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Instalações elétricas dos serviços de segurança contra incêndio e pânico

2. MOTIVAÇÃO DAS NORMAS

4.2 Instalações elétricas dos serviços de segurança contra incêndio e pânico

Muitos dos equipamentos a serem utilizados em combate ao incêndio como bombas para hidrantes, bombas para sprinkles iluminação de emergência, exaustores de fumaça, sala de

comando e controle, acionamento de sistema fixo de gases para combate a incêndio, sistema de sonorização para avisos de emergência entre outros são dependentes de energia elétrica. Assim é necessário garantir o suprimento a estes equipamentos ao mesmo tempo que a instalação principal seja atingida ou precise ser desligada. Para isso são feitos ajustes específicos nas instalações destes equipamentos.

Para garantir a independência destes do resto da instalação todos estes equipamentos devem ter circuitos elétricos derivados de fontes ou alimentação de emergência de modo a garantir o funcionamento por tempo suficiente para a saída das pessoas, combate ao fogo e salvamento.

A escolha desta fonte independente é uma decisão crítica para a segurança da instalação, sendo indicados 3 tipos possíveis de fontes de segurança:

• Baterias de acumuladores: Esta são baterias simples com uma autonomia delimitada, em geral são mais usadas em equipamentos que não tem um consumo muito alto, como a luminária mostrada na figura 10, e estão localizados em locais muito longe para usar grupo geradores e fontes independentes como iluminação de emergência.

Figura 10: Luminária de emergência autônoma

Fonte: Catálogo Elgin, 2019

• Geradores independentes da fonte normal: Estes são muito usados para suprir bombas, elevadores e outros equipamentos. Em geral são usados Grupo geradores a diesel como o da figura 11.

Figura 11: Gerador a diesel

Fonte: Catálogo Nagano, 2019

• Alimentação da rede pública de distribuição e efetivamente independente da fonte normal

De acordo com o CBMCE em alguns locais específicos é indicado a escolha de geradores como fonte reserva, como eventos de reunião de público acima de 10.000 pessoas, hospitais, aeroportos, data centers, supermercados, shopping centers, parques de diversões, terminais de passageiros, edificações que possuam elevadores comuns ou de emergência, edificações com escada pressurizada, edificações com sistema de controle de fumaça, locais de restrição de liberdade, além de outros locais previstos em normas específicas.

Tão logo o incêndio se inicie é recomendado que seja feito o seccionamento da alimentação principal. Qualquer que seja a fonte reserva escolhida ela deverá ter uma autonomia mínima de 4 horas

Como essa alimentação é essencial para o combate ao incêndio são necessários cuidados quanto à localização da fonte reserva. Caso seja instalada em local confinado deve ter paredes com um tempo de resistência contra fogo de no mínimo 2 horas e com acesso protegido por porta corta fogo (como a mostrada na figura 12).

Figura 12: Porta corta fogo

Fonte: Scala SCI, 2019

No caso do uso de moto geradores além das premissas básicas são necessários alguns cuidados adicionais:

a. O acionamento do motogerador deve ser automático, quando da interrupção no fornecimento de energia normal.

b. O motogerador deve possuir autonomia de funcionamento, conforme normas e regulamentos específicos para suprir todos os equipamentos dos sistemas de segurança por eles atendidos.

c. Em caso de incêndio, o motogerador deve alimentar exclusivamente os quadros e circuitos dos sistemas de segurança, sendo que os quadros e circuitos comuns, por ele atendidos, não devem ser alimentados nessa situação.

d. Deve haver desligamento automático por dispositivos de proteção na ocorrência de curtos-circuitos nos circuitos dos serviços de segurança ou nos circuitos comuns, sendo que estas faltas não podem impedir o funcionamento do motogerador, que deve continuar alimentando os circuitos dos serviços de segurança não submetidos às condições de falta.

e. A sala do gerador deve ser protegida contra fogo, mediante compartimentação com paredes e portas corta fogo. A entrada e a saída de ar do motor não devem comprometer essa compartimentação. (IT-41 CBMESP, 2018, p. 4)

Em caso de incêndio a fonte só deve suprir os equipamentos de emergência. Porém, muitas vezes cotidianamente prédios possuem geradores que são responsáveis tanto por suprir em caso de emergência quanto alguns outros circuitos considerados importantes pelos moradores (como portões de entrada, elevadores, bombas de recalque entre outros) em caso de faltas de energia assim é preciso que haja como fazer o seccionamento destes circuitos não essenciais.

