• Nenhum resultado encontrado

Capítulo 10: Infecções do Trato Respiratório Inferior

10.5 Coleta, Transporte e Armazenamento

10.6.4 Outras considerações

Em pacientes neutropênicos e imunossuprimidos, além dos agentes relata- dos como causa de pneumonia em crianças e adultos, devem ser valorizados achados clinicamente compatíveis com isolamento de:

„ Bactérias: Streptococcus viridans, Corynebacterium jeikeium, Bacillus spp.,

Legionella spp., Mycobacterium spp., Nocardia spp., Rodococcus spp.

„ Fungos: Aspergillus spp., Fusarium spp., Candida spp., P . carinii, Cryptococ-

cus neoformans .

„ Protozoários: Toxoplasma gondii, Strongyloides stercoralis .

Módulo 3: Principais Síndromes Infecciosas

toluidina ou ainda de imunofluorescência, com anticorpos monoclonais que apresenta uma sensibilidade de 80% e especificidade de 90%.

No diagnóstico de legionelose (Legionella pneumophlia) o escarro ou outros materiais obtidos por vias invasivas ou não podem ser utilizados no diagnós- tico pela imunofluorescência direta com anticorpos monoclonais. Métodos rápidos imunocromatográficos para detecção do antígeno na urina também podem ser utilizados. Esses testes somente detectam Legionella pneumophi- la sorogrupo 1, porém essa é a que tem maior incidência nas infecções. Os recursos imunológicos para teste no escarro (Elisa e imunofluorescência) oferecem baixa sensibilidade e especificidade para caracterização da pneu- monia por Chlamydia pneumoniae. Os métodos moleculares seriam uma al- ternativa quando disponíveis.

Quando agentes como Mycobacterium tuberculosis, Legionella spp., e Pneu- mocistis carinii são encontrados no escarro, devem ser considerados patogê- nicos, independentemente da avaliação de qualidade do escarro.

Isolados de Candida spp. não devem ser reportados em secreção traqueal. Para diagnóstico de Mycobacterium tuberculosis além da baciloscopia, cul- tura e métodos moleculares que já vem sendo utilizados, existe também a possibilidade do uso de um sistema fechado que é denominado Xpert MTB/ RIF. Este sistema consiste em um PCR em tempo real, que automaticamente faz a extração, amplificação e detecção da presença do agente, bem como da resistência a rifampicina diretamente da amostra. Todo o processo ocorre em um período inferior a 2 horas.

O desempenho deste método mostrou sensibilidade acima de 92%, poden- do chegar a 100% em amostras com baciloscopia positiva e valores menores nos casos de baciloscopia negativa. A especificidade também se evidenciou alta com valores acima de 97%.Para detecção de resistência a rifampicina tanto a sensibilidade quanto a especificidade mostraram-se elevadas.

Ainda, para finalizar o avaliação do diagnóstico molecular de tuberculose, deve-se citar também a linha Genotype MTB para identificação e detecção de resistência, que é um método revelado por cromatografia.

Os métodos moleculares citados no capítulo de capítulo anterior também são indicados para diagnóstico de infecções respiratórias virais do trato res- piratório inferior.

10 .7 Referências Bibliográficas

A’COURT, C.H.D., GARRARD, C.S., CROOK, D., BOWLER, I., CONLON, C. et al. Microbiology lung surveillance in mechanically ventilated patients, using non-directed bronquial lavage and quantitative culture. Quarterly J. Med. 86: 635-648, 1993.

AMERICAN THORACIC SOCIETY DOCUMENTS – Guidelines for the management of adults with Hospital-acquired, ventilator-associated and healthcare-associated Pneumonia. Am J Respir Crit Care Med 171: 388-416, 2005

BASELSKI, V.S., WUNDERINK, R.G. Bronchoscopic Diagnosis of Pneumonia. Clin. l Microbiol. Rev. 7(4): 533 – 558, 1994.

BARTLLET, R.C. Medical Microbiology: Quality Cost and Clinical Relevance. New York, John Wiley & Sons, 1974.

BERNSTEIN, JM. Treatment of community-acquired pneumonia – IDSA Guidelines CHEST. 115: 9S – 13S, 1999.

BOEHME, C.C., NABETA, P., HILLEMANN, D. et al. Rapid molecular detection of tuberculosis end rifampin resistance. N Engl J Med 2010; 363:1005-1015, 2010.

CAMARGO, L.F., De Marco, F.V., BARBAS, C.S., HOELZ, C.S., BUENO, M.A., AMADO, V.M., CASERTA, R., MARTINO, M.D., PASTERNAK, J., KNOBEL, E. Ventilator associated pneumonia: comparison between quantitative and qualitative cultures of tracheal aspirates. Crit care, 8(6): R422-30, 2004.

