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2.6 A PERSONAGEM NA TELENOVELA

No documento ESTUDO DE CASO: HOJE É DIA DE MARIA (páginas 82-85)

Personagem é um ser fictício, uma imitação, uma invenção com forma humana. Às vezes é parecido com a realidade humana. Outras tende para o fantasioso, como os personagens de TV, filmes e romance. Podemos dizer,que a personagem é a concretização do ser vivo e do ser fictício, pela identificação

Personagem é um ser que pertence ao enredo, é quem faz a ação. A junção:enredo e personagem dão-se por meio da ideia, esta, por sinal, representa o significado da existência da personagem, dentro do enredo.

Na telenovela, as personagens são construídas por meio de imagens e palavras. “A imagem e a palavra têm possibilidade de descrever ec animar ambientes, paisagens, objetos”. Com isso, podemos observar que as personagens na telenovela, têm uma função fundamental dentro da história, pois as personagens constituem toda a estrutura do enredo, sob a forma de diálogos, por meio dos quais se definem e completam a ação.

O processo criativo da personagem da telenovela na mente do autor, quando ele cria uma ideia, de como vai ser o seu personagem protagonista, pois este, para ele, é o condutor da ação dentro da história. Seu modo de sentir e pensar é demonstrado por fala e pela sua maneira de agir, isto é, a personagem é construída pela palavra falada, que tem um papel fundamental na sua construção, e a imagem tem a função de cristalizara sua existência numa pessoa, ou seja, num ator.

Na telenovela o telespectador vai construindo o personagem, por meio dos diálogos e atitudes que ela vive a vivência, no decorrer da história. A personagem de telenovela é registrada por meio de sua imagem, da sua expressão corporal e facial e maneira de falar; por exemplo, o personagem de Carlos Vereza (Senador Caxias), na

telenovela o Rei do Gado foi um personagem que se tocou simpático aos olhos de público.

Este personagem conquistou o telespectador, por sua credibilidade e pela sua familiaridade, seu desempenho e sua contribuição à fantasia de ser um público honesto.

O trunfo de Carlos Veresa, foi saber destacar-se dramaticamente, num sentimento coletivo, por meio de seus personagens.(Fernando de Araújo Luís: 2001;p.36).

Para Rolf B. Meyersohn, “ a telenovela é um entretenimento de sala-de-estar”. “Este entretenimento atraí várias pessoas para sua frente com o intuito de amenizar os problemas do dia-a-dia e também para lhes fazer companhia. A Televisão afasta as pessoas de seu mundo,e , com isso, elas vivem uma vida imaginária cheia de ilusão, provocada pela fábrica de sonhos que é a televisão. ( Rosemberg e David White; Curitiba: 1973;p.401).

Conforme Luís Fernando de Araújo em sua análise da telenovela, afirma que ela traz em si, dois objetivos fundamentais: o primeiro, em nível conjuntural, visa monopolizar a atenção do grande público e o segundo, em nível estrutural, para atingir uma qualidade técnica cada vez mais apurada.

Em relação ao primeiro ponto, afirmamos concretamente, que este faz parte da justificativa da existência da telenovela, propriamente dita. Na verdade, este tipo de programa tem seu público certo, que tradicionalmente, acompanha todas as telenovelas (ou a maioria delas), sejam elas boas (de grande aceitação popular) ou ruins ( pouca ou nenhuma aceitação popular).

Classificar a qualidade de uma telenovela é, nessa medida, dar consistência a dados estáticos, que avaliem a popularidade da mesma. Terá uma relação, diretamente proporcional ao sucesso e ao agrado da clientela a qual é dirigida. Quanto mais bem aceita pelo grande público, maior será o sucesso da telenovela. Isso, na verdade, não significa qual a qualidade como telenovela, como se venha a ser uma telenovela representada, por essa relação proporcional. Essa medida qualitativa é, extremamente relativa. Pois o sucesso não é diretamente proporcional a qualidade técnica da telenovela. Isto nos conduz a dois pontos, que devem ser ressaltados. Um deles, diz respeito ao conceito de qualidade em relação à aceitação popular e o outro, em relação à forma técnica propriamente dita.

