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Pontos e fios a partir do olhar de Patricia Pensarmos quais teares estamos adotando e quais tramas estamos

tecendo: entre situações agudas e crônicas no esforço

docente e discente

Os pontos e fios que trago para essa seção da Introdução vem tocar no aspecto delicado e não tão bem exposto e compreendido sobre a saúde do docente e do discente em tempos cada vez mais acelerados e orientados para um único ritmo de tempo e contabilizado em métri- cas de materialidade da sua produção incessante que orienta para uma lógica que domina o trabalho e esforço, repercutindo sobre os proces- sos de gestão da instituição de educação superior. Pensar em educação

83 dentro da série de vídeo aulas do Workshop sobre Harmonização de Chakras apresentada por Augusto Genehr, Terapeuta Holístico, Mestre em Reiki, Astrólogo e criador do projeto Saúde Vibracional:

Cada indivíduo só pode compartilhar o que já tem. Logo, se você tem desarmonia fora e dentro de si, é isto que você estará ofe- recendo ao mundo, direta ou indiretamente, através das suas ações, mesmo sob a intenção de ajudar. Logo, trabalhar para elevar e susten- tar o seu estado de harmonia interior e exterior é pré-requisito básico para todo indivíduo que busca gerar benefício a seus amigos, cônjuges, familiares, comunidades ou até mesmo em âmbito social e profissional. (GENERH, 2018)7

Como é ou tem sido promovido ou valorizado o tempo e o con- teúdo da atuação docente e da atuação discente? Como promover o res- peito aos tempos e lugares que proporcionem a criatividade, a expres- são em arte-linguagem no processo de ensinar, de estudar e de aprender na relação e ambiente docente-discente no ensino-aprendizagem em cursos de Graduação? Como conhecemos nossos perfis de tempo, de ativação da ligação afetiva e empática, da ativação da razão na busca de questões a avançarmos nos processos integrados de ensino-apren- dizagem, pesquisa-aprendizagem e extensão-aprendizagem em cursos de Graduação? Da mesma forma que temos a diversidade natural, a diversidade social, será que estamos contemplando nas lógicas de men- suração a diversidade criativa, expressiva de docentes e discentes em cursos de Graduação?

Vivemos desde a virada do século XX para XXI, no Brasil, a sina- lização da métrica do valor do trabalho docente por um único caminho de plano de carreira docente, focalizando uma lógica de interpretação do trabalho reduzido ao status de pesquisador-publicador. E mais, ainda promovida pelo princípio da quantidade naquilo que possa ser- vir como mercadoria em um mercado de produção material de artigos científicos em espaços de agentes do mercado editorial alguns, inclu- sive, com restrições de acesso para publicar e para acessar o que foi

7 Website do Projeto Saúde Vibracional, por Augusto Genehr: https://saudevibra- cional.com.br. Encanta-me poder testemunhar uma pessoa tão jovem e tão gene- rosa em compartilhar, de forma tão simples e objetiva e didática, conhecimento para a autotransformação.

publicado mediante precificação. Todos os gêneros, gerações e partíci- pes da comunidade acadêmica em educação superior reduzidos a uma lógica dominante para serem convergentes com um estado crônico de produção incessante, um estado crônico de deslocamento do valor daquilo que não venha a contribuir para a sua mensuração do tempo e do esforço pela lógica de produtividade reduzida ao valor e quantidade do que foi ou será publicado.

Da mesma forma, a que é crônica, instalam-se as culturas que possam girar tal roda material, expressando-se na cronicidade de atitu- des e comportamentos, de símbolos nas linguagens, nos modos de orga- nizar física e sutilmente o modo de dedicação do esforço do docente e nas relações que venha a lidar em seu cotidiano: demais docentes, estu- dantes, técnicos-administrativos, gestores, apoiadores para financiar ou fomentar, fornecedores de ‘insumos’ para apoiar tal esforço em sua possível melhor estratégia para a produção, seja em eventos, conteúdos, networking, tecnologias em sistemas de informação e suportes para seu trabalho, quiçá mobiliário que seja mais adequado para o seu esforço ampliar a sua produtividade; entre outros.

