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Este capítulo está subdividido em seis seções. A seção 3.1 fala a respeito da abordagem da pesquisa, a seção 3.2 concerne sobre o tipo/caráter da pesquisa, a seção 3.3 apresenta a estratégia da pesquisa, a seção 3.4 corresponde à metodologia da coleta de dados, a seção 3.5 concerne sobre o método de análise de dados, e por fim a seção 3.6 apresenta o ambiente e os sujeitos da pesquisa. No quadro 3, é possível visualizar de forma sucinta como ficou a organização do procedimento metodológico do trabalho com as estratégias adotadas, e posteriormente será descrito com mais detalhes através das seções:

Quadro 3: Síntese do procedimento metodológico Abordagem denominados qualitativos segundo Godoy (1995) têm como preocupação fundamental o estudo e a análise do mundo empírico em seu ambiente natural, e nela valoriza-se o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo estudada.

A pesquisa qualitativa é de caráter descritivo, pois desempenha um papel fundamental tanto no processo de obtenção dos dados quanto na dissipação dos resultados. Rejeitando a expressão quantitativa, numérica, os dados coletados surgem pela forma de transcrições de entrevistas, anotações de campo, fotografias, videoteipes, desenhos e vários tipos de documentos (GODOY, 1995).

A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os

pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Pode-se, no entanto, compilar esse processo e defini-lo como um encadeamento de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a elaboração do relatório (GIL, 2002).

Sendo assim, essa pesquisa possuiu uma abordagem qualitativa pelos dados coletados surgirem pela forma de transcrições de entrevistas, além do fato da preocupação com o estudo e a análise do campo empírico, que neste caso foram as empresas de contabilidade.

3.2. AMBIENTE E SUJEITOS DA PESQUISA

Foram realizadas três entrevistas via telefone com as empresas de contabilidade que participaram do programa ALI e aplicaram todas as estratégias propostas no plano de ação.

Por motivos éticos foram adotados nomes fictícios para cada uma das empresas (Empresa A, B e C), preservando a identidade das mesmas. No ato da entrevista, foi informado aos entrevistados que se tratava de uma pesquisa de cunho acadêmico, na qual o anonimato seria mantido sigilo, conforme por Gibbs (2009).

As entrevistas duraram em média de 15 a 20 minutos por organização. A pessoa que respondeu às questões pertinentes a “empresa A” foi um colaborador/representante da empresa quem acompanhou a passagem da organização pelo programa ALI no período de julho a outubro de 2015.

Para as questões voltadas às empresas B e C, os próprios empresários responderam. No caso da “empresa B”, segundo o CEO, foram realizadas as ações nos meses de maio, novembro e dezembro de 2015, e para a “empresa C” foram executadas nos meses de maio a setembro, e novembro.

3.3. CARÁTER DA PESQUISA

O tipo/caráter da pesquisa foi descritivo. Para fazer uma investigação dos fenômenos contemporâneos dentro do contexto da vida real, principalmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos, se faz

necessário executar uma estratégia de estudo descritivo de natureza qualitativa (GIL, 2002).

Em relação à pesquisa descritiva Gil (2002, p.42) afirma: “têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis”.

Vergara (2000, p.47) complementa afirmando que a pesquisa “não tem o compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação." As pesquisas descritivas segundo Vieira (2002) englobam grande número de métodos de coleta de dados, os quais compreendem: entrevistas pessoais, entrevistas por telefone, questionários pelo correio, questionários pessoais e observação.

Logo, essa pesquisa é de descritivo, uma vez que buscou integração com o problema em estudo, sendo necessários assim levantamentos de informações secundários e entrevistas com os empresários responsáveis pelas empresas (via telefone) para haver maior familiaridade.

3.4. ESTRATÉGIA DE PESQUISA

A estratégia da pesquisa adotada foi a utilização da pesquisa documental e estudo de caso. A pesquisa documental é muito próxima da pesquisa bibliográfica. O elemento diferenciador está na natureza das fontes: a pesquisa bibliográfica remete para as contribuições de diferentes autores sobre o tema, atentando para as fontes secundárias, enquanto que a pesquisa documental se vale de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa (SÁ-SILVA; DE ALMEIDA; GUINDANI, 2015).

