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MONOGRAFIAS: PRINCIPAIS TEMÁTICAS DE ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO

No documento EDUC A ÇÃO DO CAM PO E F (páginas 64-69)

experiência e os resultados na UFG

MONOGRAFIAS: PRINCIPAIS TEMÁTICAS DE ANÁLISE E INVESTIGAÇÃO

O Curso de Especialização em Agricultura Familiar e Campo- nesa e Educação do Campo” (UFG) resultou na elaboração de 14 (qua- torze) monografi as, defendidas e aprovadas por bancas examinadoras compostas por três (três) membros (professores do Curso e convidados externos). Os resultados são amplamente satisfatórios no que se refere à dimensão quantitativa, pois todos os alunos matriculados tiveram suas monografi as aprovadas.

No que diz respeito às temáticas desenvolvidas e aos enfoques de análise adotados, os trabalhos monográfi cos revelam heterogeneidade, determinada não apenas pelas diferentes formações profi ssionais dos es- tudantes, mas também pelas diferentes realidades vivenciadas, seja em assentamentos de Reforma Agrária ou em comunidades de agricultores familiares no Estado de Goiás.

Apesar desses elementos de dispersão nos objetos de investiga- ção, pode-se observar que todas as monografi as, em maior ou menor grau, estão vinculadas aos eixos norteadores do Curso expressos em sua grade curricular: Agricultura Familiar e Camponesa, Assentamentos de Refor- Em que pese o envolvimento do conjunto de todos na realiza-

ção das atividades programadas pelo Curso, os atrasos no repasse de re- cursos, por parte do Programa, tanto para a realização dos tempos presen- ciais, quanto para o pagamento da “bolsa”, geraram insatisfações e incer- tezas que, em alguns casos, resultaram na evasão de estudantes. A “bolsa” foi concebida como um suporte fi nanceiro para os estudantes fazerem o levantamento dos dados de pesquisa e se manterem nos assentamentos. Assim, os recorrentes atrasos no pagamento das bolsas dos estudantes prejudicaram, relativamente, a realização do Tempo Comunidade.

No Tempo Comunidade, foi fundamental a participação dos professores orientadores no acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos alunos. Os orientadores acompanharam e discutiram com os alunos os diagnósticos de realidade produzidos com base em suas vivências nos assentamentos e comunidades, procurando, a partir de referenciais teóricos, auxiliar os estudantes na construção de uma problematização crítica que pudesse ser objeto de análise em suas monografi as de fi nal de Curso.

Nos intervalos entre os Tempos Presenciais, os discentes cum- priam as etapas do Tempo Comunidade, o que implicava na permanência mínima de 12 dias úteis por mês nos assentamentos escolhidos. Nessas oportunidades, os estudantes aprofundavam seus estudos, diagnósticos, experimentos e suas relações com as pessoas e grupos das comunidades. Em função da inexperiência, insegurança ou despreparo dos estudantes, apesar das demandas das comunidades, a maioria dos estudantes procurou evitar prestar “assistência técnica”. Isso tornou um tanto vazia e frustrante a pre- sença de muitos deles, visto que havia certa expectativa de realização de um trabalho de natureza intervencionista dos alunos junto às comunidades.

Assim, coube ao conjunto dos integrantes do projeto (professo- res, técnicos, alunos e agricultores) a tarefa de organizar as atividades de campo, com base no conhecimento de metodologias participativas, dire- cionadas ao desenvolvimento de tecnologias agroecológicas adaptadas às realidades dos trabalhadores rurais. Periodicamente, os integrantes do projeto se reuniam para discutir e avaliar as ações desenvolvidas na comu- nidade. Discutia-se, também, o andamento dos estudos e das atividades de levantamento dos dados de campo para elaboração das monografi as. Nes- sas oportunidades, emergiam as difi culdades, medos e estranhamentos produzidos pela vivência de uma realidade desconhecida e desafi ante.

