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Principais problemáticas relacionadas ao cumprimento das funções dos coordenadores pedagógicos

1.4 OS DESAFIOS DA ATUAÇÃO DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NAS ESCOLAS PESQUISADAS

1.4.4 Principais problemáticas relacionadas ao cumprimento das funções dos coordenadores pedagógicos

O coordenador pedagógico representa uma base sólida no desenvolvimento escolar, na organização do trabalho pedagógico, na melhoria do processo de ensino e aprendizagem e na contribuição direta com todos os envolvidos nesse contexto escolar. Porém, inúmeros são os desafios a serem enfrentados em seu cotidiano.

Pude observar e registrar, por meio dos relatórios de visitas de supervisão pedagógica, que dentre as atribuições que constam no manual anteriormente citado, as mais problemáticas no cumprimento de ações são: (i) revisar com a comunidade escolar o Projeto Político Pedagógico; (ii) monitorar os registros das fichas de acompanhamento do HTP, trabalho que requer um atendimento individualizado aos professores; (iii) acompanhar dos registros dos professores no Diário Digital, implantado no ano de 2014 nas escolas da rede pública estadual do Amazonas (alguns coordenadores pedagógicos não tinham o domínio dessa ferramenta, o que dificultou ainda mais o monitoramento); (iv) analisar os resultados das avaliações internas e externas junto aos professores e (v) aprimorar os conhecimentos intrínsecos à sua função.

Partindo para uma análise mais específica, ressalta-se que as escolas, por serem espaços singulares, têm seus próprios modos para enfrentar as adversidades, através de práticas construídas coletivamente, assim como saberes individuais. Nesse sentido, tal patrimônio pessoal, articulado por um processo de autoformação, é um importante instrumento que pode e deve ser utilizado como estratégia formativa.

Diante do exposto, faz-se necessário que o coordenador pedagógico esteja atento à realidade que o cerca, valorizando os profissionais da sua equipe e acompanhando todas as ações desenvolvidas no espaço escolar, além de refletir sobre sua prática, visando superar os obstáculos do dia a dia.

1.4.4.1 Atualização ou reformulação do Projeto Político Pedagógico

No inicio do ano letivo de 2015, ficou estabelecido pela CDE-03 que até o final do primeiro semestre todas as suas escolas deveriam atualizar ou reformular o Projeto Político Pedagógico. Para tanto, deveriam ser adotados pela equipe gestora e pedagógica procedimentos necessários para consolidar tal trabalho, mobilizando a comunidade escolar para esse fim, garantindo, com isso, o princípio da gestão democrática.

Importante notar que o desafio da reestruturação do PPP da escola, a partir da gestão democrática, deve ter como meta a construção de uma instituição que busque o diálogo e a participação como princípios básicos de sua proposta de trabalho, assumindo, com isso, o desejo de transformação.

Compreende-se que o PPP é a identidade da escola, além de ser o documento norteador das ações educacionais. Ele requer uma construção coletiva permanente, com metas comuns para a realidade da escola, procurando solucionar problemas, beneficiar a qualidade da educação, trazer a comunidade para o seu interior e efetivar ações que estabeleçam o comprometimento de todos, além de permitir a avaliação do que foi feito, trazendo mudanças, trabalhando conceitos e tornando-se instrumento propício de transformações.

O prazo estabelecido pela Coordenadoria Distrital de Educação 03 para a entrega desse documento para as Coordenações Adjuntas Pedagógicas (CAPs) foi até o final do primeiro semestre de 2015. Porém, apenas a Escola B cumpriu o prazo e já encontra-se com o seu PPP atualizado e validado, com o parecer favorável da SEDUC/AM.

A Escola A encaminhou o seu PPP à CDE-03 no segundo semestre de 2015, tendo sido feita a análise pelos setores competentes e encaminhado novamente à escola para que fossem feitos os ajustes finais. Na Escola C até a presente data, o PPP não foi encaminhado à CDE-03, apesar das cobranças constantes por parte da supervisão pedagógica durante as visitas de acompanhamento técnico pedagógico. Ressalta-se que nessa instituição o desafio da atuação do coordenador pedagógico é consideravelmente maior, em razão de a escola dispor de 27 turmas e apenas um profissional para atender às demandas escolares.

