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O Brasil se desenvolve configurado pelo grande latifúndio com grandes proprietários de terra distribuídos em oligarquias regionais, a independência do país não suprimiu as regras antes convencionadas do período colonial. A mudança da corte de Portugal é um marco histórico que tenta afirmar a colônia independente de Portugal, independência dependente de recursos do comércio exterior reflexo da indústria do café, registra-se pela intensidade da expansão da produção do café para exportação, colocando em xeque o sistema de produção pela mão de obra escrava (BALTAR, 2006). Na concepção de Cardoso (2019, p. 45)

A escravidão deixou marcas profundas no imaginário e nas práticas sociais posteriores, em torno se construiu uma ética do trabalho degradado, uma imagem depreciativa do povo, somados a isso a indiferença da minoria em relação as carências da maioria, vazada por enorme desigualdade e rígida hierarquia social. A identificação de diferentes regimes de escravidão mostraram que o Brasil colônia não era ambiente apenas dominado exclusivamente por plantations monoculturas, ou estrutura social simplificada, escravos e donos de terra eram sem dúvida classes centrais, mas elas conviviam com uma infinidade de outros grupos, determinantes para manutenção de ordem, tendo como consequência importante seria a constatação de que o trabalho escravo conviveu, no Sec. XVIII, com diferentes regimes não escravistas de trabalho (CARDOSO, 2019, p. 45).

Para Pochmann (2008), as bases de desenvolvimento nacional são fundadas na difusão do padrão de uso do trabalho assalariado, onde o grande volume da força de trabalho encontrava-se no meio rural.

Na ótica de Cardoso (2019), a imagem do trabalho e trabalhador se consolidou ao longo da escravidão em sobreposição de diferentes hierarquias sociais; de cor, religiosa, do status social associado a propriedade, de dominação material e simbólica, numa mescla de sentidos que apontam, todos, para o mesmo conceito: degradação do trabalho manual, ou dizendo de maneira mais enfática: a ética do trabalho oriunda da escravidão foi uma ética de

desvalorização do trabalho, e seu resgate do ressaibo da impureza e da degradação levaria ainda muitas décadas.

Nesse contexto, o mercado de trabalho no Brasil é marcadamente heterogêneo e dual, os indivíduos que antes tinham sua sobrevivência no trabalho agrícola passaram a recorrer às áreas urbanas buscando uma colocação nas atividades industriais. Segundo Arretche (2015), essa concentração de trabalhadores no espaço urbano foi impulsionada pela urbanização e pelo produto do processo de várias transformações do sistema normativo e foi sendo reforçada através da mercantilização com a regulação do trabalho assalariado. Além de encontrarem o respaldo na construção normativa, a nova estrutura do mercado de trabalho foi racionalizada pelas regras do sistema mercantil capitalista, sendo socialmente assimilada quase que em um processo de naturalização das relações de trabalho.

Além disso, a rápida urbanização e a expulsão de mão de obra rural, em razão da modernização agrícola e da não realização de reformas da posse de terra, geraram um contingente de trabalhadores que não foi absorvido pelas empresas de alto padrão tecnológico e que passou a trabalhar nos segmentos menos dinâmicos (LUCIO; DUCA; COSTA, 2018).

Outro fator relevante foi que o processo de abolição do trabalho escravo acompanhado de uma reforma agrária sustentável se deu com o ingresso de um contingente elevado de imigrantes europeus, produzindo um número significado de mão de obra sobrante bem no início da formação do mercado de trabalho livre no final do século XIX (POCHMANN, 2012).

Cardoso (2019) afirma que a imagem do trabalho e trabalhador se consolidou ao longo da escravidão em sobreposição as diferentes hierarquias sociais; de cor, religiosa, do status social associado a propriedade, de dominação material e simbólica, numa mescla de sentidos que apontam, todos, para o mesmo conceito: degradação do trabalho manual, ou dizendo de maneira mais enfática: a ética do trabalho oriunda da escravidão foi uma ética de desvalorização do trabalho, e seu resgate do ressaibo da impureza e da degradação levaria ainda muitas décadas.

