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Nos anos 40 e 50, poderosos ministérios de cura foram levanta­ dos, muitos deles influenciados pelo ministério de William Branham. Um deles foi T. L. Osborn. Em 1947 ele assistiu a algumas reuniões de Branham em Portland, Oregon e o viu libertar uma menina surda-muda de um espírito maligno. Osbom diz ter ouvido naquele momento milha­ res de vozes dizendo-lhe que podia fazer o mesmo. Naquela época ele era um pastor das Assem bléias de Deus, em Portland, e por um certo período entregou a igreja aos cuidados de sua esposa para se dedicar à oração e jejum. Foi então que Deus falou com ele que, assim como levan­ tara Smith W i^lesw orth, Aimee Semple McPherson e Charles Price, poderia levantá-lo e usá-lo em sua geração. Com a ajuda de Gordon Lindsay ele se lançou a um ministério independente de evangelismo e cura.

Porém, é interessante notar que o ministério de Osborn causou mais impacto fora dos Estados Unidos. Ele realizou poderosas cruza­ das em vários países da América Latina, África, Ásia e Europa. Em alguns países ocorreram ajuntamentos de mais de 100.000 pessoas e os milagres eram tidos como sensacionais. As curas simplesmente come­ çaram a espocar no meio da multidão, pois era-lhe impossível impor as mãos sobre todos. Alguns países foram abalados com suas cruzadas e numa campanha singular foram curados 125 surdos-mudos, 90 cegos e centenas de outras libertações ocorreram.

Outro proeminente ministério de cura deste período foi Oral Roberts. Foi convertido e curado aos 17 anos e se tornou um pregador “Pentecostal Holiness” desde 1935 até 1946. Fteqüentou a Universidade Phillips e ensinou no Colégio Bíblico SouÜiwestern. Em 1947, enquanto jejuava, orava e ha os Evangelhos de joelhos, recebeu uma revelação de

que Deus é bom e quer curar a todos, e sentiu-se chamado para levar o poder de cura de Deus à sua geração.

Resignou ao seu pastorado e mudou-se para Tulsa, Oklahoma onde começou seu ministério independente de cura. Sobre suas campa­ nhas, Wilham Branham declarou que “a autoridade de Roberts sobre demônios, doença e pecado era a coisa mais maravilhosa que ele já tinha visto na obra de Deus”. ^

Oral Roberts testificou sentir uma manifestação da presença de Deus em sua mão direita que seria um ponto de contato entre o crente e

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poder de cura de Deus. Ele publicou sua própria revista, “Healing Waters” , que mais tarde recebeu o nome de “Abundant Life”. Foi um dos primeiros a utilizar a televisão para pregar o evangelho. Em 1966 fun­ dou uma universidade cristã com várias faculdades que alcançou muito prestígio, inclusive no m eio secular, e que introduziu a mensagem pentecostal no meio acadêmico.

Outro homem importante nos anos 40 e 50 foi Gordon Lindsay que foi usado para coordenar e equilibrar o movimento de cura. Publi­ cou uma revista muito famosa, “The Voice o f Healing”, que serviu para propagar e dar coesão ao movimento. Em um número editado em 1952 a revista trouxe estampada na capa as fotos de 20 ministérios de cura atuantes na época.

Paralelo a esses dois movimentos, de cura e Chuva Serôdia, hou­ ve um poderoso avivamento nas ilhas Hébridas, na Escócia, e outro na Coréia, onde mais de 4.000 pessoas se reuniam para orar às cinco ho­ ras da manhã.

