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Instituições e mercados financeiros

A maioria das empresas bem -sucedidas tem necessidade constante de fundos, que podem satisfa- zer de três formas a partir de fontes externas. A primeira delas está nas instituições financeiras, que aceitam depósitos e os transferem a quem necessite de fundos. A segunda encontra -se nos mercados

financeiros, fóruns organizados em que ofertantes e demandantes de diversos tipos de fundos podem

negociar. E a terceira é a colocação privada. Por causa da falta de estrutura formal das colocações privadas, nos concentraremos no papel que as instituições financeiras e os mercados financeiros repre- sentam no financiamento das empresas.

Instituições financeiras

As instituições financeiras agem como intermediários, canalizando as poupanças de pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais para empréstimos e investimentos. Muitas instituições finan- ceiras remuneram direta ou indiretamente seus depositantes com juros sobre os recursos depositados; outras prestam serviços em troca de tarifas (por exemplo, contas correntes pelas quais os correntistas paguem encargos). Algumas instituições financeiras aceitam depósitos de poupança da clientela e

Para uma discussão aprofundada das instituições financeiras e dos mercados financeiros, ver o capítulo on -line no site do livro.

Instituição financeira Um

intermediário que canaliza as poupanças de indivíduos, empresas e órgãos do governo para empréstimos e

investimentos.

18 Princípios de administração financeira

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emprestam esse dinheiro a outros clientes ou empresas; outras investem a poupança de seus clientes em ativos remunerados, como imóveis, ações, ou obrigações; e há quem faça as duas coisas. O gover- no exige que as instituições financeiras operem segundo determinadas diretrizes reguladoras.

Principais clientes das instituições financeiras

Para as instituições financeiras, os principais ofertantes e demandantes de fundos são as pessoas físicas, as empresas e os órgãos governamentais. A poupança que os clientes individuais depositam nas instituições financeiras lhes fornecem grande parte dos recursos de que dispõem. Esses clientes não apenas proporcionam recursos às instituições financeiras, como também os demandam delas sob a forma de empréstimos. Entretanto, as pessoas físicas como um todo são ofertantes líquidos para as instituições financeiras: poupam mais do que tomam emprestado.

As empresas também depositam parte de seus recursos nas instituições financeiras, sobretudo em contas correntes mantidas em diversos bancos comerciais. Dessa forma, como as pessoas físicas, as empresas também tomam empréstimos dessas instituições, mas são demandantes líquidos de fundos: tomam mais dinheiro do que poupam.

Os órgãos governamentais mantêm em bancos comerciais depósitos de fundos temporariamente ociosos, alguns tipos de pagamento de impostos e pagamentos à Seguridade Social. Não tomam recur- sos diretamente das instituições financeiras, embora, ao vender títulos de dívida a diversas instituições, acabem tomando delas empréstimos indiretos. Os órgãos governamentais, assim como as empresas, costumam ser demandantes líquidos de fundos: normalmente tomam mais do que poupam. Todos já ouvimos falar do déficit fiscal.

Principais instituições financeiras

As principais instituições financeiras que operam no mercado norte -americano são os bancos comerciais, as associações de poupança e empréstimo, as cooperativas de crédito, as caixas econômi- cas, as companhias de seguro, os fundos de investimento e os fundos de pensão. Essas instituições atraem fundos de pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais, os combinam e oferecem emprés- timos a pessoas físicas e empresas. O site de apoio ao livro traz descrições dos principais tipos de instituição financeira.

Mercados financeiros

Os mercados financeiros são fóruns em que ofertantes e demandantes de fundos podem negociar diretamente. Enquanto as instituições financeiras concedem empréstimos e realizam investimentos sem o conhecimento direto dos ofertantes (poupadores) de fundos, nos mercados financeiros os ofertantes sabem a quem seus recursos foram emprestados ou onde foram investidos. Os dois principais mercados financeiros são o mercado monetário e o mercado de capitais. Transações em obrigações de curto prazo, ou títulos negociáveis, ocorrem no mercado monetário. Títulos de longo prazo — ações e obri- gações — são negociados no mercado de capitais.