A massificação é instalada e recebemos, nesse contexto, a neces- sária contagem de tempo em horas-aula no ensino de Graduação, uma outra lógica para o mesmo docente que se vê diante de uma dissonân- cia de tudo que venha lhe conferir uma renda melhor, uma potência de futuras rendas melhores. O ensino de Graduação só é visto pelos olhares que não o remuneram melhor, que não o oportunizam a ser valorizado seja na forma simbólica, seja na forma material. Estão aqui os olhares mais que qualificados de organismos do sistema Ministério da Educação, desde o Conselho Nacional de Educação - CNE, a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior, as Secretarias

85 cursos de Graduação e das instituições que vem, fundamentalmente, repercutir no valor da diplomação de seus graduados e na atração para os futuros ingressantes. Há também a reverberação da reputação em toda a sociedade por meio dos serviços de comunicação e jornalismo orientados para difusão da educação superior no mundo do trabalho e da educação superior.

Entretanto, no atual plano de carreira docente de educação supe- rior, o ensino de Graduação entra como piso de quantidade de tempo e esforço para cumprir suas obrigações do trabalho docente, como se fosse uma régua comum a todos os docentes que seja pré-condição para autorizar a solicitação de sua progressão ou promoção no plano de car- reira. O valor do ensino de Graduação nas métricas de plano de carreira é relativamente ínfimo em riqueza de possibilidades de sua criativi- dade e inovação em métodos, projetos e resultados, quando se compara às métricas alinhadas aos sistemas de acreditação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES para cursos de Pós-Graduação stricto sensu e dos órgãos de fomento à pesquisa em nível estadual, federal ou internacional. Deduz-se, então, que, no sistema de validação do tempo e esforço para a criatividade e inovação do trabalho docente, impera a forma dominante que busca convergir a orientação do docente a se dedicar ao esforço da Pós-Graduação. Inclusive a ativi- dade de pesquisa, que, na missão universitária é integrada ao ensino e à extensão, muitas vezes é interpretada como vinculada, necessariamente, a cursos de Pós-Graduação como locus da pesquisa – vide as unidades administrativas dedicadas à combinação inseparável de Pesquisa e Pós- Graduação e editais que são dedicados ao fomento à pesquisa.

Entretanto, chegamos a um ponto, no ensino de Graduação no Brasil, em que se instala uma situação aguda diante de uma situação crônica. Por um lado, como parte de um conjunto de políticas nacionais e internacionais para ampliar a inclusão social, a ampliação da oferta de vagas na educação superior e, daí, da demanda do tempo, das habi- lidades, da criatividade, das tecnologias de ensino-aprendizagem e dos conteúdos curriculares em cursos de Graduação.

Por outro lado, um (des)arranjo intergeracional em experiências, métodos e visões sobre o ensino e a aprendizagem, em todos os níveis de educação formal, diante de novas gerações de estudantes com outros

padrões de acesso ao conhecimento e mediadas por uma multiplicidade de diversidades na interação social que não se restringe mais ao local, ao próximo, ao familiar. Seus modos de cognição juntam muito mais a multiplicidade, a instantaneidade, a perecibilidade, a funcionalidade imediata e pragmática, a expressão do que pode ser compreensível, sen- tida, vivida e aplicada.

O agudo desafia o crônico. A situação aguda entra em disso- nância conjuntural em uma situação crônica estruturada para recrutar, selecionar, treinar, desenvolver, avaliar e remunerar por uma lógica estabelecida décadas atrás para um sistema regulatório da profissão de Professor de Magistério Superior, do lugar e modo de trabalho, do tempo e espaços de trabalho. E, ainda, pela organização social mediada por tecnologias que o docente não foi, em sua geração, imerso desde a sua tenra idade. Aproxima-se, em algumas tentativas, o docente para buscar sua própria inserção nos ambientes culturais e tecnologias que não foi parte de sua formação, não sem o sofrimento psíquico em tentar combinar as diversas pautas, modos, métodos e tecnologias da vida adulta a serem conciliadas no trajeto casa-trabalho, na vida pública, na vida privada, no convívio das estruturas e fluxos cada vez mais desa- linhados com as gerações e seus anseios nos espaços de ensino-apren- dizagem e convivência no local de trabalho. Ai de tentar reorganizar as salas de aula com cadeiras sem superfície de trabalho que as conecte em grupos, quase sempre estando enfileiradas em estruturas físicas de salas retangulares longas para caberem mais estudantes ou, alternativamente, largas e pouco profundas.

