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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

2.4 A ocupação das terras do Paranapanema

2.4.1 Primeiro e segundo período: povoamento e ocupação das terras do Paranapanema

O primeiro período do povoamento das terras do Paranapanema marca de 1850 a 1860 com o povoamento iniciado por José Theodoro de Souza e familiares, dentre eles filhos, irmãos, esposa, cunhado, genro e alguns dos acompanhantes expedicionários:

Em Minas, além da mulher e filhos, acercaram-se de José Theodoro, o cunhado, os genros e os irmãos, primeiras pessoas que se dispuseram a acompanhal-o, de mudança, para o Paranapanema. Francisca Leite da Silva chamou-se sua companheira, em primeiras núpcias; falecendo esta, já no sertão, casou-se com Anna Luiza de Jesus. Do primeiro consorcio nasceram: José Theodoro de Souza Junior (José Theodorinho)53, a mulher de Francisco Sabino de Souza (Chico

Sabino). Maria Theodora de Souza, casada com Francisco de Paula Moraes, era também da família, bem como a mulher de José Ignacio Pinto e a Josué Antonio Diniz. (COBRA, 1923, p. 26)

De fato, foi José Theodoro de Souza com sua família54 e companheiros os primeiros que enfrentaram o complicado desafio de abrir as picadas e povoados no meio da mata e enfrentar os índios (LEITE, 1972, p. 53). Empenharam-se com afinco para criar as condições mínimas para que pudesse, então, estabelecer o processo migratório com a finalidade de corroborar a ocupação e comercialização das terras. Ao retornar a Minas Gerais, José Theodoro tinha expectativas de que seria mais fácil arregimentar seus conterrâneos para acompanhá-lo a povoar “suas” terras no Paranapanema55. Coincidentemente este processo se desenrolava ao mesmo tempo em que estourava a guerra do Paraguai. A guerra do Paraguai teve implicações diretas no processo de ocupação do Pontal do Paranapanema por dois motivos principais: o primeiro refere-se à necessidade de ocupação do oeste do país para assegurar a soberania territorial brasileira; e o segundo foi que devido ao recrutamento que ocorria em todo o país arregimentando voluntários para lutar na guerra, processo que levou muitos homens a se internar no sertão paulista refugiando-se do grito de guerra.

Iniciada em dezembro de 1864, a guerra do Paraguai, considerada o maior conflito bélico da América do Sul, envolveu os países aliançados Argentina, Brasil e Uruguai em oposição ao Paraguai com duração de seis anos, custos materiais altíssimos

53 De acordo com Cobra (1923, p. 98) José Theodorinho morreu vítima dos índios da região.

54 É importante destacar que nem todos familiares de José Theodoro migraram para o Pontal com o grupo primitivo como, por exemplo Bernardino José de Souza, mas vieram logo no início (COBRA, 1923, p. 26-7).

55José Theodoro de Souza realizou muitas viagens para Minas Gerais com o objetivo de arregimentar povoadores.

José Sobreiro Filho e centenas de milhares de mortes, sobretudo, para o Paraguai (VERSEN, 1976, p. 13). O conflito principiou-se com a invasão paraguaia na província brasileira do Mato Grosso em 1863, no entanto somente foi iniciada em 13 de dezembro de 1964 com a declaração de guerra (VERSEN, 1976, p. 74)56:

A guerra, embotada de rivalidades entre Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai em busca de uma “hegemonia” na América do Sul, foi motivada por divergências quanto aos limites fronteiriços, acesso aos rios platinos e a disputa de poder entre as nações. Principiada por Solano Lopez, a guerra era tida como uma via para elevar o Paraguai a um patamar político superior e torná-lo referência na América do Sul, visto que, naquele contexto, apresentava-se como uma nação bem estabelecida e com condições concretas de se tornar a nação mais desenvolvida do Cone Sul57. De acordo com Versen (1972, p. 52), todos os paraguaios sabiam ler, escrever, contar e, apesar de não estudarem e de não aprenderem Geografia, conheciam o país. Deste modo, Solano López, Presidente do Paraguai e principal personagem da guerra, passou a organizar estrategicamente o país visando dar início às primeiras investidas. Encetou as condições de guerra e as animosidades cortando as relações diplomáticas, vigiando as regiões fronteiriças, comprando considerais materiais bélicos da Inglaterra e elevando e disciplinando o efetivo do exército (VERSEN, 1976, p. 51-4).

