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imos que os pentecostais clássicos do início do século X X não criam, a princípio, em denominacionalismo. Eles criam que o derramamento do Espírito na época era para unir a igreja e pro­ mover uma evangelização mundial, tendo em vista a iminente volta de Jesus Cristo. Mas, em pouco tempo, eles se organizaram como denomi­ nação para proteger o movimento de heresias e confusão. Assim surgi­ ram as Assem bléias de Deus e outras denominações pentecostais com suas escolas e institutos bíblicos para treinar seus líderes e defender suas doutrinas básicas.

Com

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novo derramamento do Espírito na metade do século, os participantes deste movimento, conhecido como “Chuva Serôdia” , se le­ vantaram mais fortemente ainda contra o denominacionalismo. De fato, eles tiveram grande sucesso em não formar outra denominação, contudo entraram em muitas heresias e desequilíbrios. Eles foram tão longe em suas “revelações” que muitos historiadores da igreja do século XX, como Vinson Synan, nem o mencionam, como se fosse algo totalmente falso.

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Movimento Carismático dos anos 60 e 70, considerado pelos seus participantes a “segunda onda” do Espírito, caracterizou-se pela va­ lorização e fortalecimento das denominações. Eles nem cogitaram de sair delas, antes queriam o mover do Espírito infiltrando nas principais deno­ minações e, assim, ter uma igreja renovada pelo Espírito, No início eles se autodenominaram neo-pentecostais para diferir dos pentecostais clás­ sicos m ais b a ru lh en tos, m as d e p o is fica ra m c o n h ec id o s co m o carismáticos.

0 Movimento Carismático pode ser considerado a mais extensa e difundida manifestação do Espírito, o cumprimento mais completo até

hoje da profecia de Joel. Atingiu as mais antigas denominações tradici­ onais e depois, de modo espetacular, apropria Jgre/a Católica em 1967

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mesmo ano da tomada de Jerusalém por Israel. Porém, ao visualizar a história da igreja do século X X podem os notar claramente que, en­ quanto

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Movimento Chuva Serôdia representa mais o aspecto “Refor­ ma” (pois grandes verdades da Palavra foram restauradas naquela épo­ ca),

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Movimento Carismático representa o aspecto “Avivamento”, pois foi uma extensão da visitação do Espírito iniciada no começo do século, só que dentro das denominações.

Mais recentemente, nos anos 80 surgiram alguns líderes falando de uma “terceira onda” do Espírito que sucederia as primeiras duas, o Movimento Pentecostal Clássico e o Movimento Carismático. Um forte promulgador desta terceira onda é Peter Wagner, professor do Seminá­ rio Teológico Fuller, em Pasadena, Califórnia, que fala em línguas mas se recusa a ser chamado de pentecostal ou carismático. A “terceira onda” seria uma obra sobrenatural do Espírito nas principais denominações tradicionais levando as pessoas a exercer os dons do Espírito, mas sem aceitar rótulos, sem se tornarem carismáticos ou pentecostais. Há dois motivos básicos para esta posição. Primeiro, os defensores da “terceira onda” não querem trocar sua teologia evangélica por uma duvidosa teo­ logia pentecostal. Em segundo lugar, querem apenas integrar os dons do Espírito como uma prática normal da vida da igreja.

Então, enquanto os pentecostais saíram das denominações exis­ tentes na época e formaram uma nova igreja e uma nova teologia, os carismáticos não saíram mas formaram um novo movimento dentro de qualquer denominação. Os carismáticos se tornaram um departamento dentro da igreja. Já os promulgadores da “terceira onda” não querem sair nem ser um departamento, mas querem permear toda a Igreja com a normalidade da prática dos dons do Espírito.

Para um melhor entendimento do Movimento Carismático vamos tratá-lo em vários aspectos:

1 ° - ASSOCIAÇÃO D E HOMENS D E NEGÓCIOS DO EVANGELHO PLENO. A “Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno” foi

fundada por Demos Shakarian, um homem de negócios pentecostal de origem armênia, em 1952, com a ajuda de Oral Roberts. Tinha como

propósito alcançar homens de negócios com o evangelho que incluía batismo no Espírito. Daí o nome “Evangelho Pleno”.