A pesquisa documental apresenta algumas vantagens. Em primeiro lugar, deve-se considerar que os documentos constituem fonte rica e estável de dados.

Como os documentos perduram ao longo do tempo, tornam-se a mais importante fonte de dados em qualquer pesquisa de natureza histórica.

Outra vantagem da pesquisa documental é não exigir contato com os sujeitos da pesquisa. É notório que em muitos casos o contato com os sujeitos é difícil ou até mesmo impossível. Em outros, a informação proporcionada pelos sujeitos é prejudicada pelas circunstâncias que envolvem o contato (GIL, 2002).

Com relação ao estudo de caso, Yin (2001) afirma que é a estratégia aplica-se quando aplica-se pretende examinar acontecimentos atuais, mas quando não aplica-se podem manipular comportamentos relevantes.

O estudo de caso múltiplo contém várias narrativas apresentadas em capítulos ou seções separadas, que consta um capítulo ou uma seção que apresente a análise e os resultados de casos cruzados (YIN, 2001).

Apesar dos estudos de casos e as pesquisas históricas possam se sobrepor, o poder diferenciador do estudo é a sua capacidade de lidar com uma ampla variedade de evidências - documentos, artefatos, entrevistas e observações - além do que pode estar disponível no estudo histórico convencional (YIN, 2001).

Assim, a estratégia adotada no trabalho foi utilizar de pesquisas documentais como complementos às entrevistas, e o estudo de caso como narrativa das análises executadas.

3.5. MÉTODO DE COLETA DE DADOS

A metodologia de coleta de dados escolhida neste trabalho foi a entrevista semiestruturada por ser uma metodologia de abordagem no processo de coleta de informações entre o investigador – entrevistador segundo com Triviños (1987).

Possui como característica questionamentos básicos que são apoiados em teorias que se relacionam ao tema da pesquisa. Os questionamentos dariam frutos a novas hipóteses surgidas a partir das respostas dos informantes. O foco principal seria colocado pelo investigador-entrevistador.

A entrevista semiestruturada favorece não só a descrição dos fenômenos sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua totalidade (TRIVIÑOS, 1987). Portanto, a entrevista se caracterizou em questionamentos básicos (Anexo) relacionados ao tema, e a partir das respostas informadas surgiram novas hipóteses.

3.6. MÉTODO DE ANÁLISE DE DADOS

A metodologia de análise de dados é através do modelo VRIO. O modelo como citado anteriormente no subtópico 2.2.1.1 do referencial teórico é uma sigla, de acordo com Barney e Hesterly (2007), representa ‘valor’, ‘raridade’, ‘imitabilidade’

e ‘organização’ é uma estrutura que associa dois modelos teóricos existentes: a perspectiva de posicionamento e a visão baseada em recursos.

É a principal ferramenta para se conduzir uma análise interna (BARNEY, 1991). Para aplicar este modelo ao trabalho utilizou-se das perguntas do Quadro 1 como base para captar as informações das empresas, e para interpretação das informações seguiu-se como apoio o Quadro 2. Para cada ação/estratégia executada pelas empresas foram usadas as questões para investigação das informações.

A partir das respostas adquiridas através dos questionamentos, é possível se definir como esses recursos colaboram em termos de implicações competitivas (se traz desvantagem ou igualdade competitiva, como também vantagem competitiva temporária ou sustentada), assim o modelo VRIO admite detectar recursos e capacidades que requerem ser melhorados, de forma que as lacunas descobertas sejam preenchidas.

Portanto, a metodologia utilizada no trabalho acadêmico é um estudo de caso múltiplo de caráter descritivo, na qual é uma forma distintiva de investigação empírica, e como ferramenta de coleta de dados foi aplicada entrevistas semiestruturadas que abrange uma investigação cuja abordagem seja qualitativa, seguindo como base roteiros previamente elaborados (VERGARA, 2009). Passando por essas etapas foram analisados os dados por meio do modelo VRIO (BARNEY, 1991).

O próximo tópico irá abordar a análise dos dados obtidos através dos documentos e entrevistas obtidos.

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