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perseguir a satisfação pessoal.

No documento O Temor Do Senhor - John Bevere (páginas 120-136)

Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado (2Co 3:16).

Que promessa poderosa! Quando nos convertemos ao Senhor, todo véu que nos impede de contemplar a glória de Deus é removido!

Antes de prosseguir, quero enfatizar a implicação e significado deste texto bíblico. Precisamos qualificar esta declaração, porque muitas vezes o pleno impacto do que Paulo está dizendo pode se perder na nuvem da nossa atua! mentalidade de clube de cristianismo.

Jesus propôs uma pergunta surpreendente, que muitas vezes pulamos e evitamos hoje. Ele perguntou: Porque me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? (Lc 6:46) A palavra grega para Senhor é kurios. Ela significa "supremo em autoridade". Ela também tem uma conotação de propriedade.

O Senhor é o criador, governador e proprietário do universo. Como Autoridade Suprema, Ele colocou o homem com autoridade delegada no jardim. O homem entregou para Satanás seu domínio delegado sobre a terra (Lc 4:6). Na cruz, Jesus redimiu o que havia sido perdido. Agora temos uma escolha: podemos entregar o domínio completo de nossas vidas a Jesus, ou reter e permanecer presos, sob o domínio de um mundo perdido e agonizante. Não há uma terceira opção, nenhum meio termo, nenhum caminho intermediário.

Quando não tememos a Deus e não o honramos como Senhor, retemos uma parte do controle de nossas vidas. Podemos confessar a Jesus como Senhor, mas nossa irreverência é evidenciada pelo fruto de nossas vidas. Se tememos a Deus, nós vamos nos render completamente à autoridade dele como Rei e Senhor. Isto permite que o Senhor assuma aposse total e irrestrita sobre nossa vida. Nos tornamos os seus servos.

Paulo, Timóteo, Tiago, Pedro e Judas se referiram a si mes- mos, em suas epístolas, como servos (Rm 1:1; Cl 4:2; Tg 1:1; 2Pe 1:1 e Jd 1). Um servo entrega-se voluntariamente ao serviço como pagamento de uma dívida. Não é escravidão, porque um escravo não tem escolha nessa questão. A servidão é voluntária. Servimos por amor, confiança e temor reverente de Deus. Nós lhe damos de boa-vontade o domínio total e incondicional sobre nossas vidas.

É por isso que Paulo pôde enfrentar corajosamente as cadeias, as tribulações e os sofrimentos que o esperavam em cada cidade. Ele pôde dizer com determinação: E agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém (At 20:22). O Senhor obrigou Paulo? Absolutamente, não! Paulo compreendeu que ao cumprir a

vontade de Deus, poderia sofrer. Mas Paulo havia escolhido fazer a vontade de Deus acima do seu próprio conforto. Havia entregue livremente o domínio total e incondicional da sua vida a Jesus.

Paulo se referiu aos sofrimentos extremos que iria encontrar com estas palavras: Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus (At 20:24). Estava comprometido, não importava o custo. Somente o nosso amor por Deus, associado a um santo temor por Ele, satisfaz nossa resposta ao seu senhorio. Esse é o compromisso requerido de todos os que seguem a Jesus (Lc 14:25-33).

Quando Jesus perguntou: Por que me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? Ele estava dizendo na verdade: "Não se engane em me chamar de 'Senhor' enquanto continua vivendo a sua vida como se você mesmo fosse o seu dono".

O VÉU DO ENGANO

A vida do rei Saul exemplifica este conceito. Deus lhe enviou uma ordem através do profeta Samuel. Saul foi instruído a reunir o seu exército para atacar Amaleque e destruir completamente tudo que respirasse: todos os homens, mulheres, crianças e animais.

Saul não rejeitou as instruções de Samuel dizendo: "Absolutamente não!" E saiu pisando duro em direção oposta. Isso seria desobediência óbvia. Em vez disso, Saul deu ouvidos, reuniu o seu exército e atacou Amaleque. Nesse ataque, dezenas de milhares de homens, mulheres e crianças foram mortos. Saul poupou apenas o rei dos amalequitas. Talvez ele quisesse outro rei como um troféu para servi-lo em seu palácio.

