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Outros materiais utilizados em construção civil

CONSTRUÇÃO CIVIL

1. Outros materiais utilizados em construção civil

1.1 Blocos de Argamassa de Cimento

Os materiais a utilizar no fabrico (água, areia com ou sem brita ou calhau rolado até 20 mm e o cimento), devem ter as mesmas características que para os betões e argamassas. O cimento "Portland" deve ser de presa lenta. Em princípio utilizar-se-á um traço de 1 de cimento para 4 de areia e 6 de brita. A quantidade de água a empregar na amassadura das argamassas ou betões, não deverá ser superior a 9% do peso dos restantes materiais, com vista a obterem-se argamassas ou betões bastante secos, de modo que, depois de bem comprimidos, possam ser rapidamente desmoldados. A medição dos materiais componentes do betão deverá ser feita de preferência por pesagem e a medição do cimento poderá ser feita por sacos ou meios sacos (erro máximo admissível 2%).

No fabrico, os traços das argamassas e dos betões, assim como as resistências médias aos 7 e 28 dias, deverão ser fixadas no Projecto ou nas Cláusulas Técnicas Especiais. As argamassas e os betões deverão ser utilizados num prazo de tempo

80/233 que não exceda 30 minutos na estação seca e 20 minutos no Verão (após amassadura). A amassadura deverá ser mecânica e feita em locais protegidos de acção directa dos raios solares e onde os blocos fiquem bem expostos ao ar em todas as faces.

Os blocos deverão ser bem regados com água durante os 8 dias que se seguem ao seu fabrico.

Os produtos obtidos deverão apresentar as suas faces bem desempenadas, com arestas vivas e em esquadria e serem isentas de chochos, vazios ou fendas. Após a desmoldagem deverão ser arrumados sobre uma superfície escrupulosamente limpa, plana e humidificada, sem qualquer contacto directo com o terreno.

1.2 Tubos de Betão para Canalizações de Esgotos de Águas Pluviais

As manilhas ou tubos devem apresentar-se de acordo com as normas aplicáveis e satisfazer particularmente as seguintes condições:

• Serem de betão simples, armado ou pré-esforçado, conforme as necessidades (acções a que estejam sujeitos);

• Terem as dimensões especificadas no Projecto;

• Apresentarem superfícies com textura homogénea sem indícios de deterioração ou pontos fracos;

• Na fractura deverão apresentar granulometria uniforme, textura homogénea e as armaduras especificadas, se as houver.

Devem ser submetidas aos ensaios de estanquidade (com uma pressão interior de 0,2 MPa aplicando 15 minutos e terem força de rotura por compressão diametral (NP 879) não inferior a 2,5 kN/m. A absorção de água das manilhas (NP 1469) não deve ser superior a 8%.

1.3 Ladrilhos e Mosaicos Hidráulicos

Os Ladrilhos e Mosaicos hidráulicos aplicam-se em revestimentos de pavimentos e devem satisfazer à legislação em vigor.

A face de todos os ladrilhos/mosaicos não deve apresentar variações de tonalidade que não sejam expressamente aceites pela Fiscalização, bem como manchas, fendas, cavidades ou saliências anormais e fracturas nas arestas ou nos vértices.

O tardoz de todos os ladrilhos e mosaicos hidráulicos deve apresentar asperezas ou relevos destinados a favorecer a aderência ao reboco de assentamento. A marca do fabricante gravada em relevo ou depressão também deve estar no tardoz e os ladrilhos, quando percutidos, devem apresentar boa sonoridade. Deverão ter dimensões e formas previstas no Projecto, sendo a sua espessura mínima de 22 mm e devendo ter uma camada de desgaste com mais de 8 mm de espessura. A resistência à compressão deve ser superior a 20 MPa (200 kgf/cm2).

A permeabilidade será nula depois de submetida à pressão de 0,4 MPa (4 kgf/cm2) durante 2 horas.

81/233 A Fiscalização, com o fim de acertar a tonalidade pretendida, exigirá a fabricação de amostras com granulometrias adequadas. Obtido o aspecto supostamente pretendido através da amostragem, serão executados protótipos com dimensões que poderão alcançar 12 x 12 metros.

1.4 Tijolos de Barro Vermelho

Os tijolos de barro vermelho quando disponíveis empregam-se principalmente em alvenarias.

