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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.7 MÉTODOS PARA O CÁLCULO DO CUSTO

Os custos são calculados com o objetivo de estimar os recursos (ou insumos) utilizados na produção de um bem ou serviço. Com base na teoria econômica, o custo efetivo de um recurso é seu custo de oportunidade – o valor da melhor alternativa abdicada ou da melhor opção seguinte – e não necessariamente a quantia de dinheiro que circula. Os recursos comprometidos com um produto ou serviço não podem ser utilizados com outros produtos ou serviços (oportunidade)

Análise Custo x Benefício Custo Benefício Direto Indireto Intangível

(RASCATI, 2010). Em outras palavras, estimar custos pode ser definido como o processo de desenvolvimento de uma estimativa dos recursos monetários necessários para executar as atividades de um projeto (PMBOK, 2013).

Em se tratando de custos regulatórios, esses podem ser definidos como os custos resultantes de força de uma determinada norma, quando da sua adesão ou na implementação de ações que exigem o pagamento de taxas (SCHATZ, et al., 2009). Para mensurar os custos de um regulamento técnico, são utilizados os seguintes métodos:

a) Opinião especializada; b) Estimativa análoga;

c) Estimativa dos três pontos; d) Análise de reserva;

e) Estimativa paramétrica; f) Standard Cost Model.

Abaixo, estão elencadas as definições de cada um desses métodos apresentados, passíveis de aplicação em um regulamento técnico:

a) Opinião especializada

A opinião especializada é a ferramenta/técnica mais usada pelos processos do Guia PMBOK. Neste método de determinação de custo, as estimativas são afetadas por muitas variáveis como mão de obra, custo de materiais, inflação, fatores de risco, por exemplo. A opinião especializada, guiada por levantamento histórico, fornece um discernimento valioso sobre o ambiente, dados e experiências de projetos passados similares ao que se quer implantar. Essa opinião pode ser ofertada por qualquer grupo ou profissional, a exemplo de: consultores, associações profissionais técnicas e especialistas no assunto. (PMBOK, 2013).

b) Estimativa análoga

A Estimativa análoga de custos resulta em valores de parâmetros, como escopo, custo, orçamento e duração. Esta técnica conta com o custo real de projetos anteriores semelhantes como base à estimativa de custos do projeto atual. É frequentemente usada para balizar um projeto, quando há uma quantidade limitada

120 de informações detalhadas no mesmo. Nesse caso, experiências de outros

processos e opinião especializada são importantes para a estimativa. Geralmente menos dispendiosa do que outras técnicas, a estimativa análoga de custos também é menos precisa quando comparada a outros modelos. Torna-se viável o seu emprego, somente quando os projetos anteriores, que servirão de exemplos, sejam muito semelhantes àquele que se deseja aplicar, ou quando as pessoas ou grupos que preparam as estimativas possuem especialização necessária (PMBOK, 2013).

c) Estimativa dos três pontos

A estimativa dos três pontos é uma técnica que visa aperfeiçoar as estimativas, considerando incertezas e riscos de um processo. É um conceito que se origina da Técnica de Revisão e Avaliação de Programa (PERT). Conforme o próprio nome sugere, nesta estimativa, três valores são produzidos inicialmente para cada atividade, estando diretamente ligados ao conhecimento e experiência da equipe envolvida no projeto (PMBOK, 2013). Esses valores são os seguintes:

 Mais provável (Cm): O custo da atividade baseado num esforço de avaliação realista para o trabalho necessário e quaisquer outros gastos previstos;

 Otimista (Co): Os custos da atividade são baseados na análise do melhor cenário para a atividade.

 Pessimista (Cp): Os custos da atividade são baseados na análise do pior cenário para a atividade.

A análise PERT calcula o custo esperado da atividade (Ce) usando uma média ponderada dessas três estimativas:

Equação (1)

Percebe-se que a fórmula foi estipulada por média ponderada com peso 4 para estimativa mais provável. Em outras palavras, a fórmula considera relevante a informação mais provável oriunda da experiência ou outra técnica que o valha, todavia, sem desprezar os demais valores.

d) Análise de reserva

As estimativas de custos podem incluir reservas de contingência para considerar os custos das incertezas. A reserva para contingências pode ser uma porcentagem do custo estimado, um número fixado ou, ainda, pode ser desenvolvida através do uso de métodos de análise quantitativa, o que pode resultar no problema inerente a essas reservas, de exagerar potencialmente a estimativa de custos da atividade As reservas de contingências são parte dos requisitos dos recursos financeiros (PMBOK, 2013).

e) Estimativa paramétrica

Utiliza uma relação estatística entre dados históricos e outras variáveis para calcular uma estimativa com parâmetros da atividade, como custo, orçamento e duração. Esta técnica pode produzir altos níveis de precisão, dependendo da sofisticação e dos dados básicos usados no modelo. Podem ser aplicadas com outros métodos de estimativa (PMBOK, 2013).

f) Standard Cost Model (SCM)

É uma metodologia que nasceu no setor privado com o objetivo de realizar a medição de "encargos administrativos", em resposta à criação de leis e regulamentos pelos governos. Desenvolvido na Holanda no início de 2000, o SCM se contrastava com muitas ferramentas de medição anteriores devido ao seu alto nível de detalhe. O uso desta ferramenta permite uma análise cuidadosa sobre como a adoção de um regulamento causaria novas atividades e geraria custos nas empresas, podendo servir para o cálculo dessas atividades.

Da Holanda, a metodologia do SCM rapidamente se espalhou para países da Comunidade Europeia e países membros da OCDE. Grande parte do desenvolvimento do SCM ocorreu com o estabelecimento de uma rede de Estados conectados entre si e comprometidos a colaborarem para a melhoria da metodologia. Como muitos dos usuários desenvolveram suas próprias versões em relação ao modelo referencial, isso contribuiu para que não houvesse um manual comum como sugerido na proposta para a criação do "Manual Internacional

120 Standard Cost Model" (LUNDKVIST, 2010). Através da metodologia Standard Cost

Model, é possível realizar uma medição dos encargos administrativos antecipados de um projeto de lei, projetos de ordem executiva ou de outra iniciativa. Tal medida é designada como medida “ex-ante”, por serem contempladas antes do processo de surgimento das consequências administrativas do projeto. Através dela, também pode ser realizada uma medição dos encargos administrativos em relação ao projeto. Tal medida é designada como medida “ex-post” das consequências administrativas, sugerindo que a mensuração das consequências administrativas será apresentada no momento em que a regra ou iniciativa tenha entrado em vigor (THE DENMARK GOVERNMENT, 2005).

Dentre os métodos estudados, aquele que apresenta maior precisão em relação aos resultados finais é o Standard Cost Model. Isso porque é um método que pode ser empregado para calcular os custos relativos a todo tipo de regulamento técnico, onde a equipe de projeto terá total liberdade para estratificar a resolução dentro de suas condições técnicas e orçamentárias (equipes de especialistas), obtendo assim uma previsão de custo bem próximo do que se busca obter.