BlLLyCRAHAM

Apesar de não exercer ministério de cura, Billy Graham se desta­ ca no século X X como o maior evangelista de todos os tempos. Por vários anos fora um jovem evangelista comum mas durante uma confe­ rência em 1949 num acampamento nas montanhas perto de Los Angeles, Califórnia (da qual ele era um dos preletores), teve uma experiência que mudou sua vida e ministério. Naqueles dias passava por um conflito interior muito grande devido a um comentário de um colega de ministé­ rio que lhe dissera que sua visão das Escrituras era muito estreita e que

isto acabaria prejudicando seu ministério. Conforme consta em sua bi­ ografia, uma noite, caminhando e orando pela floresta, ele teve a seguin­ te experiência:®

Depois do jantar, em vez de assistir à reunião, ele se retirou para seu alojamento e leu novamente as passagens bíblicas que falam sobre sua autoridade. Ele lembrou que alguém dissera que os profetas usaramfrases como “veio apalavra do Senhor”, ou “assim diz o Senhor” mais de 2.000 vezes. Ele meditou sobre a atitude de Cristo que cunnpnu a lei e os profetas: “Ele amavaas Escrituras, citando-as constantemente, enuncaemnenhuma ocasião insinuou que pudessem ser erradas”.

Billy saiupeb mato, vagando e orando enquanto subiao monte: “Senhor, que farei? Que direção darei à minha vida?”Ele sabia que chegara a um ponto de crise. Ele sabia que só o intelecto não poderia resolver o problema de autoridade. Ele teria de ir além do intelecto. Meditou sobre afé constan­ temente exercida na vida diária. Ele não sabia como um trem ou um avião ou umcarrofimcbnava, masandavaneks.ElenãosabíacomouTnavacamar- rom podia comer grama e dar leite branco, mas ele bebia leite. Será que somente nas coisas espirituais estafé não dava certo?

“Então eu voltei, peguei minha Bíblia e saí para a luz do luar... Arrumei um toco e coloquei a Bíblia no toco, qjoelhei-me e disse: ‘Ó Deus, eu não posso provar certas coisas, não posso responder algumas perguntas que meus colegas estãofazendo, mas eu aceito este livro petafé como a Palavra deDeus.”

Ele permaneceu orando perto do toco inconsciente do mundo ao redor, seusolhosestavamúmidos... “TiveumtremendosensodapresençadeDeus. Tive grande paz de que a decisão que tomara era certa. ”

Depois desta experiência Billy Graham nunca mais tentou expli­ car a Bíblia. Começou a proclamar simplesmente “A Bíblia diz...” e mul­ tidões foram convertidas. Sua primeira grande campanha em Los Angeles, considerada o início de seu ministério às multidões, estava planejada para durar três semanas e foi estendida para dois meses (25 de setem­ bro a 25 de novembro de 1949). 0 impacto causado pela conversão de algumas celebridades de Hollywood e o interesse dos meios de comuni­ cação atraíram multidões de mais de 6.000 pessoas diariamente.

Esta campanha o tornou uma celebridade nacional, abrindo espa­ ço para futuras campanhas e por mais de 40 anos Billy Graham tem

viajado por todo o mundo, sendo a pessoa que tem pregado para o maior número de pessoas até hoje. Numa cruzada marcante realizada em Seul, Coréia do Sul, em junho de 1973, estima-se que mais de 3,2 milhões de pessoas assistiram as cinco reuniões de campanha. Calcula- se que na última reunião havia 1,1 milhão de participantes. Foi provavel­ mente

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maior ajuntamento de pessoas na história da igreja.

C O N C LU SÃO

Acabamos de relatar uma época de sinais e milagres que rara­ mente acontece na história. De fato este irrompimento do sobrenatural ocorreu apenas quatro vezes na história: no tempo de Moisés e Josué, no tempo de Elias e Eliseu, no tempo de Jesus e dos apóstolos e agora no século XX, quando todos os milagres relatados na Bíblia acontece­ ram. Como vimos, no fmal da década de 40 e no decorrer da década de 50, houve ministérios de sinais e milagres numa escala nunca vista an­ tes. 0 cego viu,

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aleijado andou, o surdo ouviu e mortos foram ressus­ citados. Através desses vasos muitas vezes imperfeitos o poder de Deus foi manifesto ao ponto de nações serem sacudidas por seu poder.