Aos poucos as ações de Solano López tomavam mais condições para dar início à guerra. O alvo e ponto de desejo do Paraguai era o Mato Grosso. Como integrante do exercito paraguaio, Versen apresenta o alvo de Solano Lopez com descrição precisa sobre os objetivos do presidente e as circunstâncias da província:

O ponto de mira era Mato Grosso, província do Brasil muito vasta e prodigamente aquinhoada pelo Criador. Com área de 1.200.000 km², ela não conta senão 15.000 habitantes civilizados e cerca de 80.000 índios. Parece talhada pela natureza para alargamento territorial do Estado do Paraguai, não se achando menos isolada do eu ele por sua situação geográfica nas cabeceiras do Rio Paraguai. Lopez não anelava aquisição de terras infectadas pelo vírus da revolução, nem tampouco lhe convinha anexar litoral marítimo, onde o contato dos

56 Vasta é a lista de referência das obras de brasileiros sobre a Guerra do Paraguai. Versen foi um herói da guerra pela unificação do Estado Alemão e que, na Guerra do Paraguai, lutou ao lado das tropas de Solano Lopez.

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De alto valor foi a herança que coube a Don Francisco Solano Lopez: país florescente, fazenda pública desafogada de ônus, população obediente e dedicada. a segurança de vida e de propriedade assim como a inabalável tranquilidade pública formavam brilhante contraste com os atos de abominável selvageria, que as revoluções reiteravam nas Repúblicas espanholas. Sob esta administração autocrática o povo caminhava regradamente na senda do progresso, e ao mesmo tempo a raça guarani patenteava completa aptidão para a vida civilizada. Sem grande esforço podia-se então calcular a época em que, se não fora a trágica terminação da guerra, o Paraguai, por seu adiantamento lento e seguro, havia de alcançar a primazia entre a nações sul-americanas. (VERSEN, 1976, p. 52)

José Sobreiro Filho

povos estranhos poderia perverter a forma de governo do país. Circunstancias propícias ofereciam-lhe o descalabro político da Banda Oriental, mas chegou cedo demais o momento crítico da intervenção. Entretanto, se era seu propósito tirar vantagem de tais circunstancias, então devia assumir iniciativa enérgica. (VERSEN, 1976, p. 54)

Nesta conjuntura explode a Guerra do Paraguai com a invasão paraguaia às terras do Mato Grosso e, posteriormente, a declaração de guerra feita pelo Paraguai. Por todo o país inicia-se a arregimentação de homens para lutar na guerra e defender os interesses da nação. É neste contexto que a história da Guerra do Paraguai se cruza com a ocupação das terras do Paranapanema. Diante da necessidade de manter a soberania alimentar emerge por todo o país o resgate pelo fogo do “amor pátrio” e a necessidade de defender os interesses do país, incorporando-se aos exércitos e marchando rumo à guerra. Estourava-se em diversos lugares legiões de voluntários almejando honrar a integridade brasileira. Com base nas cartas do visconde de Taunay releva Cobra (1923) que muitos foram voluntários e que os mineiros formavam um grupo de voluntários disciplinados e incansáveis.

