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Instrumentos de ligação e apoio às escolas

1. A APRESENTAÇÃO DAS ETAPAS DO ESTUDO DE CASO SOBRE O

1.2 A Avaliação e a Intervenção: O PIP

1.2.3 Instrumentos de ligação e apoio às escolas

Definidas as metas, o passo seguinte foi a criação de canais de aproximação entre a SEE e as escolas, viabilizando a gestão efetiva das 2.450 escolas do siste- ma que têm os anos iniciais. Nesse sentido, as principais ações foram visitas às es- colas em situação mais crítica, visando difundir as melhores práticas e orientar a e- quipe regional, quanto ao indispensável acompanhamento mensal das escolas. A publicação Guia para professores e diretores de escola foram entregue a eles, sen- do importante mencionar, ainda, o livro didático Cantalelê, que, adotado pelas esco- las, a elas chegou, de fato.

Com vista a fazer face aos desafios de implantação e implementação do PIP, definiram-se sua organização e ferramentas de apoio, que serão expostas a seguir.

1.2.3.1 Estrutura organizacional

Um dos grandes desafios do programa como um todo ainda é a chegada à sala de aula, em um sistema educacional com 2.450 escolas, distribuídas em 853 municípios.

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Relatório Completo do Programa de intervenção Pedagógica, 2010, da SEE/MG

9 Acordo de Resultados-Cláusula oitava, que trata do pagamento de prêmio por produtividade. Dis-

É um sistema fortemente hierarquizado, com um número expressivo de níveis entre a administração do Órgão Central e as escolas, sendo que o PIP tinha como objetivo entrar na sala de aula de cada uma, para apoiá-la.

Uma medida tomada na direção de enfrentar o desafio foi a designação, em 2008, de 53 analistas para a equipe central, todos com nível superior e experiência reconhecida na área de alfabetização.

A equipe passou a dedicar duas semanas por mês a visitas às Regionais de Ensino e às escolas em situação crítica, aquelas que apresentavam maior número de alunos BD, denominadas, desde então, “escolas estratégicas”. Os objetivos es- pecíficos do trabalho eram, em primeiro lugar, capacitar às equipes regionais; em segundo lugar, disseminar os conceitos-chave da alfabetização, e da avaliação, fa- vorecendo apropriação de resultados pelas escolas. Por último, buscavam acompa- nhar o trabalho das escolas, captando suas necessidades e dificuldades e utilizando tais informações na adaptação e no desenvolvimento de novas políticas para a SEE.

A equipe regional foi ampliada para 1.500 pessoas, distribuída entre as 46 SREs, tendo suas atribuições e responsabilidades precisamente definidas, de modo a fazer o PIP chegar às escolas. Finalmente, nas escolas, cenário onde se dá efeti- vamente o processo ensino e aprendizagem, 4.500 especialistas, supervisores pe- dagógicos, reafirmaram sua função de suporte aos 10.000 professores. A estrutura organizacional mostrou-se eficaz e continua funcionando.

O Quadro 3 explicita as instruções de auxílio às equipes regionais, durante as visitas da equipe regional.

Quadro 3 - Instruções de auxílio às equipes regionais

Fonte: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Relatório do Programa Alfabetização no Tempo Certo: 2006 a 2010, p. 15.

1.2.3.2 Materiais e ferramentas de apoio

Visando apoiar as atividades do programa, algumas ferramentas devem ser mencionadas, de maneira a destacar o empenho na consecução do PIP e, de outro lado, indicar possíveis falhas de gestão, prejudiciais para o alcance de metas. A im- plicação de um plano de ação que não apenas solucione os problemas encontrados, mas faça avançar a busca pela equidade e consequente melhoria de qualidade de ensino em Minas Gerais, é o objeto do trabalho proposto e apresentado nesta dis- sertação.

Com foco específico no desenvolvimento de atividades voltadas para o ensino em sala de aula, foram elaborados e entregues os 12 Guias do Professor Alfabetiza- dor, para ser utilizado em sala de aula, visando melhorar a didática do professor. A publicação apresenta sugestões de atividades, desenvolvidas para que os alunos adquiram as competências essenciais. A eficácia dos guias foi atestada por algumas

Check List para visita às escolas

Visitar no mínimo uma sala de aula, olhar os cadernos dos alunos e tomar a leitura.

Assistir pelo menos uma aula e dar orientação ao professor após o final da aula em conjunto com o especialista e a equipe regional.

Propor, se necessário, ajustes e melhoras no plano de intervenção peda- gógica da escola.

Fazer o acompanhamento do plano de intervenção pedagógica.

Assegurar-se de que o PIP sugerido para esta escola é o mais adequado e efetivamente ajudará os alunos a aprender a ler e escrever.

Saber quais são os 3 próximos passos desta escola em relação à imple- mentação do seu PIP.

Sugerir uma lista com os 3 próximos passos desta escola em relação à implementação do seu plano de intervenção pedagógica para ser afixada na sala do diretor, na sala dos especialistas e na sala dos professores. Preparar uma lista com os pontos a serem observados na escola em rela-

ção à implementação de seu plano de intervenção pedagógica em nossa próxima visita.

escolas da rede particular de ensino e das redes municipais que passaram a utilizá- los em práticas de alfabetização.

Outra ferramenta de apoio foi o Guia do Especialista de Educação Básica, posto à disposição da escola, para orientar o especialista no trabalho de acompa- nhamento do processo de ensino/aprendizagem. Paralelamente, todos os alunos do 1º ano, aos 6 anos de idade, receberam o livro didático Cantalelê, representando grande contribuição para a sistematização da alfabetização.

Ao mesmo tempo, procedeu-se ao mapeamento de boas práticas pedagógi- cas já existentes nas escolas de Minas Gerais, ou seja, aquelas que obtiveram bons resultados na avaliação do Proalfa, do que resultou a elaboração dos Cadernos de Boas Práticas, mostrando, aos educadores, exemplos de práticas implementadas nas escolas que apresentavam desempenho considerado excelente.

Reconhecendo a fundamental importância do planejamento e da gestão esco- lar para a implantação e implementação de qualquer programa que aconteça na es- cola, foi elaborado o Guia do Diretor Escolar, oferecendo noções e sugestões de gestão e planejamento, de modo a apoiar os gestores em suas ações no cotidiano da escola.

Por fim, cabe mencionar a implantação do Monitoramento Online, destinado às equipes regionais que, por meio de relatórios, acompanhava o processo em curso nas escolas visitadas, possibilitando ao Órgão Central ter uma visão integrada e a- tualizada do que, de fato, acontecia na escola. Essa ação foi, sem dúvida, um ponto de partida privilegiado para buscar soluções viáveis para cada problema detectado.