O Curso estabeleceu como critério para obtenção do título de especialista a elaboração de um trabalho monográfi co, sob a orientação de um docente vinculado a uma das entidades educacionais partícipes do Programa. Os temas dos trabalhos de pesquisa foram orientados no sen-

O grande desafi o que orientou os trabalhos vinculados a essa temática foi a construção e o desenvolvimento de agroecossistemas adap- tados às particularidades ambientais do bioma regional, o cerrado. Sabe- se que os limitantes naturais impostos à prática agrícola na região (perí- odo de seca prolongada, solos de baixa fertilidade natural e muito ácidos) historicamente induziram à adoção de sistemas produtivos calcados na aplicação de “pacotes tecnológicos” altamente dependentes de capital. Esse contexto propiciou, ao lado da degradação das condições naturais do bioma, a consolidação de uma estrutura produtiva baseada na agricul- tura empresarial de grande escala e, em contrapartida, na estigmatização e empobrecimento da Agricultura Familiar e Camponesa. Torna-se es- tratégico para aqueles comprometidos política e eticamente com a Agri- cultura Familiar no Estado e na região a busca por um paradigma de agricultura que seja capaz de conciliar, nas condições do cerrado, os ob- jetivos de viabilização econômica e de preservação dos recursos naturais do bioma.

Os trabalhos representativos dessa linha temática são:

“Indicadores de Sustentabilidade em Sistemas Agroecológi- cos no Assentamento Brumado, Heitoraí, Goiás”, autoria de Cristiano Ramos Evangelista, orientação do Prof. Dr. Wilson Mozena Leandro;

“A Construção da Matriz Agroecológica no Projeto de Assen- tamento Emiliano Zapata, Uberlândia – MG”, autoria de Danielle Silva Beltrão, orientação da Profª. Drª. Patrícia Guimarães Santos Melo;

“Práticas Agroecológicas na Cultura do Quiabo no Assenta- mento Canudos, Goiás”, autoria de Ricardo de Siqueira Camargo, orien- tação do Prof. Dr. Paulo Marçal Fernandes;

“Controle Biológico da Lagarta do Cartucho em Milho, no Assentamento Cachoeira Bonita, Goiás”, autoria de Nilma Alves da Silva, orientação do Prof. Dr. Manuel Galbino Churata Masca;

“Processo Sócio-histórico de Implantação dos Sistemas Agro- fl orestais, no Assentamento Canudos, Goiás”, autoria de Glenda Lup Machado Guimarães, orientação do Prof. Dr. Paulo Marçal Fernandes.

Outra temática signifi cativa entre os trabalhos apresentados foi a da Assistência Técnica e Extensão Rural nos Assentamentos de

Reforma Agrária e em núcleos de Agricultura Familiar. Os traba- lhos, nessa perspectiva, em que pese suas limitações, mostram em comum a preocupação de analisar/construir metodologias participativas dos agri- cultores com as propostas de assistência técnica e extensão rural, levando em conta as especifi cidades econômicas, sociais e culturais do público- alvo dessas ações.

ma Agrária, práticas educativas participativas, questão ambiental, extensão rural e práticas agroecológicas de produção. Do total de trabalhos, 12 (doze) foram desenvolvidos em Assentamentos de Reforma Agrária e dois em comunidades de Agricultura Familiar e Camponesa.

A temática mais presente nas monografi as desenvolvidas foi a dos processos agroecológicos de produção na Agricultura Familiar. Esses trabalhos têm como centralidade de investigação a crítica do padrão tecnológico agro-químico difundido na agricultura brasileira nas últimas décadas. As diferentes investigações revelam a busca por uma matriz tec- nológica adaptada às condições sociais, ambientais, econômicas e culturais prevalecentes na Agricultura Familiar e entre os assentados da Reforma Agrária brasileira e de Goiás, em particular. As monografi as têm em pers- pectiva a construção de um paradigma agroecológico de produção.

Tendo em vista que todos os estudantes-pesquisadores vincu- lados ao Curso, na UFG, têm como formação profi ssional a Agronomia e a Medicina Veterinária, era de se esperar que a maior parte das mono- grafi as se inserisse nessa temática mais “técnica”, em que pese o caráter interdisciplinar do Curso. As análises apresentam em comum o ideário de que os problemas da Agricultura Familiar são específi cos e, portanto, demandam soluções adaptadas ao contexto cultural, econômico e am- biental dessa forma social de produção. Nessa perspectiva, discutem/cons- troem alternativas estratégicas e metodológicas a partir dos recursos dis- poníveis nas próprias comunidades rurais, capacitando de forma efetiva os camponeses para que eles protagonizem a solução de problemas que bloqueiam seu desenvolvimento econômico e social. Ou seja, mesmo os problemas técnicos da produção são tratados e inseridos num contexto mais amplo e dizem respeito à própria organização dos agricultores.