No entanto, a voluntariedade, o patriotismo e a bravura para lutar em uma guerra não foi unanimidade entre os mineiros. Muitos fugiram do serviço militar e ao ouvirem o chamado para a guerra se ausentaram, mas como destaca Cobra (1923) muitos destes homens foram bravos nos sertões do Paranapanema. Como, na época, Minas Gerais era uma província bastante povoada em relação às outras e situava-se próxima a capital, os agentes do governo recrutavam muitos mineiros, sobretudo no sul de Minas para lutar na guerra. Esse processo de arregimentação ocorreu concomitantemente à fama das terras do Paranapanema que se espalhava pelo sul de Minas58. Muitos homens e suas famílias59 encontraram nos sertões do Paranapanema uma possibilidade de se refugiarem do recrutamento da guerra e, portanto, para lá se aventuravam. Conta Cobra (1923) que as famílias proviam de várias cidades:

Procediam de Pouso Alegre, Caldas, Caracol, Machado, Cabo Verde, Alfenas, Carmo da Escaramuça. Campestre, Botelhos, S. Joaquim da Serra Negra, Carmo do Pouso Alto, Christina, S. João do Jaguary, Itajubá, Cambuy, S. José do Paraizo, Ouro Fino, S. Gonçalo do Sapucahy, Passos, Villa Nova de Rezende e Jacuhy. (COBRA, 1923, p. 44)

Depois da vinda dos familiares de José Theodoro de Souza, a migração mineira e a intensificação da venda das terras marcou o segundo período (1960 a 1880) de

58 Esse processo contribuiu para os interesses de José Theodoro de Souza.

José Sobreiro Filho ocupação e povoamento das terras do Vale do Paranapanema (TEIXEIRA, 1979, p. 25). Esses migrantes incorporavam o primeiro grupo de povoadores que alavancariam a ocupação da região juntamente aos familiares de José Theodoro de Souza. Monbeig (1984, p. 134) e Teixeira (1979, p. 29-0), também destacam que a guerra teve influência na ocupação, pois engrossava com significativo contingente o número de fugitivos, fazendo crescer a população da região.

Além de José Theodoro de Souza, destacava-se João da Silva e Francisco de Paula Moraes como outros dois povoadores da porção de terras que compreendia entre os vales do Paranapanema e o Rio Santo Anastácio (TEIXEIRA, 1979, p.21). No entanto, dentre os três, José Theodoro de Souza, por ser o pioneiro, tivera maior notoriedade na região por diversos motivos. De acordo com Monbeig (1984, p. 134) “Cumpre dizer que José Teodoro cedia de modo muito liberal as parcelas do seu pequeno reino”. Além da generosidade para aqueles que se arriscavam a povoar suas terras, José Theodoro de Souza utilizava as terras “obtidas” em várias trocas, algumas até inusitadas. Cobra (1923, p. 33) conta uma história muitíssimo curiosa e interessante sobre a troca de uma porção de terras por um escravo com grande aptidão musical que José Theodoro realizou em uma de suas noites de festa:

O caso veiu ao encontro dos desejos de Theodoro. Estando ele em Minas assistiu, certa vez, a cateretê em que um preto, appellidado de <<Carioca>>, escravo do dono da casa onde se dançou, tocou viola admiravelmente, durante toda a noite, sem se fatigar, imprimindo vida e animação ao divertimento. José Theodoro, enthusiamou-se com a habilidade do violeiro, e deliberou compral-o. Como não possuía dinheiro na occasião, propoz dar o ribeirão da <<Borda do Campo>> em troca do escravo com o instrumento, o que foi aceito. Na escriptura não declarou que dava terra a troco de gente: vendedor e comprador ajustaram o preço de cada um dos objetos, figurando o escravo como dinheiro recebido. E o <<Carioca>> jamais desmentiu a fama que conquistara. (COBRA, 1923, p. 34)

Além da sua curiosa troca de terras pelo escravo Carioca, também realizou outros tipos de trocas de porções de terras pelas mais inesperadas e diversas coisas, dada a carência que vivia:

O nosso heroe de Paranapanema, homem alegre e fogalzão, apreciava muito o cateretê e com esse divertimento dispendeu boa parte do dinheiro que nas vendas apurou. Nestas muita vez, não recebia em troca da terra senão um burro arreado ou saccas de sal, espingardas, ponches, facas aparelhadas, muito do gosto dos sertanejos. (COBRA, 1923, p. 58)