Essa organização exerceu importante papel na disseminação da experiência pentecostal entre milhares de pessoas de igrejas tradicio­ nais, que talvez nunca tivessem interesse em assistir às reuniões de imia igreja pentecostal. Até então, a experiência pentecostal tinha se difundi­ do principalmente no meio de pessoas simples, de classe média para baixo, mas com sua técnica de organizar banquetes para homens de negócios, onde um convidado cheio do Espírito dava seu testemunho, pessoas ricas e influentes foram também cheias do Espírito. Walter Hollenweger, autor da obra “Os Pentecostais”, declarou que esta organi­ zação contribuiu muito para a propagação das idéias pentecostais pelo mundo, apesar do “ensinamento incompreensível de que a pessoa que é cheia do Espírito terá mais sucesso nos negócios, fará melhores trato­ res e automóveis que seus competidores,viverá numa casa mais confor­ tável e, se for jogador de futebol, marcará mais gols do que uma pessoa que não é convertida ou não é batizada no Espírito”. *

2° - DAVID D U PLESSIS. David du Plessis era natural da África do

Sul, convertido numa igreja pentecostal chamada Missão F é Apostólica (fundada por John G. Lake, que teve ligações com a Missão da RuaAzusa, em Los Angeles). Teve contato com o fam oso evangelista Smith Wi^esworth, que profetizou sobre ele em 1936 sobre a obra mundial que Deus faria através de sua vida. A seguir, temos um resumo da sua experi­ ência relatada pelo próprio du Plessis, extraído do livreto “Perdão” :

Em 1936, como secretário geral da Missão Fé Apostólica na África do

SulJUi responsável por convidar o evangelista Smith Wigglesworth, da Ingla­ terra, para vir ao nosso país. Nossos espíritos combinaram imediatamente e eu

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acompanhei o máximo possível como seu intérprete. Destaforma,Jica- mos conhecendo um ao outro intimamerúe. Nojinal da sua estadia elejicou em minha casa durante uns quinze dias a fim de ministrar naquela região.

Certo dia [corforme minha esposa me contouposteríormente), ek entrou naco

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inhaàsseishorasdannanhâedissesimplesmente:“OndeestáoDauid?”

Eu tinha o costume de leoantar-me às cinco horas e, portanto, nesta hora euJá estava no meu escritório. Então ela lhe disse: “Irmão Wigglesworth, ele JáJoipara o escritório. ”

Eu estava sentado na minha escrívaninha, lendo a correspondência que acabara de chegar, quando de repente a porta se abriu de uma vez! Sem nenhumsinaldeoviso, sembaterantes, aportasimplesmentejoiaberta. E

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irmão Wigglesuxirthentroucomoquemestácom umapressadesesperada Olhando para mim com uma expressão um tantoferoz, ele disse: “Saia daí! Venha aqui parafora!”

Levantei-me de detrás da escrivaninha e andei para onde ele estava Ele colocou a mão sobre meu ombro, empurrou-me para aparede, olhou direta­ mente nos meus olhos e disse: “Deus disse que você tem permanecido o bastante em Jerusalém! Ele vai enviá-lo aos corfins da terra Ele vai operar através de você e permitir que você presencie o maior mover do Espírito na história da igreja!” E assim ele continuou profetizando: “Assim diz o Senhor: Hei de vivificar os cadáveres. Através das igrejas tradicionais virá um aviva­ mento que transtornará o mundo inteiro. ”

Bem, eu não acreditava em nada disso. Estas eram as “coisas novas” (Is 48:6). Eu não podia compreender eperguntei a mim mesmo: “0 que aconte­ ceu com

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velho?” (Ele tinha setenta e tcmtos arws nessa época)

“Eu quisera ter vinte anos a menos”, ele me disse, “para que eu pudesse ver

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início do seu cumprimento. Mas quando começar, eu não estarei mais aqui Portanto, não se preocupe. Erjquartío eu estiver vivo, nada vai aconte­ cer. Só depois que eu morrer. ”

Em seguida ele curvou a cabeça e orou pedindo ao Senhor para me abençoar. Depois saiu efechou a porta.

Fldsentar-me.Estavacori/usoeperplexo. Eudisse: “Senhor,sejaqualfor

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significado de tudo isto, aceito a advertência. Tu não me falaste nada a respeito de todas estas coisas. Eu nunca pensei que as igrejasfossem recu­ perar-se dasuamorte!”

E então ouvi alguém batendo suavemente àporta “Entre!” eu disse. A porta se abriu e quem entroufoi o irmão Wigglesworth.

“Bomdia irmãoDavid Comovocêestánestamanhã?” “Muito bem”, respondi, “mas terrivelmente corfuso. ” Ele perguntow “Por quê?"

