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2 METODOLOGIA DO ESTUDO

2.2 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO

2.2.1 - QUESTIONÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICO

Este questionário foi elaborado por nós com o objectivo de recolha de informação para melhor caracterização da amostra. O questionário permitiu recolher dados sócio-demográficos (nome, idade, sexo, escolaridade, profissão, estado civil, residência) e seleccionar indivíduos para constituição da amostra (patologias e problemas fiscos).

O questionário foi aplicado sob entrevista devido ao baixo nível de escolaridade dos indivíduos.

2.2.2 – AVALIAÇÃO DO INDICE DE MASSA CORPORAL

O peso foi medido numa balança calibrada às 100 gramas, e a altura medida com uma fita métrica, sendo sempre o mesmo observador em ambas as situações e nos dois grupos do nosso estudo.

Depois da recolha das medidas antropométricas, peso e altura, foram calculados os Índices de Massa Corporal (IMC). O IMC resultou de uma equação que se estabelece uma relação entre o peso e a altura de um indivíduo. O IMC resulta da divisão do valor do peso, em quilogramas (Kg), pelo valor do quadrado da altura, em metros (m²), sendo expresso em quilogramas por metro quadrado (Kg/m²), (IMC = Peso / Altura²) (Sobral, 1985).

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2.2.3 - QUESTIONÁRIO DE ESTADO DE SAÚDE SF-36 (VERSÃO PORTUGUESA)

O instrumento genérico adoptado para este estudo é a 2ª Versão Portuguesa do MOS – SF36. Esta versão contém 36 itens e cobre oito dimensões de estado de saúde e detecta tanto os estados positivos como os negativos de saúde.

As dimensões que constituem este questionário são:

• Função física (FF), permite medir desde as limitações para executar AF menores até às actividades mais extenuantes.

• Desempenho físico e emocional (DF e DE), permitem medir a limitação em saúde em termos do tipo e da quantidade de trabalho executado. • Dor Corporal (DC), permite medir a intensidade e o desconforto

causados pela dor mas também a forma como interfere nas actividades normais.

• Saúde em Geral (SG), permite medir o conceito de percepção holística da saúde, incluindo não só a saúde actual mas também a resistência á doença e aparência saudável.

• Vitalidade (VT), inclui níveis de energia e fadiga permitindo captar melhor as diferenças de bem-estar.

• Função Social (FS), permite captar a quantidade e qualidade das actividades sociais, assim como o impacto dos problemas físicos e emocionais nas actividades sociais do respondente.

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• Saúde Mental (SM), inclui questões referentes a quatro dimensões de saúde mental, a ansiedade, a depressão, a perda e controlo em termos comportamentais ou emocionais e o bem-estar psicológico.

Estas oito escalas podem ser agrupadas em duas componentes, a saúde física e a saúde mental. As respostas aos questionários não estão, à partida e de imediato em condições de serem usados. Os dados em bruto provenientes da codificação das respostas ao questionário não estão, à partida e de imediato em condições de serem usados. Há que os fazer passar por um procedimento, que os torne coerentes e interpretáveis em futuras manipulações. Os dados devem passar pelas fazes seguintes: 1ª introdução de dados; 2ª transformação de valores; 3ª tratamento de dados; 4ª calculo das escalas; 5ª Verificação.

Tabela 1 – Descrição da transformação de valores do MOS SF-36

Escala Itens Valores Itens sujeitos a Transformação FF- função social 3a – 3j 1 -3 ________________________

DF – desempenho físico 4a – 4d 1 – 2 ________________________

DC – dor corporal 7,8 1 – 5 7* e 8*

SG – saúde geral 1, 11a – 11d 1 – 5 1** , 11b*, 11d*

VT – vitalidade 9a, 9e, 9g, 9i 1 – 5 9a* e 9e*

FS – função social 6, 10 1 – 5 6*

DE – desempenho

emocional 5a – 5c 1 – 5 _______________________ SM – saúde mental 9b, 9c, 9d, 9f, 9h 1 – 5 9d* e 9h*

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Todas as possíveis 36 respostas devem ser verificadas. A pontuação do MOS SF-36 em alguns itens tem de ser transformada. Nos itens das dimensões DC, SG, VT, FS, e SM tem de ser feita uma inversão dos valores. Nos itens das dimensões DC e SG tem que ser feita uma recalibração.

