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FERRAMENTAS DE MONITORAMENTO Acesso,

2.2 Avaliação da aprendizagem

2.2.1 Avaliação da aprendizagem na EAD online

2.2.2.2 Momento e Tipos de avaliação

Já na década de 1950, Bloom (1988) assinalava que o objetivo da avaliação seria o de subsidiar o processo de ensino e aprendizagem e, portanto, ela não deveria ser realizada apenas ao final desse processo mas durante. Bloom (1988) defendia que a avaliação, seja qual for a proposta de ensino e aprendizagem, deveria estabelecer de forma clara e precisa seus objetivos. Trata-se de um processo dinâmico, aberto e contextualizado que deveria ocorrer em todo o período do curso e não somente em momentos pontuais e isolados. Nessa perspectiva, pode-se dividir a avaliação dos alunos em três fases: diagnóstica – antes do início do curso, na entrada do aluno, ou durante o curso ao início de cada etapa, a formativa – durante o curso - durante o curso,e a somativa – ao final do curso (MATTAR, 2011; POLAK, 2009).

A avaliação, seja ela diagnóstica, formativa ou somativa, vai afetar diretamente a aprendizagem, independente de serem realizadas em ambientes online ou presenciais, pois elas comunicam mensagens acerca de como os aprendizes devem estudar e quais coisas são mais importantes para serem aprendidas; criam oportunidades para que os estudantes revisem, pratiquem e apliquem aquilo que aprendem proporcionando-lhes a responsabilidade pelo próprio aprendizado possibilitando o auto monitoramento e a auto avaliação (BROOKHART, 1997).

Tanto a avaliação somativa quanto a formativa desempenham papel importante no processo de ensino e aprendizagem. A avaliação somativa tem a função de verificar a situação do aluno em relação às variáveis educacionais. A avaliação formativa tem a função de coletar informação sobre a aprendizagem do aluno e utilizá-la para adaptar o ensino e a aprendizagem às suas necessidades (VONDERWELL et al., 2007).

Como o aluno é o alvo do processo de ensino-aprendizagem, é de importância fundamental conhecê-lo para que se possa diagnosticar características que sejam relevantes para o seu ingresso no curso (BLOOM, 1971; POLAK, 2009; MATTAR, 2011). A avaliação diagnóstica, não mensurável em termos de notas, tem a função de conhecer as habilidades que o aluno deve ter antes de participar de um curso, sem as quais ele pode apresentar dificuldades, e verificar seus conhecimentos sobre o assunto, evitando-se com isso, a repetição desnecessária de informações já conhecidas que poderiam, inclusive, desmotivar a aprendizagem. Os resultados dessa primeira avaliação podem auxiliar o professor ao facilitar- lhe o desenvolvimento das unidades didáticas, permitindo que ele altere o design do curso com o intuito de preservar o processo de ensino-aprendizagem (BLOOM, 1971; POLAK, 2009; MATTAR, 2011). Nesse sentido, Polak (2009) indica que:

conhecer o grau de educabilidade cognitiva permite definir conteúdos, estratégias e metodologias que assegurem o desenvolvimento de competências e habilidades, considerando as particularidades de cada grupo,

respeitando o multiculturalismo, característica maior da EAD. (POLAK, 2009, p. 153).

O diagnóstico permitiria o levantamento das potencialidades dos alunos e consequentemente, auxiliaria na elaboração das proposições de avaliação. Conhecer as potencialidades do discente diante das exigências do curso oportunizaria a criação de indicadores de programação de conteúdo e forma, procedimentos e instrumentos, além da gestão do tempo. Sendo assim, poder-se-ia dizer que a avaliação, ao mesmo tempo que compõe o processo de aprendizagem é também resultante dele, ou seja, ela ocorre antes do processo de ensino e aprendizagem e o finaliza e serve de referência tanto para o professor quanto para o discente (ROMANOWSKI, 2008, p.290). A avaliação diagnóstica vem a ser um importante elemento que permite a obtenção de dados essenciais que dão suporte ao planejamento de um curso. Por meio dos dados obtidos por essa modalidade avaliativa, poder- se-ia flexibilizar o curso e reconfigurá-lo. Isso por que ela criaria condições para que se conhecesse o aluno. E ao conhecê-lo, ela permitiria que se considerassem suas especificidades e que fossem respeitadas suas trajetórias, seus saberes e competências prévias, expectativas, desejos, dificuldades, potencialidades. Por isso mesmo, costuma-se aplicar instrumentos diagnósticos na fase anterior ao início do processo (KENSKI et al., 2006).