Os tijolos de barro vermelho deverão satisfazer as características e formatos definidos na NP 80 e na NP 834 e nos casos omissos às "Normas para Recepção dos Produtos Cerâmicos". A marca do fabricante deverá estar gravada em relevo ou depressão, bem identificável. Os tijolos devem ser bem formados e adequadamente cozidos e isentos de substâncias que possam prejudicar a resistência ou o aspecto da construção, tais como, a presença de cal viva. Devem ser isentos de defeitos de fabrico tais como laminação, fendas largas, esfoliações, saliências e reentrâncias e não apresentarem manchas. Devem ter ainda textura homogénea, apresentar fracturas de grão fino e isento de manchas. Quando percutidos devem acusar boa sonoridade.

Na resistência à compressão dos tijolos (NP 80) a tensão de rotura deverá ser superior a 10 MPa (100 kgf/cm2) nos tijolos maciços e 3 MPa (30 kgf/cm2) nos furados. O aumento de peso por imersão em água ao fim de 24 horas, não deverá ser superior a 12%. As tolerâncias nas dimensões dos tijolos deverão ser ± 2%.

1.5 Tijoleiras e Telhas

As Tijoleiras empregam-se em revestimento de pavimentos e as Telhas cerâmicas em cobertura de edifícios. As Tijoleiras devem obedecer às características definidas na NP 80 como os tijolos de barro vermelho, enquanto as Telhas devem satisfazer às características definidas na NP 494 e apresentar também a marca do fabricante gravada em relevo ou em depressão, facilmente identificável.

As Telhas devem ser bem conformadas e adequadamente cozidas, isentas de substâncias que possam prejudicar a resistência ou o aspecto da construção (cal viva). Dos ensaios previstos na NP 494 salientamos a Permeabilidade, Resistência à Flexão, Resistência à Grelha de Aramar (regiões ventosas) e Absorção de Água. 1.6 Azulejos Cerâmicos

Os Azulejos cerâmicos de faiança fina empregam-se em revestimento de paredes. A face de todos os azulejos não deve apresentar variações de tonalidade, bem como manchas, fendas, cavidades ou saliências anormais e fracturas nas arestas ou vértices. O tardoz deve apresentar asperezas ou relevos destinados a favorecer a aderência da peça à argamassa de assentamento e ter a marca do fabricante. Quando percutidos, devem apresentar boa sonoridade. O vidrado deve cobrir toda a face, não ser lascado, nem assinalar o relevo do tardoz, nem conter outros defeitos tais como "grainhas", "pintas" ou "vidro escorrido". Deverão finalmente ter as dimensões e formas previstas no Projecto.

1.7 Mosaicos de Grés Fino

Os mosaicos de Grés fino aplicam-se também no revestimento de paredes e podem ser ou não revestidos por uma camada de vidrado.

82/233 Os mosaicos devem ser compostos por uma mistura de argilas e inertes, estendidas, de baixa absorção de água em ambiente de vácuo a 90%, sendo a cozedura feita em forno de chama livre a temperaturas não inferiores a 1 200°C.

Os mosaicos de grés devem apresentar as características mecânicas constantes das normas aplicáveis. No que se refere às variações de tonalidade, manchas, fendas, cavidades, saliências e fracturas nas arestas ou vértices devem satisfazer as normas em vigor. No tardoz devem apresentar asperezas ou relevos destinados a favorecer a aderência ao reboco de assentamento e ter a marca do fabricante. Quando percutidos, devem apresentar boa sonoridade.

A dispersão das dimensões, deformações, resistência ao choque, ao desgaste e às manchas está também regulada. As tolerâncias nos mosaicos de grés fino estão normalizadas para a dispersão nas dimensões das arestas (entre -2 e +2 mm/NP 305) e para a deformação.

1.8 Loiças Sanitárias

Todas as peças são de grés cerâmico de primeira escolha, bem desempenadas e de conformação regular. Serão bem cozidas, porosas e de textura homogénea, uniformes e de grão fino. O vidrado será perfeito, de espessura uniforme, isento de defeitos e bem aderente à massa do grés. Deverão ser rejeitadas todas as peças em que este se apresente com fendilhações ou estalado.

As loiças devem ser fornecidas incluindo todos os acessórios necessários ao seu funcionamento, os quais se forem metálicos devem ser cromados.

1.9 Tubos de Grés Cerâmico

Os tubos de grés cerâmico têm secção circular e empregam-se em canalizações de águas residuais.

As características dos tubos de grés cerâmico destinadas a canalizações de esgoto são fixadas na NP 500 e as suas dimensões estão indicadas na NP 501. Os ensaios a que devem ser submetidos estão definidos na NP 144, NP 174, NP 502 e 503.