Os coordenadores pedagógicos, ao serem indagados pelo supervisor pedagógico da CDE-03 sobre os motivos para o atraso no envio do PPP, tinham as mesmas justificativas, ou seja, a falta de tempo para se reunirem com a comunidade escolar para discussão e construção coletiva do documento. Embora seja perceptível a preocupação em cumprir com os prazos estabelecidos por parte da Secretaria de Educação, em meio à correria do dia a dia, eles não conseguiam organizar o seu trabalho pedagógico em meio aos desafios, conflitos e dilemas da escola.

É fato que as inúmeras atividades desenvolvidas pelo coordenador pedagógico no ambiente escolar acabam comprometendo a organização e o acompanhamento do trabalho pedagógico. Para Pimenta (1995, p. 177),

[...] a situação precária da instituição escolar hoje coloca um conjunto de problemas cotidianos desde turnos numerosos, quadro de professores que não comporta substituição (quando falta um ou mais professores, não há como substituí-los), manutenção do prédio em condições deficitárias, falta de material didático, distribuição da merenda, problemas administrativos de toda ordem, até questões de violência. Tal quadro exige dos especialistas, quando estes existem na escola, que se incumbam da solução dos problemas imediatos.

A partir dessas análises iniciais, percebe-se que o Projeto Político Pedagógico precisa ser priorizado pelos coordenadores pedagógicos, no sentido de possibilitar a organização do trabalho como um todo, visto que tal documento é o norteador das ações desenvolvidas na escola, sendo fundamental mantê-lo atualizado.

1.4.4.2 Cumprimento das Horas de Trabalho Pedagógico

No que se refere à segunda problemática, considerando-se a necessidade de estabelecer normas e instrumentos de gestão que visem ao melhor desenvolvimento, acompanhamento e monitoramento das Horas de Trabalho Pedagógico (HTP) dos docentes, o governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria Estadual de Educação, criou a Instrução Normativa nº 000/2015, que dispõe em seu artigo primeiro:

As Horas de Trabalho Pedagógico deverão ser utilizadas pelos professores para atividades pedagógicas complementares ao exercício de sua função em sala de aula, tais como:

I. Planejamento de aulas e atividades a serem realizadas com os alunos; II. Elaboração de materiais didáticos e de instrumentos de avaliação;

III. Correção de atividades avaliativas, lançamento de notas/conceitos e realização de análise quanto ao aprendizado de suas turmas;

IV. Estudos individuais e coletivos voltados ao aperfeiçoamento profissional visando ao melhor desempenho da função docente e a melhoria do processo ensino aprendizagem;

V. Reuniões e discussões com a equipe pedagógica da unidade escolar, e/ou da Coordenadoria acerca de orientações pedagógicas, tais como: Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Diretrizes Curriculares Nacionais e Propostas Curriculares de cada etapa de ensino;

VI. Utilização par estudos e elaboração do Projeto Político Pedagógico da unidade escolar sob orientação e supervisão da equipe gestora;

VII. Realização de atendimento aos pais e responsáveis, quando necessário; VIII. Outras atividades que estejam previstas no projeto Político Pedagógico da escola.

Nas ações a serem desenvolvidas pela a coordenação pedagógica da escola, no sentido de acompanhar e planejar o uso das Horas de Trabalho Pedagógico pelos professores, destacam-se, de acordo com o mesmo documento:

a) Acompanhar as atividades realizadas pelos professores e orientá-los quanto à melhor forma de aproveitar o tempo dedicado ao trabalho pedagógico;

b) Estabelecer em reunião o cronograma de atividades pedagógicas com as equipes docentes, preferencialmente por área de conhecimento sem prejudicar a carga horária prevista em sala de aula;

c) Organizar atividades de formação continuada para os professores, com foco nas metas e prioridades pedagógicas da escola;

d) Providenciar instrumentos de registros e avaliação para acompanhamento das atividades realizadas nas Horas de Trabalho Pedagógico. (Instrução Normativa – Seduc/Am Nº 000/2015)

A HTP permite o desenvolvimento de atividades como formação continuada, correção de provas, reflexão coletiva sobre o trabalho docente, reuniões com pais e planejamento de aulas. Embora na normativa esteja bem detalhada os procedimentos a serem adotados nas HTPs, foi observado, através do acompanhamento técnico-pedagógico da supervisão, que nas escolas A, B, e C muitos dos procedimentos não eram adotados.

