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Capítulo 5.......................................................... Página

5.3. Meio Biótico

5.3.1. MUNICÍPIO DE BAURU

5.3.1.1. VEGETAÇÃO NATURAL

A caracterização da cobertura vegetal ocorrente no Município de Bauru foi realizada com base em levantamento bibliográfico e imagens de satélite.

De acordo com o Mapa de Biomas do Brasil (IBGE, 2004) a região de Bauru encontra-se numa Área de Tensão Ecológica, ou seja, onde existe contato entre tipos de vegetação que podem ocorrer na forma de ecótono, quando a transição se dá

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EIV – Estudo de Impacto de Vizinhança Diagnóstico Ambiental – Capítulo 5 Condomínio Residencial “SEM DENOMINAÇÃO” Página | 14 por uma mistura florística, ou na forma de encrave quando existe uma transição edáfica havendo uma interpenetração dos tipos de vegetação.

A Área de Tensão Ecológica em questão constitui-se pelo contato Cerrado/Floresta Estacional, onde está inserida a região de Bauru e consequentemente a gleba do empreendimento, como pode ser observado na Figura 8.

Figura 8: Mapa de Biomas do Brasil, região do Município de Bauru – área de Tensão Ecológica.

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A cobertura florestal no Estado de São Paulo vem sendo reduzida drasticamente ao longo dos séculos. O interior, diferentemente das áreas litorâneas, onde o relevo é acidentado, apresenta condições favoráveis à agricultura,

oferecendo grandes oportunidades aos colonizadores. A

exploração da vegetação nativa vem de longas datas, porém, foi somente nos séculos XIX e XX que a devastação se intensificou. Com a expansão cafeeira, a ocupação das áreas do interior aumentou, refletindo num aumento do desmatamento. O grande potencial como fornecedor de madeira, também intensificou a redução deste complexo de formações vegetais, principalmente o cerrado, que recentemente vem sendo substituído por cultivos agrícolas, pecuária e reflorestamentos comerciais.

Nas últimas décadas a cultura de cana-de-açúcar e a ocupação urbana proporcionaram a devastação de muitos maciços florestais no Estado, resultando na fragmentação da vegetação.

A maioria dos remanescentes florestais existentes no Município de Bauru estão associados as Unidades de conservação (Estações e ou Parque Ecológicos), terrenos acidentados e nas áreas de preservação permanente do Rio Bauru e Batalha. Salienta-se que apesar de apresentarem considerável área, os principais remanescentes têm formas estreitas e alongadas, favorecendo o efeito de borda e a exposição dos fragmentos a distúrbios e pertubações.

De acordo com o Mapa de Vegetação do Brasil (IBGE, 2004), o local do empreendimento encontra-se inserido em área de vegetação característica de Cerrado, porém com cobertura vegetal antrópica devido à expansão das atividades agrícolas nos últimos anos, como pode ser constatado na Figura 9.

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Figura 9: Mapa de Biomas do Brasil, região do Município de Bauru - atividades agrícolas.

Fonte: IBGE (2004).

De acordo com o Inventário Florestal do Estado de São Paulo (SMA, 2005), a região onde esta inserida a gleba do empreendimento é considerada urbana, conforme pode ser observado na Figura 10.

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Figura 10: Mapa florestal do Município de Bauru.

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A gleba do empreendimento apresenta-se, atualmente, coberta por vegetação rasteira de espécies herbáceas, com predomínio de gramíneas, localizada em toda gleba. Também se verificou a existência de indivíduos arbóreos isolados, onde para a implantação do empreendimento será necessário o corte

destes indivíduos arbóreos, tratando-se de autorização

admissível nos termos da legislação ambiental em vigor.

5.3.1.2. FAUNA

Na área de interesse do estudo, em consequência dos desmatamentos ocorridos devido a expansão das atividades agrícolas nos últimos 50 anos, a fauna apresenta-se ligada a poucos fragmentos de remanescentes florestais e as matas ciliares existentes.

