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Primeira etapa: definição da arquitetura conceitual

3.2 O método para definir a arquitetura de processo

3.2.4 As etapas do método

3.2.4.1 Primeira etapa: definição da arquitetura conceitual

A etapa de definição da arquitetura conceitual inclui definir os objetivos e os requisitos da arquitetura de processo, determinar quais são as visões, os modelos e os componentes e definir como são os meta-modelos dos processos que representam as visões. A Figura 18 apresenta o seqüenciamento das atividades dessa etapa.

Figura 18 - Atividades para definir a arquitetura conceitual

A seguir estão recomendações para auxiliar na definição dos objetivos e requisitos, das visões, dos modelos e dos meta-modelos da arquitetura de processo e dos componentes dos processos. As atividades para determinar quais são as visões, os modelos e os componentes têm o objetivo de indicar quais são sem definir como eles são, tanto em termos conceituais como de representação.

A atividade para definir os objetivos e os requisitos da arquitetura de processo inclui determinar o domínio e o contexto, especificando os processos abrangidos e as condições do ambiente em que os mesmos ocorrem. Os objetivos representam o que é pretendido com cada um dos modelos de processos. Os participantes da arquitetura de processo possuem objetivos e interesses relacionados aos processos. Esses objetivos e interesses auxiliam a definir os requisitos da arquitetura de processo.

Para identificar os objetivos e os requisitos sugere-se: levantar os papéis que os participantes desempenham (ALBIN, 2003), juntamente com as suas responsabilidades, funções, necessidades de informações e interesses em relação à arquitetura de processo.

Na atividade determinar quais são as visões da arquitetura de processo são especificadas quais são essas visões. Uma maneira simples de determinar quais são as visões é considerar o tempo como um aspecto de representação de um processo e, assim, os seus modelos podem ser categorizados em estáticos e dinâmicos. Um modelo estático é uma representação de um sistema em um ponto no tempo ou quando o tempo simplesmente não

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desempenha papel. Um modelo dinâmico visa representar um sistema da maneira como o mesmo evolui no tempo (BOOCH; RUMBAUGH; JACOBSON, 2000, DE CESARE; SERRANO, 2006).

Contudo, a diversidade de participantes e de seus objetivos e dos requisitos dos processos conduz à necessidade de estabelecer outras visões para representar os processos. Barnett et al. (1994), por exemplo, ressaltam que os modelos de processos podem ser estendidos para além das tradicionais visões estática e dinâmica, como recursos e coordenação. A visão de recursos abrange os recursos utilizados pelas atividades e os resultados pretendidos. A visão de coordenação inclui as restrições e as regras de ativação e o comportamento que servem de parâmetro para a realização das atividades e como as entradas são transformadas em saídas.

Neste trabalho propõe-se utilizar as visões do RM-ODP (ISO/IEC, 1996) como base para definir as visões da arquitetura de processo. Sugere-se, ainda, ter os requisitos e características dos processos e os interesses e objetivos dos participantes como critérios para definir o que cada visão representará. Contudo, não são estabelecidos critérios para determinar a relevância ou a pertinência de um participante ou de seus objetivos e interesses. Um mesmo interesse pode ser compartilhado por mais de um participante e pode estar em mais de uma visão (IEEE, 2000). O domínio, o contexto e os objetivos do processo podem auxiliar a determinar a relevância ou a pertinência de interesses e de participantes.

A atividade determinar quais são os modelos de processos define os modelos necessários para representar as visões e, portanto, devem atender aos objetivos que as definem. Para a definição de quais são esses modelos é proposto o seguinte procedimento:

a) Definir as características básicas que os modelos de processos devem ter para representar cada visão, considerando os objetivos da visão e dos seus participantes. b) Definir a estrutura básica que caracteriza cada modelo, considerando os requisitos e as operações dos processos e dos seus componentes e as políticas que estão sujeitos, visando denominá-los.

c) Estabelecer o nível de abstração e o grau de detalhamento de cada modelo.

Na atividade determinar quais são os componentes dos processos, os componentes do processo são determinados. Os componentes de um processo podem ser diversos e também são distintos os fatores que influenciam na definição desses componentes, como: o nível de maturidade do processo, normas ou modelos de qualidade adotados e o tamanho e a complexidade do projeto de software a ser desenvolvido. Contudo, é possível definir a atividade, embora nem sempre denominada da mesma maneira, como o componente principal

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de um processo.

Neste trabalho, propõe-se o agrupamento dos componentes do processo em essenciais e complementares. Os componentes essenciais se referem à conceitualização básica do processo: atividades realizadas por atores que com o uso de recurso produzem e transformam artefatos. Os componentes complementares complementam a conceitualização básica do processo e estão relacionados aos componentes essenciais, como as políticas aplicadas às atividades, aos atores, aos artefatos e aos recursos, visando restringir os seus relacionamentos e comportamento de acordo com os objetivos do processo.

Na atividade definir os meta-modelos da arquitetura de processo, os meta-modelos são elaborados de acordo com as visões, os requisitos, os objetivos e os participantes que foram definidos nas atividades anteriores. Para definir como são os meta-modelos propõe-se:

a) Utilizar os resultados da atividade anterior para definir o conteúdo dos meta- modelos necessários para representar as visões.

b) Determinar os elementos e os relacionamentos entre esses elementos que são necessários para compor cada meta-modelo.

c) Definir os atributos e as operações para as classes que representam os processos e os seus componentes de acordo com os requisitos, as políticas, o domínio e o contexto da arquitetura conceitual e a distribuição dos processos na organização. d) Utilizar os conceitos estruturais e notacionais para representar os meta-modelos de

acordo com as linguagens de modelagem selecionadas e com as atividades propostas neste trabalho para definir um processo que são: elicitar os requisitos do processo, analisar esses requisitos e definir modelo e arquitetura de processo.