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Leia atentamente o texto.

No documento Livro de Testes Manual Sentidos 10 (páginas 34-38)

Após ter conquistado milhares de espetadores em França, A Gaiola Dourada prepara-se agora para ser um grande sucesso comercial em Portugal, onde já foi visto por mais de catorze mil espetadores durante as suas primeiras vinte e quatro horas em cartaz. Esta imediata atração do público português por esta obra luso-francesa compreende-se perfeitamente, não só por causa da impressionante onda de publicidade positiva que o filme tem recebido por parte da imprensa, mas também por causa do contagiante estilo corriqueiro desta agradável comédia familiar de Ruben Alves, onde somos apre- sentados à simpática Família Ribeiro, que vive, há cerca de trinta anos, na portaria de um prédio de luxo que está situado num dos principais bairros de classe média-alta da capital francesa. Os pilares desta afável família são Maria e José Ribeiro (Rita Blanco e Joaquim de Almeida), um simpático ca- sal de emigrantes portugueses que se tornou, com o passar dos anos, numa parte indispensável do

quotidiano da pequena comunidade que os acolheu e que agora os poderá perder, já que Maria e José poderão em breve concretizar o seu grande sonho de regressarem permanentemente a Portugal, onde poderão levar uma vida mais simples, pacífica e próxima das suas tradições.

O problema é que nenhum dos seus amigos, vizinhos e patrões quer deixar partir esta simpática família, que também está fortemente dividida, já que Maria e José parecem ser os únicos que estão dispostos a regressar às suas origens e abandonar definitivamente a sua preciosa comunidade que, durante três décadas, lhes deu tudo aquilo que eles precisavam para levar uma vida esforçada mas feliz. Será que Maria e José estão mesmo dispostos a regressar ao nosso país e a virar para sempre as costas à sua inestimável gaiola dourada?

Esta simples pergunta não tem de todo uma resposta óbvia, já que é a sua procura por parte dos dois protagonistas que alimenta o caricato desenrolar do prático guião desta simples mas agradável comédia luso-francesa, que denota todos os seus traços e influências francesas graças à forma re- quintada e pragmática como os seus criadores construíram e decidiram contar esta simples história familiar, cujo principal apelo humano deriva da contagiante áurea popular bem portuguesa que marca presença um pouco por todo o filme, e que acaba por acrescentar um reconfortante e atrativo elemento de tradição, descontração, diferenciação e diversão a esta honrosa comédia que, embora não seja abismalmente criativa ou irreverente, aposta numa história com pés e cabeça que enfatiza os dilemas e os dramas da comunidade emigrante nacional sem nunca esquecer os estereótipos culturais portugueses, que foram aqui aproveitados da melhor maneira possível para desenvolver um estupendo ambiente tradicional e familiar, que tanto promove a diversão como a emoção. Para este atrativo resultado final muito contribuiu a capacidade criativa de Ruben Alves (Realizador/ Guionista), que soube aproveitar o melhor de dois mundos para criar e evidenciar esta ligeira mas francamente apelativa comédia familiar, que beneficia ainda de uma ótima prestação do seu elenco nacional e internacional.

http://www.portal-cinema.com/2013/08/critica-gaiola-dourada-2013.html (consultado em janeiro de 2015).

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., selecione a opção correta. 1.1. O filme A Gaiola Dourada retrata uma família portuguesa que

(A) não se adaptou à vida em França e que vê agora a possibilidade de regressar ao seu país de origem.

(B) não equaciona a possibilidade de regressar a Portugal porque os seus empregos e as suas raízes estão em França.

(C) hesita entre manter-se em França e regressar a Portugal. (D) deseja regressar a Portugal por se sentir dispensável em França. 1.2. Segundo o autor do artigo, o filme A Gaiola Dourada é uma comédia

(A) extremamente irreverente, agradável e simples. (B) simples, contagiante e pouco tradicional. (C) divertida, emocionante e simples.

(D) simples, muito criativa e marcadamente portuguesa. 1.3. A forma verbal “ter conquistado” (l. 1) encontra-se no

(A) pretérito mais que perfeito composto do indicativo. (B) pretérito mais que perfeito composto do conjuntivo. (C) pretérito perfeito composto do conjuntivo.

(D) infinitivo composto.

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1.4. Na frase “A Gaiola Dourada prepara-se agora para ser um grande sucesso comercial em Por- tugal, onde já foi visto por mais de catorze mil espetadores durante as suas primeiras vinte e quatro horas em cartaz” (ll. 1-3), a expressão sublinhada desempenha a função sintática de (A) predicativo do complemento direto.

(B) predicativo do sujeito.

(C) complemento agente da passiva. (D) complemento oblíquo.

1.5. O termo “corriqueiro” (l. 6) é antónimo de

(A) lento. (C) inquietante.

(B) invulgar. (D) subtil.

1.6. O processo fonológico ocorrido na passagem de STILU- para “estilo” (l. 6) é a (A) prótese.

(B) epêntese. (C) paragoge. (D) síncope.

1.7. Na frase “Esta simples pergunta não tem de todo uma resposta óbvia, já que é a sua procura por parte dos dois protagonistas que alimenta o caricato desenrolar do prático guião desta simples mas agradável comédia luso-francesa” (ll. 20-23), o determinante possessivo “sua” refere-se a (A) pergunta. (C) caricato.

(B) resposta. (D) comédia.

2. Responda de forma correta aos itens apresentados.

2.1. Retire do primeiro parágrafo do texto três palavras que pertençam ao campo lexical de cinema. 2.2. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada em “somos apresen- tados à simpática Família Ribeiro, que vive, há cerca de trinta anos, na portaria de um prédio de luxo” (ll. 7-8).

2.3. Explique o significado literal do vocábulo “capital” (l. 8), sabendo que a palavra latina CAPITIA

significa ‘cabeça’.

GRUPO III

Escreva um texto expositivo, com um mínimo de 120 e um máximo de 150 palavras, no qual apresente as principais diferenças entre as cantigas de amigo e as cantigas de amor.

O seu texto deve incluir uma parte introdutória, uma de desenvolvimento e uma conclusão e incluir os aspetos abaixo apresentados.

• Origem. • Objeto.

• Sujeito de enunciação.

• Características da figura feminina. • Características da figura masculina. • Ambiente.

TESTE DE AVALIAÇÃO

Nome: ______________________________________________________ N.

O

: _____________ Turma: _____________ Data: ___________________

02.

GRUPO I A Leia com atenção a cantiga de escárnio que se segue.

De vós, senhor, quer’eu dizer verdade e nom ja sobr’ [o] amor que vos ei1: senhor, bem [moor]2 é vossa torpidade3 de quantas outras eno mundo sei; assi de fea come de maldade

nom vos vence oje senom filha dum rei. [Eu] nom vos amo nem me perderei, u4 vos nom vir, por vós de soidade. E se eu vosco na casa sevesse5 e visse vós e a vossa color, se eu o mundo em poder tevesse, nom vos faria de todos senhor,

nem d’outra coisa onde sabor ouvesse. E d’ũa rem seede sabedor:

que nunca foi filha d’emperador que de beldade peor estevesse. Todos vos dizem, senhor, com enveja, que desamades eles e mi nom. por Deus, vos rogo que esto nom seja nem façades cousa tam sem razom: amade vós [o] que vos mais desseja, e bem creede que eles todos som; e se vos eu quero bem de coraçom, leve-me Deus a terra u vos nom veja.

Pero Larouco, B 612 /V 214, B 784/V 368, in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos,

A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 182.

1 tenho; 2 maior; 3 estupidez; 4 onde; 5 estivesse

Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifique o alvo de sátira visado nesta cantiga.

2. Explicite o pedido que o sujeito lírico dirige à dama no final da cantiga.

3. Demonstre de que forma esta cantiga se constitui, em termos temáticos, como uma antítese das cantigas de amor.

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B Leia a cantiga apresentada.

Proençaes1 soem mui bem trobar e dizem eles que é com amor; mais os que trobam no tempo da frol e nom em outro, sei eu bem que nom am tam gram coita no seu coraçom qual m’eu por mia senhor vejo levar. Pero que2 trobam e sabem loar sas senhores o mais e o melhor que eles podem, sõo sabedor

que os que trobam quand’a frol sazom3 á, e nom ante, se Deus mi perdom, nom am tal coita qual eu ei sem par. Ca os que trobam e que s’alegrar vam eno tempo que tem a color a frol consigu’e, tanto que se for aquel tempo, logu’em trobar razom nom am, nom vivem em qual perdiçom oj’eu vivo, que pois m’á de matar.

Dom Dinis, B 524 [ter]/V 127, in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos,

A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 286.

1 Provençais; 2 Pero que: embora; 3 quand’a frol sazom: na estação das flores

Apresente, de forma bem estruturada, as respostas aos itens que se seguem.

4. Explique o paralelismo que o sujeito lírico estabelece entre si e os trovadores provençais.

5. Identifique o recurso expressivo presente em “mais os que trobam no tempo da frol” e comente o seu valor.

GRUPO II Leia atentamente o texto.

No documento Livro de Testes Manual Sentidos 10 (páginas 34-38)