Esses conceitos não precisam, necessariamente. Aparecem juntos, podendo uma telenovela ter grande aceitação popular e ser tecnicamente ruim e vice-versa. Na verdade, a opinião pública, dada nesse âmbito, está longe da ótica técnica; talvez o nível

cultural da clientela para quem a telenovela é dirigida, tenha uma grande influência nesse sentido.

Outros critérios para avaliar a qualidade de uma telenovela, podem ser adotados, desde que sejam baseados, na relação do público que assiste ao programa, já que o objetivo principal, de quem realiza o trabalho é atingir o maior número de pessoas possíveis.

O segundo item diz respeito à questão da estrutura da telenovela apresentada. Em concreto, essa estrutura será montada basicamente, sobre alguns fatores, tais como, uma história consistente; a necessidade de existir uma busca, consciente ou não, de um determinado resultado. Isto é, deverá haver um “suspense”, adiado eternamente até o capítulo final, ou, na melhor das hipóteses, deverão existir pequenos jogos nos quais, a verdade não revelada seja demonstrada em seguida, para que outras pequenas verdades; um elenco de atores, com pelo menos uma certa empatia ( de vilão ou de herói) com o público, e se tiverem talento melhor, e principalmente, essas várias pequenas tramas e múltiplas personalidades, que compõem estruturalmente a telenovela, sejam “amarradas” com extrema habilidade, para que esta não perca, no todo a consciência necessária, a fim de torná-la insípida e sem interesse.

(Fernando de Araújo Luís: 2001; p.41).

Ainda continuando Luís Fernando de Araújo, a telenovela tende para a conclusão. O autor arremessa tudo para o final, como um objetivo visado, a telenovela no final de cada capítulo há um clímax de suspense para o telespectador continuar assistindo, no dia seguinte.

A telenovela também provoca um efeito no telespectador, principalmente quando esta tem uma boa história um elenco de primeiro, como foi o caso da telenovela A Próxima Vítima, segurando até o seu final o nome do assassino. Com isso a telenovela obteve 60 pontos de Ibope.

Continua o autor: “ O telespectador quer uma telenovela, personagens conhecidos, emoções baratas, casos melados de amor, risadas fáceis e enredo linear, além de um suspense”. (Fernando de Araújo Luís: 2001; ps.58,59).

Concluindo, tanto a minissérie como a telenovela obedecem a mesma estrutura, isto é, segundo a pesquisidora Renata Pallottini é um seriado “ é uma produção ficcional para a TV, estruturada em episódios independentes que têm, cada um em si, uma unidade relativa com o todo” (1998;30).

totalmente escrita, via de regra, quando começam as gravações. É uma obra fechada “ (Pallottini:1998;28).

Para Hélio Guimarães, um ponto comum para essas minisséries é a tentativa de produzir narrativas capazes de representar, por meio de melodramas individuais, a história nacional, ou seja, são dramas pessoais apresentados sob um ponto de fundo histórico (Guimarães: 2006; p.98).

Renato Ortiz e José M.O. Ramos vão nos dizer que a preparação das minisséries começa em torno de cinco meses antes do início das gravações. As filmagens das minisséries são gravadas, em média oito cenas diariamente e os produtores culturais preferem as minisséries e os seriados, porque são elaborados com recursos e rítmos mais leves para a criação. (1989:p.178).

Concluindo, sendo a minissérie “uma espécie de telenovela curta” e os procedimentos técnicos e artísticos os mesmos da telenovela, a análise que fizemos da telenovela é também aplicável para a minissérie que, também como a telenovela é uma narrativa seriada, conforme escreve Arlindo Machado sobre narrativa seriada.

No documento ESTUDO DE CASO: HOJE É DIA DE MARIA (páginas 82-85)