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Inversão dos signos no Hemisfério Sul

No documento O QUE O CÉU E OS HOMENS ME ENSINARAM (páginas 37-43)

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u já não tinha mais o sábio, a voz do Mestre, ao meu lado, quando li o livro de Demétrio Toledo em 1943, com as ideias de Don Neroman, declarando que no Hemisfério Sul os signos são os opostos: “os signos zodiacais são a atmosfera, o sensitivo da Terra e simbolizam as estações do ano e Áries, a primavera, no Hemisfério Sul é em 23 de setembro. Áries é o novo brotar”.

Como? Eu teria errado em tudo que observei até agora? Mas eu não podia negar uma ideia sem estudar e observar. A Astrologia e o que se conhecia dela era transmitida no Hemisfério Norte e é lógico que poderia ser diferente. Fiz inúmeras pesquisas. Calculei o Ascendente, posição do Sol e Lua para perguntar a todos que se aproximavam de mim: tu és isto ou aquilo? Pus as pessoas em choque para ver a primeira reação e nunca pude constatar o contrário da tradição astrológica que nos foi transmitida pelos caldeus.

Pelas observações e estudos realizados no Hemisfério Sul, pela experiência e não por livros ou estudos de outros, cheguei à seguinte conclusão: a Terra é um ser vivo e os signos zodiacais são o sensitivo desse ser. A Astrologia é a mesma, tanto considerando o norte como o sul da Terra.

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A única diferença que observei entre as duas partes do globo

terrestre é que no norte a infl uência do Sol é maior na mentalidade e que no sul a Lua age com maior força sobre a emotividade. Deve ser porque no norte a maior parte é terra e no sul é água. Disto resulta também, a partir de casos que observei, que muitas mulheres que são estéreis no Hemisfério Norte, ao virem para o sul, conceberam.

Em geral esta teoria da inversão dos signos no Hemisfério Sul está superada, mas de vez em quando alguém ainda a retoma. A melhor resposta, nesse caso, é a pergunta: como será então no equador?

Com todo esse “susto” de ver abalado tudo o que eu tinha estudado e afi rmado, fi cou aberta a questão: o que é o Zodíaco? Nessa ocasião, me visitou um amigo de Cedaior, membro da Sociedade de Astronomia da França, que me disse: tudo que tu fazes está muito bem, já que permite sustentar tua família, mas tens que compreender que isso não existe. Os tempos passaram desde que foram dados esses nomes e as constelações já são outras. Do ponto de vista da Astronomia eu tinha que dar razão a ele, mas de maneira alguma abalava minha observação astrológica. Do ponto de vista pessoal fi quei terrivelmente chocada. Já foi um sofrimento ter que pedir remuneração por meus trabalhos, que fazia por idealismo e gostaria de dar a todo mundo, mas ainda vir me dizer “explore, se eles te acreditam”. Esta é a acusação que os adversários da Astrologia fazem aos astrólogos, de que estão mantendo uma ideia não fundamentada apenas por interesse fi nanceiro.

Para todo astrólogo sincero, cada Horóscopo não é uma afi rmativa, mas um estudo profundo, no qual ele procura a confi rmação da

comparação entre o céu e a vida terrestre. Nunca dei uma resposta a uma consulta sem o estudo exato e todos os cálculos minuciosos do tema. E agora virem me dizer “continue se te dá dinheiro, mas é ilusão”! Isso foi uma grande tempestade, um abalo sísmico na minha vida e hoje eu sei o valor das tempestades que sacodem os velhos galhos e trazem a nova vida ozonifi cando a Terra e as ideias. Em mim, então, havia só uma ideia, um grito: hei de mostrar o que são os signos zodiacais, mesmo quando não são idênticos às constelações!

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O prêmio

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eria talvez mais certo chamar este capítulo de “O ovo de Colombo”, pois relata como e quando achei o que era tão simples e sabido desde que a humanidade buscou o porquê da vida.

No meu Horóscopo, há uma quinta casa muito forte, com Júpiter e Sol em Aquário, formando um triângulo com Marte e Ascendente na primeira casa e Plutão na nona casa, o que explica meu interesse por Astrologia e por ter me lançado nela e em tudo que deriva dela de corpo e alma.

Na teoria astrológica, porém, isso me dá também “sorte com loteria”. Em 1932 eu tinha tentado isso. Dois anos antes declarei que “daqui a dois anos vou jogar na loteria”. Foi quando meu terceiro filho nasceu. Eu, ainda na cama, ouvi meu marido discutir com a dona da casa, dizendo que ele pagaria o aluguel somente depois de eu estar fora de perigo, porque em outro parto já havia passado mal. Ouvindo isso, senti-me revoltada de nossa vida de arte, filosofia e Astrologia: sempre essa luta de aluguel e a falta de dinheiro! De repente, lembrei-me: a loteria! Com a “sorte” do nascimento do filho eu tinha esquecido a intenção de jogar na loteria! Falei a Cedaior: ligeiro, traga-me as efemérides!