“Você não sabe que esteve aqui há poucos minutos? Você nem me cum­ primentou, e entregou-me uma mensagem que me abcdou. ”

“Ah, sim”, ele respondeu. “Eu não cumprimentei ninguém hoje de manhã Você não sabe o que aconteceu ao profeta que cumprimentou as pessoas peb caminho?”

“Ele entrou em problemas sérios”, eu disse.

“E eu não tinha nenhuma intenção de entrar em problema!”

Ele aceitava a Palavra literalmente! Nunca conheci um homem que en- contrasseaverdadenaPalavradeuma maneira tão literal! (lRsl3; Lc 10:4).

‘Agora”, ele disse, “Já enteguei a mensagem e podemos conversar. Não cumprimentei sua esposa e não cumprimentei você. Eu tinha de entregar a mensagem Às quatro horas da manhã tive uma visão. Vi coisas tão extraor­ dinárias que eu mesmo tenho dificuldade para crer! Depois Deusfcdou comi­ go para levantar-me e contar a visão a você. E você estará vivo quando tudo isto acontecer!”

E aí ele deu maiores detalhes. Mas isto não ajudou, porque estava tudo errado. Meu passado, minhaformaçáo, nossa maneira de pregar, de crer, nossas tradições tudo era diferente! Era o oposto daquilo que ele estava dizendo.

Eu disse: “Bem, irmão Wigglesworth, eu não sei o que você acha que devo Jazer Vou lembrar daquilo que você disse, mas não vou agir até que o Senhorfcde comigo. Não me importa quem é o profeta que trouxe a palavra, eucreio que o Senhor vaifalar comigo ecor^vmarapalauranomeucoração.” “Ótimo", ele respondeu. “Lembre-se, porém, de que Deus me disse que a condição é você permanecer fiel e humilde. Não é difícil lembrar-se disto. Apenas duas coisas: Fidelidade e humildade. Fidelidade para ouvir e humil­ dade quando ele abençoar ”

E então me perguntou: “Vocêfica erijoado quando viaja de navio?" “Eu nunca vüyei no mar”, respondi

“E de avião?"

“Eu também nunca vicyei de avião. ” Ele disse: “Então venha aqui!”

Mais um vez empurrou-me contra a parede e orou. E eu dou graças a Deus por aquela oração! Ele disse: “Senhor, tu me mostraste que estejovem vai viajar mais que outraspessoas. JVoo é bom adoecer em casa, mas épior adoecerbngedecasa.Porfavor, riãopemitasqueehjcmaisadoeçaquando estiver uiqjando a teu serviço. ”

A profecia e visão de Wigglesworth permaneceram sem cum pri­

mento por 10 anos, mas pouco antes de sua m orte ele disse a David du Plessis; “Meu irm ão David, não recebi mais nada do Senhor sobre o assunto. Mas tenho certeza absoluta do cumprimento daquilo que ele revelou na África do Sul, e que você é o homem que será usado,”

Em 1948 du Plessis ficou prostrado num hospital por causa de imi desastre de seu carro com lun trem, e Deus começou a falar com ele;

“Chegou a hora para se cumprir a profecia dada a você por Smith Wigglesuxyrth. É hora de começar. Quero que você vá aos líderes do Conselho Mundial de Igrejas. ”

Respondiemtomde argumento: “Senhor, mas o que posso dizer àquelas igrejas mortas?"

“Eu ressuscito os mortos!”A resposta veio com unnasiniplicidade chocante. “Mas, Senhor, elessãonossosinimigos!”Euestavaquasechoramingando. “Sim, mas eujá lhe disse que deve amar seus inimigos.”

IgnorandoaverdadedasEscriturasemminhaJrustração, continueiargu- mentando. “Como posso amar pessoas assim? Não concordo nem comsuas doutrinas nem com suas práticas. ”

“Bem",

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Senhor respondeu firmemente no meu interior, “você terá de perdoá-los."

“Meu Senhor” — agora estava choramingando de verdade— “como posso perdoá-los se não possoJustificá-los?”