Para levantar recursos, as empresas podem usar colocações privadas ou ofertas públicas. A colo-

cação privada envolve a venda direta de uma nova emissão de títulos, geralmente sob a forma de

obrigações ou ações preferenciais, a um ou mais investidores, como seguradoras ou fundos de pensão. A maioria das empresas, contudo, levanta fundos por meio da oferta pública de títulos, que é a venda não exclusiva de obrigações e ações ao público em geral.

Todos os títulos são originalmente emitidos no mercado primário, o único em que o emissor, seja ele corporativo ou governamental, se envolve diretamente na transação e se beneficia diretamente da emissão. Ou seja, a empresa efetivamente recebe o produto da venda dos títulos. Uma vez que os títulos comecem a ser negociados entre poupadores e investidores, tornam -se parte do mercado secun-

dário. O mercado primário é aquele em que se negociam títulos ‘novos’. O secundário pode ser

considerado um mercado de títulos de ‘segunda mão’.

Relação entre instituições e mercados

As instituições financeiras participam ativamente dos mercados financeiros na qualidade de ofer- tantes e demandantes de fundos. A Figura 1.4 representa o fluxo geral de fundos por meio das institui- ções financeiras e dos mercados financeiros e entre eles; também são apresentadas as colocações privadas. As pessoas físicas, empresas e órgãos governamentais que fornecem e demandam fundos podem ser nacionais ou estrangeiros. A seguir, discutiremos sucintamente o mercado monetário,

Dica Pense em como seria ineficiente se cada poupador tivesse que negociar com cada demandante de poupança em potencial. As instituições fazem com que o processo seja mais eficiente, agindo como intermediárias entre poupadores e tomadores de fundos.

Mercados financeiros

Ambientes nos quais os fornecedores e os demandantes de fundos podem realizar negócios diretamente.

Colocação privada Venda de

uma emissão de novos títulos, geralmente obrigações ou ações preferenciais, de forma direta a um investidor ou a um grupo de investidores.

Oferta pública Venda não

exclusiva de obrigações ou ações ao público em geral.

Mercado primário Mercado

financeiro no qual ocorrem as emissões iniciais de títulos; único mercado no qual o emitente está diretamente envolvido na transação.

Mercado secundário

Mercado financeiro no qual são negociados títulos previamente emitidos.

Capítulo 1 – O papel e o ambiente da administração financeira 19

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inclusive seu equivalente internacional — o mercado de euromoedas. E concluiremos a seção com uma discussão sobre o mercado de capitais, que é de crucial importância para a empresa.

Mercado monetário

O mercado monetário é criado por uma relação financeira entre ofertantes e demandantes de

fundos de curto prazo (com vencimento em um ano ou menos). Os mercados monetários existem

porque algumas pessoas físicas, empresas, órgãos governamentais e instituições financeiras dispõem de fundos temporariamente ociosos aos quais desejam dar uso remunerado. Ao mesmo tempo, outras pessoas físicas, empresas, órgãos governamentais e instituições financeiras têm necessidade sazonal ou temporária de financiamento. O mercado monetário aproxima esses ofertantes e demandantes de fundos de curto prazo.

A maior parte das transações do mercado monetário se dá em títulos negociáveis — instrumentos de dívida de curto prazo, como Letras do Tesouro Norte -americano, notas promissórias comerciais e certificados de depósito negociáveis, emitidos, respectivamente, pelo governo, por empresas e por instituições financeiras. (Os títulos negociáveis serão descritos no Capítulo 14.)

Mercado de euromoedas

O equivalente internacional do mercado monetário interno é chamado de mercado de euromoe-

das. Trata -se de um mercado em que se negociam depósitos bancários de curto prazo em dólares ou

outras moedas facilmente conversíveis. Os depósitos de euromoedas surgem quando uma empresa ou pessoa física faz um depósito bancário em uma moeda que não a do país onde o banco está loca- lizado. Se, por exemplo, uma multinacional depositasse dólares norte -americanos num banco de Londres, isso criaria um depósito de eurodólares (um depósito em dólares num banco europeu). Quase todos os depósitos em eurodólares constituem depósitos a prazo, o que significa que o banco se com- promete a restituir o depósito, com juros, em uma determinada data futura — seis meses, digamos. Nesse meio tempo, o banco está livre para emprestar os fundos depositados a tomadores empresariais ou governamentais dignos de crédito. Se o banco não conseguir encontrar um tomador por conta própria, pode emprestar o depósito a outro banco internacional.