Os objetivos das investigações estão, assim, orientados pela busca de tornar as “comunidades camponesas” sustentáveis. Nos diferen- tes sistemas de produção pesquisados, nas diferentes comunidades e as- sentamentos, a meta foi que técnicos e agricultores, de forma participati- va, encontrassem soluções tecnológicas simples e de fácil aplicação, que pudessem ser adotadas pelo conjunto da comunidade; que tivessem cus- to compatível com as possibilidades econômicas dos agricultores familia- res/assentados, que implicassem nos menores riscos econômicos possíveis e na menor dependência em relação a fatores externos à comunidade; que se baseassem no uso racional e sustentável dos recursos naturais e visas- sem recuperar o equilíbrio ecológico do agroecossistema; e que estives- sem enraizadas na lógica cultural dos próprios camponeses, em seu saber- fazer, em seus valores e práticas culturais.

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 2 Matriz Regional

mum, essas monografi as expressam o objetivo de propiciar aos agriculto- res a problematização das escolhas e práticas produtivas adotadas e esti- mulá-los a produzir novos conhecimentos, com conjunto com os técni- cos, com o objetivo de gerar maior renda.

Os trabalhos representativos dessa linha temática são:

“Estudo do Sistema de Produção de Bovino no Assentamen- to Santa Rosa e Estratégias de Desenvolvimento”, autoria de Rômulo Rocha Caldeira, orientação do Prof. Dr. Joel Orlando Bevilaqua Marin;

“Análise da Produção Leiteira no Assentamento Canudos”, autoria de Michel Neto Novais, orientação do Prof. Dr. Joel Orlando Bevilaqua Marin;

“Seleção de Cultivares de Arroz e Feijão Adaptados aos Siste- mas de Cultivo dos Produtores do Assentamento Canudos”, autoria de Luciano Meirelis Belém, orientação da Profª. Drª. Patrícia Guimarães Santos Melo.

Os trabalhos restantes (4) apresentam temáticas específi cas. A monografi a “Lixo Ritmado: a educa-ação ambiental na questão do lixo no Assentamento Canudos, GO”, de Thiago de Carvalho Verano, sob orien- tação do Prof. Dr. David J. Caume, representa uma investigação que tem como centralidade discutir o problema da produção e do tratamento do lixo no interior de um Assentamento de Reforma Agrária. O objetivo da educação ambiental é metodologicamente tratado a partir do enfoque proposto pela Educação do Campo; isto é, se propôs a desenvolver ações educativas que tornassem os assentados (sobretudo, jovens e crianças) os próprios sujeitos do ato educativo e não passivos recebedores de saberes sobre o problema do lixo.

“Políticas Públicas da Reforma Agrária: Estudo de Caso do Assentamento da Fazenda Jenipapo, Município de Santa Izabel – GO”, de autoria de Giany Aparecida de Freitas, sob orientação do Prof. Dr. Renato Pinto da Silva Júnior, avalia a experiência de um Assentamento de Reforma Agrária criado a partir da política de crédito fundiário do Gover- no Federal.

“Micro-destilaria: a viabilidade técnica da produção de etanol a partir da biomassa da cana-de-açúcar na Agricultura Familiar”, de au- toria de Nilson Fernandes, sob orientação do Prof. Dr. Manuel G. C. Churata Masca, representa a tentativa de uma discussão acerca das pos- sibilidades e limites da inserção de agricultores familiares da região na produção do etanol.

“Integração da mulher na renda familiar”, de autoria de Arai Assis Barros Lima, sob orientação do Prof. Msc. Euter Paniago Júnior, Tomando como pano de fundo as contradições geradas pelo

modelo de modernização capitalista trilhado pelo espaço rural e agrícola nas últimas décadas (concentração de renda, concentração fundiária, de- semprego, migração campo-cidade, impactos ambientais etc.), as pesqui- sas desenvolvidas expressam um esforço em estabelecer metodologias de assistência técnica e extensão rural que estejam alicerçadas no protagonis- mo dos agricultores na busca das soluções para os problemas de desen- volvimento. É subliminar às investigações a concepção de que não são os técnicos simples difusores de recomendações e receitas aos agricultores, mas que eles agem como promotores da participação social, do envolvi- mento e do engajamento na discussão dos problemas vividos no cotidiano da Agricultura Familiar, Camponesa e da Reforma Agrária.