O reconhecimento dos trabalhadores como sujeitos de direitos, como cidadãos, decorreu da lenta transição da escravidão no pais, que a fez conviver, por muitas décadas com formas não escrava de exploração do trabalho, para os quais os padrões da medida disponíveis a violência estatal e privada , a organização do trabalho e suas hierarquias de classe, a remuneração do trabalho , a convivência social entre os desiguais e a sociabilidade de um modo geral eram todos constituídos pela escravidão A herança escravista, não se limitou a sociabilidade, ela estruturou o Estado capitalista nacional, um Estado incapaz de banhar o mundo privado da regulação pública, incapaz de instituir mecanismos de proteção a sociedade tornou-se ele reprodutor das hierarquias e desigualdades sociais, o Estado brasileiro foi

desenvolvido contraponto inimigos internos: os escravos, o povo pobre, e a sedição federalista (CARDOSO, 2019, p. 65).

De acordo com Cardoso (2019), a sociedade se organiza em estamentos ou castas, as posições estando demarcadas pela hereditariedade e imbricadas numa dinâmica de obrigações reciprocas emanadas da própria estrutura de posições, os pobres estão abaixo da fronteira da necessidade, esta condição é delineada pelos ricos, já que as regras do jogo impedem que se perceba as hierarquias como um problema social, estabelecidas por condições imperativas secularizadas dia após dia, são elas que definem o senso de justiça que orientam a percepção de que a sociedade neste modelo seria justa.

O mundo sofreu mudanças em muitas vezes profundas no século XVIII o cerceamento da Inglaterra, a negligencia da nobreza francesa em relação aos camponeses são exemplos de rompimento de padrões de reciprocidade, privados das condições de obtenção dos meios de vida, ou sentindo-se extorquidos para além do que seria razoável, os pobres descobriram a desigualdade antes encoberta pelo manto das justificações encravadas na tradição da religião, os pobres se percebem muito aquém da fronteira da necessidade traçada pelos ricos. O mundo apresentado em meio a hierarquia social, regulado por parâmetros socialmente definidos por distribuição dos bens (CARDOSO, 2019).

As primeiras décadas do século XXI são marcadas pela crise do Estado do Bem-estar Social, ampliou-se o papel do mercado como o mecanismo para a satisfação das necessidades básicas e, em consequência, diminuindo os orçamentos públicos para as políticas sociais. De outra banda, houve a ampliação da vulnerabilidade social devido a problemas locais e globais relacionados às guerras, desigualdades e crises econômicas e políticas.

Essa constatação ajuda a compreender que o ciclo da industrialização (1930-1980) se deu em meio ao elevado fluxo migratório dos trabalhadores do meio rural para as cidades, sendo o desenvolvimento nacional estruturado a partir das decisões particulares dos agentes regionais, em detrimento a suas especificidades, ou seja, o mercado nacional tem sua estruturação a partir das relações do poder central e local (DRAIBE, 2004).

Para Krein (2013), a formação do mercado nacional se estruturou com bases no desenvolvimento da monocultura por região formando oligarquias agrárias, contribuindo para divisão social do trabalho. No pensamento de Pochmann (2008), a formação do mercado interno corresponde às especificidades regionais no âmbito nacional para o desenvolvimento a partir do mercado interno, recursos naturais, da mão de obra especializada, da educação e da inovação tecnológica, portanto, para além das determinações econômicas.

A sociabilidade capitalista no Brasil caracterizou-se, até meados 1940, com a paralisia estrutural e atualização dos padrões sociais de divisão e hierarquia resistentes a mudanças, o desencadeamento de ideais defendidos no Brasil, a partir de 1950, em que se projeta o capitalismo brasileiro haveria nascido em São Paulo, o capitalismo no Brasil era desigual e integrado, residindo aí a explicação de que a transição do trabalho escravo para o trabalho livre tenha como chave a imigração estrangeira, gerando uma ruptura entre o passado escravocrata e o novo ambiente competitivo, como se fosse o fim da ordem escravocrata com o processo de abolição da escravatura (CARDOSO, 2019).

Assim, a força regional construída a partir dos estados associados às especificidades de produção por região (Nordeste dependente da produção local de açúcar para exportação; a Região Centro-Oeste exploração de mineral; a Região Sudeste-Sul a produção de café) são determinantes para construção de comando político dependente da composição produtiva dos Estados. Isso desenhou um modelo centralizado com a plena autonomia federativa as oligarquias dos estados, reforçando as diferenças regionais (POCHMANN, 2008). Contudo, consolidação do capitalismo no Brasil teve inegável caráter “são Paulocentrismo”, as diferenças regionais dos regimes de escravidão produziram reflexo no tempo de transição (CARDOSO, 2019).