Além disso, provavelmente milhares de animais foram mortos também. Saul poupou apenas algumas das melhores ovelhas, cordeiros e bois. Ele pensou que as pessoas poderiam sacrificar esses animais ao Senhor, mesmo que fosse "bíblico". Para alguém que não tivesse ouvido as palavras do profeta, Saul poderia passar por um rei religioso. "Olhe, ele sacrifica apenas o melhor para o Senhor!"

Depois dessa campanha, Deus falou com Samuel: Arrependo-me de haver constituído rei a Saul; porquanto deixou de me seguir, e não executou as minhas palavras (1 Sm 15:11).

No dia seguinte, Samuel foi confrontar Saul. Quando viu Samuel chegando, ele, entusiasmado, o recebeu com a saudação: Bendito sejas tu do Senhor; executei as palavras do Senhor (ISm 15:13).

Espere um momento! Não era essa a impressão de Deus definitivamente! Nós acabamos de ler a opinião de Deus. O que aconteceu aqui? Como poderia haver opiniões tão diferentes sobre o mesmo incidente? Saul realmente acreditava que havia obedecido a Deus. Como poderia haver tal discrepância? Tiago explica isto:

Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos (Tg 1:22).

Quando nós ouvimos a Palavra de Deus e não a praticamos, enganamos os nossos próprios corações! Assim, uma pessoa pode realmente acreditar que é obediente a Deus quando, na verdade, está agindo em desobediência. Esta é uma revelação tão assustadora quanto séria! O engano encobre o coração e obstrui a verdade. Quanto mais uma pessoa desobedece, mais espesso e mais resistente o véu se torna, sendo cada vez mais difícil de remover.

Permita-me reiterar alguns pontos importantes. Primeiro, Saul não saiu pisando duro nem se recusou a fazer como lhe foi falado. Ele atendeu. Segundo, matou dezenas de milhares de pessoas e poupou apenas um. Matou todos os milhares de animais, menos alguns. Ele fez talvez 99% do que lhe foi ordenado fazer. Porém, Deus chamou a sua obediência quase completa de rebelião! (v. 23).

Hoje nós diríamos: "Está tudo certo; foi um bom esforço." Nós podemos até defender Saul, destacando: "Afinal de contas, ele fez quase tudo. Vamos lhe dar o crédito pelo que fez certo! Por que destacar apenas uma coisa que não fez? Olhe tudo que ele fez! Não seja tão duro com o pobre Saul!"

Aos olhos de Deus, a obediência parcial ou seletiva é igual à rebelião contra a sua autoridade. É a evidência da falta do temor de Deus!

Uma vez, estava no Canadá preparando-me para ministrar. Nós estávamos no meio do louvor e adoração, quando o Espírito do Senhor fez esta pergunta: "Você sabe o que é um espírito religioso?"

Embora eu tenha escrito e pregado sobre espíritos religiosos e como eles operam, soube imediatamente que minha informação devia ser, na melhor das hipóteses, limitada. Tenho aprendido que sempre que Deus faz uma pergunta Ele não está procurando informação. Eu respondi: "Não, Senhor, por favor me diga".

Ele respondeu rapidamente: "Uma pessoa com um espírito religioso é alguém que usa a minha Palavra para executar a sua própria vontade!" Em outras palavras, é quando tomamos o que o Senhor disse e acrescentamos os nossos próprios desejos.

Deus. Apliquei isto à situação de Saul. Eu pude ver como Saul fez o que lhe foi ordenado, porém, acrescentou os seus próprios desejos. O coração de Deus não era o seu alvo. Saul havia visto uma oportunidade de se beneficiar e fortalecer sua posição sobre o seu povo e ele a agarrou. Isso é senhorio? Isso é tremer da Palavra de Deus? O temor do Senhor nos impede de comprometer a verdade de Deus para perseguir a satisfação pessoal. Então, nós vamos obedecer a Palavra de Deus, não importa o custo.