CANADIAN CRITICAL CARE TRIALS GROUP. A randomizes trial of diagnostic techniques for ventilator-associated pneumonia. N Engl J Med 355: 2619-30, 2006

DONOWITZ, G.R., MANDELL, G.L. Acute Pneumonia in: Mandell G.L., J.E. Bennett, R. Dolin, Principles and Practices of Infectious Diseases, Fifth ed. Churchill Livingstone, New York, 2000, 717-750.

GARNER, J.S., JARVIS, W.M., EMORII, T.G. CDC definitions for nosocomial infections. Ann. J. Infect. Control 16: 128-140, 1988.

GRUSON, D, HILBERT, G. VALENTINO, R, VARGAS, F, et al. Utility of fiberoptic bronchoscopy in neutropenic patients admitted to intensive care unit with pulmonary infiltrates. Crit Care Med 2000, 28(7): 2224-2230

HAYNER, C.E., BAUGHMAN, R.P. Nosocomial Pneumonia: A review of diagnostic approaches. Infect. Med. 12 (7): 322 – 330, 1995.

ISEMBERG, H.D. Collection, transport, and manipulation of clinical specimens and initial laboratory concerns, in: Essential Procedures for Clinical Microbiology. ASM Press. Washington DC,1998.

Módulo 3: Principais Síndromes Infecciosas

JACOBS, J.A., DE BRAUWER, E.I.G.B., CORNELISSEN, E.I.M., DRENT, M. Accuracy and

precision of quantitative calibrated loops in transfer of bronchoalveolar lavage fluid. J. Clin. Microbiol. 38(6): 2117-2121, 2000.

JOURDAIN, B., NOVARA, A., JOLU-GUILLOU, M.L. et al. Role of quantitative cultures of endotracheal aspirates in the diagnosis of nosocomial pneumonia. Am J Resp. Crit. Care Med. 52: 241-246, 1995.

KONEMAN, E.W., ALLEN, S.D., JANDA, W.M., SCHRECKENBERGER, P.C., WINN Jr, W.C. Guidelines for the collection, transport, analysis, and reporting of cultures from specific specimens sources. in: Color Atlas and Textbook of Diagnostic Microbiology, 5th ed.,

Lippincot, 1997. 121-170.

MCINTOSH, K. Community-acquired pneumonia in children. N. Engl. J. Med. 346(6): 429 – 437, 2002.

MEDURI, G.C. Diagnosis and differential diagnosis of ventilator-associated pneumonia. Clin. Chest Med. 16(1): 61-93,1995.

MIMICA, I., DONOSO, E., HOWARD, J.E., LEDERMANN, G.W. Lung Puncture in the Etiological Diagnosis of Pneumonia. Amer. J. Dis. Child 122: Oct 1971.

MURRAY, P.R. (ed): ASM Pocket Guide to Clinical Microbiology, ASM Press Washington DC, 1996.

MURRAY, P.R., WASHINGTON, J.A. Microscopy and bacteriological analysis of expectorated sputum. Mayo Clin. Proc. 50: 339-334, 1975.

National Nosocomial Infections Surveillance (NNIS). MMWR. March 3, 2000, 49, 8. RICHARDS, M.J., EDWARDS, J.R., CULVER, D.H., GAYNES, R.P. Nosocomial infections in medical intensive care units in the United States. Crit. Care Med. 27(5): 887-892, 1999. ROLSTON, K.V.I. The spectrum of pulmonary infections in cancer patients. Current Opinion in Oncology. 13: 218-23, 2001.

SHARP, S.E., ROBINSON A., SAUBOLLE, M., CRUZ, M.S., CARROLL, K., BASELSKI,V. CUMITECH 7B. Lower Respiratory Tract Infections. Coord. S.E. Sharp. ASM Press. Washington, D.C., 2004. SAN PEDRO, G. ARE QUANTITATIVE CULTURES USEFUL IN THE DIAGNOSIS OF HOSPITAL- ACQUIRED PNEUMONIA? CHEST 119(2)385S-390S, 2001

Agradecimentos aos colaboradores que participaram como revisores da edição ante- rior desse fascículo na versão “on line” de 2004 a 2007 no site da ANVISA

Claude André Solari – Sociedade Brasileira de Microbiologia / São Paulo SP

José Carlos Serufo – Sociedade Brasileira de Medicina Tropical / Faculdade de Medi- cina da UFMG

Lauro Santos Filho – Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPB / João Pessoa PB

Brasília - DF Telefone: 61 3462 6000 www.anvisa.gov.br www.twitter.com/anvisa_oficial Anvisa Atende: 0800-642-9782 ouvidoria@anvisa.gov.br