Como o modelo administrativo imperial era unitário, o seu controle sobre as províncias era bastante frágil a criação dos Estados na Constituição de 1891 atribui autonomia, o que fez surgir sistemas administrativos estaduais, que limitavam a expansão dos serviços e do emprego público devidos aos recursos financeiros por Estado, com economias mais fortes podiam contratar mais gente e expandir suas atividades, observa-se retração do emprego público devido à grande parte da população viver no meio rural (MATTOSO, 2001).

Nessa perspectiva, os escravos e donos de terra eram as classes centrais, mas que conviviam com uma infinidade de outros grupos responsáveis pela manutenção da ordem escravocrata; artesões e artífices nos ofícios urbanos, comerciantes, tropeiros, criadores de animais, pequenos proprietários víveres para o mercado interno, marcadores de escravos, financistas, milicianos, construtores, feitores, pequenos proprietários rurais, a plantação em monocultura com enorme extensão foi a exceção do período colônia e depois (CARDOSO, 2019).

Com a depressão de 1929, o modelo econômico nacional que era hegemônico dos tempos coloniais entrou em colapso, fragmentando as oligarquias locais, a revolução de 1930, foi um marco da construção da Aliança Liberal que agregou frações das oligarquias e

segmentos urbanos impulsionados por reformas políticas, econômicas e sociais o desenvolvimento industrial urbano acelerado fez com que, no período de 1930 a 1970, o mercado se tornasse nacional, com forte estruturação, diminuindo a participação das ocupações não organizadas passando de 55,7% da População Economicamente Ativa (PEA), em 1940, para 34,1%, em 1980. Com taxa média de expansão da população economicamente ativa de 2,6% entre 1940 e 1980, o emprego assalariado registrou aumento de 6, 2% com crescimento de média anual de 3,6% e o emprego sem registro variou em 0,6%, enquanto o desemprego variou em 0,5% as ocupações por conta própria 1,8% e as ocupações por conta própria 1,8% e as ocupações sem remuneração 0,6%. A comparação entre os anos 1940 e 1980 permite observar que de cada 10 ocupações geradas quase 8 eram assalariadas, sendo 7 com registro e 1 sem. As ocupações por conta própria, as sem remunerações e os empregados representavam apenas 20% do total dos postos de trabalho criados no mesmo período (POCHMANN, 2008, p. 62).

Regista-se ainda grande elevação dos empregos assalariados com registro, reflexo da transformação do mercado de trabalho nacional onde o emprego entre 1940-1980 cresceu à taxa média anual de 4,9% acima da variação da PEA em 4,6% e das ocupações dos segmentos não-organizado em 3,9%. Dessa forma, de cada 10 ocupações geradas no mesmo período, 7 eram do segmento organizado e 3 do não-organizado (POCHMANN, 2008, p. 63).

Contudo, o projeto nacional de industrialização ainda não estava consolidado sem preceitos estruturais dentre eles; a realização das reformas de base como: Agrária, Tributária e Social do capitalismo contemporâneo a informalidade não foi contida, resultando, de acordo com Pochmann (2012), no abandono de um projeto de desenvolvimento nacional refletiu-se na década de 1980 pela incapacidade de expandir emprego na mesma proporção do crescimento da população economicamente ativa, reflexo do cenário internacional, que com a depressão de 1929 o modelo econômico nacional que era hegemônico dos tempos coloniais, entrou em colapso, fragmentando as oligarquias locais, a revolução de 1930, foi um marco da construção da Aliança Liberal que agregou frações das oligarquias e segmentos urbanos impulsionados por reformas políticas, econômicas e sociais o desenvolvimento industrial urbano acelerado.

Mesmo com o cenário internacional favorável a timidez das políticas sociais foi espantosa, em 1923 Artur Bernardes constituiu o conselho Nacional do Trabalho. As medidas adotadas por Eloy chaves como deputado federal, ajudando a criar a caixa de aposentadoria e pensão dos ferroviários medida que seria estendida a 47 outras categorias profissionais em

1930, lei concedendo 15 dias de férias remuneradas aos profissionais da indústria, comércio e bancos, consolidado em 1925, e o código de menores 1927; a lei somente disciplinou as condições do trabalho industrial de mulheres e crianças em 1917; e temos a obra social da primeira república para os trabalhadores urbanos, outro evento importante foi a convenção nº12 da Organização Internacional do trabalho, garantindo a indenização por acidente de trabalho aos trabalhadores agrícolas que só foi ratificada em 1957 (CARDOSO, 2019).