A metodologia do “planejamento participativo” é tomada como ferramenta de trabalho fundamental do técnico-pesquisador nas pesqui- sas desenvolvidas. Ela propicia esse encontro entre agentes sociais (agri- cultores e técnicos), portadores de saberes distintos, sendo ambos consi- derados como sujeitos de uma prática educativa que visa encontrar solu- ções complexas e coletivas para os problemas de desenvolvimento que atingem as comunidades camponesas pesquisadas. Nessa perspectiva, os estudos desenvolvidos buscaram qualifi car o saber empírico dos agricul- tores; promover a participação dos agricultores na defi nição de problemas e possíveis soluções; encontrar soluções específi cas, locais, ecossistêmicas; e, sobretudo, valorizar as estratégias coletivas, que, ao contrário do ideário tradicional da extensão rural, não estão ancoradas no indivíduo-agricultor, mas no grupo social, na coletividade, na comunidade camponesa.

Os trabalhos representativos dessa linha temática são:

“Condições da Assistência Técnica e a Forma de Vida das Famílias no Projeto de Assentamento Rio Claro no Município de Jataí – Goiás”, autoria de Igor José da Silva, orientação do Prof. Msc. Euter Pa- niago Júnior;

“A Visão dos Assentados de Reforma Agrária do Assentamen- to Curral de Pedra Quanto à Assistência Técnica”, autoria de Ricardo Mendes Pereira, orientação do Prof. Dr. Renato Pinto da Silva Júnior.

Um terceiro eixo temático corresponde à análise de sistemas

de produção desenvolvidos por agricultores familiares e assentados de Reforma Agrária em Goiás. Esses trabalhos tiveram em comum, além da preocupação com os pressupostos epistemológicos norteadores do Curso, analisar criticamente os sistemas produtivos praticados pelos agricultores, tendo como perspectiva os aspectos relacionados à sustentabilidade (eco- nômica, social e ambiental) dos empreendimentos produtivos. Em co-

te, pesquisadores da EMBRAPA, unidade de Goiânia, e da UFG vêm dis- cutindo a formação de uma parceria num projeto de qualifi cação dos agentes de extensão rural e de desenvolvimento de tecnologias adequadas aos assentados rurais e agricultores familiares.

Assim, a experiência do Programa Residência Agrária, em Goiás, contribuiu para o fortalecimento de uma rede de intercâmbios de experi- ências e de conhecimentos entre os alunos da especialização, da gradua- ção, do mestrado e do doutorado da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da UFG. Além disso, este Programa proporcionou espaços e situações para a interação com outras instituições que, direta ou indire- tamente, atuam com assentados rurais e agricultores familiares. Impor- tante também se faz notar que o Curso de Especialização, juntamente com os projetos fi nanciados pelo CNPq, fortaleceram a área de pesquisa orientada para a produção orgânica e agroecológica, dando mais respaldo e legitimidade para os grupos de professores e estudantes que tem inte- resse por essas temáticas.

A parceria estabelecida entre as universidades do Centro-Oeste foi muito rica do ponto de vista do conhecimento da diversidade de rea- lidade dos biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia, indicando para os es- tudantes a necessidade de encontrar soluções econômicas, ambientais e sociais que contemplem as particularidades de cada região, assentamento e assentado rural.

Por fi m, vale mencionar que os egressos do Curso de Espe- cialização em Agricultura Familiar e Camponesa e Educação do Campo foram contratados por instituições que atuam em assentamentos rurais do Estado de Goiás, prestando serviços de extensão rural e assistência técnica, como a Associação de Cooperação Agrícola no Estado de Goiás - ASCAEG e o SEBRAE/GO. Isso indica que o Programa Nacional de Educação do Campo - Formação de Estudantes e Qualifi cação Profi s- sional para a Assistência Técnica, instituído pelo Ministério do Desen- volvimento Agrário, vem alcançado seus objetivos de qualifi car profi s- sionais para atuar junto aos assentados e agricultores familiares. Porém, a baixa remuneração, a dependência da aprovação de projetos, a incons- tância ou atrasos nos repasses de recursos para a remuneração dos pro- fi ssionais se tornam entraves para a fi xação desses profi ssionais nos trabalhos junto aos assentados rurais e agricultores familiares. Por estas e outras razões, pelo menos três profi ssionais, que foram alunos do Curso de Especialização, ingressaram em Programas de Pós-Graduação com o objetivo de ampliar seus estudos e pesquisas em torno das práti- cas agroecológicas de produção.