Quanto à fauna existente nas áreas de cerrado, estas ocorrem na maioria das vezes nas matas ciliares. Dos 67 gêneros de mamíferos não voadores, somente 09 não ocorrem junto a estes locais (MARINHO FILHO e REIS, 1989). Considerando a importância das matas ciliares e sua estrutura complexa, esta apresenta a maior riqueza e diversidade de espécies do que nas outras áreas de cerrado (ALHO, 1981; FONSECA e REDFORD, 1984).

Em relação à ictiofauna de água doce, a região ora estudada, segundo Zoneamento realizado por Castro e Menezes (1998), pertence ao complexo da bacia do alto Rio Paraná, englobando as bacias dos Rios Tietê, Guaçu e Jacaré-Pepira. Os estudos sobre o tema revelam para o conjunto dulcícola do Alto Paraná, a presença de 22 famílias e 166 espécies, ocupando o 1º lugar em diversidade biológica no Estado de São Paulo.

No geral, a bacia do Alto Paraná exibe, em seus canais fluviais principais, o predomínio de espécies de peixes de porte médio a grande como os curimbatás, piaparas, pintados e

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jaús, geralmente com ampla distribuição geográfica e

significativa importância na pesca comercial e de

subsistência. Associados a esses cursos de água existem um

enorme número de cabeceiras hidrográficas, habitadas

principalmente por espécies de pequeno porte, com distribuição geográfica restrita, apresentando pouco ou nenhum valor comercial, e dependente da vegetação ripária para alimentação, reprodução e abrigo.

Com base em Haddad (1998), uma compreensão adequada da biodiversidade dos anfíbios do Estado de São Paulo pressupõe que o grupo deva ser analisado, enfocando as duas ordens representadas no Estado, a saber: Ordem Anura (sapos, rãs e perereca) - No caso da área de interesse deste estudo, na área recoberta pelos fragmentos de cerrados, a anurofauna é bastante empobrecida, e apresenta Ordem Gymnophiona (cobras-cegas).

Em relação aos répteis, os dados indicam a ocorrência de 186 espécies de répteis no Estado de São Paulo, a saber: 02 jacarés, 11 quelônios, 10 anfísbenídeos, 38 lagartos e 125 serpentes. Em relação aos ambientes em que vivem, de modo geral, podem ser reconhecidos dois grandes grupos. O primeiro grupo é formado pelas espécies que vivem na mata atlântica (floresta ombrófila densa). O segundo grupo de répteis distribui-se principalmente no interior do Estado, em regiões onde a vegetação nativa é ou era constituída basicamente por cerrados e florestas estacionais semideciduais como é o caso da região estudada.

A grande diversidade de plantas existentes no cerrado é acompanhada por diversidade similar de animais, mesmo levando-se em conta o baixo grau de endemismo de vertebrados. Mais de 90% dessa rica fauna do cerrado encontra-se em áreas não preservadas, sendo que muitas de suas espécies já se encontram

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EIV – Estudo de Impacto de Vizinhança Diagnóstico Ambiental – Capítulo 5 Condomínio Residencial “SEM DENOMINAÇÃO” Página | 20 tatucanastra, tatu-bola, veado campeiro, lobo-guará, onça - pintada, ema, perdiz, coruja buraqueira, cobra caninana, dentre outras.

5.3.1.3. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

De acordo com o Instituto Ambiental Vidágua, Bauru possui diversas unidades de conservação, que protegem

importantes fragmentos florestais, sendo:

Estaduais:

a)Área de Proteção Ambiental Rio Batalha: Criada pela Lei Estadual n.º 10.773 de 1.º de março de 2001, possui 2.343,77 Km, ocupando toda a Bacia Hidrográfica do Rio Batalha, importante afluente do Rio Tietê. Dentro de Bauru ocupa 74,3 % da área total do município, totalizando uma área de 504,698Km².

