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3.3. Metodologia

3.3.1. Opções metodológicas

Este estudo procurou fazer uma análise do papel da resolução de problemas no processo ensino-aprendizagem da geometria, com particular enfoque no tema circunferência, com vista à formulação, validação e justificação de conjeturas.

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Assim, pretendeu-se observar, descrever e interpretar os processos desenvolvidos pelos alunos e intervir nesse desenvolvimento. Portanto, a problemática em estudo corresponde a um estudo de caso, levando a optar por uma metodologia de natureza qualitativa.

Relativamente a este tipo de metodologia, Bogdan e Biklen (1994) referem-na como “uma metodologia de investigação que enfatiza a descrição, a indução, a teoria fundamentada e o estudo das percepções pessoais” (p.11).

Savenye e Robinson (2001) mencionam que a investigação de cariz qualitativo é realizada num ambiente natural, em que o investigador despende bastante do seu tempo no terreno, tornando-se o principal instrumento de recolha de dados, pois contacta de perto com o objeto em estudo. Portanto, o contexto torna-se determinante pela influência que pode exercer sobre o comportamento humano (Bogdan & Biklen, 1994).

Num estudo desta natureza os dados a serem recolhidos podem não estar delimitados, podendo mudar no decorrer do estudo, na medida em que novas questões e novos aspetos podem surgir (Savenye & Robinson, 2001), sendo a sua análise mais dedutiva do que indutiva (Bogdan & Biklen, 1994).

No que concerne ao estudo de caso, e que é um exemplo de metodologia qualitativa, tem contribuído para um conhecimento dos problemas da prática e de organizações particulares como é o caso das escolas (Bogdan & Biklen, 1994; Yin, 2003). É considerado por Yin (2003) como um estudo empírico em que se investiga um fenómeno contemporâneo dentro do seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o fenómeno e o contexto não são claramente evidentes, referindo que se devem ponderar três aspetos ao escolher este tipo de metodologia, sendo eles: i) o tipo de questões a que o estudo se prende, ii) o nível de controlo do investigador sobre os acontecimentos, e iii) se decorre ou não na atualidade.

Portanto, à luz da literatura e do contexto de intervenção, justifica-se plenamente a opção pela realização de estudo de caso de índole qualitativo.

3.3.2. Estratégias de avaliação da ação

Por forma a poder avaliar o impacto da intervenção recorreu-se a diversas estratégias/instrumentos de recolha de informação. Desta forma, os dados foram recolhidos tendo por base a observação, um questionário, a plataforma moodle e as produções dos alunos.

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Observação

A observação revelou a sua importância desde o início, tornando-se primordial na medida em que permitiu ter uma perceção e uma captação dos acontecimentos ao longo da intervenção. Contudo, como os alunos se encontravam a trabalhar em grupo foi necessário recorrer a gravações áudio como complemento. Assim, as gravações áudio devidamente autorizadas pela Diretora da Escola (Anexo 1) e pelos Encarregados de Educação (Anexo 2), tiveram como intuito recolher dados de uma forma espontânea ao longo da intervenção, permitindo registar comentários feitos pelos alunos aquando a realização das tarefas em grupo. Estes registos foram parcialmente transcritos para posterior análise de conteúdo por forma a apoiar outras estratégias de avaliação da ação, nomeadamente sendo essenciais na identificação de algumas dificuldades e erros.

Questionário

O questionário (Anexo 3), devidamente autorizado e aplicado no final da intervenção através da plataforma moodle, teve como propósito averiguar as perceções dos alunos acerca do contributo da resolução de problemas para a aprendizagem da Geometria, bem como compreender o desempenho destes no tópico “a circunferência” através da resolução de problemas. Ou seja, o questionário permite avaliar a consecução dos objetivos 1 e 3 a que este estudo se propôs.

No que se refere à construção, formulação e elaboração das questões do questionário atenderam-se a alguns aspetos patenteados por Hill e Hill (2008): i) as questões referentes ao mesmo assunto foram agrupadas; ii) questões fechadas por forma a obter respostas objetivas; iii) questões de controlo por forma a averiguar a veracidade de outras e, iv) as questões utilizam uma escala Likert de 5 pontos com as categorias “Discordo Totalmente” até “Concordo Totalmente”.

O primeiro grupo de questões do questionário diz respeito a dados pessoais do aluno. No segundo grupo pretende-se avaliar as opiniões dos alunos acerca da metodologia de ensino e a sua eficácia enquanto o terceiro grupo dá ênfase à apreciação das tarefas e ao formato de ensino. No grupo quatro identificam-se as opiniões dos alunos acerca do recurso à tecnologia (Geogebra e Plataforma Moodle). Por último, no quinto grupo, são colocadas três questões abertas pretendendo-se que os alunos façam uma apreciação global do decorrer da intervenção deixando algum comentário ou opinião.

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Plataforma Moodle

A plataforma moodle teve como intento complementar o processo de ensino- aprendizagem presencial ao longo da intervenção pedagógica. Tal como defende Penerroud (1999) o moodle enquadra-se em modelos pedagógicos no qual se potencia o desenvolvimento da autonomia e da reflexão do indivíduo (aluno), bem como as suas competências e capacidades de organização.

Através da plataforma moodle foram colocadas tarefas para os alunos resolverem, algumas delas serviram de preparação para a intervenção pedagógica, nomeadamente, como pré-utilização e preparação em trabalhar com software Geogebra, existia um espaço para dúvidas/discussão através do fórum geral ou através da sala de chat e, ainda, eram colocadas as resoluções às tarefas propostas pelo manual escolar e diversificada informação.

Assim, mesmo fora da sala de aula, existia partilha, interação, colaboração e cooperação quer entre aluno-aluno quer entre professora-aluno.

Produções dos alunos

Ao longo da intervenção foram propostas aos alunos tarefas de resolução de problemas. Estas tarefas foram realizadas quer através da plataforma moodle quer na sala de aula. Na plataforma moodle os alunos resolviam as tarefas individualmente e na sala de aula eram trabalhadas em grupo.

Após os alunos resolverem as tarefas em grupo, as suas resoluções eram alvo de discussão coletiva, sendo que no final de cada aula eram recolhidas para digitalização e posteriormente entregues aos alunos.

Assim, as produções dos alunos permitiram analisar os processos de resolução, tornando-se possível a identificação de erros e dificuldades bem como o desempenho por parte destes na aprendizagem subordinada à temática em estudo.