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2 AS RESISTÊNCIAS NA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO ENSINO MÉDIO COM

3.1 Plano de Ação

Os resultados da pesquisa mostraram que resistências surgiram da insatisfação pela não participação dos diversos atores (sindicatos, universidade e movimentos sociais) na elaboração do Projeto, bem como a ausência na proposta, da valorização cultural e regional das diferentes comunidades, sendo que no EMMT, a metodologia aplicada faz com que todos tenham as mesmas aulas independentemente da localidade.

De igual modo, a falta de um diagnóstico inicial para conhecer a viabilidade do Projeto nas diferentes localidades acabou criando resistências nas comunidades que não são de difícil acesso e nem tampouco sofrem com a falta de professores habilitados, resultando em rejeição por parte de Professores, estudantes e pais.

A ausência da inserção de atribuições específicas para a instituição escolar com relação ao Projeto na Proposta Curricular da Escola faz com que as equipes gestora e pedagógica não tenham o EMMT como parte da escola, e sim como um Projeto que utiliza a escola, passando a ser entendida como sendo um Projeto de inteira responsabilidade da equipe da SEDUC. Tal situação provoca resistências dentro da própria instituição escolar, induzindo estudantes a procurarem o ensino médio regular, mesmo em outras escolas.

Por fim, as dificuldades enfrentadas pelos Professores Presenciais em atender os estudantes em suas dúvidas e dificuldades em todos os componentes curriculares têm sido um fator de desconforto para estes profissionais que se dizem carentes de formações que os auxiliem a lidar com as especificidades das disciplinas.

Deste modo, a partir da análise dos resultados apresentamos uma proposta de intervenção que sugere a execução de um plano com dois tipos de ações: i) ações esperadas, no âmbito da Coordenadoria Regional de Educação e, ii) ações desejáveis, de competência da SEDUC. As ações foram assim divididas considerando o raio de abrangência das ações propostas: de um lado, Sindicalistas, Professores, pais e estudantes locais, o que permite ações a serem realizadas pela Coordenadoria Regional de Educação, e, de outro, instituições e movimentos de nível estadual, o que exige que as ações propostas sejam de competência da SEDUC. Importante esclarecer que as ações desejáveis diferem das ações esperadas porque a implementação destas dependem de uma instância superior à Coordenadoria Regional de Educação.

Como ações esperadas destacamos: 1- inserção da Proposta Curricular do EMMT na Proposta Curricular e Projeto Político Pedagógico das escolas inseridas no Projeto; 2- criação de uma sistemática de acompanhamento e monitoramento de ações do EMMT por parte da Coordenação do Projeto na CRE; 3- reuniões mensais entre a Coordenação do Projeto na CRE, os Professores Presenciais e a Supervisão Escolar das escolas inseridas no Projeto. Como ações desejáveis definimos: 1- diagnóstico de viabilidade para saber em quais localidades o projeto deveria ser realmente implementado; 2- inserção na proposta curricular de duas disciplinas escolhidas pela comunidade para incluir a diversidade local; 3- criação de uma sistemática de Formação em Serviço para os Professores Presenciais.

Acreditamos que mediante a execução do Plano de Ação Educacional (PAE), dividido em duas categorias, as resistências e demais fatores que têm dificultado a implementação do Projeto EMMT poderão ser minimizadas ou dissolvidas. Para facilitar a identificação das proposições, no Quadro 8 as ações estão separadas por categorias.

Quadro 8 – Categorias de ações propostas

Categoria Ação

Ações esperadas

Inserção da Proposta Curricular do EMMT na Proposta Curricular e Projeto Político Pedagógico das escolas inseridas no Projeto.

Criação de uma sistemática de acompanhamento e monitoramento de ações do EMMT por parte da Coordenação do Projeto na CRE.

Reuniões mensais entre a Coordenação do Projeto na CRE, os Professores Presenciais e a Supervisão Escolar das escolas inseridas no Projeto.

Ações desejáveis

Diagnóstico de viabilidade do Projeto EMMT nas comunidades.

Inserção na Matriz Curricular do Projeto EMMT de duas disciplinas escolhidas pela comunidade local.

Criação de uma sistemática de Formação Continuada em Serviço para os Professores Presenciais.

Fonte: Elaboração própria.

A realização das ações esperadas, descritas no Quadro 8, permitirá reduzir as resistências, principalmente de estudantes, pais e profissionais das escolas inseridas no Projeto, visto que a inserção da Proposta Curricular do EMMT nos documentos das escolas (Projeto Político Pedagógico e Proposta Curricular da Escola), fará com que a equipe escolar assuma responsabilidades para com o Projeto, compartilhando com a comunidade as decisões relativas ao EMMT. Também a sistemática de acompanhamento e monitoramento e as reuniões mensais envolvendo a Coordenação do Projeto na CRE, Professores Presenciais e Supervisão Escolar das escolas, visam reduzir os problemas enfrentados no dia a dia, melhorando o processo educativo e aproximando docentes e discentes da metodologia proposta pelo ensino mediado pela tecnologia.

De igual modo, as ações desejáveis têm o objetivo de reduzir as resistências. O diagnóstico de viabilidade do Projeto EMMT nas comunidades proporcionará a implementação do modelo em localidades específicas, oportunizando, a otimização dos investimentos. Além disso, essas ações poderão amenizar as resistências por meio da inserção na Matriz Curricular de duas disciplinas escolhidas pela comunidade e da proposta de Formação Continuada aos Professores Presenciais, o que permitirá elevar a qualidade do atendimento oferecido no Projeto.

As ações de intervenção foram estabelecidas com base nos resultados da pesquisa de campo, obtidos a partir da análise documental, questionários aplicados aos estudantes inseridos no Ensino Médio com Mediação Tecnológica e gestores das escolas inseridas no Projeto em Ministro Andreazza e no distrito de Riozinho, e, entrevistas realizadas com dois Professores Presenciais (um de Ministro Andreazza e um do distrito de Riozinho), com o representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Rondônia (SINTERO) em Cacoal, com uma Professora do Curso de Mestrado em Educação da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), com a Diretora Geral de Educação da SEDUC e com a Gerente do Projeto na SEDUC.

As ações que compõem o Plano de Ação Educacional (PAE) são apresentadas por meio da ferramenta gerencial utilizada na elaboração de projetos denominada 5W2H, que permite mais clareza sobre o quê (ações), por quê (justificativa), onde (local), quando (tempo), quem (responsabilidade), como (método) e quanto custará (custo).