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QUANTO À LOCALIZAÇÃO

2.1. O que se caracteriza como prioridade 1 na Escola:

( ) A. A Formação dos Gestores. ( 3 ) B. O planejamento conjunto.

( ) C. A realização de eventos visando um clima positivo de trabalho na escola.

( 1 ) D. Os resultados das avaliações externas.

( 1) E.O acompanhamento dos Programas de Ação e Plano de Ação.

( 3 ) F. A proteção do tempo pedagógico, monitorando a assiduidade e pontualidade dos alunos.

A fala de duas gestoras de Fortaleza corrobora a preocupação com a infrequência e atrasos dos alunos, ao mesmo tempo em que indica ações tomadas no sentido de reduzí-las:

Nós criamos um sistema de controle de frequência e pontualidade aqui na escola. Se o aluno falta ou chega atrasado, diretor, coordenador de curso, diretor de turma e o pai ou a mãe são avisados por SMS. Não tem como garantir aprendizagem se o aluno não frequenta a escola direitinho. Também estimulamos a criação dos grupos de estudos com os monitores nos horários de estudo. Às vezes eles aprendem mais com os colegas do que com os professores […] (Gestora da escola C1).

Olha, esse problema não é assim tão fácil de resolver não, viu, porque muita coisa não depende da escola, entende? Como é que eu posso impedir um aluno que mora do outro lado do mundo vir estudar aqui? [...] Aí depois começam os atrasos, porque eles andam de ônibus, né? Aí perdem muita aula, e termina refletindo na aprendizagem... Chega o segundo bimestre e já tem um monte de aluno pendurado, cheio de nota baixa. A gente tenta convencer os pais a colaborar, mandando os meninos irem dormir mais cedo, acordar mais cedo...e também a estudar em casa, porque aqui não dá pra tirar todas as dúvidas que eles trazem do ensino fundamental, né? ...Tem menino que chega aqui sem nunca ter

estudado física ou química...como é que vai dar conta dos conteúdos, se não tem base? (Gestora da escola B1).

O aspecto mais fortemente mencionado como motivo para pedido de transferência – a falta de adaptação do aluno à escola,merece uma análise mais aprofundada, especialmente em função de desconhecermos o que representa exatamente esta dificuldade de adaptação: O horário, as disciplinas técnicas, a quantidade de aulas e disciplinas, o modelo de gestão das escolas, que exige maior rigidez quanto à disciplina, o perfil do aluno, o curso escolhido? Todos esses fatores provavelmente se encontram inseridos nessa justificativa de caráter mais amplo.

São perguntas que não puderam ser respondidas durante a realização da pesquisa, mas que certamente merecem ser investigadas com maior profundidade, com vistas a prevenir ou minimizar os efeitos.

Outro aspecto de difícil intervenção para a escola é quando o aluno relata precisar deixar a escola para entrar no mercado de trabalho de modo precoce e ainda sem a formação técnica concluída. Os demais motivos são passíveis de alguma interferência da gestão escolar, especialmente a questão da dificuldade de aprendizagem nas disciplinas técnicas.

Questionados acerca de medidas necessárias no sentido de reduzir os números relativos aos pedidos de transferência, os gestores relataram algumas das dificuldades encontradas, mencionaram impressões e ações corretivas:

Eu acho que os meninos deviam ter mais tempo pra escolher o curso. Eles entram muito crianças, ainda chamam a gente de tio, tia...precisava mais tempo pra se acostumar com o ritmo, pra conhecer mais sobre a profissão. A maioria quer fazer informática, aí quando chega na hora das disciplinas técnicas que eles veem que não tem nada a ver com internet, facebook, joguinhos, e sentem grande dificuldade nas disciplinas técnicas, eles querem sair. Mas o problema é que a gente não tem como dar esse tempo pra eles. A gente faz oficinas, seminários, traz palestrantes e tenta pelo menos que se o menino não quer ficar, que saia antes do início das aulas técnicas, pelo menos a gente pode colocar outro na vaga. Pior é quando vão sair no fim do primeiro ano, que a gente não tem mais como preencher a vaga […] (Gestor de escola I4)

Acerca da migração de alunos para escolas regulares, uma resposta presente ao questionário aplicado aos Coordenadores de Curso fornece pistas. Em um bloco de perguntas abordando a dimensão “Responsabilidade Social”, foi solicitado que os itens fossem respondidos com “S” para sim ou “N” para não: “Existem ações que favoreçam a inclusão e permanência de estudantes em situação econômica desfavorecida” A opção “Não” foi selecionada por 5 dos sete coordenadores, indicando não existir nenhuma ação ou desconhecer, no caso de existência.

De um modo geral, percebe-se na fala dos gestores a compreensão da gravidade que representa a evasão de alunos das escolas profissionais, e em todas as escolas encontramos ações voltadas à sua redução, aspecto que pode ser constatado pela tendência observada a partir do segundo ano de funcionamento das escolas, quando os gestores se apropriam melhor da situação da unidade escolar e em conjunto com sua equipe podem estabelecer estratégias para seu enfrentamento.

1.9- Aspectos Estruturais: Instalações, Materiais, Recursos Humanos

Como já citado anteriormente, todas as escolas pesquisadas são adaptadas, ou seja, passaram por reformas visando à construção de laboratórios técnicos e outras melhorias como rede elétrica, vestiários, etc.

Todas estão equipadas com laboratório de ciências e laboratório educacional de informática (LEI) em condições razoáveis, instalados em salas com ar condicionado. Os móveis e equipamentos estão em estado bom ou razoável e funcionam adequadamente. No LEI são instalados 21 computadores, ligados em rede e com acesso à internet. Ao longo do ano de 2012 os equipamentos dos laboratórios de informática da maioria das escolas foram substituídos por máquinas novas e de melhor configuração.

O acesso à internet ainda é um problema, especialmente nas unidades localizadas no interior do estado, seja pela frequência de instabilidade motivada por baixa velocidade da conexão ou por indisponibilidade da rede motivada por fatores externos à escola.

O mobiliário das escolas (direção, coordenação, sala dos professores, biblioteca, secretaria e salas de aula) é composto por móveis como mesas, cadeiras, armários, quadros brancos, carteiras e outros, todos em bom estado. Há computadores instalados na direção, coordenação, secretaria, biblioteca e sala dos professores, todos com conexão à internet.

Um aspecto considerado crítico em todas as escolas pesquisadas diz respeito aos laboratórios técnicos. Entre as dez escolas pesquisadas, mesmo sendo do grupo iniciado nos anos de 2008 e 2009, ainda foram verificadas pendências relativas aos laboratórios técnicos, seja por necessidade de construção ou adaptação do espaço destinado ao seu funcionamento, seja pela não aquisição de equipamentos que farão parte dos mesmos.

Em uma das escolas pesquisadas, verificou-se a oferta de curso técnico com alunos já em fase de conclusão do curso, sem a existência de nenhum laboratório técnico instalado. Para minimizar os prejuízos desta situação, os alunos foram encaminhados para a realização de práticas em laboratórios de instituições parceiras ou empresas, mediante contratação.

Em item constante do questionário dos alunos solicitando avaliar as escolas em relação a 17 itens relacionados, apenas dois receberam o conceito “RUIM”: Banheiros/Vestiários e Laboratórios Técnicos, tendo este sido assinalado por 42 alunos. A “qualidade dasaulas práticas” foi considerada regular por 35 alunos.