constitui um estudo de caráter bibliográfi co que procura discutir a impor- tância e as formas de participação da mulher nos processos de geração de renda de agricultores familiares e, particularmente, de assentados de Re- forma Agrária.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo do Curso de Especialização em Agricultura Familiar e Camponesa e Educação do Campo foi qualifi car estudantes para atuar nos programas de ATES e ATER, sob os fundamentos de uma formação humanista, comprometida com a compreensão e transformação das rea- lidades vividas por agricultores familiares e Assentados de Reforma Agrá- ria. Assim, procurou-se compreender os processos socioeconômicos dos Assentamentos e da Agricultura Familiar e Camponesa, suas relações com o mercado, suas peculiares nas formas de organização produtiva e consi- derando seus modos de vida e manifestações culturais, religiosas e políti- cas. Esse processo abriu possibilidades para identifi car e dialogar sobre as matrizes tecnológicas utilizadas nos processos produtivos, compreender e consolidar os princípios teórico-práticos de sistemas produtivos agroe- cológicos. Da mesma forma, abriram-se espaços para discutir as políticas públicas dirigidas aos trabalhadores do campo, destacando o papel da Universidade na produção do conhecimento nas temáticas da Reforma Agrária, da Agricultura Familiar e Camponesa e também na formação dos profi ssionais que atuam junto a esses grupos sociais.

Um resultado importante dessa experiência foi a formação de um Núcleo Transdisciplinar de Pesquisa e Extensão Rural, que atua na ATER e na ATES por meio de intensa articulação entre as instituições de Ensino/ Pesquisa, instituições governamentais e não governamentais e movimentos sociais, no contexto da Rede Territorial de Desenvolvimento. Este projeto contribuiu para desencadear, na Universidade Federal de Goiás, um pro- cesso riquíssimo para o desenvolvimento e a integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Este projeto permitiu que se interligassem seis projetos de pesquisa, nas áreas de Agroecologia e Agricultura Familiar e Camponesa, fi nanciados pelo CNPq (Desenvolvimento agroecológico no entorno de Goiânia; Difusão e validação de tecnologias para a Agricultura Familiar do estado de Goiás; Processamento da cadeia do açafrão em Mara Rosa/GO; Criação e estabelecimento de processos agroecológicos em Ita- puranga/GO e; Desenvolvimento agroecológico do entorno de Goiânia: novos desafi os) e pelo MDA (“Trabalhadoras rurais: geração de trabalho e renda em processo de desenvolvimento agroecológico”). Mais recentemen-

Educação do Campo e Formação Profi ssional: a experiência do Programa Residência Agrária Capítulo 2 Matriz Regional

formação de estudantes e qualifi cação profi ssional para Reforma Agrária e Agricultura Familiar. Brasília: 2004. (mimeografado). MOLINA, Mônica Castagna; AZEVEDO DE JESUS, Sonia Meire San- tos (Org.). Contribuições para a construção de um projeto de

Educação do Campo. Brasília: Articulação Nacional. Coleção Por uma Educação do Campo, nº 5, 2004.

SOUZA, Maria Antônia. Educação do Campo – Propostas e práti-

cas pedagógicas do MST. Editora Vozes, 2006.

UFG. Universidade Federal de Goiás. Formação de Estudantes e

Qualifi cação Profi ssional para Assistência Técnica em Assenta- mentos de Reforma Agrária no Estado de Goiás. Goiânia: UFG, 2004. (mimeografado).

UFG. Projeto político-pedagógico do Curso de Especialização

em Agricultura Familiar e Camponesa e Educação do Campo – Consórcio multi-institucional UNEMAT/UFG. Goiânia: UFG, 2005. (mimeografado).

Apesar dos problemas e limitações apresentados, é inquestioná- vel que o Curso de Especialização em Agricultura Familiar e Camponesa e Educação do Campo conseguiu qualifi car profi ssionais para compreen- derem a realidade, os limites e as potencialidades da Reforma Agrária e da Agricultura Familiar e Camponesa brasileira; para serem capazes de pro- por soluções tecnológicas que promovam a sustentabilidade e para exer- cerem a atividade da assistência e da extensão rural por meio de metodo- logias que promovam a participação dos agricultores na defi nição dos seus próprios problemas.

Os grandes desafi os para o futuro são garantir a continuidade do Programa Nacional de Educação do Campo - Formação de Estudan-

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