EM QUAL ESPELHO VOCÊ ESTÁ SE CONTEMPLANDO? Ouça novamente as palavras de Tiago:

Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se ao homem que contempla num espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência (Tg 1:22-24).

Tiago usa este exemplo natural para ilustrar o que realmente acontece no espírito quando nós não somos submissos ao senhorio de Jesus. Quando não trememos da sua Palavra com obediência incondicional, é como olharmos a nós mesmos em um espelho, depois nos afastarmos como se não houvéssemos olhado, e voltar, porque esquecemos como era a nossa aparência. Podemos ver enquanto estamos olhando no espelho, mas assim que nos afastamos, esquecemos o que vimos, como se fôssemos cegos.

Isto explica porque as pessoas podem ler, ouvir e até mesmo pregar a Palavra de Deus, porém, viver como aqueles que não a conhecem. Há pouca mudança em suas vidas. Virtualmente não acontece nenhuma transformação. O salmista descreve a condição daqueles que frequentam a casa de Deus, ouvem a sua Palavra e ainda permanecem sem transformação. Ele diz: Porque não há neles mudança nenhuma e não temem a Deus (Sl 55:19).

Eles confessam que são salvos, porém, permanecem sem a transformação pelo poder de Deus. São profanos, ingratos, desafeiçoados, desobedientes e irreconciliáveis e também exibem outros traços de caráter que não os torna diferentes de alguém que nunca ouviu a Palavra de Deus. Provavelmente não fumam, não bebem, não juram como os pagãos das ruas, mas, por dentro, seus motivos são iguais aos das pessoas egoístas. Paulo descreveu a condição deles como sendo pessoas que aprendem sempre, mas jamais chegam a aplicar o conhecimento da verdade. Eles seriam enganados (2 Tm 3:1-7,13).

No deserto, os filhos de Israel sofreram dessa miopia de coração encoberto por um véu. O véu foi chamado de engano. Ouviram a Palavra de Deus e viram o seu grande poder, entretanto, permaneceram exatamente os mesmos. A falta do santo temor escureceu os seus olhos espirituais.

Sem o verdadeiro arrependimento, o véu se tornou cada vez mais espesso até ao ponto da cegueira. Seus corações ficaram cegos para o tipo de pessoas que haviam se tornado. Enquanto eles celebravam a libertação do Egito (o mundo), perderam contato com os propósitos de Deus e se afastaram, embora encurvados, quando a presença gloriosa de Deus foi revelada. O mesmo pode acontecer conosco se não prestarmos atenção às advertências de Deus.

Paulo nos diz o que vai acontecer quando nós nos submetermos ao senhorio de Jesus, temendo a sua presença e tremendo da sua Palavra.

Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado [...] E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito (2Co 3:16, 18).

Como Tiago, Paulo usou a analogia de olhar num espelho. Porém, não é uma imagem natural que contemplamos, mas a própria glória de Deus, que é revelada na face de Jesus Cristo (2Co 4:6). Esta imagem é revelada em nossos corações quando não somente ouvimos a Palavra de Deus, mas também somos obedientes em praticá-la. Tiago confirma isto:

Mas aquele que considera atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante (que obedece), esse será bem-aventurado no que realizar (Tg 1:25). (Parênteses acrescido pelo autor).

A lei perfeita da liberdade é Jesus. Ele é a Palavra viva e revelada de Deus. João nos diz: Pois há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um (1 Jo 5:7).

Quando nós buscamos a Jesus diligentemente, permanecemos atentos à sua Palavra sob a liderança do Espírito Santo e obedecemos ao que é revelado, nossos olhos permanecem abertos e sem o véu. Então, nós podemos perceber a glória de Deus!

templar a sua glória! Ele lamentou quando Israel não pôde permanecer na sua presença gloriosa, devido à falta de temor piedoso. Apenas aqueles que tiverem seus corações desvendados podem contempla-lo!