Nelas havia o instrumento para registro de acompanhamento das atividades realizadas, porém o que se observava era algo meramente burocrático. Os professores preenchiam o instrumento e, posteriormente, o entregavam ao coordenador pedagógico que, por sua vez, o arquivava em uma pasta específica para as HTPs. Não havia uma articulação entre os professores, nem mesmo uma preocupação por parte dos coordenadores das escolas A, B, e C em oferecer para sua equipe docente um momento de estudos individual e coletiva.

É importante que esse tempo de formação em serviço seja útil, sendo, por isso, necessário planejá-lo corretamente para que cada uma das tarefas ocupe espaço adequado na rotina dos educadores.

A CDE-03 construiu um instrumento (Ficha de Acompanhamento das HTPs) para ser utilizado pela equipe pedagógica das escolas sob sua responsabilidade. Os supervisores pedagógicos, durante as visitas de assessoramento, acompanham, junto à coordenação pedagógica e ao gestor escolar, o efetivo cumprimento das normas, solicitando vistas aos instrumentos de registros, ao cronograma de atividades pedagógicas da escola e ao horário dos professores.

É importante ressaltar que os coordenadores pedagógicos das escolas A, B, e C foram orientados quanto aos procedimentos a serem adotados para garantir o acompanhamento efetivo das HTPs. Contudo, o que se verificou nas três instituições foi a pouca organização e articulação entre professores e coordenação pedagógica. Esse deve ser um trabalho permanente desses profissionais, pois cabe a eles a responsabilidade de organizar os momentos de formação, assim como acompanhar de forma efetiva o que é realizado

individualmente e orientar o diálogo sobre a prática docente, visando promover a troca de experiências dentro da escola.

1.4.4.3 Monitoramento dos registros dos docentes no Diário Digital

A terceira problemática a ser apresentada refere-se ao Diário Digital, ferramenta desenvolvida para auxiliar os docentes nos lançamentos da frequência dos alunos, dos conteúdos de aula, das avaliações e notas. Esse recurso foi implantado nas escolas da rede estadual de ensino do Amazonas no ano de 2014, portanto, ainda encontra-se em fase de adaptação e ajustes.

A responsabilidade de acompanhar mensalmente o cumprimento quanto ao que dispõe o Regimento Geral sobre os critérios de utilização, preenchimento e controle do Diário de Classe compete ao pedagogo que atua na coordenação pedagógica.

Nas três escolas pesquisadas, foi observado que o coordenador pedagógico da Escola B tinha algumas limitações em relação ao monitoramento dos professores nos registros de Diário Digital. Cabe ressaltar que ele assumiu esta função em 2015, quando foi convidado pela gestora a atuar como apoio pedagógico, visto que a escola estava sem pedagogo. O contato com a ferramenta, que requer certo domínio tecnológico, dificulta o trabalho de alguns profissionais. Já nas escolas A e C, os profissionais tinham melhor domínio da ferramenta, embora recorressem à secretaria da escola para emissão dos relatórios de monitoramento.

A introdução dos recursos tecnológicos no ambiente escolar não se restringe apenas à utilização de determinados equipamentos e produtos. Essa evolução tecnológica contribui para a alteração de comportamentos. Desse modo, seu uso sem o devido preparo pode gerar choque cultural e resistência por parte de alguns profissionais. Tal situação foi observada em algumas escolas da CDE-03, não somente por parte de docentes, mas também de alguns pedagogos que atuam na coordenação pedagógica, que não dominavam essa ferramenta e viam-se angustiados diante da situação.