“Eu nunca lhe dei autoridade paraJustificar pessoa alguma. Eu lhe dei autoridade apenas para perdocw. Ese perdoá-los, você vai amá-los. Eseos amar, você vai querer perdoar. Agora pode escolher. ”

AconversaestavaterminadaMasabaíalhatinhaapenasiniciado. Uma pequena luz tinha raiado, suficiente para mostrar-me quão pouco eu conhe­

cia a respeito do perdão aos olhos do Senhor. Nos dias vindouros eu teria de bitar com o Senhor, aprender, sofrer as dores internas de uma genuína revo­ lução. Um novo rei teria de dominar aquela parte da minha vida

Enquanto eu meditam ali, durante a noite, com as luzes apagadas, vi o tamanho do meu erro. Eu estava esperando que Jesus me usasse como um pentecostal para abalar as igrejas. Pensava que poderiaforçar as pessoas a entenderem a verdade, dizendo-lhes onde estavam erradas e sacudindo-as emJusta indignação. Mas o Senhor disse que este não é o caminho. “0 avivamento viráse você perdoar. Se você lutar— não acontecerá nada!"

Então a revelação básica que Deus deu a du Plessis foi perdão aos tradicionais e suas práticas. Seu prim eiro contato ecumênico foi em 1951 com John A. Mackay, presidente do Seminário Teológico de Princeton, que se mostrou muito amável e interessado no Movimento Pentecostal. Poucos dias depois, pela primeira vez, um pentecostal en­

trou no escritório central do Conselho Mundial de Igrejas em Nova lorque, na 5^ Avenida, e foi bem recebido. Em 1952 participou do Conselho Missionário Internacional realizado na Alemanha, onde pôde comparti­ lhar sua experiência pentecostal. Foi ali que foi chamado pela primeira vez “Senhor Pentecoste”.

Em 1954 participou da Segunda Assembléia do Conselho Mundi­ al de Igrejas como representante das Igrejas Pentecostais, o que causou muitas críticas por parte de líderes pentecostais que haviam denuncia­ do

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Conselho Mundial como a principal força da igreja apóstata dos últimos dias. Em 1956, falando a um grupo de líderes ecumênicos, entregou uma das suas mais famosas mensagens. Comparando a verda­ de do evangelho a um bife, ele declarou que as igrejas tradicionais ti­ nham a verdade “congelada” enquanto os pentecostais tinham a mesma verdade “no fogo”. Explicou que os apóstolos “tinham uma experiência e nenhuma doutrina”, enquanto a maioria das igrejas modernas

“tinham

doutrina sem nenhuma experiência”. Esta mensagem ressoou pelo mun­ do, depois desse encontro."

Naquela época vários pastores e ministros tradicionais recebe­ ram línguas e outros dons e foram aconselhados por du Plessis a “per­ manecer em suas igrejas e florescer onde foram plantados”.

Seis anos antes do advento da renovação carismática católica, du Plessis fez seu prim eiro contato com líderes católicos. Quando de sua participação no Conselho Mundial de Igrejas em Nova Delhi foi convida­ do a visitar o Vaticano para explicar o pentecostalismo a vários teólogos e historiadores que estavam fazendo um estudo detalhado do movimen­ to. No caminho de volta da índia encontrou-se no Vaticano com o Carde­ al Bea, chefe da Secretaria para a Promoção da Unidade Cristã, a quem disse: “Tudo o que quero dizer é isto: Torne a Bíblia disponível a todo catóUco no mundo em sua própria língua. Se os catóUcos lerem a Bí­ blia,

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Espírito Santo vivrficará o livro, e isto transform ará suas vidas. E com catóhcos transformados haverá renovação d a igreja”. Sobre o batismo no Espírito ele disse: “Não, isto não vem por sucessão apostó­ lica — embora traga o sucesso apostólico. Você tem que receber isto do Senhor Jesns. Ele é o único batizador no Espírito”.

Quando este diálogo foi reportado ao Papa João XXIII, ele allrmcu serem as palavras de du Plessis “uma revelação de Deus” à qual oscatóli-

cos “deveriam atentar”. Se o envolvimento de du Plessis com líderes tra­ dicionais já causava críticas e rejeição dos líderes pentecostais, a visita ao Vaticano causou íliror. As Assembléias de Deus americanas, às quais ele transferira sua ordenação em 1955, revogaram suas credenciais de minis­ tro,

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que significou para ele não ter qualquer elo oficial com qualquer grupo pentecostal. Mesmo assim prosseguiu com determinação.''