Mercado de capitais

O mercado de capitais é aquele que permite transações entre ofertantes e demandantes de fundos

de longo prazo, como as emissões de títulos de empresas e órgãos governamentais. A espinha dorsal

desse é formada pelos mercados de corretagem e de distribuição, que fornecem um fórum para tran- sações com obrigações e ações. Também há mercado de capitais internacionais.

Mercado monetário A

relação financeira criada entre fornecedores e tomadores de

fundos de curto prazo.

Títulos negociáveis

Instrumentos de dívida de curto prazo, como letras do Tesouro, notas promissórias comerciais e certificados de depósito, emitidos por governos, empresas e instituições financeiras, respectivamente.

Mercado de euromoedas

Equivalente internacional do mercado monetário nacional.

Dica Lembre -se de que o

mercado monetário serve para a

captação de fundos de curto prazo e é representado no balanço pelo passivo circulante. O mercado de capitais é para levantamento de fundos a longo prazo e encontra -se refletido no balanço patrimonial no passivo não circulante e patrimônio líquido.

Mercado de capitais Um

mercado que possibilita a realização de transações por ofertantes e demandantes de

fundos de longo prazo.

Colocação privada Ofertantes de fundos Demandantes de fundos Instituições financeiras Mercados financeiros Fundos Depósitos/ações Fundos Empréstimos Títulos Títulos Títulos Titulos Fundos Fundos Fundos Fundos

Fluxo de fundos para instituições e mercados financeiros Fluxo de fundos FIGURA

1.4

20 Princípios de administração financeira

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Principais títulos negociados: obrigações e ações

Os principais títulos dos mercados de capitais são as obrigações (dívida de longo prazo) e as ações

ordinárias e preferenciais (títulos de participação acionária, ou propriedade).

As obrigações são instrumentos de dívida de longo prazo usados por empresas e órgãos gover- namentais para levantar grandes somas de dinheiro, geralmente junto a um grupo variado de aplica- dores. As obrigações emitidas por empresas costumam pagar juros semestrais a uma determinada taxa

de juros contratual (cupom). Apresentam vencimento inicial entre 10 e 30 anos e valor de face, ou nominal, de $ 1.000 a ser restituído na data de vencimento. As obrigações são descritas em detalhes

no Capítulo 6.

EXEMPLO

A Lakeview Industries, uma importante fabricante de microprocessadores, emitiu uma obri-

gação com cupom de 9%, prazo de 20 anos e valor de face de $ 1.000, pagando juros a cada seis meses. Os investidores que adquirem esse título recebem o direito contratual a $ 90 de juros anuais (taxa de 9% × valor de face de $ 1.000), distribuídos em $ 45 a cada 6 meses (1/2 × $ 90) durante 20 anos, mais o valor de face de $ 1.000 no final do vigésimo ano.

Como já vimos, as ações ordinárias constituem unidades de propriedade de uma empresa, ou seja, de participação acionária. Os acionistas ordinários são remunerados pelo recebimento de dividendos — distribuições periódicas de lucros — ou pela realização de ganhos com a elevação do preço da ação. As ações preferenciais representam um tipo especial de participação acionária que apresenta carac- terísticas tanto de obrigação quanto de ação ordinária. Aos acionistas preferenciais é prometido um dividendo periódico fixo que deve ser satisfeito antes de quaisquer dividendos aos acionistas ordinários. Ou seja, esse tipo de ação tem ‘preferência’ em relação à ordinária. As ações preferenciais e ordinárias são detalhadamente descritas no Capítulo 7.