Em alguns casos, houve a necessidade de criar um passo a passo de acesso ao sistema. Fato é que quanto maior era a resistência pessoal à tecnologia de computadores, mais difícil era a sua utilização. Importante se faz destacar, contudo, que esses profissionais admitiam a funcionalidade do Diário Digital, ou seja, a influência da resistência ao uso de computadores sobre a percepção de sua utilidade ocorre apenas indiretamente como influência negativa da resistência sobre a facilidade de uso.

Foram presenciadas situações em que o coordenador pedagógico buscava auxílio do secretário da escola, no sentido de acompanhar os registros dos professores quanto à frequência, ao conteúdo e às notas. O secretário gerava um relatório no sistema com essas informações e posteriormente o repassava à coordenação pedagógica para os encaminhamentos necessários.

Portanto, faz-se necessário investir em ações que despertem e estimulem o uso das novas ferramentas tecnológicas. Embora alguns ainda sintam-se inseguros e alheios ao uso das tecnologias, é certo que os profissionais da escola já perceberam o potencial e a importância dessas ferramentas em seu cotidiano escolar.

1.4.4.4 Apropriação dos resultados das avaliações internas e externas

Outro ponto a ser destacado refere-se à reflexão e análise dos resultados do rendimento escolar, bem como dos resultados das avaliações externas.

A CDE-03 realizou, no término do primeiro bimestre de 2015, formação para pedagogos e apoios pedagógicos relacionada à apropriação dos resultados, com vídeos e textos que abordavam tais questões, assim como resultados da proficiência do Sistema de Avaliação do Desempenho Educacional do Amazonas (SADEAM 2014).

A equipe de supervisores pedagógicos da CDE-03 preparou todo o material disponibilizado aos participantes, com dados de cada escola, quadro comparativo dos resultados das avaliações dos últimos três anos, gráficos dos resultados do rendimento escolar e quadro com o percentual de acertos dos descritores avaliados em Língua Portuguesa e Matemática. Foi reforçada a importância de se estabelecer nas escolas a cultura da apropriação dos resultados, além da sugestão de que a cada término de bimestre fossem discutidos e analisados os resultados do rendimento escolar por componente curricular, visando ao estabelecimento de metas e estratégias de melhorias frente às dificuldades identificadas.

O primeiro aspecto dizia respeito à importância da prática gestora e pedagógica, como líderes na organização interna da escola, na estruturação das e dos objetivos, na administração do currículo e na criação de condições adequadas ao trabalho docente. Nesse sentido, a atuação da coordenação pedagógica, juntamente com o gestor escolar, é de suma importância, visto que suas atitudes e tomadas de decisão interferem nos resultados da escola.

O segundo aspecto correspondia à função social da escola. Por ser um local privilegiado de ensino e aprendizagem contínuos, deve criar as estruturas necessárias para que

fortaleça seus espaços coletivos de aprendizagem, nos quais a ação colegiada e a colaboração entre os docentes possam se tornar partes integrantes de um aperfeiçoamento constante.

Foi observado na Escola A que a equipe gestora iniciou um trabalho de sensibilização com a comunidade escolar no sentido de divulgar os resultados do primeiro bimestre, através de gráficos do rendimento escolar de todas as turmas, fixados no pátio da escola. Eles sinalizavam as taxas de aprovação, reprovação e abandono; porém, nos bimestres seguintes, a prática não foi mais adotada, comprometendo, dessa forma, o estabelecimento da cultura da apropriação dos resultados.

Já as escolas B e C não chegaram nem a iniciar as ações voltadas para estabelecer a cultura da apropriação dos resultados, por serem escolas maiores e com um quantitativo de alunos bastante elevado. Isso requer, por parte da equipe gestora, uma ação mais enérgica como líderes na organização interna.

Diante do exposto, espera-se que seja criada nas nossas escolas estaduais a cultura da apropriação dos resultados, tanto das avaliações internas quanto das externas, e que os coordenadores pedagógicos possam efetivar essas ações por meio do trabalho coletivo, favorecendo, com isso, a gestão participativa e democrática e fortalecendo a gestão pedagógica.

