• Nenhum resultado encontrado

Para determinarmos quais serão os procedimentos que adotaremos ao fazermos uma pesquisa cientifica, é necessário delinearmos a metodologia a ser seguida. Nesse caso, a metodologia não é apenas uma descrição formal dos métodos e técnicas a serem utilizados, mas também a indicação dos principais instrumentos e procedimentos para a delimitação do corpus, da coleta, da organização e da análise de dados. De forma resumida, a metodologia é a forma que temos de ordenar a produção do conhecimento científico, é a forma sistemática para obtermos o resultado esperado. Nesta pesquisa o método de abordagem que usamos foi o indutivo e o de procedimento, o Tipológico.

4.1 Método de abordagem

O Método Indutivo é caracterizado pela presença da indução. Esse método permite partirmos da observação de fatos particulares para chegarmos à generalização de uma verdade, em virtude disso, utilizaremos o Método Indutivo, uma vez que partiremos do estudo descritivo dos 217 topônimos que nomeiam os municípios maranhenses atualmente para chegarmos a seu perfil e sua classificação geral, a partir da taxonomia onomástica proposta por Dick (1990).

4.2 Método de procedimento

No que diz respeito às etapas mais concretas da investigação, o método de procedimento refere-se ao planejamento, ao delineamento, ao desenvolvimento da pesquisa. Gil (1991, p. 47) esclarece que, para a análise dos fatos do ponto de vista empírico, para

confrontar a visão teórica com os dados da realidade, torna-se necessário traçar um modelo conceitual e operativo da pesquisa. Assim, dentre os vários métodos de procedimento que existem, optamos pelo Tipológico, já que ele nos possibilitou descrever e classificar de forma menos abstrata os 217 topônimos que nomeiam os municípios maranhenses atualmente.

No método Tipológico, elaborado e empregado por Max Weber, o pesquisador, ao comparar fenômenos sociais complexos, elabora modelos ideais a partir de seus aspectos mais evidentes. Isto é, são criados modelos ideais que, mesmo não existindo na realidade, se constituem num tipo ideal para a análise/descrição de dados concretos.

 ϲϭ

Para Lakatos (1986, p. 82), o tipo ideal não expressa a totalidade da realidade, mas

seus aspectos significativos, os caracteres mais gerais, os que se encontram regularmente no fenômeno estudado. Por esse motivo, elegemos o modelo metodológico composto/proposto por Dick (1990) para a descrição e classificação dos topônimos estudados.

O modelo metodológico ao qual nos referimos é denominado por Dick (1990) como Sistema Toponímico Taxionômico. Consta de 29 taxes léxico-semânticas ou categoremas toponímicos, das quais 11 são relativas ao mundo físico-natural e 18 são relativas ao antropocultural. Essas taxes explicativas, definidas, conforme suas expressões denominativas e as marcas semântico-terminológicas, têm por finalidade a transmissão das causas que justificam a denominação dos nomes de lugares sem que precisemos recorrer ao denominador, propriamente dito.

Vale ressaltar que, em função das características do Método Tipológico e do nosso objetivo geral, esta é uma pesquisa descritiva, pois, para classificar os topônimos, temos que observá-los, descrevê-los, registrá-los, analisá-los para então determinar o perfil da toponímia maranhense.

Além de classificarmos a pesquisa considerando o método de abordagem, o método de procedimento e o objetivo geral, levamos em consideração também os procedimentos práticos utilizados para sua execução, isto é, consideramos as técnicas e as etapas de coleta do corpus da pesquisa.

4.3 Técnicas para coleta do corpus

Para Lakatos (1990, p. 107), técnicas constituem um conjunto de preceitos ou

processos de que se serve uma ciência; são, também, a habilidade para usar esses preceitos ou normas, na obtenção de seus propósitos. Em suma, a técnica é o modo mais seguro e hábil de fazer a pesquisa. É a parte prática da coleta de dados de uma pesquisa. Em se tratando, da presente pesquisa, ela foi desenvolvida exclusivamente a partir da documentação indireta, que agrupou a pesquisa documental e a pesquisa bibliográfica.

 ϲϮ

A pesquisa documental é aquela em que as fontes podem ser constituídas de dois tipos de material: aqueles que ainda não receberam um tratamento analítico, documentos41 de primeira mão, e aqueles que já foram analisados, documentos de segunda mão.

Esta pesquisa foi feita basicamente em documentos de primeira mão ou documentos oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Nosso banco de dados será constituído de informações (históricos, resumos de históricos e monografias municipais) fornecidas pela Enciclopédia dos Municípios Brasileiros e por sites oficiais: do IBGE42; do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Maranhão – SEBRAE-LEGAL43; da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão – FAMEM44 e do site Estado do Maranhão45. Usamos também outras fontes (secundárias) como periódicos (jornais e revistas especializadas), impressos diversos (publicações governamentais, boletins informativos de institutos de pesquisa). Acrescentados a esses, usamos também depoimentos, via telefone, de moradores dos municípios a respeito da motivação toponímica e da história da localidade.

4.4 Delimitação do corpus

O corpus da pesquisa é constituído dos atuais 217 topônimos que nomeiam os municípios maranhenses. Esses topônimos estão distribuídos em 05 Mesorregiões geográficas do Estado do Maranhão. Estas, por sua vez, estão subdivididas em 21 Microrregiões de acordo com a Gerência de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico – GEPLAN e o Laboratório de Geoprocessamento da Universidade Estadual do Maranhão – LABGEO (2002)46.

 

41 Documento é qualquer suporte que contenha informação registrada, formando uma unidade, que possa servir

para consulta, estudo ou prova. Incluem impressos, manuscritos, registros audiovisuais e sonoros, imagens, sem modificações, independentemente do período decorrido desde a primeira publicação. (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 6023 de 2000, item 3.4).

42

http://biblioteca.ibge.gov.br

43 http://www.sebrae-legal.com.br 44 http://www.famem.org.br 45 http://www.ma.gov.br 46 Conferir mapa no anexo A.

 ϲϯ

4.5 Etapas para a coleta de dados

Como etapas para a coleta de dados, temos: (i) a identificação das fontes – constituem nossas fontes os mapas fornecidos por órgãos públicos, e (ii) a classificação das 05 Mesorregiões, das 21 Microrregiões e dos 217 municípios maranhenses.

4.5.1 Identificação das fontes

Os 217 topônimos que são descritos foram pesquisados no mapa temático do Estado do Maranhão, escala numérica aproximada de 1:4.736.842, fornecido pela GEPLAN e LABGEO (2002), e no mapa escolar-político-turístico-rodoviário do Estado do Maranhão, projeção policônica, escala numérica de 1:1.000.00, divulgado pelo governo do Estado.

4.5.2 Classificação das Mesorregiões e suas Microrregiões

A GEPLAN e o LABGEO apresentam as seguintes Mesorregiões: (i) Norte Maranhense; (ii) Sul Maranhense; (iii) Leste Maranhense; (iv) Oeste Maranhense e (v) Centro Maranhense. Em vista disso, os municípios estão distribuídos em Mesorregiões e Microrregiões, que se encontram assim organizadas: