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2. INTRODUÇÃO

2.5. VALIDAÇÃO DOS RESULTADOS

2.5.1. Avaliação Indireta

2.5.1.3. Limiares Analíticos

Existem várias formas de calcular os limiares analíticos, os quais são:

• Limite de Detecção (LD)

Baseia-se na quantidade mínima de um analito que é possível detectar numa amostra com uma certeza estatística razoável, sendo que não é necessário ser quantificável de forma exacta. Também pode ser definido como a menor concentração que dá origem a um sinal significativamente diferente do branco no instrumento analítico, mais concretamente, tem de se verificar uma relação de 3:1 no rácio sinal/ruído. 86,87

Para métodos que utilizem reta de calibração para quantificação de analitos pode determinar-se o LD através da equação:

𝐋𝐃 = 𝟑 𝐒𝐲

𝐱

𝐦 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝟐. 𝟏𝟐)

Sendo que:

Sy/x, corresponde ao desvio padrão residual da curva de calibração; m, declive da reta de calibração.

Também pode ser determinado mais simplesmente em relação aos ensaios em branco, ou ao padrão de menor concentração, através da expressão:

𝐋𝐃 = 𝟑 × 𝐒𝐱𝟎 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝟐. 𝟏𝟑)

Em que,

• Limite de Quantificação (LQ)

O limite de quantificação, LQ, consiste na concentração mínima de analito que é possível quantificar com segurança. Neste caso o rácio sinal/ruído tem de ser na ordem de 10:1, e o LQ pode ser determinado através da fórmula:

𝐋𝐐 = 𝟏𝟎 𝐒𝐲

𝐱

𝐦 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝟐. 𝟏𝟒)

Ou a partir dos ensaios em branco ou padrões pela equação:

𝐋𝐐 = 𝟏𝟎 × 𝐒𝐱𝐨 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝟐. 𝟏𝟓)

A escolha do modo de determinação, quer para o LD, quer para LQ, depende do método analítico em questão, uma vez que nem sempre é possível construir uma reta de calibração e quantificar de forma absoluta os analitos de interesse.

Existe uma terceira forma de determinar o LQ, com base na razão sinal/ruído, S/N. Como já foi referido, considerando como 10 o rácio S/N e sabendo a concentração do padrão analisado, é possível determinar o LQ, com base na equação:

𝐋𝐐 = 𝟏𝟎 × [𝐏𝐚𝐝𝐫ã𝐨]𝐒 𝐍

(𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝟐. 𝟏𝟔)

Desta forma o LD pode ser calculado por este método, em função do LQ:

𝐋𝐃 = 𝐋𝐐

𝟑 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝟐. 𝟏𝟕)

No entanto, esta forma de determinação é pouco fiável por dois motivos:

A razão S/N obtida está dependente da região do espetro que se escolhe analisar, sendo como tal subjectiva.

O limite de detecção, muitas vezes obtido desta forma não corresponde à realidade, não sendo por isso possível visualizar o pico de interesse nesse limite de concentração. 88

2.5.1.4. Precisão

A Precisão permite avaliar a dispersão de resultados entre ensaios independentes, repetidos sobre uma mesma amostra, amostras semelhantes ou padrões, em condições definidas.87

Segundo a IUPAC,a precisão corresponde ao grau de concordância de resultados de testes independentes obtidos sob condições estabelecidas e é expressa pela estimativa do desvio padrão (s) ou coeficiente de variação (CV). O seu principal objectivo é avaliar a proximidade

entre várias medidas efectuadas na mesma amostra. 𝐂𝐕 (%) =

𝐬

𝐌× 𝟏𝟎𝟎 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝟐. 𝟏𝟖)

Onde, s é o desvio padrão dos ensaios de recuperações e M é a média aritmética das recuperações.

Na prática foi testada a precisão da eficiência dos amostradores passivos na adsorção de compostos alvo (pesticidas), através de ensaios em duplicado.

2.5.1.5. Repetibilidade

O termo Repetibilidade refere-se à precisão de um método de ensaio, ou seja, à aproximação entre os resultados de ensaios sucessivos sobre a mesma amostra, sendo que deve de ser efectuado nas mesmas condições, ou seja, no mesmo laboratório, operador, equipamento, local e num curto intervalo de tempo. A precisão em termos de repetibilidade é normalmente expressa em termos de desvio padrão ou desvio de padrão relativo (coeficiente de variação). 85

2.5.1.6. Precisão Intermédia

A Precisão Intermédia refere-se à precisão avaliada, sobre a mesma amostra, amostras idênticas ou padrões, utilizando o mesmo método, no mesmo laboratório ou em laboratórios diferentes, mas definindo exactamente quais as condições a variar (uma ou mais), tais como:

• Diferentes operadores • Diferentes equipamentos • Diferentes épocas

• Com/sem verificação da calibração.

Esta medida é a que apresenta a maior variabilidade de resultados num laboratório e, como tal, a mais aconselhável de usar. 87

2.5.2. Avaliação Direta

A avaliação directa tem como objectivo o conhecimento da exactidão dos métodos de ensaio. A exactidão de um método é definida como a concordância entre o resultado de um ensaio e o valor de referência aceite como convencionalmente verdadeiro.

A avaliação da exactidão do método é efectuada sempre após a validação dos critérios usados na Avaliação Indirecta

Os processos normalmente utilizados para avaliar a exactidão de uma metodologia são, o uso de Materiais de Referência Certificados (MRC), ensaios interlaboratoriais, testes comparativos, e o uso de ensaios de recuperação nas matrizes das amostras que se pretendem analisar.

Este trabalho envolveu práticamente a validação do sistema ASE através da execução de ensaios de recuperação em amostras fortificadas com um grupo de pesticidas em estudo.

2.5.2.1. Ensaios de Recuperação

Um ensaio de recuperação permite avaliar a quantidade de um determinado analito recuperado no processo de preparação da amostra, em relação à quantidade real presente numa amostra. O ensaio de recuperação tem por objectivo avaliar a eficiência da extracção e garantir a exactidão do método.

O estudo da recuperação consiste na "fortificação" da amostra, normalmente pela adição de soluções com diferentes concentrações conhecidas do analito de interesse numa amostra, seguida da determinação da concentração do analito adicionado através de um determinado método de ensaio. A percentagem de recuperação é determinada com base na equação abaixo:

𝐑𝐞𝐜𝐮𝐩𝐞𝐫𝐚çã𝐨 (%) =𝐂𝐚 𝐂𝐭

× 𝟏𝟎𝟎 (𝐄𝐪𝐮𝐚çã𝐨 𝟐. 𝟏𝟗)

Onde, Ca corresponde à concentração do composto na amostra fortificada determinada

3. Experimental

3.1.

Equipamento e Material

3.1.1. Equipamento

3.1.1.1. GC/MS

Cromatógrafo Gasoso: Agilent Technologies 7890B

• Coluna capilar: Agilent Tecnologies HP-5MS (5% Metilfenilsiloxano, 95% Dimetilpolisiloxano), 60 m × 0,25 mm d.i × 0,25 µm de espessura de filme.

• Injector split-splitless

• Automatic sampler Agilent Technologies 7693

Espectrometro de Massa: Agilent Technologies 5977A:

• Analisador de Massa: Quadrupolo • Fonte iónica: Impacto Electrónico (EI)

• Detector: Multiplicador de electrões (Electron multiplier)

Software de aquisição de dados: Agilent MassHunter Quantitative Analysis

3.1.1.2. SPME-GC/MS

Cromatógrafo gasoso: Agilent 6890N

• Coluna cromatográfica: DB-VRX, 60 m x 0,320 mm x 1,80 μm • Injector de split-splitless

• Amostrador autmático MPS2-Twister, Genstel

Espectrómetro de massa: Agilent 5973N;

• Analisador de Massa: Quadrupolo • Fonte iónica: Impacto Electrónico (EI)

• Detector: Multiplicador de electrões (Electron multiplier) Software de aquisição de dados: ChemStation MSD

Fibra para SPME, Supelco: