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Antony Ruan Rodrigues9

Ana Paula da Costa Freitas10

A EJA, é institucionalizada pela Lei nº 9.394/96 como modalidade da Educação Básica apresenta uma concepção de educação como direito. A princípio a formação de professores para essa modalidade é explorada somente nos cursos de Pedagogia. Entretanto, o enfoque para áreas específicas como, Ciências da Natureza é necessário por apresentar abordagens próprias. A enculturação, a alfabetização em ciência, os métodos de investigação científica são objetos desses profissionais, devendo ser tratado por professores da área também na EJA. O objetivo geral é descrever como os professores de Ciências podem contribuir para a formação dos educandos dessa modalidade. O trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica feita com busca nas bases de dados do grupo de Trabalho de Educação de Pessoas Jovens, Adultas e Idosas da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPEd, de revistas científicas, entre elas a intitulada “EJA em Debate”, Utilizou-se os documentos legais a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos - DCNEJA, no intuito de demonstrar a participação dos Jovens e Adultos em relação ao saber científico orgânico e apontar os desafios do professor para atuação na modalidade de ensino EJA pós formação. A proposta se fundamenta na perspectiva de Paulo Freire frente aos seus estudos sobre a função social da escola. Quando se pensa em políticas educacionais para alfabetização na EJA é notório a

9 Graduado em Licenciatura em Ciências Naturais - Biologia, pela Universidade Federal do Maranhão - UFMA - Campus de Pinheiro. E-mail: antony.rodrigues@discente.ufma.br;

relação existente entre o ensinar a ler, a escrever e os cálculos matemáticos, entretanto essa visão apresenta uma característica limitada da dimensão social da escola junto ao compromisso da formação cidadã. As Ciências da Natureza entre outras disciplinas, apresentam pontos empíricos na sociedade e estão entranhados em suas narrativas, sendo o papel dos professores a sistematização desse conhecimento de modo a reconhecer a identidade do aluno. Esse reconhecimento é possibilitado pelo diálogo entre professor e aluno que em Freire (1979) fez-se necessário devido a oportunização do encurtamento das etapas de ensino por meio da interdisciplinaridade, processo esse, por ele, dividido em três momentos, o primeiro momento, a investigação temática, compreende-se por buscar de alunos e professores pelo vocabular que contemple o estudante e contexto a qual pertence, trazendo os pontos centrais de sua biografia, o segundo momento, a tematização, onde o “professor e aluno codificam e descodificam os temas”, na busca de seu significado social para tomada de consciência do mundo em que vive, e no terceiro momento, a problematização, consideramos a busca de superar a “visão mágica para uma visão crítica, partindo para transformação do contexto vivido”, perpassando por visões concretas e abstratas, desvendando o problema, experimentando, transformando sua práxis e promovendo uma educação libertadora. Desse modo, podemos nos perguntar se a formação de professores de Ciência está sendo dada nessas circunstâncias, pois é visível que a EJA apresenta demandas próprias para a formação dos profissionais que nela atuam, do mesmo modo, as disciplinas tratadas no percurso formativo do educando. Os professores de Ciência apresentam papel relevante que vão desde a preparação para o pensar científico no contexto dos alunos a proporcionar a relação sobre a perspectiva dos fenômenos da natureza com seu saber construído socialmente. A EJA sem dúvidas proporciona desafios para a vida do educando. Nesse contexto as DCNEJA estipulam a profissionalização da modalidade propiciada por Cursos Técnicos ou Cursos de Formação Inicial e Continuada de encontro a isso alguns programas governamentais como PROEJA, PRONATEC e recentemente o programa Novos

Caminhos - PNC, foram lançados e os incentivos ao estudos com ofertas de bolsas, foram implementados. A integração com as políticas de profissionalização são medidas que combatem a evasão escolar na EJA, são projetos implementados que visam a formação para o trabalho nos Institutos Federais. Para Braga Junior e Silva (2020) os professores que atuam no ensino regular são os mesmos da modalidade EJA e fazem uso das mesmas metodologias. Visando atender às novas demandas para educação de Jovens e Adultos, houve a necessidade de docentes preparados para atuarem no contexto da formação técnica/profissional, voltadas a Educação Básica, com essa finalidade o Ministério da Educação junto ao PNC oferta também curso de especialização em docência para a educação profissional e tecnológica a Licenciados e Bacharéis. Nesse cenário os professores de Ciências encontram uma formação que os qualifica para atuarem nessa modalidade, pois os cursos iniciais de formação docente não apresentam esse enfoque. A inserção da EJA nos currículos dos cursos de Ciências a partir das práticas de Estágio obrigatórios podem nos direcionar para uma práxis mais socioeducativa e multicultural por meio da bagagem orgânica característica desses alunos. O estudo mostrou que os professores de Ciências apresentam carência de formação para atuação na EJA, entretanto os programas de formação continuada se tornam um avanço para amenizar essa problemática e que as políticas de profissionalização não são capazes de garantir uma melhora na vida dos educandos, mas atuam efetivamente na sua permanência.

PALAVRAS-CHAVE: Educação de Jovens e Adultos, Formação de

Professores, Ensino de Ciências.

REFERÊNCIAS

BRAGA JUNIOR, Armando da Silva. SILVA, Tiago da Silva E. GUEDES, Leonildo Nazareno Do Amaral. Relato de experiência estágio na Educação de Jovens e Adultos: Vivenciando os desafios da EJA numa escola da periferia de Breves, PA. Revista Científica

Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 09, Vol.

Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/estagio-na-educacao. Acesso em: 04 dez. 2020.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394/96). Brasília, 20 dez. 1996.

FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Tradução de Moacir Gadotti. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

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