b)Estação Ecológica de Bauru Sebastião Aleixo da Silva: Criada pelo Decreto Estadual n.º 26.890 de 12 de março de 1987 que transformou a antiga Reserva Estadual de Bauru (Decreto Estadual n.º 38.424 de 6 de maio de 1961). Está inserida dentro da Área de Proteção Ambiental Estadual Rio Batalha e possui 287,98 hectares. Dentro desta unidade de conservação temos os Córregos Olaria e Capim,

afluentes do Córrego da Água Parada.

c)Estação Experimental de Bauru: Possui 43 hectares e está localizada dentro da área urbana de Bauru com acesso pela Avenida Rodrigues Alves. Em sua área está inserida a sede da Estação

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Experimental, a sede da Polícia Florestal. Possui áreas de plantio de Eucalipto e áreas de Cerrado. Comercializa mudas de espécies nativas a partir de um viveiro próprio. Foi criada em 18 de abril de

1929, por escritura pública.

Municipais:

a)Parque Ecológico Municipal Tenri-Cidade Irmã/ Jardim Botânico Municipal de Bauru: Possui 321,71 hectares de matas de planalto, matas ciliares, cerrado e cerradão. Possui estrutura própria com viveiro de mudas e orquidário. Foi instituído pela Lei Municipal n.º 2.339 de 15 de fevereiro de 1982 que criou o Parque Ecológico Municipal de Bauru. Em 1988 a Lei Municipal n.º 2.872 muda a

denominação da área para Parque Ecológico

Municipal Tenri - Cidade Irmã. A L ei n.º 3.480 de 25 de agosto de 1992, promove a demarcação atual do parque. Em 4 de março de 1994 a Lei Municipal n.º 3.684 implanta nesta mesma área o Jardim

Botânico Municipal.

b)Área de Proteção Ambiental Rio Batalha: Criada pelo inciso I do parágrafo único do artigo 19 da Lei Municipal n.º 4.126 de 12 de setembro de 1996, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Bauru, sendo regulamentada pela Lei Municipal n.º 4.296, de 7 de abril de 1998, ocupa parte da Bacia Hidrográfica do Rio Batalha entre as Rodovias Bauru-Marília e Bauru-Ipauçu. Nesta área temos pequenos remanescentes de floresta estacional semidecidual e de matas ciliares.

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c)Área de Proteção Ambiental Vargem Limpa - Campo Novo: Criada pelo inciso II do parágrafo único do artigo 19 da Lei Municipal n.º 4.126 de 12 de setembro de 1996, que institui o Plano Diretor de

Desenvolvimento Integrado de Bauru, sendo

regulamentada pela Lei Municipal n.º 4.605, de 27 de novembro de 2000 e ocupa os entornos do Parque Ecológico Tenri-Cidade Irmã/Jardim Botânico de Bauru e do Zôo Bauru. Nesta área temos como destaque a existência de grandes remanescentes de

Cerrado e de Cerradão.

d)Área de Proteção Ambiental Água Parada: Criada pelo inciso III do parágrafo único do artigo 19 da Lei Municipal n.º 4.126 de 12 de setembro de 1996, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Bauru, sendo ampliada e regulamentada pela Lei Municipal n.º 4.704, de 18 de julho de 2001, ocupa toda a Bacia Hidrográfica do Córrego da Água Parada, afluente do Rio Batalha. Nesta área temos como destaques a Estação Ecológica Sebastião Aleixo da Silva e extensos remanescentes de floresta estacional semidecidual e de matas ciliares.

e)SEC (Setor Especial de Conservação de Fundo de Vale): Definido pela Lei Municipal n.º 4.126 de 12 de setembro de 1996, que institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado de Bauru e engloba as áreas de preservação permanente e os fundos de vale do Rio Bauru. Ainda não foi regulamentado e engloba áreas particulares e públicas. Entre seus

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problemas estão as erosões e o esgoto lançado sem tratamento.

No documento Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV (páginas 64-74)

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