Chegam mais situações agudas, não mais de dentro da lógica interna das instituições de educação superior. São situações agudas de transição de culturas e economias expressas em decisões nos sistemas

87 sucumbência por alguns anos, visto que a roda da tributação regressiva e da transferência de recursos públicos para a dívida pública ainda era silenciada em tempos de abundância de dinâmica de oportunidades geradas por políticas de resgate dos excluídos do mercado interno.

Agora, diante de novas pautas que vão emergindo em cenários internacionais de encruzilhadas para tomada de decisão nas democra- cias, a pauta do nacionalismo, do nós contra os outros, da intolerância aos problemas de outras nações, vem crescendo em processos eleitorais e referendos. Cresce o sentimento de desesperança, de receios e até de medo em jovens e adultos pelo que virá, pelo que poderão realizar, pelo que ainda terão chance de se inserir numa sociedade desigual de forma estrutural. A inclusão social colocada sob risco de ser efêmera.

Os sentimentos e receios de docentes e discentes confluindo para emergirem na forma de sintomas categorizados em patologias da tabela de Classificação Internacional de Doenças – CID, sintomas muitas vezes dissociados dos contextos laborais, familiares, societais, tecnológicos, econômicos e políticos em que emergem. Nesse contexto, ao conver- sarmos os docentes e discentes e juntarmos os relatos e experiências, vamos percebendo que são muitos os casos de adoecimento docente e discente, em várias unidades acadêmicas, em várias instituições, em vários países. Não há como apenas lidar com a individuação dos sinto- mas, técnicas de desativação de stress e a fragmentação de diagnósticos de especialistas em sistemas do organismo corpo ou da lista de patolo- gias de doenças da CID. É muito mais, são muitos mais casos. São múlti- plas origens e níveis em que emergem os fatores que contribuíram para as ‘patologias’, o pior deles o de ignorarmos o quanto e como estamos ignorando sobre a nossa ignorância.

Por outro lado, novos esforços de organismos multilaterais vem cada vez mais trazer a convergência de ações para os desafios plane- tários – riscos ambientais, riscos à paz, riscos à segurança pública, ris- cos à juventude e às gerações que venham, seja na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE, na Organização das Nações Unidas - ONU, no Grupo dos 20 - G20, nos novos acordos entre nações na Ásia, Europa, África e América Latina.

Nesse contexto global, reacendem as pautas da educação ambiental mais pragmaticamente vinculada para ser aquela que permita a educação

que contribua para o desenvolvimento sustentável, esta inclusive já ali- nhada com a autorização global para uma narrativa contida em 17 obje- tivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas vinculadas a tais obje- tivos da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, aprovada em setembro de 2015 pela Organização das Nações Unidas – ONU. A Agenda 2030 é uma pauta aprovada por unanimidade pelos países-membros da ONU, destacando-se que é uma pauta voluntária que não precisa ser rati- ficada pelos parlamentos de cada nação, mas é acompanhada e relatada anualmente em encontros ministeriais do Fórum Político de Alto Nível e a cada quatro anos pelos Chefes de Estado de países-membros junto à Assembleia Geral da ONU. A educação para o desenvolvimento sustentá- vel, no ensino básico, superior e na educação continuada ao longo da vida (life long learning) é pensada como a que contribua para a inclusão social, equidade na diversidade e na consciência em valores, atitudes e conheci- mentos e inovação em competências para a paz, o cuidado e a prevenção aos riscos ambientais à natureza, à saúde pessoal e coletiva.