Embora desprezado pelos pentecostais, líderes das igrejas tradi­ cionais e católicos romanos continuaram a cercá-lo. Em 1964 foi convi­ dado pelo Cardeal Bea para ser o único observador pentecostal do Vaticano II. Nesta histórica assembléia de cardeais du Plessis ofereceu perdão aos católicos e viu esperança para renovação. Somente dois anos depois do término do Vaticano 11, a renovação carismática começou en­ tre católicos romanos em Pittsburgh, Pensilvãnia. "

Du Plessis dirigiu a equipe pentecostal nos diálogos entre católi­ cos e pentecostais de 1972 a 1982. Ele também participou da Conferên­ cia Carismática Católica em Roma, em 1976, quando ouviu o Papa Paulo VI pronunciar suas bênçãos sobre a renovação carismática.

Du Plessis exerceu um papel profético e tornou-se a figura-chave para lançar o fogo do movimento carismático nas igrejas tradicionais. Seu trabalho como presidente da equipe pentecostal nos diálogos entre pente­ costais e católicos romanos e como principal preletor em centenas de en­ contros carismáticos-pentecostais ao redor do mundo confirmaram-lhe o título não oficial de “Senhor Pentecoste”. Em 1974 um grupo de repórteres da revista “Tim e” nomearam du Plessis como um dos onze “principais teólogos do século XX”. Também, por seu trabalho no diálogo e outras con­ tribuições ao Movimento Carismático Católico, ele recebeu do Papa João Paulo 11 a medalha de ouro “Benemerente” por excelente “serviço a toda Cristandade”. É a mais alta honra que um Papa pode conferir, e du Plessis foi

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primeiro protestante a recebê-la. Em 1979 seu ministério foi genero­ samente reconhecido pelos pentecostais quando as Assembléias de Deus restauraram totalmente seus papéis de ordenação. ^

Embora seu trabalho às vezes tenha causado controvérsias, du Plessis é sem dúvida uma das mais importantes figuras pentecostais na história. Ele faleceu em 2 de fevereiro de 1987, cinco dias antes de completar 82 anos.

3° - DENNIS BENNETT. Dennis Bennett tornou-se vim precursor

do m ovim ento carism ático (tam bém cham ado M ovim ento Neo- Pentecostal) na América. No fmal da década de 50 Padre Bennett era reitor da elegante e moderna Paróquia E piscopal de São Marcos em Van Nuys, Califórnia. Graduado na Universidade de Chicago e na Escola de Divindade de Chicago, era a personificação do clero sofisticado, res­ peitável e levemente mundano da sua igreja. Por volta de 1959 São Marcos crescera ao ponto de incluir 2.600 membros e uma equipe de quatro ministros, quando ele ouviu sobre o batismo no Espírito através de um colega clérigo episcopal.

Depois de observar alguns leigos em sua igreja que exibiam um alto grau de compromisso e espiritualidade, Bennett começou a buscar respostas sobre suas experiências pentecostais. Depois de uma verda­ deira investigação, ele se tornou convencido da realidade do batismo no Espírito, embora tendesse a ver o falar em línguas como algo quase desnecessário. Porém, ansiava por uma realidade mais profunda em sua experiência cristã. A medida que estudou o assunto, ficou surpreso em ver tantas referências ao Espírito Santo no Novo Testamento, no “Livro de Oração Comum” , nos escritos dos Pais da igreja primitiva, nos livros-textos de teologia, nos livros de história da igreja, “e até mesmo nos hinários”. *

No início de 1959, Bennett finalmente começou a buscar o batis­ mo no Espírito com a ajuda de um colega sacerdote episcopal e de um jovem casal da igreja que já tinha recebido a experiência através de um outro casal das Assem bléias de Deus. Numa reunião de oração no lar do casal, mãos foram impostas sobre Bennett enquanto seus amigos oravam por ele.

Eis um trecho de sua experiência extraída de seu livro “Nine o’clock in the Morning” :

Hauia quatro pessoas presentes: eu, um amigo que era sacerdote episco­ pal em nossa diocese, e John e Joan (o casal que já recebera o batismo). Nós estávamos sentados na sola de estar do casal nossos hospedeiros na escri- vardnliadebaixodaJcinela,eunuirKicadeirasuper-€Stqfadadooutroladoda salaeo outroclérigoàminhadireita..EueslavaconscientBdemimmesmo, e deterrrúnadoanãoperderrrmha dignidade!

“0 que eu faço?” Perguntei a eles novamente.

“Peça a Jesus para batizá-b no Espírito Santo”, disse John. “Nósorare- nvos com você, e você apenas orará e louvará ao Senhor. ”

Eu disse: ‘Agora lembrem-se, eu quero esta proximidade a Deus que