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A uma hora e vinte e três minutos tens que comprar um bilhete de

loteria para mim para ganhar o prêmio! Meu filho tinha neste dia cinco dias de idade e eu achei nesse mesmo dia meus cinco primeiros cabelos brancos. Isso conto para ninguém me pedir para calcular loteria. Minha experiência, depois, foi saber que o dinheiro ganho fácil, de outra maneira tem que ser pago. Assim como existe o ditado “o que herdaste dos teus pais, conquiste para possuí-lo”. Eu compreendi, mais tarde, que não deveria aproveitar essa chance para ganhar, para não dar exemplo aos meus filhos que se educariam com dinheiro ganho fácil, estragando o seu senso de responsabilidade.

Quando me achei diante da tormenta de não saber explicar Astronomia versus Astrologia e constelação versus signo, me disse: daqui a quatro anos eu posso ter uma sorte maior do que tive uma vez, mas não quero dinheiro. Até daqui a quatro anos eu quero poder explicar. Durante quatro anos não achei a conclusão final dos meus estudos e então, na hora calculada, isolei-me no meu escritório para meditar. O Sol entrava pela porta envidraçada inundando tudo. Fechei os olhos e meditei: onde há um ponto, há um círculo. O círculo é ilimitado. Onde há vida é como um ponto rodeado de círculos. Vida é vibração. Vida irradia. Essa irradiação existe ao redor de cada forma de vida, pedra ou célula, aglomeração de pedras (os planetas), aglomeração de células, vida concreta ou vida abstrata. Pensamentos, palavras e atos, tudo que for criado é vida, e seus círculos ao redor são o sensitivo que vive e irradia, reflete e recebe. Tomemos na Astrologia três pontos, três fontes de vida, em consideração:

— Primeiro – ao redor do Sol, à irradiação da Luz, da vida que a criou, chamamos essas vibrações em direção ao espaço de Zodíaco sideral, usado pela Astronomia.

— Segundo – em redor da Terra este círculo, formando o sensitivo da Terra, é o Zodíaco matemático, ou seja, são os signos zodiacais, usados na Astrologia.

— Terceiro – ao redor do Homem, falamos dos seus doze campos ou casas (setores), que são o Horóscopo, por depender da sensibilidade do homem, conforme sua hora de nascer diante dos signos zodiacais. Mas por que esses doze?

Nesse momento entra Urânia, minha filha, de nove anos. Eu queria pedir a ela para sair, para me deixar pensar sozinha, porque a hora e o minuto da “loteria” calculada estavam se aproximando. Mas, ao mesmo tempo, minha consciência me acusou: tu és uma mãe desnaturada! Vives nas estrelas e enxota a tua filha. Eu disse então a ela: podes entrar, mas fique bem quietinha. Eu preciso pensar. Ela sentou-se perto de minha escrivaninha e ficou brincando com os objetos sobre ela.

Eu continuava a repetir: a esfera ao redor do Sol, constelações; ao redor da Terra, signos; ao redor do homem, casas (campos, setores). Três focos de vida, criados pela mesma luz! Mas por que doze? Quando, de repente, eu ouço a voz de minha filha Urânia: mãe, por que estas cores? Eu abro os olhos e a vejo olhando o Sol através de um prisma de cristal. Não posso descrever o que me inundou naquele momento de compreensão. O espectro! O Zodíaco é o espectro da Vida, a divisão da Luz que tudo criou e cria em seus campos magnéticos! Podemos curar pelo som, pela cor. É infinito! Todas as compreensões nos podem vir do conhecimento desse fato, tanto na ciência como nas filosofias e religiões.

A menina continuou perguntando: quantas cores são? Respondi: dizem que são sete, mas são uma infinidade de cores. E lembrei-me de uma pergunta que fiz a Cedaior: qual a diferença iniciática entre

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o número 7 e o número 12? Eu acho que, de acordo com a Astrologia,

o número 12 é a força mais poderosa. Ele respondeu-me: “olha teu Horóscopo. Tu pensas que são doze”. Tracei as linhas que eram seis eixos e um círculo. Continuou Cedaior: “tu pensas que são sete cores, mas são seis. A sétima é o círculo que tudo reúne, o preto ou o branco, a atração ou a reflexão da luz. O índigo como forma de cor é somente uma tonalidade do azul.”

Mais tarde, ao abrir um livro de Alice Bailey, encontrei a afirmação de que as cores são seis, mas que não podem ser reveladas por causa do perigo de abuso desse conhecimento pela magia. Isso causou-me a dúvida se me era permitido revelar esse conhecimento da força das cores e sua correspondência zodiacal, já que ela, Alice Bailey, procurou guardar em segredo. Mas, pela voz de uma criança, cheguei à lembrança do que a humanidade já sabia desde milhares de anos e percebi que as futuras gerações já estavam maduras e conscientes para esse conhecimento. Que o Livro da Sabedoria, que foi fechado com sete selos no início do novo ano cósmico, há dois mil anos, agora pode ser aberto. O homem perdeu todo o conhecimento universal para que, no primeiro mês do novo ano cósmico, perdendo o saber, desenvolvesse primeiro o “amai-vos uns aos outros” como base para o novo e maior saber. Os anos que decorreram até o momento em que a força e o saber universal que estão no espectro foram revelados, é o período em que a ciência avançou e deu passos gigantescos. O conhecimento chamado oculto não pode mais ser oculto ou propriedade hermética. Ele, o conhecimento oculto, deve ser divulgado porque a humanidade já possui a consciência da necessidade do amor universal. Quem abusar desse saber para fins egoístas, somente prejudicará a si mesmo.

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