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3 CARACTERIZAÇÃO DA OPORTUNIDADE

3.2. Potencial do Mercado da Região Nordeste do Brasil

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE, a região Nordeste conta com uma população de mais de 56 milhões de habitantes (IBGE, 2019), e isso a torna a segunda região mais populosa do Brasil, sendo a terceira maior economia do país, atrás das regiões sudeste e sul, respectivamente.

A economia da Região Nordeste do Brasil é bastante diversificada, sendo a agroindústria baseada no processamento do açúcar, do cacau e da fruticultura, do extrativismo vegetal e mineral, na indústria, no comércio, nas atividades turísticas e na exploração de petróleo. Alguns aspectos que demonstram o potencial econômico da região são apresentados a seguir.

Extrativismo vegetal e mineral é responsável por 95% da produção do consumo brasileiro de sal marinho (RN) e gesso (PB), sendo que a região Nordeste também explora e produz petróleo e seus derivados, gás natural e babaçu.

A Indústria na Região Nordeste vive um franco processo de crescimento. O Complexo Industrial Portuário de Suape, localizado na cidade de Ipojuca, em Pernambuco, a 40 km ao sul da cidade do Recife, é um dos principais polos de investimentos do país. São mais de 120 empresas instaladas, entre estas: a Refinaria Abreu e Lima; o Estaleiro Atlântico Sul; a Petrobras Distribuidora S/A; a Shell do Brasil S/A; a Arcor do Brasil Ltda; a Bunge Alimentos, entre outras.

O Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, tem mais de 90 empresas químicas e petroquímicas instaladas. Fortaleza constitui um centro industrial nos setores têxtil, alimentar, de calçados e de confecção de roupas. Ao redor do Recife, na Região Metropolitana, estão instaladas indústrias mecânicas, de papel, de produtos alimentícios, de cimento, têxtil, de material elétrico e outras.

O Turismo do Nordeste é um fator importante para a economia da região. A região concentra grandes áreas repletas de belezas naturais, como o extenso litoral, com praias de águas quentes e cristalinas que estão entre as mais bonitas do país, o arquipélago de Fernando de Noronha (PE), o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, os Canyons do São Francisco, entre outros.

Na Região Nordeste, estão localizadas cidades históricas, patrimônios da humanidade, como os centros históricos de Olinda (PE), São Luís (MA) e Salvador (BA). A cidade de João Pessoa guarda construções barrocas do século XVI. O centro histórico do Recife concentra grande número de construções históricas. O teatro de Nova Jerusalém (PE), o maior teatro ao ar livre do mundo, já levou, para a região, mais de três milhões de pessoas.

Estudo realizado pelo Ministério do Turismo (MTur, 2013) aponta que o Nordeste possui um turismo pujante, respondendo por 9,8% do seu Produto Interno Bruto (PIB) e é a região

preferida dos turistas domésticos com 49,9% dos brasileiros que pretendem viajar pelo Brasil, mesmo numa época em que a Região Sudeste abrigava a sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, no ano da pesquisa, em que ficou em segundo lugar na preferência com 25,2%, seguidas pela região Sul (13,7%); Centro-Oeste (8%) e Norte (3,7%), da preferência (MTur, 2016). Este cenário aumenta o consumo, tendo em vista a grande quantidade de pessoas, principalmente nas regiões litorâneas. Já, no ano seguinte, a preferência subiu para 50,6% (MTur, 2016), ou seja, mais da metade dos turistas brasileiros desejam viajar pelo Nordeste.

Estados nordestinos como Ceará, Pernambuco e Bahia são respectivamente os que mais receberam recursos do MTur para obras de infraestrutura turística no ano de 2018: R$ 710 milhões, R$ 395 milhões e R$ 346 milhões, respectivamente. Se depender dos viajantes brasileiros, o Nordeste vai continuar em evidência na alta temporada. Esta região é a preferida de 43,4% dos consumidores que manifestaram intenção de viajar, de acordo com a pesquisa Sondagem do Consumidor (2018) – Intenção de Viagem, realizada pelo Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas. Isto demonstra o potencial da região, seja no contexto de consumo da população, bem como da população flutuante, oriunda do turismo.

Na Agricultura, o tradicional cultivo da cana-de-açúcar é responsável pela produção do açúcar e do etanol, na Zona da Mata, região que se estende numa faixa litorânea, que vai do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia, com destaque para os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. A cultura do milho, feijão, café, mandioca, coco, castanha de caju, banana, sisal e algave predomina em diversos estados (Só Geografia, 2007/2020).

O Meio Norte (Nordeste Ocidental), onde estão os estados do Maranhão e Piauí, cortado por vários rios, ao longo dos quais se formam grandes planícies fluviais, é aproveitado, principalmente, para a cultura do arroz (Só Geografia, 2007/2020).

A fruticultura irrigada, beneficiada pelo clima tropical, é desenvolvida no Vale do Rio Açu, no Rio Grande do Norte, com grande produção de melão, de melancia, etc. No Vale Médio do rio São Francisco, no Sertão, principalmente nas cidades de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA), são produzidas uva, manga, melão, abacaxi, mamão, entre outras frutas, as quais são vendidas para o mercado interno e exportadas, através do aeroporto internacional de Petrolina, para diversos países (Só Geografia, 2007/2020).

A Rota do Vinho, no Vale do Rio São Francisco, com sete vinícolas instaladas nas cidades de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande – todas em Pernambuco e Juazeiro – na Bahia, concentra um polo industrial e turístico, com toda a infraestrutura para os visitantes (Só Geografia, 2007/2020).

O comércio destaca-se via estudo apresentado pelo Banco do Nordeste, mediante o Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE), no aspecto regional, a atividade-comércio tem maior participação no Nordeste com 20,8%, seguido pela região Norte, com 20,7%, e a região Centro-Oeste, com 18,9%, tendo também participação superior à média nacional, conforme Figura 8 (JUNIOR, 2018).

Figura 8 – Participação do comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas no total de ocupações do Brasil e de cada Região – 2º trimestre de 2018.

Fonte: Junior, 2018. Elaboração do BNB/ETENE, com dados do IBGE (2018).

Outro aspecto relevante é a existência de doze regiões metropolitanas, sendo a maioria na região litorânea, onde estão presentes as principais capitais como Recife, Salvador e Fortaleza, conforme destacado na Figura 9, o que demonstra ótimas perspectivas no processo de logística e de distribuição de produtos manufaturados, devido à aglomeração de população.

Figura 9 – Regiões Metropolitanas mais Populosas da Região Nordeste

Fonte: IBGE, 2018.

Diante de tais evidências, pode-se inferir que a região Nordeste do Brasil já é um mercado significativo e, ainda, apresenta uma perspectiva de crescimento importante nos próximos anos.

Isso torna a região atrativa para diversas indústrias que ainda não distribuem seus produtos de forma efetiva nesta região, como é o caso da Vitalife.

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