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As principais causas de TRV alterado são: • Catarata congênita

• Glaucoma congênito, • Retinoblastoma • Leucoma

• Inflamações intraoculares da retina e vítreo • Retinopatia da prematuridade no estágio 5 • Descolamento de retina

• Vascularização fetal persistente • Hemorragia vítrea

Também podem alterar o reflexo vermelho causando assimetria entre os olhos a presença de estrabismo, anisometropia, altas ametropias, luxações de cristalino e malformações como o coloboma de polo posterior. O diagnóstico precoce da maioria dessas disfunções possibilita a terapêutica adequada a tempo de impedir ou minimizar o déficit visual e, no caso do retinoblastoma, um câncer que surge da retina imatura, o risco de vida do bebê.

• Catarata congênita: caracteriza-se pela opacificação do cristalino em crianças e

representa uma causa curável cirurgicamente, sendo objeto de prevenção de cegueira21, visto que é

• Glaucoma congênito: associa-se a malformações da malha trabecular e do ângulo da câmara anterior (trabeculodisgenesia), que poupam a córnea e a íris, mas obstruem a drenagem do humor aquoso17.

• Retinoblastoma: tumor intraocular mais frequente na infância. A forma de apresentação mais comum é leucocoria, seguida pelo estrabismo23.

• Leucoma: opacidades congênitas da córnea que pode estar presente ao nascimento ou então serem progressivas24.

• Descolamento de retina: definido como a separação da retina sensorial do epitélio pigmentar da retina pela presença de fluído sub-retiniano24. • Estrabismo: doença onde os olhos perdem o seu alinhamento correto,

que pode se apresentar no indivíduo desde seu nascimento por fatores genéticos26.

Como é feito?

É necessário que o eixo óptico esteja livre, ou seja, sem nenhuma opacidade ou obstáculo à entrada e à saída de luz pelo

orifício pupilar para que este reflexo possa ser observado. O TRV é um importante exame de triagem por sua alta sensibilidade, porém não substitui a avaliação oftalmológica que todo bebê deve ser submetido até os 6 meses de idade, sendo indispensável avaliação de especialistas nos casos em que for constatada alteração. Erroneamente, muitos acreditam que o teste seja suficiente para garantir a boa saúde

ocular da criança. Esse equívoco pode gerar diagnósticos tardios de problemas ópticos graves20.

Durante o exame, é necessário colocar o paciente em um

espaço de penumbra para que facilite a análise dos reflexos, não havendo a necessidade de dilatação pupilar com colírios midriáticos. O oftalmoscópio, com a lente do aparelho ajustada no “0” (sem poder dióptrico), deve ser posicionado a uma distância de 50cm dos olhos do bebê. Em seguida, detectam-se os olhos da criança através do orifício do instrumento e incide-se a luz,

iluminando as pupilas. Então será observado o reflexo em cada uma delas, verificando a presença ou ausência e, caso esteja presente, comparando a intensidade e simetria entre os olhos. No resultado do TRV, existem três conclusões

possíveis: reflexo presente, ausente ou duvidoso, sendo este último quando há assimetria evidente ou suspeita do reflexo alterado em um dos olhos. Em caso de reflexo ausente ou duvidoso em um ou ambos os olhos, a criança deve ser encaminhada ao oftalmologista para o exame oftalmológico completo (biomicroscopia, retinoscopia e mapeamento de retina) para esclarecer o diagnóstico e garantir a conduta necessária20.

TESTE DA

Tem como alvo o frênulo da língua; prega que conecta a língua ao assoalho bucal27. Parte deste tecido de fixação deve sofrer

apoptose durante o desenvolvimento do bebê, e o tecido residual

presente na criança confere alterações anatômicas que mais tarde resultam em alterações funcionais na língua27.

O que é?

O teste da linguinha é um teste que faz parte do processo de triagem neonatal, o qual deve ser realizado nas primeiras 48 horas após o nascimento28. Os principais

objetivos do teste são a análise do frênulo lingual, cuja alteração é avaliada a fim de reconhecer e levar ao tratamento de limitações relacionadas ao movimento da língua. Busca qualificar as funções de sucção e deglutição do bebê - habilidades que estão diretamente relacionadas com o movimento da língua durante o ato de amamentação. Logo, caso a criança apresente dificuldade nos movimentos da língua, esta será prejudicada em sua alimentação diária, podendo resultar no desmame precoce ou mesmo alterar o ganho de peso necessário para criança29.

Como é feito?

O protocolo utilizado para realização do teste é o Martinelli, o qual consiste na avaliação da história clínica, avaliação anatomofuncional, avaliação da sucção não nutritiva e nutritiva29.

Além destes, são necessários se medir os seguintes aspectos29:

• tendência do posicionamento da língua durante o choro • forma da língua quando elevada

• fixação do frênulo na língua e no assoalho da boca • tempo entre as mamadas

• cansaço para mamar

• movimento da língua na sucção não nutritiva • tempo de pausa entre grupos de sucções.

A avaliação anatomofuncional é dividida em itens27:

1-postura dos lábios em repouso

2- tendência do posicionamento da língua durante o choro 3- forma da ponta da língua quando elevada durante o choro

4- frênulo da língua.

A soma dos itens 1, 2, 3, e 4 de dor igual ou superior a 7, considera que o frênulo exerce interferência nos movimentos da língua27.

É importante lembrar que durante o exame do frênulo, deve ser feito uma manobra que consiste na elevação e posteriorização da língua, que pode ser feita por um médico27. O profissional de saúde deverá realizar o diagnóstico, informar a família

sobre o que possíveis alterações no exame podem significar e por fim avaliar a necessidade tratamento, sendo o mais comum a frenectomia28.

➢ Durante a avaliação nutritiva e não nutritiva, scores variam de 0 a 5, sendo 0 o melhor resultado e 5 o pior, contudo 27.

➢ Em relação a análise clínica, os scores variam de 0 a 25, sendo 0 o melhor resultado e 25 o pior27.

O teste é aplicado inicialmente com 48 horas de vida, dando atenção apenas a avaliação anatomofuncional, para que dentro de 30 dias o médico responsável tenha a opção de retomar a aplicação do teste com a fase de história clínica e avaliação nutritiva27.

Nos bebês em que não for possível visualizar o frênulo, ou em casos que restarem dúvidas sobre o score total da criança, esta deve retornar para um reteste dentro de um período de 30 dias. Nestes casos se deve

orientar os pais devem ser orientados sobre possíveis dificuldades durante a amamentação, para que não ocorram intercorrências relacionadas às mamadas do bebê neste período. É indicado que o reteste seja aplicado com o bebê acordado e com fome, para que seja avaliada a sucção nutritiva quando ocorrer a mamada29.

Quais doenças são triadas?

O teste reconhece e indica tratamento de limitações dos movimentos da língua, que compromete as funções de engolir, sugar, mastigar e falar27.

Em alguns casos, é possível a observação de frênulos submersos, condição em que o frênulos fica recoberto por uma camada de mucosa. Nestes casos é necessário que primeiro seja feito acompanhamento da criança durante o primeiro ano de vida até que seja possível ver o frênulos abaixo da cortina de mucosa e mais tarde avaliar obrigatoriedade de intervenção cirúrgica27.

O teste também é usado para avaliar o resultado de intervenções cirúrgicas quando necessárias, afirmando os resultados positivos após o tratamento. A frenotomia tem importante resultado positivo para a manutenção da amamentação pós cirúrgica dos bebês que precisaram de tratamento27.

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