José Sobreiro Filho No entanto, apesar da grande quantidade de terras que possuíam não era sinônimo de riqueza. Isto porque a região ainda estava pouco habitada e, além de não estarem sendo utilizadas na agropecuária ou outros fins produtivos, ainda não sofria intenso processo especulativo. Era comum faltar-lhes elementos essenciais para a vida na região, tais como remédios e, às vezes, sal e pólvora (TEIXEIRA, 1979, p. 35). Monbeig tem uma passagem interessante que retrata bem a realidade de pobreza dos “proprietários” e as limitações da região:

Não correspondiam tais manificiências à real pobreza desses land-

lords. Continuavam eles a levar uma vida simples, em pobres cabanas. Um deles que, segundo a lenda, possuía 500.000 alqueires no rio Feio, deixou como herança, algumas caçarolas, meia dúzia de talheres e uma luneta em mau estado! É que a terra ainda não estava valorizada; faltavam-lhe homens, faltavam-lhe estradas e estava por demais afastada dos centros urbanos. (MONBEIG, 1984, p. 134-5)

Apesar das limitações referentes à localização das terras e falta de infraestrutura, José Theodoro de Souza seguiu tentando povoar a região. Segundo Cobra (1923, p. 28) José Theodoro marcou a margem esquerda do rio Turvo e doou para fundação do primeiro povoado que, a princípio, chamava-se de São José do Rio Novo e depois mudou de nome para São José dos Campos Novos do Paranapanema60. Ao trazer seus conterrâneos foi dividindo sua gleba e vendendo as aguadas mais próximas do Rio Turvo. A estratégia de concentra-los próximos ao Turvo foi adotada com a finalidade de não haver muita distância entre os primeiros ocupantes da região, possibilitar a formação de núcleos urbanos atrativos para futuros ocupantes e localizar-se próximos a água. De acordo com Abreu (1972, p. 20) e Teixeira (1979, p. 26-7):

Trazendo os conterrâneos, José Theodoro de Souza foi alienando as sortes de terra m que dividiu sua gleba. Seu critério foi começar vendendo as terras próximas do Rio Turvo e depois as que viessem mais além, progressivamente, de maneira eu não ficassem grandes espaços livres ilhando os moradores. Eram vendidas, as “aguadas”, as terras compreendidas entre duas linhas de morros, correspondendo a uma pequena bacia hidrográfica. A água era o elemento indispensável a toda propriedade. Pagavam-se, no entanto, preços ínfimos por um córrego, por um ribeirão. (ABREU,1972, p. 20; TEIXEIRA, 1979, p. 26-7)61

Além de São José dos Campos Novos, José Theodoro de Souza e seu irmão fundaram também São Pedro do Turvo e Nossa Senhora da Conceição da Vista Alegre a fim de atrair povoamento (MONBEIG, 1984, p. 135) (ver figura 2).

60 Atualmente é o município de Assis.

José Sobreiro Filho Entretanto, mesmo com os preços acessíveis das terras, além dos parentes foram poucos os compradores. Tamanho o desinteresse e as dificuldades a se enfrentar que houveram casos de compras que não foram apossadas. Entretanto, durante toda a guerra do Paraguai62 e ao findar-se o fluxo migratório, continuou, porque boas notícias chegavam carregadas de satisfação aos que se arriscaram a povoar as terras (ABREU, 1972, p. 20; TEIXEIRA, 1979, p. 26-7).

Contudo, além da guerra do Paraguai, que incentivou muitos daqueles que não se dispunham a cumprir o serviço militar a desbravar as terras do Paranapanema, havia ainda vários fatores que surgiram no transcorrer do tempo e influenciaram para

62 A Guerra se findou, mas para o Paraguai a guerra tivera alto custo. Segundo Versen, 1976, p. 50 “Ao Paraguai esta guerra, se custou a hecatombe de 110.000 mulheres e meninas e de outros tantos homens, ao menos não custou dinheiro; mas, em resultado final, o país ficou inteiramente arruinado.”