Porém, a um desses renomados evangelistas de cura o Senhor te­ ria dito audivelmente no fim de sua vida: “Tudo que você construiu é apenas madeira, palha e feno” (1 Co 3:10-15). E assim o movimento de cura não produziu os permanentes “ouro, prata e pedras preciosas”. Ele preencheu o vácuo que o declínio do Pentecostaüsmo institucional criara, mas no meio de demonstrações miraculosas havia muitas vezes duvido­ sas práticas fmanceiras e morais, lutas por poder, egoísmo e arrogância humanos, independência, rivalidade e dissensão. Como aconteceu com Sansão, o poder de Deus foi inegavelmente evidente, mas também é inegá­ vel que

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caráter de Deus esteve muitas vezes lamentavelmente em falta. ®

David Edwin Harrel Jr., em seu livro “Tudo é Possível”, comenta sobre essa época: “Gordon Lindsay, que continuou a crer que o aviva­ mento era um grande mover de Deus, manifestou-se mais e mais contra a ambição pessoal e as manobras para obter posição entre os evangelistas. Em 1962, ele admitiu que muitos evangelistas adotavam métodos ques­ tionáveis e condenou aqueles que continuamente enfatizavam temas mui­ to sensacionalistas. 0 evangelista David Nunn recorda que Lindsay falou

com ele particularmente: ‘0 dia do evangelista acabou.’ Muitos dos m i­ nistros declinaram, de acordo com Lindsay, ‘em grande parte por falta de humildade e por causa de uma tendência a auto-exaltação’. Ele se entristeceu com a ênfase crescente sobre dinheiro. 0 público, Lindsay creu, tinha toda razão para crer que o avivamento era ‘falso’; conduta não ética de alguns dos evangelistas tinha se tornado im i sério obstáculo para a mensagem carismática. Lindsay mais tarde concluiu que mesmo no auge do avivamento, muitos dos evangelistas ‘não tinham prevalecido em oração, não tinham tocado em Deus para seu ministério, simples­ mente levantaram sua bandeira’. No fmal dos anos 50 ele estava profun­ damente aborrecido e desencorajado.”®

No início dos anos 60 os avivamentos de cura obviamente tinham em grande parte esgotado seus recursos. Uma por uma, idolatradas personalidades de cura foram tiradas de cena por morte prematura; outros simplesmente declinaram em relativa obscuridade. Alguns pou­ cos têm sobrevivido até os dias atuais. ®

0 Brasil também foi bastante afetado por esse mover de cura, e homens como Manoel de Melo, Davi Miranda e Doriel de Oliveira levan­ taram fortes movimentos de cura. Mais recentemente temos tido o con­ troverso “Bispo” Macedo e sua Ig reja z U niversal do R ein o de D eus. Todos eles têm atuado nas camadas sociais mais baixas e preocupado a

Ig re ja C a tólica com a conversão de milhares de seus adeptos.

Em geral muita confusão e mistura têm ocorrido nos movimen­ tos de cura devido à ênfase exagerada nos dons do Espírito Santo sem

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equilíbrio da Palavra. No livro de Atos o Espírito Santo foi derrama­ do sobre a palavra que Jesus deixara e isto produziu uma igreja glorio­ sa com sinais e milagres, mas com equilíbrio. Hoje estamos num pro­ cesso inverso do tempo de Atos. Temos tido muito derramamento do Espírito Santo, mas precisamos da restauração da palavra apostóhca para formar imia estrutm-a onde sinais e milagres ocorrerão em harmo­ nia com a palavra, evitando assim erros e extremos do passado.

Portanto, em lugar de rejeitar os sinais e milagres devido aos excessos que têm havido, devemos entender que no contexto da Palavra com

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Espírito eles são importantes para mostrar às nações que Jesus está vivo e vai voltar.

Capítulo 4

O MOVIMENTO CH UVA