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QUADRO XIII DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE MUNICÍPIOS PELOS DIFERENTES GRAUS DE EXECUÇÃO DA RECEITA

Princípios consagrados na Lei das Finanças Locais Princípio da legalidade

QUADRO XIII DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE MUNICÍPIOS PELOS DIFERENTES GRAUS DE EXECUÇÃO DA RECEITA

Grau de execução da receita prevista Número de Municípios por anos

2011 2012 2013

Maior ou igual a 90% 10 18 45

Superior ou igual a 75% e inferior a 90% 49 74 126 Inferior a 75% e maior ou igual a 50% 199 175 121

Inferior a 50% 50 41 16

Fonte: Carvalho et. al., Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2013, p. 60

Contudo, é de salientar que em 2014 se verificou “uma descida histórica” do valor dos orçamentos previsionais e que, de acordo com esta publicação da OTOC, poderá representar “o provável fim dos orçamentos inflacionados”; também, e pela primeira vez, o grau de execução das receitas em termos globais é superior a 70%.

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CAPITULO II

A

LEI DOS COMPROMISSOS E DOS PAGAMENTOS

EM ATRASO

II.1.Â

MBITO DE

A

PLICAÇÃO

A Lei dos Compromissos e dos Pagamentos em Atraso foi publicada através da Lei nº 8/2012, de 21 de fevereiro, entrando em vigor no dia útil seguinte. Posteriormente, foram já várias as alterações que a mesma sofreu, nomeadamente, através da Lei nº 20/2012, de 14 de maio; da Lei nº 64-B/2012, de 20 de dezembro; da Lei nº 66-B/2012, de 31 de dezembro; a sua atual redação, isto é, a 5ª versão, foi aprovada através da Lei nº 22/2015, de 17 de março.

No que se refere à sua regulamentação, a mesma foi definida pelo DL nº 127/2012, de 21 de junho, que foi posteriormente alterado pelas Leis nº 64/2012, de 20 de dezembro, 66- B/2012, de 31 de dezembro e, mais recentemente pelo DL nº 99/2015, de 2 de junho.

Em termos subjetivos, de acordo com o artigo 2º, nº 1, a LCPA “aplica-se todas as entidades previstas no artigo 2.º da lei de enquadramento orçamental, aprovada pela Lei n.º 91/2001, de 20 de agosto, alterada e republicada pela Lei n.º 41/2014, de 10 de julho, e a todas as entidades públicas do Serviço Nacional de Saúde”, na redação atualizada que lhe é dada pela Lei n.º 22/2015, de 17 de março, isto é, aplica-se às entidades que integram os subsetores da administração central e da segurança social. Acrescenta ainda no nº 2 que “os princípios contidos na presente lei são aplicáveis aos subsetores regional e local, incluindo as entidades públicas reclassificadas nestes subsetores”, ou seja, aplica-se também aos municípios e serviços municipalizados, às freguesias, às associações de freguesias, às entidades associativas municipais (associações de municípios, comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas) e às entidades públicas reclassificadas no subsetor da Administração Local.

II.2.C

ONCEITOS E

N

OÇÕES

E

SSENCIAIS

No texto da Lei dos Compromissos, e nos diplomas regulamentadores da mesma, o legislador sentiu a necessidade de clarificar, desde logo, algumas definições e conceitos essenciais à sua interpretação – embora alguns destes conceitos não fossem novos, era importante clarifica-los de modo a evitar dualidades e dúvidas interpretativas, possibilitando assim a uniformização da informação por parte das entidades públicas.

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 Dirigentes – como sendo “aqueles que se encontram investidos em cargos políticos, em cargos de direção superior de 1.º e 2.º grau, ou equiparados a estes para quaisquer efeitos, bem como os membros do órgão de direção dos institutos públicos”;

 Gestores – são “aqueles que se encontrem designados para órgão de gestão ou administração das empresas públicas do sector empresarial do Estado, das Regiões Autónomas, dos municípios e as suas associações”;

 Responsáveis pela contabilidade – “os dirigentes de nível intermédio e, na sua ausência, os trabalhadores que exerçam funções públicas que, não correspondendo a qualquer dos cargos” de dirigentes ou de gestores, exerçam funções de direção ou supervisão dos serviços de contabilidade.

A alteração efetuada pela Lei nº 64/2012, de 20 de Dezembro, veio incluir um novo conceito, o “dos titulares de cargos políticos” que não estava previsto na versão inicial; “titulares de cargos políticos” são definidos como “aqueles que se encontram investidos em cargos políticos com competências para assunção de compromissos ou autorização de despesas e pagamentos”.

O artigo 3º da LCPA apresenta-nos as seguintes definições:

 Compromissos – são “as obrigações de efetuar pagamentos a terceiros em contrapartida do fornecimento de bens e serviços ou da satisfação de outras condições”; para que este se considere assumido é necessário que seja efetuada uma “ação formal pela entidade”, nomeadamente, a emissão de uma ordem de compra, nota de encomenda ou documento equivalente, ou a assinatura de um contrato, acordo ou protocolo; podem ter um caráter permanente e estar associados a pagamentos durante um período indeterminado de tempo (salários, rendas, eletricidade ou pagamentos de prestações diversas).

Importa desde já reter a importância da distinção entre a data do compromisso e a data de vencimento do compromisso: a primeira é a data em que este é assumido (correspondendo à data da ordem de compra, nota de encomenda ou documento equivalente, devendo ser a data de registo nos sistemas contabilísticos locais); a segunda refere-se à data em que o seu pagamento é exigível.

 Compromissos plurianuais – são aqueles em que existe a obrigação de efetuar pagamentos em mais do que um ano económico ou em anos económicos distintos do ano em que este compromisso é assumido. A assunção de compromissos plurianuais nos municípios, independentemente da forma jurídica, carece de autorização prévia da

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Assembleia Municipal; contudo, o nº 3 do artigo 6º da Lei nº 22/2015, de 17 de março, veio permitir que, no caso em que o montante do compromisso plurianual seja inferior ao montante previsto na alínea b) do nº1 do artigo 22º do DL nº 197/99, de 8 de junho, (ou seja, 99 759,58 €), esta competência possa ser delegada no presidente de Câmara.

 Passivos – são as “obrigações presentes da entidade provenientes de acontecimentos passados, cuja liquidação se espera que resulte num exfluxo de recursos da entidade que incorporam benefícios económicos”. A entidade tem uma obrigação presente da qual resulta a obrigatoriedade legal de liquidação da mesma, sem que haja qualquer alternativa realista a essa liquidação; poderá resultar de uma imposição legal em consequência de um contrato vinculativo, da própria legislação, de um requisito estatutário ou outra operação da lei.