Quando contemplamos a glória de Deus no espelho da sua Palavra revelada, somos transformados à sua imagem pelo Espírito de Deus! Glória a Deus! Agora você pode entender a advertência do escritor de Hebreus:

Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos (Hb 2:1).

Há um chamado para todo crente - ser conformado à gloriosa imagem de Jesus Cristo (Fp 3:14 e Rm 8:29). Mas se nós não formos diligentes em obedecer a Palavra de Deus, vamos inconscientemente nos desviar do curso que estabeleceu diante de nós. Você já imaginou tentar dirigir com os olhos vendados? Você poderia até dar partida, mas, num instante, seu carro se desviaria do caminho! Você não pode ver para onde está indo, se tiver os olhos vendados. A obediência a Deus mantém seus olhos bem abertos!

A LUZ QUE GUIA TODO O NOSSO SER

Somos transformados naquilo que contemplamos. Se há um véu sobre os nossos olhos espirituais, então nossa imagem do Senhor é distorcida. Em nossas mentes, a imagem dele toma a forma de homem corruptível, em vez do Deus incorruptível que Ele realmente é. Então nós vemos os caminhos de Deus através da luz escura da cultura em que nós vivemos. É por isto que Israel experimentou milagres e manifestações poderosas, todavia, rapidamente passavam a se comportar como as nações que não conheciam ao Senhor. Jesus disse:

Seus olhos são a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso. Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! (Mt 6:22, 23)

A lâmpada que dá direção ao nosso corpo (nosso ser) são os olhos. Esta imagem da lâmpada fala não apenas da visão física, mas também dos olhos do coração (Ef 1:18). Nosso ser inteiro segue a percepção e a direção dos olhos. Se nossos olhos contemplam a Palavra viva de Deus (Hb 6:5), todo o nosso ser se enche da luz da natureza de Deus (1 Jo 1:5). Somos

continuamente transformados na luz desta verdade; estamos seguros e não nos desviaremos do curso.

Jesus continuou a dizer que aquele cujos olhos atentam para o mal teria seu ser inteiro inundado pela natureza das trevas. Isto descreve o coração escuro de um incrédulo.

Mas vamos olhar de perto sua última declaração: Portanto, caso a luz (que é sua percepção de Jesus) que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! (Mt 6:23) Essa declaração não é feita para os incrédulos, mas para as pessoas que conhecem a Palavra de Deus. A luz está em nós. Jesus está dizendo que se a nossa percepção está escura ou encoberta devido a falta de santo temor, estas trevas serão realmente maiores do que as trevas que envolvem aqueles que nunca viram ou ouviram a verdade. (Jd 12,13eLc 12:47,48), (Parênteses acrescentado pelo autor).

Recorde as palavras de Deus a respeito daqueles que afirmavam conhecê-lo mas não tinham temor para com Ele. De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, uma vez que aborreces a disciplina, e rejeitas as minhas palavras? (Sl 50:16, 17) Estes são os que confessam a sua crença na Palavra de Deus e até mesmo pregam sobre ela, mas a luz que está neles são grandes trevas. Com os olhos encobertos, vêem Deus como vêem a si mesmos, em vez de vê-lo como realmente é. Deus diz: Tens feito estas cousas e eu me calei; pensavas que eu era teu igual (Sl 50:21).

DESENVOLVAM A SUA SALVAÇÃO

Pedro nos encoraja a ver que Deus nos tem dado ... as suas preciosas e mui grandes promessas para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo (2Pe 1:2-4). "Co-participantes da natureza divina!" Que promessa!

Ele explica que o cumprimento dessa promessa seria condicional e progressivo, pois ele diz: Temos assim tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração (2Pe 1:19). A condição: atender às mui grandes e preciosas promessas. A progressão: à medida que nós trememos e obedecemos, então a luz da glória de Deus vai brilhar. Ela começa como a força do amanhecer e continua de glória em glória até brilhar por completo, como o sol. Provérbios 4:18 nos diz: Mas a vereda do justo é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. No dia perfeito nós brilharemos como o sol, para sempre (Mt 13:43). Nós não vamos refletir a glória de Deus -nós vamos emiti-la! Aleluia!