A pontuação de uma escala pode-se estimar mesmo quando esta contém informação omissa, desde que tenham sido dadas as respostas de metade dos itens que compõem cada escala. A solução é dada pela média das respostas transformadas do mesmo indivíduo aos itens restantes da escala (Ferreira, 2000).

De seguida faz-se a pontuação de cada escala através de uma simples soma das respostas aos itens que a compõem. Os valores das escalas são depois transformados para uma escala de 0 a 100 através da fórmula seguinte:

Escala Transformada = Soma – (MIN / MAX – MIN) * 100

Os valores obtidos através da fórmula correspondem à percentagem da total pontuação possível. Quanto mais baixa é a pontuação, pior será o estado de saúde do indivíduo, em relação à dimensão analisada.

É aconselhável que, no fim deste processo, seja feita uma verificação dos valores obtidos e das respectivas distribuições. Devem então ser e percorridos os seguintes passos de verificação (Ferreira, 2000):

• As correlações entre cada escala e os itens que compõem devem ser positivas e altas (0,30, pelo menos);

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• As correlações entre a escala SG e as sete escalas devem ser positivas e, com raras excepções, ser altas;

• As correlações entre as oito e o primeiro factor não rodado obtido pela análise factorial devem ser positivas.

Alguns dos procedimentos acima descritos, não se aplicaram neste estudo, pois os questionários não foram auto-administrados. O método usado foi a recolha de dados por entrevista, devido ao baixo nível de escolaridade da maior parte dos indivíduos, evitando assim a existência de dados omissos ou resposta dupla para uma questão.

O campo de aplicação do SF-36 é muito vasto, podendo ser utilizado para caracterizar o estado de saúde da população em geral e o impacto de determinadas medidas a nível estrutural e politico, mas também para caracterizar o estado de saúde de grupos específicos, bem como pode ser utilizado para o apoio à tomada de decisão de prestadores de cuidados (Ferreira, 2000).

2.2.4 - QUESTIONÁRIO DE BAECK MODIFICADO

Para caracterizar a AF dos indivíduos foi aplicado o questionário de Baecke modificado, que foi baseado no questionário de Baeck et al. (1982) e validado por Voorrips et al. (1991) num estudo que procurava identificar a QV da terceira idade. Os autores reconheceram que era importante que, para além das medidas de saúde e estado nutricional se avaliasse, com precisão, a AF.

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A adaptação teve em conta que os idosos perdem normalmente, a actividade ocupacional e registam alterações de memória de curto prazo, da visão e nalgum casos da escrita (Baecke et al.,1982).

Este questionário avalia a quantidade, variedade e qualidade de tarefas domésticas (ADom) executadas e ainda a quantidade e qualidade das actividades desportivas (ADesp) e das actividades de tempos livres (ATLiv).

As questões que se referem às ADom têm 4 ou 5 possíveis respostas, que numa escala de “Lickert” se situam entre o inactivo e o muito activo. As ADesp e ATLiv foram classificadas de acordo com a postura e tipo de movimentos, tendo por base a tabela de códigos para o Questionário de Baecke Modificado (em anexo).

O resultado do questionário que diz respeito à AF é calculado pela fórmula seguinte:

Score do Questionário AFt (actividade física total) = Score ADom + Score ADesp + Score ATLiv.

O resultado indica a actividade total do idoso e os seus valores foram usados para dividir a amostra em dois subgrupos: os mais activos que apresentam valores de AFt acima da mediana e os menos activos assumem valores abaixo.

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