1.4.4.5 A função formadora dos coordenadores pedagógicos

Outro ponto a ser destacado diz respeito aos desafios referentes ao papel do coordenador pedagógico enquanto formador. Sabe-se que esse profissional é corresponsável pelos resultados das aprendizagens dos alunos e, por isso, tem como desafio a implementação de ações com intencionalidade formativa, voltadas para a qualificação constante e permanente dos professores, o que implica na legitimação do coordenador como formador.

Portanto, é fundamental sua participação na viabilização de mudanças na sala de aula e na dinâmica da escola, o que conduz a um ambiente bem mais produtivo e significativo do processo educativo. Nas escolas A, B e C, tal prática não vem sendo adotada, talvez em virtude das demandas do próprio sistema de educação e carência de material humano. As escolas B e C, como já citado, têm mais de 20 turmas e dispõem apenas de um coordenador pedagógico por turno.

Já na Escola A, apesar da realidade ser mais favorável, uma vez que funciona em apenas dois turnos, com quantitativo de turmas bem inferior (13 turmas), a coordenação

pedagógica também não desenvolveu nenhuma ação formadora, o que leva a investigar quais são os reais motivos que dificultam a atuação do coordenador pedagógico como formador.

As escolas sempre têm urgências e o Coordenador Pedagógico acaba sendo solicitado nesses momentos. Talvez sua rotina atribulada contribua para acentuar o desvio da prática profissional. Embora a necessidade da gestão democrática seja conhecida e debatida há três décadas, na prática, o desafio ainda se faz presente, sobretudo quanto à criação de um tempo para encontros coletivos e formações.

Nas escolas da rede estadual de ensino do Amazonas, o planejamento escolar ocorre bimestralmente. Entende-se que esse poderia ser o momento destinado à formação, porém, direcionar o processo de formação continuada na própria escola não é tarefa fácil para os coordenadores pedagógicos, visto que os docentes alegam que o tempo é curto para planejar os conteúdos e demonstram certa insatisfação quando ele é destinado a outros fins. Nas instituições em análise, percebeu-se que o planejamento escolar era destinado apenas para o repasse de alguns informes administrativos e pedagógicos, bem como o preenchimento dos planos que deveriam ser entregues ao coordenador pedagógico. Não havia um tempo destinado a reflexões ou discussões de temas relevantes que pudessem contribuir para a formação dos docentes.

Realizar esse trabalho possibilita desencadear um processo de reflexão na ação (formação continuada), durante a qual o professor vivencia um novo jeito de ensinar e aprender. Diante dessa nova experiência, revê sua maneira de ser e fazer, pois a inovação incide em sua pessoa e em sua atividade profissional. O que se espera na prática é visualizar novas perspectivas, movimentando o cotidiano do professor para a busca pelo conhecimento. Nesse processo, ele assume a formação continuada, movido por uma necessidade interna, embora gerada por uma demanda externa, aprendendo a aprender e a transformar-se.

Com o coordenador assumindo as funções de formador, além de possibilitar ao professor a percepção de que a proposta transformadora faz parte do projeto da escola, isso propiciará condições para que ele faça de sua prática objeto de reflexão e pesquisa, transformando a escola e a si próprio.

Sabe-se, entretanto, que sugerir ao docente uma prática inovadora é tarefa árdua para o pedagogo que atua na coordenação pedagógica, pois conduz a um momento de criação conjunta, ao exercício da liberdade e a possibilidades efetivas de parceria. Ao propor práticas inovadoras, é preciso que o coordenador as conecte às aspirações, às convicções, aos anseios e ao modo de agir/pensar do professor, para que elas tenham sentido para o grupo e contem com sua adesão.

No capítulo seguinte serão aprofundadas as evidências da problemática em questão, buscando informações relacionadas ao objeto de estudo da pesquisa a partir do referencial teórico que fundamenta este trabalho. Serão apresentados, de maneira mais específica, os dados coletados nas entrevistas realizadas com os profissionais que atuam na coordenação pedagógica, bem como com os gestores e professores, a fim de verificar como eles percebem a atuação da coordenação pedagógica e que ações devem ser estabelecidas para o fortalecimento da sua prática no cotidiano escolar.

2 OS DESAFIOS E DILEMAS DOS COORDENADORES PEDAGÓGICOS NO