2.2 D ESEMPENHO TÉRMICO
2.2.3 Normas de desempenho
Neste tópico são abordadas as duas normas brasileiras que tratam do desempenho térmico e/ou eficiência energética de edificações residenciais: NBR 15.220 (2005): Desempenho térmico de edificações e NBR 15.575 (2013): Edificações habitacionais - Desempenho.
2.2.3.1 NBR 15.220
A norma NBR 15.220 (ABNT, 2005) apresenta em sua terceira parte recomendações quanto ao desempenho térmico de edificações unifamiliares de interesse social com até três pavimentos, aplicáveis na fase de projeto. Ela estabelece um Zoneamento Bioclimático Brasileiro e recomenda diretrizes de construção e estratégias de condicionamento térmico passivo, baseadas em parâmetros e condições de contorno fixas, os quais são: tamanho das aberturas para ventilação, proteção das aberturas e fechamentos externos (tipo de parede externa e cobertura). A norma no entanto não dispõe sobre os procedimentos para avaliação do desempenho térmico, e afirma que esta pode ser elaborada por meio de medições in loco ou via simulações computacionais.
É proposta a divisão do território brasileiro em oito zonas relativamente homogêneas quanto
ao clima, sendo que para cada zona são feitas recomendações de construção que otimizam o
desempenho térmico de habitações por meio de uma melhor adequação climática (ABNT,
2005). Na Figura 1 mostra-se a divisão bioclimática brasileira.
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Figura 1: Zonas bioclimáticas brasileiras
Fonte: NBR 15.220 (ABNT, 2005).
2.2.3.2 NBR 15.575
A norma NBR 15.575 (ABNT, 2013) tem como foco não a prescrição de como os sistemas devem ser constituídos, mas as exigências do usuário para a habitação e seus sistemas quanto ao seu comportamento em uso e ao longo da sua vida útil, independentemente dos materiais e sistemas de construção utilizados e do número de pavimentos. Assim, ao contrário da norma NBR 15.220 (ABNT, 2005), essa norma dispõe sobre os procedimentos para a avaliação do desempenho térmico de edificações.
A norma estabelece no anexo E níveis mínimos de desempenho (M) para cada requisito, os
quais devem ser atendidos. Também são indicados os níveis de desempenho intermediários
(I) e superior (S), que podem ser alcançados com a melhoria da qualidade da habitação. Para
o desempenho térmico os valores máximos da temperatura diária do ar em recintos de
permanência prolongada (como salas e dormitórios) para condições de verão estão indicados
na Tabela 1. Recomenda-se no entanto os níveis intermediário (I) e superior (S) para maior
conforto do usuário (ABNT, 2013).
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Tabela 1: Avaliação de desempenho térmico para condições de verão
Nível de desempenho Critério
Zonas 1 a 7 Zona 8
M Ti,max < Te,max Ti,max < Te,max
I Ti,max < (Te,max – 2 °C) Ti,max < (Te,max – 1 °C)
S Ti,max < (Te,max – 4 °C) Ti,max < (Te,max – 2 °C) e
Ti,min < (Te,min + 1 °C) Ti,max = é o valor máximo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em °C;
Te,max = é o valor máximo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em °C;
Ti,min = é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em °C;
Te,min = é o valor mínimo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em °C;
M = nível mínimo; I = nível intermediário; S = nível superior.
Fonte: NBR 15.575 (ABNT, 2013).
Os valores mínimos da temperatura diária do ar em recintos de permanência prolongada para um dia típico de inverno estão indicados na Tabela 2. Novamente a norma recomenda os níveis intermediário (I) e superior (S) para maior conforto do usuário.
Tabela 2: Avaliação de desempenho térmico para condições de inverno
Nível de desempenho Critério
Zonas 1 a 5 Zonas 6, 7 e 8
M Ti,min > (Te,min + 3 °C)
Nestas zonas, este critério não precisa ser verificado
I Ti,min > (Te,min + 5 °C)
S Ti,min > (Te,min + 7 °C)
Ti,min = é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação, em °C;
Te,min = é o valor mínimo diário da temperatura do ar exterior à edificação, em °C;
M = nível mínimo; I = nível intermediário; S = nível superior.
Fonte: NBR 15.575 (ABNT, 2013).
Realizando-se a avaliação do desempenho por meio de simulação computacional, a norma NBR 15.575 (ABNT, 2013) fornece no anexo A informações sobre a localização geográfica de cidades brasileiras e dados climáticos para os dias típicos de verão e inverno, sendo o nível de aceitação para ambas estações o mínimo (M). Na composição de materiais deve-se utilizar dados das propriedades termofísicas dos materiais e/ou componentes de construção.
A habitação deve ser considerada como um todo, sendo cada ambiente uma zona térmica.
Para conjuntos habitacionais ou edifícios multiuso devem ser selecionadas unidades representativas, no caso de um conjunto habitacional de edificações térreas deve-se selecionar uma unidade habitacional com o maior número de paredes expostas, e no caso de edifício multiuso deve-se selecionar uma unidade do último andar, com a cobertura exposta.
Todos os recintos devem ser simulados considerando-se as trocas térmicas entre os
ambientes e avaliando-se os resultados dos dormitórios e salas. Ainda, na entrada de dados
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