1.10 Tubos de Ferro Galvanizado

Os Tubos de Ferro Galvanizado (aço zincado) e acessórios utilizam-se em canalizações de água.

As características dos tubos a aplicar nas redes de água são fixadas pelas NP 513 e 514 no que se refere à série média - M. O ensaio de dobragem é definido na NP 550. 1.11 Tubos de P.V.C.

Os Tubos de P.V.C. (Policloreto de vinilo) rígido, de secção circular, utilizam-se em canalizações de água e esgoto de águas residuais e pluviais.

Os diâmetros exteriores e pressões nominais dos tubos do material plástico são estabelecidos na NP 253. Em Portugal os tubos a utilizar devem ter a homologação do LNEC. Os acessórios serão do mesmo material de tubagem ou de ferro fundido. Em qualquer dos casos e para a mesma classe de pressão dos tubos, as flanges serão do tipo normalizado e no caso de aplicação de válvulas, devem ter o mesmo tipo

83/233 de furação das flanges de válvula. Não é permitida a dobragem dos tubos para execução de curvas.

Os ensaios estão normalizados nas NP 1372, NP 1453, NP 1454, NP 1455 e NP 1456. 1.12 Tubos de Material Plástico

Os tubos de Material Plástico de secção circular utilizam-se nomeadamente para canalizações de água e de esgoto.

Os diâmetros exteriores e as pressões nominais dos tubos estão estabelecidos na NP 253, enquanto as características dos tubos plásticos de polietileno para canalizações estão definidas na NP 691. Os acessórios devem ser do mesmo material da tubagem e para a mesma pressão sendo as flanges do tipo normalizado. Não deve ser permitida a dobragem de tubos para execução de curvas.

Na colocação dos tubos, como o polietileno é muito ligeiramente permeável aos gases, os tubos condutores de água potável não devem estar instalados em locais onde possa ocorrer a presença de líquidos ou gases tóxicos, insalubres, de gosto ou de cheiro activos, como gasolina, petróleo corrente, gás de iluminação, nem na proximidade de canalizações de transporte dos mesmos produtos, que possam estar sujeitos a falta de estanquidade ou roturas, ainda que só acidentalmente. Não é também recomendável a instalação de canalizações quando os tubos possam ficar expostos à luz solar directa.

Nos processos térmicos de instalação de tubos e de uniões não é recomendável o uso de chama directamente aplicada ao material. A utilização de ferramenta aquecida deve ser feita com precaução para não ser atingida a temperatura de 300°C, pois o polietileno altera-se. A determinação do índice de fusibilidade é regulada pela NP 558. 1.13 Chapas Plásticas

As Chapas Plásticas translúcidas empregam-se fundamentalmente em coberturas e panos de fachada. As chapas são de P.V.C. rígido ou não plastificado. O peso específico anda entre 14 e 23 N/m2 de chapa.

As chapas devem ser não inflamáveis e auto-extinguíveis quando directamente atingidas pela acção das chamas. Quando submetidas à acção de irradiação calorífica devem ser dificilmente inflamáveis. Ter boa resistência à acção do ar salino e da luz solar (norma DIN 53388).

Na transmissão difusa com luz branca, a percentagem de transmissão em relação ao vidro, para espessura de 1,5 mm deve variar entre 48% e 75% (norma ASTM D 156- 58T).

O índice de refracção deve ser sensivelmente igual a 1,5, a condutibilidade térmica t = 0,13 cal/mh°C, a dureza Vicker 1,3 kN dg/cm2, a dureza Shore a 20°C = Escala D 2:80.

O amolecimento definido segundo a norma ASTM 1525-58 T (Ponto de Vicat) deve ter início a uma temperatura ³ 70°C. O coeficiente de dilatação térmica deve situar-se entre +20° e +50° entre 7 e 10E-5 mm °C.

A absorção de água expressa em percentagem de aumento de peso, segundo ASTM D 570 (amostra mergulhada 24 h em água destilada a 23°C) deve ser £ 0,06%.

84/233 1.14 Chapas de Aço Galvanizado

As chapas de Aço Galvanizado perfiladas utilizam-se em coberturas e panos de parede.

O tipo de chapas a utilizar, quer em coberturas, quer em panos de parede, deve estar referido no projecto. Na falta desses elementos, deverá o Empreiteiro propor à Fiscalização quais os tipos que pretende utilizar juntando a respectiva documentação técnica do fornecedor, notas de cálculo, documentos de homologação e outros documentos. Os acessórios a utilizar na montagem das chapas devem ser dos tipos e qualidades compatíveis com as chapas adoptadas.

As chapas metálicas serão galvanizadas por imersão a quente, sendo a espessura mínima da cobertura de galvanização em cada face de 275 g de zinco por metro quadrado. Na termolacagem aplicada sobre a galvanização, a camada de revestimento será constituída por primário de resina com 7 micra de espessura por face, e silicone com a espessura de 25 micra. A lacagem será feita em poliester e deverá ser aplicada obrigatoriamente em fábrica.

1.15 Vidros

As chapas de vidro empregam-se em janelas e outros vãos destinados a iluminação natural.

Os vidros em chapa lisa a aplicar obedecem à classificação e condições de recepção referidas nas normas em vigor e devem ser de fabrico mecânico de primeira escolha. A chapa de vidro deve ter cor uniforme e, quando vista de cutelo, apresentar a mesma tonalidade de cor em todo o seu comprimento. Deve apresentar um ondulado tal que a deformação dos objectos, quando observados dentro de um ângulo de 20°, seja apenas perceptível. Podem apresentar um máximo de 5 "piques" por metro quadrado, que não devem estar situados num círculo de 20 cm de diâmetro. A chapa de vidraço não deve ainda apresentar "bolhas, ampolas, serpenteios, fiadas, cordas, pedras, arranhaduras, queimaduras, desvitrificações ou bolhas rebentadas", nem "bolhetos" espalhados, alvoroçados ou murças. As dimensões e as formas das chapas de vidro devem estar indicadas no Projecto, e as tolerâncias são previstas nas normas em vigor . A espessura dos elementos a aplicar em obra deverá também ser fixada no Projecto.

Cada embalagem à saída de fábrica só deve conter chapa de vidraça de uma classe e deve levar indicado por forma indelével a designação do fabricante e a sua classe. Deve haver particular cuidado na descarga, acomodação e armazenamento das "chapas de vidraça", evitando que se possam quebrar as arestas ou riscar por contacto com materiais duros ou de umas com outras. A armazenagem deve fazer-se em recinto coberto e vedado, separadas por lotes perfeitamente identificados, só devendo daí ser retiradas para transporte imediato para o local de colocação.

1.16 Mármores

Os mármores empregam-se principalmente em revestimentos de pavimentos, rodapés, soleiras e peitos de vãos.

A pedra natural a empregar é normalmente o "vidraço" ou o "lioz". São obtidos por serragem da pedra natural, que não deve apresentar nem fendas, nem descontinuidades. A sua resistência à rotura por compressão, será igual ou superior a

85/233 108 MPa, devendo ser de baixa porosidade (E 156 de 1964). A face de todos os elementos não deve apresentar manchas, fendas, cavidades ou saliências anormais e fracturas nas arestas ou vértices. O Empreiteiro deverá apresentar amostras para apreciação (20 x 20 x 3 cm ou cubos de 20 cm de aresta).

Os mosaicos a empregar, se for caso disso, terão a face à vista com acabamento polido, e a espessura mínima indicada nos mapas de acabamentos ou nas listas de quantidades, e serão isentos de lesins, fendas e outros defeitos, não devendo a pedra ser geladiça nem atacável pelos agentes atmosféricos.

Nos degraus de escada os cobertores e os espelhos devem ter as espessuras indicadas nos projectos, geralmente 0,04 m e 0,03 m respectivamente, e serão assentes com argamassa de cimento, cal e areia. Os espelhos levarão, também, no mínimo, 2 grampos em cobre, latão ou bronze. As soleiras das portas interiores e exteriores poderão ser, de "vidraço" ou "lioz" brunido, e os peitos das janelas do mesmo material. A espessura dos peitos e soleiras deve ser a indicada nos mapas de acabamentos que constam em regra das peças desenhadas ou, ainda, nas listas de quantidades.

As peças em mármore a utilizar deverão ser armazenadas a coberto e em lotes distintos, tendo bem evidente a sua designação e características e aplicação que lhe está destinada, e de forma a evitar a acção dos agentes estranhos que possam comprometer o seu bom estado de conservação.

A tolerência das dimensões das peças a aplicar em revestimentos será, regra geral, de ± 0,5 mm, podendo, em casos especiais e caso a Fiscalização aprove, atingir maiores valores, cerca de ± 1,0 mm. Sendo para a espessura das peças de ± 2 mm. As peças não poderão apresentar uma flecha superior a 1/500 da medida do seu lado maior. No que se refere à tolerância de esquadria (dos lados das peças), não deverá ser superior a 0,5 mm.