Nessa conjuntura, o Brasil tem as primeiras iniciativas das políticas públicas com abrangência na regulação dos conflitos por iniciativa do poder público com o advento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) as preocupações governamentais são concentradas em ampliar novos empregos assalariados protegidos por leis sociais e trabalhistas, mais garantia e proteção ao desempregado (POCHMANN, 2008).

O Estado Constitucional é um ordenamento jurídico e um arranjo institucional em movimento, cujas as mudanças são fruto de pressões e disputas internas (de sua própria e multidimensional burocracia e das forças políticas que a compõem) e injunções e conflitos externos (as próprias instituições estatais ; e a nação , vindas de outros estados nação e que ê o ponto de convergência e lugar de processamento dos projetos do seu próprio ordenamento como elemento constitutivo inescapável da ordem econômica e social. O direito é a formalização momentânea do objeto das disputas políticas entre grupos e ou classes sociais, em geral hierarquizados que se alinham de maneira quase sempre fortuita, mais ou menos estruturada segundo o caso, tendo em vista fazer valer interesses (Econômicos, institucionais, familiares, individuais, crenças e valores, (Religiosos, éticos e morais) (CARDOSO, 2019, p.

67).

Nesse sentido, o Estado começou a legislar de forma extensa e detalhada sobre as condições das relações de trabalho e de organização sindical, instituindo direitos coletivos com visível controle sobre as organizações dos trabalhadores, onde a ideia central era eliminar a possibilidade de conflito entre trabalhadores e os empresários que viesses a prejudicar o desenvolvimento do país, marcado pela urbanização e industrialização (CAMPOS, 2015).

A construção dessas normas teve como objetivo a regulação do mercado de trabalho e garantir proteção mínima aos contratos de trabalho e as possíveis rescisões, contudo, consubstanciadas em instituições como os sindicatos e os órgãos da inspeção e da justiça laboral. Desse modo, a CLT foi desenvolvida para viabilizar as relações de trabalho com ênfase na industrialização da economia e urbanização da população com a cooperativa política, com isso assegurando a formatação do projeto capitalista no avanço da manufatura, com enorme demanda de mão de obra barata, assim mantendo os conflitos sob controle a política estaria afastada dos riscos do uso da força de trabalho como força de oposição através dos preceitos do anarquismo, em voga no início do século XX, assim, a construção de direitos e garantias aos trabalhadores, com a condição de que estes se abstivessem do conflito, como

mecanismo de definição de sua posição na sociedade que começava a se desenhar no Brasil (BIAVASCHI, 2007).

A expansão do aparelho do Estado econômico nacional, entre 1930 e 1945, seguiu a centralização com princípio dos comandos funcional e administrativamente marcado pelo Estado durante o governo provisório (1930-1937) e o Estado Novo (1937-1945). Conforme Draibe (2014), esses períodos constituem-se como fases cruciais do capitalismo industrial e do estado capitalista no Brasil se formando em um curto prazo de tempo e quase que simultaneamente. Essa dinâmica de rápida urbanização produto da industrialização coloca o Brasil já a partir diante do colapso mundial frente a crise de 1929, reforçando o fim da república das oligarquias, depois da revolução de 1930, o Brasil tentou formular um modelo produtivo a partir da produção de bens primários fazendo uso do trabalho assalariado dos imigrantes, processo que se formatou a partir da centralização do poder público, contudo, não conseguiu sua completa estruturação.

Moretto (2001) explica que, apesar da tendência, o mercado de trabalho não chegou a se estruturar de forma completa como nos países centrais onde a relação salarial tornou-se determinante, após o fim da segunda guerra. Esse momento de ascensão do capital nacional no processo de industrialização coincidiu com a presença de governos autoritários entre 1930 e 1945, as forças produtivas ficam subordinadas ao capital pela dinâmica de acumulação deste, que ao exigir qualificação técnica para o trabalhador assalariado impõe sua condição e determina os preços do trabalho (POCHMANN, 2016).