Palavra revelada, nós estamos "sendo transformados (mudados) na mesma imagem do Senhor, de glória em glória". Isto descreve o processo que a Bíblia chama de "desenvolver" a nossa salvação. Paulo dá instruções específicas sobre isto aos Filipenses. Enquanto você lê suas instruções, pondere sobre o fato de que se estas mesmas instruções tivessem sido atendidas por Israel, teriam sido poupados do destino indesejável de perecer no deserto. Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Fp 2:12, 13).

Eu sei que esta carta é de Paulo para os Filipenses, mas ela representa uma carta do Senhor para nós. Toda a Escritura é dada pela inspiração do Espírito Santo, e não há interpretação particular. Devemos ler este versículo como se Deus estivesse falando pessoalmente conosco. Antes de continuar, leia Filipenses 2:12-13 novamente, sob esta visão.

Estes versículos ilustram como o temor de Deus nos dá forças para obedecê-lo, não apenas na sua presença, mas também na Sua ausência. As Escrituras descrevem dois aspectos diferentes da presença de Deus. Primeiro, há onipresença. Em termos simples, Deus está em todos os lugares. Davi descreveu isso desta maneira: Para onde me ausentarei do teu Espírito ? Para onde fugirei da tua face ? Se subo ao céu lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo (inferno), lá estás também (SI 139:7-8). (Parênteses acrescido pelo autor). Esta é a presença que Ele promete: nunca nos deixará ou j amais nos abandonará (Hb 13:5).

Segundo, há a presença tangível de Deus, ou manifesta, isto é, quando a presença dele se torna real para nós neste mundo natural.

Nós geralmente sentimos seu amor durante os cultos, sentimos seu calor quando o adoramos e sentimos seu poder quando oramos. E fácil obedecer a Deus nos momentos em que nossas orações acabaram de ser respondidas, suas promessas se cumpriram e a alegria é abundante. Mas uma pessoa que teme a Deus é aquela que vai obedecer até mesmo em tempos difíceis, quando não há a presença tangível de Deus para encorajá-la.

O RESOLUTO TEMOR DE DEUS

Vamos considerar José, o bisneto de Abraão. Em sonho, Deus mostrou a José que ele seria um grande líder, governando

até mesmo sobre seus irmãos! Mas o que aconteceu logo depois que ele recebeu essa promessa? Um dia, os irmãos, sobre quem José estava destinado a governar, ficaram com inveja dele e o lançaram numa cova. Muitos hoje poderiam se perguntar, chocados: "Como Deus pôde permitir isso? Esse sonho era uma grande gozação?" Depois do choque inicial, ficariam ofendidos com Deus. A ofensa deles é outra manifestação da falta de santo temor! Contudo, não encontramos nenhum registro de murmuração de José.

Os mesmos irmãos de José o venderam como um escravo para uma nação estrangeira. Ele serviu na casa de Potifar, um adorador de ídolos, por mais de dez anos. Dez anos - pense nisto! A cada dia o sonho que recebera de Deus deve ter parecido mais distante e fútil. A maioria de nós teria ido além de questionar a Deus, e depois de dez anos, nós já teríamos desistido! Mesmo assim, não encontramos evidência de murmuração em José. Ele não abandonou a sua esperança, não esqueceu seu sonho nem se rendeu ao desânimo. Ele temia a Deus.

Por outro lado, os filhos de Israel se entregavam à reclamação e à murmuração. A paciência de José suportou dez anos de escravidão, enquanto a paciência dos israelitas acabou depois de alguns meses. Hoje, muitos reclamam quando nossas orações não são respondidas dentro de algumas semanas. Como somos diferentes de José, você não acha?

José estava isolado e sozinho em uma terra pagã, longe de tudo que conhecia e amava. Ele não tinha comunhão com crentes. Não havia nenhum irmão em quem pudesse confiar. Nesse estado de solidão, a esposa do seu senhor tentou seduzi-lo. Vestida com

No documento O Temor Do Senhor - John Bevere (páginas 120-136)