José Sobreiro Filho consolidação e corroboração desta corrente migratória e processo de ocupação. As boas notícias daqueles mineiros que aventuraram a desbravar as terras do Paranapanema tonificavam a esperança daqueles que ainda não tinham ido, mas ansiavam se aventurar. O esgotamento das reservas auríferas dos vales dos rios Verde e Sapucaí em Minas Gerais tivera forte influência, motivando a intensificação do processo migratório (LEITE, 1972, p. 52; TEIXEIRA, 1979, p. 27). Outro motivo que teve muita influência na colonização mineira foi as grandes extensões de pastos naturais para execução do pastoreio63, atividade tradicional (TEIXEIRA, 1979, p. 27).

Assim, a efetiva ocupação das terras do Vale do Paranapanema inicia-se, sobretudo, com a população mineira64. A baixa aurífera (ANTONIO, 1984, p. 51), a guerra do Paraguai, as boas notícias65 e as condições favoráveis para o pastoreio66 eram fatores implicantes e muito convenientes para a migração mineira. No entanto, o segundo período (1860-1880) é marcado primeiramente com a década de 1870 em que pouco restava da posse de José Theodoro de Souza para ser comercializada67 (TEIXEIRA, 1979, p.27) e, posteriormente, na década de 1880 com o aumento da vinda de famílias mineiras que se fixariam na região (TEIXEIRA, 1979, p.30). De acordo com Monbeig (1984, p. 135) o itinerário para as famílias que para lá migravam eram pistas utilizadas por cavaleiros e carros de boi. A grande maioria dos que chegavam das diversas regiões para povoar, ocupar e se aventurar pelas terras do Paranapanema se concentravam ou tomavam como primeira referência de estadia o povoado de Campos Novos, pois se localizava mais próximo das áreas ainda não conhecidas, das matas, dos indígenas e do cerrado (LEITE, 1972, p. 53).

Muitos dos que por ali passavam tomavam como ponto para abastecimento em suas expedições68. Aos poucos São José dos Campos Novos e Nossa Senhora de

63 Matas de cultura e campos era o que se podia oferecer de mais atraente para os colonizadores que

José Teodoro de Souza traria de Minas Gerais. (ABREU, 1972, p. 19)

64 Destaca Cobra (1923, p. 179) que muitos fugitivos e perseguidos pela polícia optavam por migrarem para a região.

65 Leite destaca a fama que corria na região “Foi justamente na feira de burros de Sorocaba que ouviram falar das inóspitas mas ricas terras do Paranapanema.” (LEITE, 1972, p. 53)

66Sobre o espigão situado entre o Paranapanema e o rio do Peixe, Monbeig (1984) destaca “Nele era relativamente fácil a circulação, e os homens, que não conheciam mais que uma agricultura muito limitada, sentiam-se ali à vontade. Seus cavalos, mulas e bois ficavam soltos na savana. Forneciam alguns carneiros a lã que as mulheres fiavam e teciam. O principal recurso era a criação de porcos, tradicional em Minas. Bastava semear milho nos campos desmoitados pelo fogo e neles deixar os animais em liberdade.” (p. 135-6)

67 De acordo com Teixeira a posse de Francisco de Paula Moraes estava quase inteira. (TEIXEIRA, 1979, p. 27)

68 Dali saíram muitas expedições particulares e outras financiadas pelo governo do Estado. (LEITE, 1972, p. 53)

José Sobreiro Filho Conceição de Monte Alegre foi tomando importância, sobretudo, para aqueles que se arriscavam a conhecer as terras de José Theodoro e seus familiares. No entanto, ali também foram realizadas as mais estranhas negociações e, portanto, ganhara alcunha de “boca de sertão” (LEITE, 1972, p. 53). Entretanto, posteriormente foi perdendo espaço com o surgimento de novos municípios como Presidente Prudente, conforme apresentaremos mais adiante. Em síntese, a ocupação e a povoação nestes dois primeiros períodos foi mais lenta na região visto as dificuldades de acesso e os conflitos entre os mineiros e os indígenas. No entanto, posteriormente essa dinâmica muda devido ao surgimento de novos núcleos urbanos e à intensificação das atividades agropecuárias, sobretudo, expressa pela expansão da cafeicultura.

2.4.2 Terceiro período: permuta, imigração e estrada de ferro Alta Sorocabana