Mercados de corretagem e de distribuição

A vasta maioria das transações realizadas por investidores individuais se dá no mercado secundá- rio. Quando analisamos o mercado secundário no que concerne a como os títulos são negociados, vemos que ele pode ser dividido em dois segmentos: os mercados de corretagem e os mercados de distribuição.

A principal diferença entre os mercados de corretagem e de distribuição é um aspecto técnico que se refere à maneira como as transações se realizam. Ou seja, quando ocorre uma transação num

mercado de corretagem, os dois lados do negócio, comprador e vendedor, reúnem -se e a transação

se dá nesse ponto: a parte A vende seus títulos diretamente à compradora, a parte B. De certa forma, com a ajuda de uma corretora, os títulos efetivamente mudam de mãos no pregão da bolsa. O mer cado de corretagem consiste em bolsas de valores nacionais e regionais, organizações que fornecem um mercado onde as empresas podem levantar fundos por meio da venda de novos títulos, e os compra- dores desses títulos podem revendê -los.

Por outro lado, quando as transações ocorrem num mercado de distribuição, o comprador e o vendedor nunca entram em contato direto. Em vez disso, os market makers executam ordens de com- pra e venda. Market makers são distribuidoras de títulos que ‘fazem os mercados’ ao oferecer a compra ou a venda de determinados títulos a determinados preços. Essencialmente, são realizadas duas tran- sações separadas: a parte A vende seus títulos (da Dell, digamos) para uma distribuidora e a parte B compra esses títulos (da Dell) de outra, ou possivelmente a mesma, distribuidora. Dessa forma, há sempre uma distribuidora (market maker) de um dos lados de uma transação entre distribuidora e mercado. O mercado de distribuição se compõe do mercado Nasdaq, uma plataforma de negociação inteiramente eletrônica usada para executar transações com títulos, e do mercado de balcão, onde são negociados títulos de menor importância e não cotados em bolsa.

Mercados de corretagem. Se você é como a maioria dos investidores individuais, quando pensa

no ‘mercado de ações’ a primeira coisa que lhe ocorre é a Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Na verdade, a NYSE é o principal mercado de corretagem. Esse mercado também inclui a American Stock Exchange (AMEX), que é outra bolsa nacional, além de várias bolsas regionais. Essas bolsas respondem por cerca de 60% do volume monetário total das ações negociadas no mercado acionário dos Estados Unidos. Nos mercados de corretagem, todas as transações se dão nos pregões centralizados.

A maioria das bolsas é inspirada na de Nova York. Para que os títulos de uma empresa sejam cotados em bolsa, ela precisa apresentar um pedido de cotação e atender a uma série de exigências.

Obrigação (bond)

Instrumento de dívida de longo prazo usado pelas empresas e pelos governos para captar grandes somas de recursos, geralmente de um grupo diversificado de investidores.

Ação preferencial Uma

forma especial de participação no capital de uma empresa. Dá direito a dividendo periódico fixo, antes que quaisquer dividendos sejam pagos aos acionistas ordinários.

Mercado de corretagem As

bolsas de títulos nas quais os dois lados de uma transação, comprador e vendedor, reúnem -se para negociar títulos.

Bolsas de valores

Organizações que fornecem o local para as empresas levantarem fundos por meio da emissão de títulos e os investidores revenderem seus papéis.

Mercado de distribuição

Mercado em que o comprador e o vendedor não entram em contato direto, sendo suas ordens executadas por distribuidoras que ‘fazem os mercados’ dos títulos em questão.

Market makers Agentes que

‘fazem os mercados’ ao ofertarem a compra ou venda de determinados títulos, a determinados preços.

Mercado Nasdaq Uma

plataforma totalmente eletrônica usada para executar transações com títulos.

Mercado de balcão Um

mercado onde são negociados títulos de menor importância e não cotados em bolsas de valores.