A avaliação formativa seria aquela que ocorre durante todo o processo de aprendizagem, descrita como um processo dinâmico e aberto que está atrelado ao contexto no qual se insere (ARREDONDO; DIAGO, 2003). Por ser processual, o ato de avaliar a aprendizagem não deveria ser pontual, mas ocorrer ao longo do processo de ensino e aprendizagem (ARREDONDO; DIAGO, 2003). Visão partilhada por Polak (2009) que entende a avaliação formativa como aquela que ocorre durante todo o período do curso, utiliza diversos instrumentos e tem como finalidade o aperfeiçoamento do processo de ensino-

aprendizagem. Avaliação formativa, seria, portanto, uma avaliação processual, contínua e online (POLAK, 2009).

Kenski (2006), em relação à avaliação formativa, declara que tal modalidade avaliativa permeia todo o curso de forma continuada e processual com vistas a verificar se há compatibilidade entre os objetivos norteadores do processo de ensino e aprendizagem propostos e os resultados alcançados. Segundo a autora, ela cria condições para que professores e alunos recebam feedback em relação às suas estratégias de ensino e aprendizagem. Isso permite que estes façam as intervenções necessárias para que os objetivos propostos sejam atingidos com qualidade. Ainda, a avaliação formativa buscaria compreender as causas e ocorrências dos erros e agir de forma pedagogicamente efetiva com vistas a auxiliar na aprendizagem do aluno, ao invés de apenas sancionar tais erros, como frequentemente ocorre numa avaliação meramente somativa (KENSKI, 2006).

A avaliação somativa, por sua vez, apresenta característica terminal e classificatória, de atribuição de nota. Segundo (KENSKI, 2006), diversas visões da avaliação podem se prestar a variados papeis. Comumente, apesar de não ser o ideal, ela assume o papel de certificação com vistas a satisfação de necessidades classificatórias institucionalmente válidas. Esse é o aspecto somativo da avaliação cuja preocupação principal é a nota e tem como principais balizadores os resultados obtidos por meio de instrumentos de verificação da aprendizagem tais como provas e trabalhos. Apesar de ter a sua validade e importância dentro do processo de ensino e aprendizagem, tal função avaliativa, se utilizada isoladamente, pode distorcer a percepção relativa ao nível de aprendizado do aluno já que esta só apresenta resultados relativos a um momento específico, normalmente, ao final do processo de ensino- aprendizagem, quando já não é mais possível alterar o percurso de aprendizagem do aluno.

Em cursos online, a utilização da avaliação somativa seria frequente. Principalmente em momentos presenciais obrigatórios determinados oficialmente pelas agências

certificadoras que impõem um momento presencial formal para que se realizem provas isoladas e descontextualizadas do restante dos momentos de ensino e aprendizagem (KENSKI, 2006). Apesar da exigência do MEC de momento presencial para a avaliação do aluno em cursos de especialização e do fato de esta ter valor maior que qualquer outra forma de avaliação realizada durante o curso, o professor ainda poderia buscar acompanhar a participação dos alunos nas atividades ou nas interações propostas no curso uma vez é por meio de tal acompanhamento que o professor poderia ter conhecimento tanto do que foi apreendido pelos discentes quanto dos processos por ele vivenciados (LONGO, 2009).