E estamos nós docentes, nós discentes, nós gestores em múlti- plas camadas da complexidade do ensino-aprendizagem da Graduação em situações crônicas e contextos agudos, nas escalas do tempo espaço nacional ao local, do local ao global, do global ao nacional, do local ao nacional, em fluxos que rompem tais escalas de tempo espaço a partir de tecnologias que desmontam territórios contornados por fronteiras físicas de municípios, estados, países, continentes em convívio perma- nente na interação e fluxo de dados que podem até romper a lógica do transporte material de ‘coisas’ para serem geradas à distância – exemplo é a impressão de objetos e até casas.

O que ensinar? O que aprender? E onde, quando, como e por quanto tempo e a que esforço e orçamento? Por que? Quem ensinar e

89 e fundos da Organização das Nações Unidas – ONU –, a orientação em prol da integração, reunião, descentralização e coerência visando a implementação da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável.

Nesse contexto, tem-se uma fragmentação em ações isoladas, com recursos também fragmentados em multiplicidade de projetos e organizações, que seguirão para uma rota combinada de, por um lado, a descentralização com accountability/prestação de contas quanto às dire- trizes de implementação da Agenda 2030 e, ao mesmo tempo, de con- centração de esforços com uma responsividade a demandas específicas para o desenvolvimento sustentável de cada país-membro.

Trata-se de um movimento de realinhamento interno e externo de organismos multilaterais com a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável que não se restringe à ONU. Verifica-se, como consenso global emergente, que diversos organismos multilaterais estão diante de um reconhecimento de que o modelo disperso da individuação e subsidiariedade, que acarretou a fragmentação nos esforços e recursos, não vem contribuindo para a efetiva implementação de agendas globais para o desenvolvimento sustentável nas escalas internacional, nacional e subnacional dos países-membros.

O Grupo dos 20 países mais ricos, o G20, já sinaliza, há alguns anos, que a agenda ambiental precisa estar na equação da economia, sociedade e políticas no âmbito interno e das relações internacionais entre os países-membros do G20. No ano de 2017, a pauta da reunião da presidência em exercício – Alemanha – trouxe o desafio de atuarem ambas, economia e sociedade, em conjunto, pela agenda do desenvol- vimento sustentável, que inclui, ainda, a questão climática.

A OCDE está passando pela reflexão interna para alinhamento transversal, com a pauta do desenvolvimento sustentável, diante de “departamentos”, enquanto silos, sendo questionados pela direção da OCDE sobre como suas respectivas agendas departamentais – a exemplo de agendas para o livre comércio e liberação de serviços, agendas para investimentos estrangeiros, agendas para a responsa- bilidade social na cadeia de fornecedores das corporações multina- cionais, entre outras agendas na OCDE – irão conciliar economia, sociedade, natureza e capacidades das instituições formais dos seus Estados-membros.

O Brasil, já há algum tempo, aproximou-se para ser país-mem- bro da OCDE e no mês de junho de 2017, manifestou, formalmente, o seu pedido de adesão à OCDE e entrou na fase de ser analisado, para que concilie agendas de desenvolvimento e cooperação internacional da OCDE8. Essas agendas, por sua vez, implicam em pautar, nas políticas públicas no Brasil, questões como: melhores condições na educação; saúde pública; infraestrutura; qualidade de gestão pública; governança e transparência pública; combate à corrupção e à lavagem de dinheiro; atualização de marcos regulatórios para liberdade de comércio interna- cional e investimentos, entre outros aspectos.

Em todos esses organismos multilaterais, a formação e o inter- câmbio de conhecimentos, visando a capacidades institucionais e da sociedade em cada país-membro, requerem, das instituições de educa- ção, a incorporação da agenda ambiental não dissociada de sua missão institucional, contribuindo para a formação e graduação a nível técni- co-profissionalizante e a nível superior de graduação e pós-graduação.