A população agrária subsistia, mal integrada ao novo cenário apresentado pelo mercado de trabalho urbano, o poder público se limitou a apoiar o desenvolvimento nas cidades que mostraram crescimento intenso, com o tratamento diferenciado dos investimentos por parte do poder público, as contradições e desigualdades sociais se intensificam, com o crescimento do emprego assalariado na região urbana (BALTAR, 2006).

Ou seja, mesmo diante do crescimento industrial com a elevação da oferta de trabalho no decorrer dos anos produzidos pela industrialização da econômica e urbanização da população, a enorme força de trabalho não consegue ser absorvida, gerando novas modalidades de ocupações e constituindo a informalidade. Assim a estruturação do mercado urbano no Brasil se constituiu com elevada oferta de mão de obra urbana reflexo da ineficiência de políticas para questão agrária.

Na visão de Krein (2013), o país não conseguiu alavancar o mesmo grau de homogeneização e proteção social conquistado no pós-guerra em países desenvolvidos,

especialmente na Europa, a nossa regulação pública ficou manca, portanto, a regulação do mercado de trabalho não pode ser observado apenas pela perspectiva de uma meio de resolução de conflitos, mas como instrumento em que alguns setores das oligarquias regionais instrumentalizaram pela política através do Estado para manter o projeto de industrialização e consolidação do projeto capitalista brasileiro nos moldes da burguesia agrária nacional.

Portanto, a dinâmica do mercado, se pautou no impulso da industrialização e da urbanização, modificando completamente a PEA com a inversão do trabalho rural para urbano com expressivo assalariamento dos setores industrial e de serviços, houve o intenso crescimento da população a procura de oportunidades para sobreviver. Isso resultou em diversos problemas de infraestrutura para absorver o crescimento populacional, em meio as condições que lastreavam essa relação o poder público além de absorver os conflitos, promoveu o desenvolvimento da economia através da incorporação politicamente determinada dos assalariados urbanos ao modelo de acesso com a imposição dos padrões mínimos para as condições de trabalho, em simetria justiça do trabalho e sindicatos oficiais de trabalhadores e empregadores, o poder público no Brasil não se empenhou neste período, em ordenar a entrada e saída das pessoas no mercado de trabalho, não atuou para evitar o elevado índice de rotatividade nos empregos, no tocante a definição de requisitos para estabilizar as pessoas em determinadas atividades.

Ao contrário as políticas apresentadas consolidaram as bases do capitalismo global em detrimento aos interesses nacionais em um processo de acomodação do poder público aos interesses do capital externo, e ainda gerando o empobrecimento da capacidade de construção de uma bases tecnológica, intelectual e substancial para o desenvolvimento do Estado nacional essa indefinição do papel do Estado, vai refletir no conteúdo e forma de como as políticas vão sendo constituídas no cenário nacional (BALTAR, 2014).

O rápido movimento do aparelho econômico, entre 1930 e 1945, foi articulado pelos aparelhos regulatórios do Estado, dentre eles; órgãos, códigos e peças legislativas que deram suporte a elaboração das políticas econômicas de caráter nacional que solidificam o Estado Capitalista e com a incorporação do sindicato pelo intervencionismo paternalista do Estado, conduzidos pelo intervencionismo do ativo avanço industrial (DRAIBE, 2014).

Nesse cenário, surge, então, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em 1931, e em seguida o departamento nacional do trabalho, em 1932, e do conselho de imigração e colonização, em 1938, estabeleceram as bases institucionais das relações de trabalho, com significado de “estatização” da luta econômica de classes, e estruturação

sindical, ambos mediados pelo controle Estatal. Conforme Draibe (2004), a as instituições criadas para administração direta e indireta foram associadas ao projeto de integração nacional e ao avanço da industrialização sob a ótica das regras do capitalismo global.

Com essa configuração, o caráter cautelar do Estado sobre o mercado de trabalho e as relações trabalhistas manifesta-se claramente nos instrumentos legais da década de 1930 e completa-se, em 1945, com a CLT e o conjunto de regulações que concluíram por abranger, a previdenciária, o movimento sindical e a organização da justiça do trabalho.

Um dos principais aspectos desse processo de consolidação das leis trabalhistas em

Um dos principais aspectos desse processo de consolidação das leis trabalhistas em