define a inovação como uma invenção que alcançou a fase de iniciação no mercado em se tratando de um novo produto. Se a invenção mencionar a um novo processo, a inovação acontecerá na fase do seu primeiro uso.

Nesse caso, a invenção é uma solução original para uma necessidade.

Utterback (1971) recorda ainda que a ideia por trás desse conceito é de que ela seja levada adiante a ponto de gerar impacto positivo, e não de precaver a consideração de ideias atuais em novos mercados ou aplicações como inovação.

Gopalakrishnan (2000) atenta para distinção entre a visão dos economistas e dos teóricos organizacionais. Os economistas consideram a inovação como sendo um produto, processo ou prática nova para a indústria, enquanto os teóricos organizacionais visualizam a inovação como um produto, processo ou prática nova para a empresa.

Uma organização pode realizar vários tipos de mudanças em seus métodos de trabalho, seu uso de fatores de produção e os tipos de resultados que aumentam sua produtividade e/ou seu desempenho comercial. A OCDE (2007) define quatro tipos de inovações, são eles: inovações de produto, inovações de processo, inovações organizacionais e inovações de marketing.

A OCDE (2007, p.57) define a inovação de produto como sendo:

“A introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos.

Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais”.

Uma inovação de processo é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares (OCDE, 2007).

“Uma inovação de marketing é a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços “ (OCDE, 2007, p.59).

“Uma inovação organizacional é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas” (OCDE, 2007, p.61).

Voltando os olhos para o lado empresarial, autor como Motohashi (1998) afirma haver concordância sobre a percepção de que a inovação, através da melhoria tecnológica, gera a produtividade, a demanda pelos novos produtos e melhora a eficiência, tornando-se um elemento de suma importância para o crescimento.

Todavia, por outro lado estabelece que o mecanismo por meio do qual a inovação atua não é de fácil compreensão devido à disparidade das empresas e dos setores industriais, e da dificuldade em se garantir o retorno financeiro do processo de inovação.

Chaney, Devinney e Winer (1991), defendendo a importância da inovação para as organizações, lembram que muitas análises empíricas têm demonstrado uma relação sólida entre indicadores relacionados à inovação, tais como gastos com Pesquisa & Desenvolvimento (P&D), e a performance das empresas.

Já Tidd (2001), estabelece que conceitualmente não é difícil fazer a relação entre a inovação e a competitividade, e consequentemente, o desempenho das organizações. A forma como a inovação afeta a posição competitiva de uma empresa pode variar dependendo da profundidade da inovação, permitindo à empresa inovadora desde a simples criação de uma nova relação custo–benefício para seu produto até o estabelecimento de um novo padrão de competição que altere o modelo vigente antes da inovação.

Na literatura de estratégia, Porter (1989, p. 153) também indica a importância da inovação. O autor, que trata o tema por “transformação tecnológica” quando se refere ao assunto, aponta que “a transformação tecnológica é um dos principais condutores da concorrência”.

A relevância da inovação para a geração de vantagem competitiva é desenvolvida por Besanko, Dranove e Shanley (2000), dentro de um aspecto econômico neoclássico. Os autores argumentam que a vantagem competitiva advém da habilidade de uma empresa em explorar as oportunidades criadas por choques de mercado.

Besanko, Dranove e Shanley (2000) também chamam a atenção para o fato de que inovar torna-se ainda mais importante em um ambiente de grande competitividade, uma vez que as vantagens competitivas têm menor período de sustentação.

Porter (1989), porém, assim como Besanko, Dranove e Shanley (2000), defende que a transformação tecnológica não é importante por si só, mas é importante se afetar a vantagem competitiva e a estrutura industrial. Na seção 2.2 veremos com mais detalhes a vantagem competitiva.

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