Realizar agendas globais dos organismos multilaterais para o desenvolvimento humano, em condições sustentáveis e que incorpore, ainda, as tensões e resoluções, a fim de conciliar e integrar humanidade, culturas e naturezas, demandará a materialidade de resultados e, além disso, contar com processos institucionalizados para o alinhamento e coerência das agendas globais, nacionais, subnacionais, organizacio- nais, comunitárias, familiares e pessoais. Serão necessários, assim, um ambiente externo e um ambiente interno em tais escalas e em mútua incorporação de fatores contribuintes e decorrentes de cada questão ambiental. Não se trata mais de um assunto para um agente apenas, mas sim para todos, mutuamente, em suas possibilidades e limites em (des)alinhamentos e (dis)tensões.

91 para rápida substituição. Tornam-se parte do nosso ‘ambiente’ de convi- vência: chips eletrônicos; vacinação em massa para “novas” ameaças aos nossos frágeis sistemas imunológicos, os quais já estão intoxicados com químicas em alimentos industrializados. Rotulagem para transgênicos estão excluídas, por enquanto, de informar ao consumidor o que está se alimentando. Somos tratados como portadores de doenças, como se fos- sem bombas que caem sobre nossos corpos enquanto vítimas, a partir de visão fragmentada sobre os sistemas do corpo humano em diversas espe- cialidades e somos os receptores de soluções que venha a partir da mais moderna lista de remédios da medicina farmacológica. Passamos em nossa pele e pelos os cosméticos, perfumes, desodorantes, tinturas e pro- dutos alisadores dos cabelos, esmaltes, talcos, produtos depilatórios, sem sabermos o efeito na saúde e no ambiente. Somos abastecidos, sem alter- nativa de dizer não à forma de tratamento de água “potável”, com água fluoretada e adicionada de outras químicas para servirem como meios de tratamento de mananciais. Mananciais esses já estando contaminados por metais pesados, poluentes orgânicos persistentes, herbicidas, inseti- cidas, fungicidas e outras químicas dos processos de produção agrícola e industrial, além de esgotos industrial, rural e doméstico. Esgotamento sanitário urbano e rural com padrões muito abaixo do que poderíamos ter, em vista da não prioridade na pauta de recursos públicos.

Todos esses e muitos outros fatos urbanos de convivência entre culturas e naturezas são os modelos que se expandem a partir dos gran- des centros urbanos e se multiplicam em programas de TV, rádio, revis- tas, jornais, internet como modelos de referência para vilas, distritos e pequenas cidades do interior. Com tudo e todos em nosso entorno replicando linguagens, tecnologias, criação, produção, comércio, comu- nicação, consumo e regulação em políticas, as saídas alternativas ao caminho mais disseminado são, então, transformadas em “nichos” de mercado e negócios para feiras, eventos, mercados e estilos de vida.

Os estilos fora do padrão, fora da ordem, ou fora da moda, são incorporados, gradualmente, pela lógica de valor de troca em mercados com concomitantes ou decorrentes mudanças em regulamentações e políticas de Estado, concebendo-se e autorizando-se novas “etiqueta- gens” aos produtos de novos segmentos de consumidores e fornece- dores, sem substituição dos demais segmentos de mercado. Por vezes,

ocorrem ondas de ampliação de tais novos segmentos para a maior visi- bilidade das estéticas e éticas pela mídia de massas para a sua difusão e consolidação, passando a ser reconhecidos pelos estudos e investimen- tos nas tendências da moda.

Assim estão, por exemplo, alimentos orgânicos e energia solar len- tamente se expandindo, no Brasil, ao longo de décadas, mas não são ainda fato material no âmbito do cotidiano operacional das políticas de infraes- trutura e logística em universidades públicas. A lógica das formas de pro- dução, comercialização, distribuição e consumo de alimentos orgânicos e energia solar, por exemplo, para irem além de uma mera opção marginal de ciência e tecnologia, precisa ser largamente apropriada pelas regula- mentações e políticas nas escalas internacional, nacional, subnacional e das organizações, visto que desorganizariam vários atuais mercados de alimentação e energia e os reorientariam para novos mercados, ainda pre- maturos em relação a fornecedores e soluções economicamente viáveis.