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PLANO DE FORMAÇÃO CONTINUADA – GESTÃO ESTRATÉGICA

Para investigar técnicas e práticas de compartilhamento adotadas no Paraná e utilizadas para recuperação de conhecimentos e conteúdos informacionais com finalidade didático-pedagógica, foi desenvolvida análise documental da legislação paranaense no que se refere a formação de professores e entrevista à Coordenadora Estadual de Tecnologias Educacionais e à Coordenadora de Educação à Distância e Web, da SEED, procurando identificar o que se propõe como formação docente no campo das competências digitais.

Os resultados apresentados a seguir, foram obtidos por meio de entrevista com questões abertas (APÊNDICE A) e fazendo o cruzamento com a pesquisa documental.

No Paraná, no período de 2003 a 2010, vigorou o projeto BRA/03/036 - Educação Básica e Inclusão Digital no Estado do Paraná, equipando as escolas com laboratórios de informática e inserindo na formação docente a possibilidade de criação e elaboração de conteúdos digitais, amparada na concepção de professor autor, produtor de conhecimento e responsável pela sua formação (MENEZES, 2007).

O Programa Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio (PROEM), o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO) e Paraná Digital (PRD) foram esforços para dispor equipamentos e conexão à internet nas escolas públicas estaduais, bem como promover formação continuada aos docentes (MACHADO, 2010, MENEZES, 2010).

Os programas centravam-se sobre a utilização de equipamentos tecnológicos na escola, concentrados em espaço único, mas de uso coletivo, os laboratórios de informática.

No entanto, a partir das entrevistas, constata-se que esse modelo de programa vem sendo substituído pela perspectiva de mobilidade, onde professores e alunos utilizam os equipamentos tecnológicos móveis disponíveis em sala de aula, como por exemplo celulares, notebooks, aparelhos móveis de projeção, entre outras tecnologias.

Nessa perspectiva, o trabalho da Secretaria de Educação do Paraná (SEED) contempla a formação do professor para a utilização dos dispositivos móveis. As atividades de formação se desenvolvem em conjunto com os técnicos dos Núcleos Regionais de Educação (NRE).

A formação acontece por meio de cursos presenciais ou a distância. Podem ocorrer também com parte presencial e parte a distância, como é o caso da Formação Tecnológica no PDE. Para a realização de cursos a distância, são utilizadas plataformas que tornam possível o compartilhamento de informações, como o Moodle (EL KADRI, CAMPOS e SOUZA, 2011; OGLIARI, 2012).

Os cursos são ofertados a partir de pesquisa sobre a necessidade dos professores seguem as Resoluções 1461/2013; 3193/2014; Lei 130/2010, que regulamentam a formação geral dos professores da educação básica no Estado do Paraná, de acordo com o PEE (2015-2020).

A meta 15.15 contemplada no PEE (2015-2020) pretende ampliar o uso das tecnologias e conteúdo multimidiático para todos os envolvidos no processo educativo, garantindo formação específica para esse fim.

Essa meta é identificada nos cursos ofertados pela SEED, como comenta a coordenadora de Educação a Distância e Web:

Os cursos de formação a distância que nós fazemos, são produções a partir das demandas dos departamentos e de coordenações, até mesmo dos núcleos regionais. Então a medida que eles vão fazendo a demanda nós temos um grupo aqui que faz a orientação e o desenvolvimento, junto ao departamento, do conteúdo. Paralelamente nós temos mais duas coordenações que dão o suporte de produção, que é a coordenação de áudio visual, que é pela TV. E também a coordenação multimídia, que faz a parte da identidade visual, diagramação e animação.

As propostas de formação continuada na área de tecnologia são elaboradas para públicos específicos conforme demanda.

Em fase de teste com 70 escolas no Paraná, o Projeto Conectados é uma das ações da SEED para o desenvolvimento de competências digitais, de professores e alunos, onde o trabalho em sala de aula envolve o Ensino Hibrido. Segundo a coordenadora de Tecnologias Educacionais:

O Ensino Híbrido trata-se de você trabalhar com uma inversão de possibilidades de perspectivas de sala de aula, você parte dessa premissa que o professor vai pra escola, passa os conteúdos e as atividades e os alunos realizam essas atividades em sala de aula. Essa seria uma das possibilidades que o Ensino Híbrido supera, porque ele tem frentes. O Ensino Híbrido tanto pode ser por rotação de estações, essa rotação de estações pode ser de espaços, então eu tenho um grupo de alunos no laboratório, tenho um grupo no pátio, tenho um grupo em sala de aula; seria essa rotação de espaços ou rotação de estações de mesa, eu tenho um grupo trabalhando na perspectiva da produção e outro trabalhando na perspectiva da publicação, por exemplo, na produção de roteiro.

Essa ação da SEED está contemplando a meta 16.11 do PEE (2015-2020), que garante a oferta de formação continuada aos profissionais da educação que atuam nas diferentes modalidades da Educação Básica para a elaboração e orientação na produção de materiais pedagógicos.

A meta 16.6 que prevê ampliar e aprimorar o Portal Dia a Dia Educação para subsidiar a atuação dos professores da Educação Básica com a disponibilização de produções acadêmicas didático-pedagógicas, científicas, culturais e tecnológicas, foi contemplada com o Escola Interativa.

Esse se constitui num local de compartilhamento de informações disponível aos professores, tanto para a realização de cursos como para debates com pesquisadores e entre os próprios professores. Sobre isso, a coordenadora de

Tecnologias Educacionais, comenta que a ideia é que esse seja um espaço de compartilhamento, em que os professores possam produzir, numa perspectiva de produção, em que professores criam os objetos, e que possam disponibilizar dentro desse espaço.

Compreende a ideia de professor autor, criador de conhecimento, no entanto, os resultados das oficinas demonstram a necessidade de desenvolver o conhecimento sobre a criação de conteúdo digital, conforme discutido nas seções 4.2 e 4.3.1.