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Por exemplo, para fazer jus à cotação na NYSE, a empresa precisa ter pelo menos 2.200 acionistas com 100 ou mais ações cada; um mínimo de 1,1 milhão de ações existentes; lucro antes do imposto de renda de pelo menos $ 10 milhões nos três anos anteriores, sem prejuízos nos dois anos anteriores; e um valor de mercado mínimo das ações em mãos do público de $ 100 milhões. É óbvio que somen- te empresas grandes e com ações bem distribuídas se candidatam à cotação na NYSE.

Uma vez colocada, uma ordem de compra ou venda na NYSE pode ser executada em minutos, graças a sofisticados sistemas de telecomunicação. Novos sistemas de corretagem pela internet permi- tem que os investidores emitam eletronicamente suas ordens de compra e venda. As informações sobre os títulos negociados podem ser encontradas em diversos meios, sejam impressos, como o Wall Street

Journal, sejam eletrônicos, como o MSN Money (www.moneycentral.msn.com).

Mercados de distribuição. Uma das principais características do mercado de distribuição é a

ausência de pregões centralizados. Em vez disso, esse mercado se compõe de grande número de market

makers ligados uns aos outros por uma rede de telecomunicação em massa.

Cada market maker é uma distribuidora de valores que cria um mercado para um ou mais títulos por meio da oferta de compra ou venda desses títulos a preços determinados. O preço ofertado e o

preço demandado correspondem, respectivamente, ao preço mais alto oferecido pela compra de um

dado título e o preço mais baixo a que o título é oferecido para venda. Na prática, o investidor paga o preço ofertado ao comprar títulos e recebe o preço demandado quando os vende.

Como já vimos, o mercado de distribuição se compõe do mercado Nasdaq e do mercado de

balcão, que, juntos, respondem por cerca de 40% do total de ações negociadas nos Estados Unidos —

sendo que a Nasdaq é responsável pela esmagadora maioria das transações. (Vale observar que o

mercado primário também é um mercado de distribuição porque todos os novos títulos são vendidos

ao público investidor por distribuidoras de valores em nome do banco de investimento.)

O maior mercado de distribuição consiste num grupo seleto de ações cotadas e negociadas na

National Association of Securities Dealers Automated Quotation System, comumente conhecida como Nasdaq. Fundada em 1971, a Nasdaq tem suas raízes no mercado de balcão, mas é hoje considerada uma entidade inteiramente autônoma que não pertence mais a esse mercado. Na verdade, em 2006

a Nasdaq foi formalmente reconhecida pela SEC como ‘bolsa’, o que lhe confere essencialmente a mesma estatura e prestígio de que goza a NYSE.

Mercados internacionais de capitais

Embora os mercados de capitais norte -americanos sejam os maiores do mundo por ampla margem, há importantes mercados de dívida e ações fora dos Estados Unidos. No mercado de euro -obrigações, empresas e órgãos governamentais costumam emitir obrigações em dólares e vendê -las a investidores domiciliados fora dos Estados Unidos. Uma empresa norte -americana pode, por exemplo, emitir obri- gações em dólares americanos para serem compradas por investidores da Bélgica, Alemanha ou Suíça. Por meio do mercado de eurobônus, as empresas e órgãos governamentais emissores podem explorar um conjunto muito maior de investidores do que o que costuma estar disponível no mercado interno.

O mercado de obrigações estrangeiras é outro mercado internacional de títulos de dívida de longo prazo. Uma obrigação estrangeira é aquela emitida por uma empresa ou órgão governamental estran- geiro em sua moeda local e vendida no mercado do investidor. Uma obrigação emitida por uma empresa norte -americana que seja denominada em francos suíços e vendida na Suíça constitui um exemplo de obrigação estrangeira. Embora esse mercado seja muito menor do que o de euro -obrigações, muitos emissores o consideram uma maneira atraente de explorar os mercados de dívida da Alemanha, do Japão, da Suíça e dos Estados Unidos.

Por fim, o mercado internacional de ações permite que sociedades por ações vendam blocos de ações simultaneamente a investidores em diferentes países. Esse mercado permite que as empresas levantem volumes de capital muito maiores do que os que seriam possíveis em qualquer mercado nacional por si só. As vendas internacionais de ações também se revelaram indispensáveis aos gover-