No caso específico de elevadores apenas os elevadores de emergência devem continuar funcionando em incêndios e, portanto, continuar sendo atendidos pela fonte reserva. Contudo são necessárias algumas restrições para ser considerado um elevador de emergência

• Os elevadores de emergência devem ter circuito de alimentação de energia elétrica independente, derivado de fonte ou alimentação de segurança, e ser operado exclusivamente por membros do corpo de bombeiros ou membros da brigada de incêndio com treinamento específico. E devem estar ligados a uma fonte ou alimentação reserva e de segurança, preferencialmente grupo moto gerador.

• Os painéis de comando dos elevadores de emergência devem atender às seguintes condições:

o Estar no pavimento ou piso de descarga;

o Deve possuir chave de comando de reversão para permitir a volta do elevador a este piso, em caso de emergência;

o Possuir dispositivo de retorno e bloqueio dos carros no pavimento da descarga, anulando as chamadas existentes, de modo que as respectivas portas permaneçam abertas, sem prejuízo do fechamento do vão do poço nos demais pavimentos;

o Devem possuir duplo comando automático e manual reversível, mediante chamada apropriada.

• As caixas de corrida (poço) e as casas de máquinas dos elevadores de emergência devem ser enclausuradas e totalmente isoladas das caixas de corrida e casas de máquinas dos elevadores comuns

As proteções contra curto circuito e choques devem ser garantidas não importa qual fonte esteja em funcionamento, porém todos os circuitos e proteções devem ser independentes, qualquer falha em circuitos não essenciais não deve afetar os serviços de emergência. O funcionamento de bombas e equipamentos similares é muito importante assim algumas proteções são proibidas, DR e possíveis proteções de sobrecarga (mantendo apenas as de curto circuito).

protegidos por materiais resistentes ao fogo. Alguns outros circuitos também possuem exigências em normas específicas, como iluminação e alarme.

No caso da iluminação a NT-09 do CBMCE determina que em caso da alimentação por gerador os condutos e as caixas de passagem devem ser em material metálico ou PVC antichama ou caso seja embutido em material com resistência ao fogo de pelo menos 2 horas. A tensão de alimentação destas luminárias deve ser de 30V, caso não seja possível usar a tensão reduzida pode ser utilizado um interruptor diferencial de 30mA com disjuntor termomagnético de 10A.

O sistema de detecção e alarme, de acordo com a NT-012 do CBMCE, deve possuir 2 fontes de alimentação e a fonte auxiliar deve ter autonomia mínima de 24 horas em regime de supervisão e no mínimo 15 minutos de alerta sonoro e/ou visual.

O sistema e equipamentos de sonorização para avisos de emergência devem ser mantidos em funcionamento por um período mínimo de 2h pela fonte de alimentação reserva.

Sistemas de circulação de ar devem ser totalmente desligados em caso de incêndio exceto aqueles relacionados a pressurização de escada e controle de fumaça, estes devem ser devidamente protegidos de modo que o sistema funcione por no mínimo 2 horas.

É usual se ter poços verticais atravessando diversos níveis para a distribuição de linhas elétricas em edifícios. Para evitar a propagação do incêndio nestes poços cada travessia de piso deve ser compartimentada.

Para garantir que haja um rápido entendimento do funcionamento do sistema é exigido que todos os quadros sejam providos de identificação do lado externo de modo legível e não facilmente removível e os respectivos esquemas unifilares devem estar presentes da edificação.

Os elementos de comando de dispositivos de seccionamento e parada de emergência devem ser claramente identificados, de cor vermelha e com um funcho contrastante e devem ser mantidos constantemente desobstruídos e devem operar em extra baixa tensão de segurança

Para evitar interferências deve haver uma separação adequada por distanciamento ou blindagem entre as linhas de energia e sinal e entre as linhas de energia e os condutores de descida do sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

Em locais que possuam plano de Intervenção de incêndio e plano de emergência de edificação estes devem constar todas ações que envolvam instalações ou serviços com eletricidade.

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