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Problemas da campana a pé

No documento Manual Operacional Do Policial Civil SP (páginas 56-58)

2. Campana

2.2. A campana na doutrina policial

2.2.5. Problemas da campana a pé

A – O indivíduo entra em um edifício:

1. o policial deve seguir o indivíduo até o fim, a menos que o local onde ele entre a entrada do policial vá chamar a atenção (residência particular, pequena loja etc.); 2. quando se tratar de grandes edifícios com várias saídas, todos os policiais devem

seguir o indivíduo no interior do edifício;

3. tratando-se de edifícios em que o indivíduo possa ser facilmente perdido de vista, aconselha-se que um policial permaneça no saguão de entrada ou na porta para controlar se ele deixar o edifício.

B – O indivíduo entra em um elevador:

1. se a pessoa seguida for o único passageiro do elevador, o melhor é não entrar no elevador, mas observar o andar em que o elevador parou e depois subir até esse andar para tentar descobrir onde se encontra o indivíduo;

2. outras vezes, um ou dois policiais podem acampanar o indivíduo no elevador, esperar que ele anuncie o andar desejado, depois pedir um andar acima ou abaixo, e, usando as escadas para chegar ao andar do indivíduo, aí tentar descobrir a sua pista;

3. um dos policiais deve permanecer no saguão de entrada, pois ao usar o elevador, o indivíduo pode estar tentando ludibriar seus seguidores.

C – O indivíduo entra em um restaurante:

1. um dos policiais deve também entrar no restaurante atrás do indivíduo, pedir a mesma quantidade de alimentos que ele pedir e ficar atento para verificar se ele entra em contato com alguém;

2. quando possível, o policial deve pagar sua conta antes que o indivíduo o faça para estar pronto a acompanhá-lo, quando deixar o restaurante;

3. às vezes é aconselhável que o policial saia um pouco antes que o indivíduo e espere do lado de fora.

D – O indivíduo toma um ônibus:

1. o policial deve tomar o mesmo ônibus e sentar-se atrás do indivíduo ou ao seu lado; 2. se o policial perder o ônibus, ou sentir que tomando-o poderá despertar suspeitas do indivíduo, deve tomar um táxi e seguir todo o itinerário, ou seguir de táxi algumas quadras, adiantar-se ao veículo em que se encontra o indivíduo, descer do táxi e tomar em seguida o referido veículo;

3. o procedimento ideal, entretanto é o de um policial tomar o ônibus e os outros policiais continuarem a campana de automóvel.

E – O indivíduo toma um táxi:

1. se for impossível ou impraticável segui-lo com outro táxi, ou com o automóvel encarregado da campana, o policial deve anotar a hora, local, nome da frota de táxi e número da licença do carro;

2. o local para onde se dirigiu o indivíduo deve ser mais tarde verificado com o motorista ou nos escritórios da companhia de táxi se a mesma tiver serviço de rádio para controle das chamadas.

F – Se o indivíduo entrar em uma cabine telefônica:

1. um dos policiais deve tentar ouvir a conversa, fingindo estar telefonando da cabine pegada, ou fingindo estar procurando um número de telefone na lista telefônica.

G – O indivíduo toma um trem, um barco, um avião, ou ônibus interestadual:

1. se o policial deve ou não seguir o indivíduo, depende da distância e das instruções que recebeu de seus superiores durante o planejamento da campana;

2. pode-se saber para onde segue o indivíduo, ouvindo o local indicado por ele ao comprar a passagem, perguntando à pessoa que lhe vendeu o bilhete, ou ainda, entrando em contato com o encarregado do embarque;

3. não deve ser desprezada a possibilidade de se examinar a bagagem do indivíduo no terminal de embarque.

H – O indivíduo entra em um cinema, teatro, hipódromo, parque de diversões etc.: 1. todos os policiais devem seguir o indivíduo;

2. as entradas devem ser pagas e as credenciais só devem ser usadas em último recurso, visto que trata-se de um serviço de natureza secreta;

3. os policiais devem seguir o indivíduo de perto, a fim de não perdê-lo de vista; 4. em cinemas onde a iluminação é precária, o indivíduo deve ser observado de perto e, se possível, um agente deve sentar-se ao seu lado para não perdê-lo de vista. As saídas devem também ser vigiadas.

I – Se o indivíduo entra em contato com alguém:

1. deve-se anotar com detalhes as características da pessoa, tipo de contato, hora, local;

2. se possível a pessoa que faz o contato deve ser fotografada. É de bom alvitre o policial ter consigo máquina fotográfica de bolso;

3. se for praticável, deve-se fazer o possível para ouvir a conversação mantida; 4. a atitude do indivíduo em relação ao contato deve ser anotada.

J – Se o indivíduo registrar-se num hotel:

1. o número do quarto deve ser conseguido com o gerente, segurança do hotel ou com a arrumadeira;

2. se o gerente se dispuser a cooperar, é possível obter um quarto próximo ao do indivíduo, que pode ser usado como base para acampanamento técnico; 3. todas as chamadas telefônicas feitas pelo indivíduo serão gravadas pela telefonista

do hotel e mais tarde examinadas para ver se oferecem alguma pista;

4. a possibilidade de cobertura de entradas sub-reptícias deve ser levada em considera- ção, bem como exame de papéis jogados fora pelo indivíduo.

MANUAL OPERACIONAL DO POLICIAL CIVIL

K – Os policiais perdem de vista o indivíduo:

1. o fato deve ser imediatamente levado ao conhecimento do chefe da equipe; 2. locais e endereços freqüentados pelo indivíduo devem ser imediatamente vigiados,

no sentido de encontrá-lo;

3. aconselha-se que um policial permaneça na área em que o indivíduo foi visto pela última vez, pois poderá aparecer aí depois de pouco tempo;

4. deve-se telefonar, sob qualquer pretexto, para sua casa, ou para locais por ele fre- qüentados, conseguindo-se, assim, muitas vezes informações sobre seu paradeiro. L – O indivíduo descobre e identifica o policial que efetua a campana:

1. se o policial que efetua a campana for descoberto e identificado pelo indivíduo, deve deixar a campana e ser imediatamente substituído por outro policial.

M – Ardil:

1. um indivíduo inteligente, que descubra estar sendo acampanado, pode não demonstrar isso aos policiais, mas pode tentar despistá-los de seu caminho usando, para isso, de falsos contatos ou outro ardil qualquer;

2. por exemplo, o indivíduo pode deixar uma pasta cheia de papéis ou material sem importância com um contato e fazer com que policiais menos avisados passem a seguir o contato ou interrompam a campana, deixando-o livre para que faça contatos verdadeiros sem ser observado.

N – Armadilhas:

1. o indivíduo pode tentar fazer com que o policial caia numa armadilha, que poderá ser fatal;

2. um total conhecimento da área onde se opera, bom senso e vigilância, para se saber quando o acampanamento é facilmente identificável, constituem excelentes defesas contra armadilhas.

No documento Manual Operacional Do Policial Civil SP (páginas 56-58)