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PIMENTA, Selma Garrido Estágio e Docência Cortez Editora e Livraria Ltda., 2004 30 Atividades Acompanhadas em Ciências Humanas

COMPONENTES CURRICULARES Tempo

5. PIMENTA, Selma Garrido Estágio e Docência Cortez Editora e Livraria Ltda., 2004 30 Atividades Acompanhadas em Ciências Humanas

Ementa: acompanhamento, orientação e desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e

extensão no Tempo Comunidade.

Referências Básicas

O Componente Curricular se caracteriza por apresentar programa e bibliografias específicos à época da oferta.

9.4. Área de Matemática

9.4.1 Introdução

Entre as especificidades apontadas, pelas comunidades indígenas, e partindo de um referencial da etnomatemática, destacamos algumas percepções advindas da escuta sensível que os professores indígenas nos trazem. De acordo com eles na visão do povo Guarani e Kaiowá, a Matemática não está isolada das outras áreas, como vêm sendo apresentada para eles; também querem compreender a matemática “padrão”, entendida como a Matemática formal hoje ainda predominante nos currículos escolares e, consequentemente, no currículo das escolas indígenas; buscam ainda a compreensão desta matemática para poderem trabalhar com os dois conhecimentos, o indígena e o não indígena.

Nesse sentido, a discussão de uma proposta pedagógica para a formação de professores indígenas, no que diz respeito à Matemática e Educação Intercultural, é uma oportunidade para que tenhamos uma tomada de consciência das principais dificuldades advindas deste tipo de formação, ou seja, diferenciada, de suas possibilidades e definições de responsabilidades coletivas em relação à especificidade que se quer atender e construir.

Para tanto a constituição do curso propõe um ponto de equilíbrio entre, um extremo, a

perspectiva internalista, hoje, prática predominante nos cursos de formação de professores de

Matemática, nos quais prevalece a especificidade do conhecimento matemático único tido como universal e, outro extremo, a partir de uma perspectiva culturalista, na qual se supervaloriza o pensamento matemático local em nome de um almejado resgate, ou resistência, desconsiderando a inevitável dinâmica cultural consequente do encontro de culturas, da ocupação do mesmo espaço por sociedades diferentes.

Considerando que ao lado das demais formas de linguagem, a Matemática também se constitui num importante campo simbólico que serve de base para a comunicação humana e para a compreensão do mundo, esta se configura como sendo a área de conhecimento que contribuirá para a compreensão da especificidade, tanto do pensamento matemático quanto dos contextos culturais nos quais ele se manifesta. Desta forma os conhecimentos Matemáticos deverão ser enfocados a partir de questões psicológicas, sociais, epistemológicas, pedagógicas, entre outras. Os valores a serem considerados, no trabalho em sala de aula, junto aos acadêmicos indígenas, são os Formativos; os Utilitários; os Sociológicos; os Culturais; os Estéticos e os Éticos. Com os quais buscamos, numa relação de diálogo em sala de aula, permitindo a articulação em um sistema com os eixos teko (cultura), tekoha (território) e ñe’ë (língua) que expressam lugar, tempo e diversidade sociocultural. Esta estrutura aponta para uma visão metodológica que compreenda a organização conjunta às dimensões teóricas, às práticas comunicativas e avaliativas.

Assumimos uma abordagem metodológica pautada numa organização conjunta das dimensões teóricas, práticas, comunicativas e avaliativas dos componentes curriculares descritos. Numa primeira fase metodológica abordaremos os conhecimentos teóricos fundamentais relativos à natureza da matemática, a natureza da educação e da educação matemática. É de fundamental importância a consideração dos aspectos da epistemologia e da história da matemática como parte dos conhecimentos abordados. Uma segunda abordagem metodológica está pautada nos conhecimentos localmente contextualizados abrangendo estudos abordados a partir das referencias socioculturais ou antropológicas. Pretende-se a partir da análise do material proposto induzir a praticas de comunicação oral e escrita (individualmente ou em grupo).

Os recursos para sala de aula, como a manipulação e confecção de materiais didáticos (que poderão ser construídos pelo grupo), vídeos, softwares, entre outros, são fundamentais para a formação de professores. Bem como o recurso a resolução de situações problemas envolvendo diferentes temáticas tais como: Matemática, cultura e poder; Matemática, mundo real e espaços virtuais; Matemática, desenvolvimento e mudança social; Matemática e democracia; Matemática, ciência e imperialismo cultural; Matemática, tecnologia e ciência; Matemática, arte e arquitetura; Matemática, comunidade e comunicação; Matemática e linguagem: universalidade e singularidades; Matemática, bilínguismo e educação, entre outros.

9.4.2 Objetivo Geral da Área de Matemática

Formar professores indígenas com competências, epistemológicas, pedagógicas e antropológicas em relação ao papel do conhecimento matemático como forma de explicação e atuação sobre a realidade, para atuarem nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Tendo o conhecimento matemático abordado a partir de valores formativos, utilitários, sociológicos, culturais, estéticos e éticos.

9.4.2.1 Objetivos Específicos da Área de Matemática

(a) Valorizar os modos de produzir conhecimento matemático de diferentes grupos culturais, com a

valorização dos saberes produzido pelos povos indígenas Guarani e Kaiowá;

(b) refletir sobre o papel, valor e significado da matemática como disciplina nas escolas indígenas, seu

caráter formativo na relação entre diferentes formas de saber, considerando o diálogo intercultural, entre o conhecimento matemático produzido e acumulado da sociedade ocidental e a manifestação de pensamento matemático dos diferentes povos indígenas;

(c) propiciar o estudo da Matemática, com destaque ao seu valor utilitário relacionado com os

conhecimentos de outras áreas do currículo;

(d) formar um professor capaz de planejar, organizar e desenvolver atividades e materiais relativos ao ensino de matemática, com discernimento sobre seu desenvolvimento histórico e suas relações com

diversas áreas. Assim como ser capaz de elaborar estratégias para transposição do conhecimento matemático em saber escolar;

(e) elaborar e analisar materiais didáticos, como livros, textos, vídeos, programas computacionais e ambientes virtuais de aprendizagem;

(f) promover pesquisas em ensino e aprendizagem de matemática, orientar a supervisão de equipes de trabalho, buscando o desenvolvimento do educando, incluindo sua formação ética, a construção de sua autonomia intelectual e de seu pensamento crítico.

9.4.3 Quadro dos Componentes Curriculares da Área de Matemática

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