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Quarto inesperado: a Pró-Reitoria de Graduação – ser adjunta

de uma pasta complexa

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores Tô revendo minha luta, minha vida, meus valores Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho Estou podando meu jardim Estou cuidando bem de mim

Vander Lee44

44 Trecho da música Meu Jardim de Vander Lee, cantor e compositor mineiro, no álbum Naquele Verbo Agora, 2005.

No início de 2015, comecei a me preparar para, finalmente, fazer um pós-doutoramento. Alguns contatos com colegas em um evento no ano anterior em Évora, Portugal, sobre representações sociais, renderam uma missão à Paris para elaboração de um projeto de colaboração entre Brasil, Portugal, França e Espanha e as possibilidades de saída, principalmente para Portugal ou Espanha, começavam a se configurar. A ideia já era desenvolver um estudo sobre o ensino universitário ou a pedagogia universitária ou a docência universitária, como diferentes autores defendem (ANASTASIOU E ALVES, 2003;

GIL, 2009; ZABALZA, 2004).

No entanto, novo e grande inesperado aconteceu e recebi um convite da professora Ângela Maria Paiva Cruz, então reitora e do professor Daniel Diniz Melo, então vice-reitor, para integrar a equipe administrativa da gestão que se iniciou em junho de 2015, como adjunta da Pró-Reitoria de Graduação - PROGRAD. Nunca imaginei que a moça que chegou ao Rio Grande do Norte no final de 1991, sem nem saber o que era mestrado, chegaria, 24 anos depois, a ser Pró-Reitora Adjunta de Graduação de uma universidade que se tornou referência no Norte e Nordeste do país, pela sua capacidade de produção do conhecimento e colaboração na formação de professores para todo o sistema federal, estadual e municipal de ensino dessa região, bem como por sua capacidade extensionista. Para

mim, um misto de emoção, responsabilidade e compromisso com a educação pública do meu país.

Foi difícil decidir sobre o caminho a seguir. Assumir a PROGRAD significava adiar o pós-doutoramento por 04 anos, mas, por outro lado, seria uma experiência fantástica sobre a gestão universitária no que concernia a dimensão ensino, já que a Pró-Reitoria é a responsável pelo planeja-mento, acompanhamento e avaliação interna dos cursos de graduação da UFRN. E assim o foi. Em questão estava não só minha trajetória acadêmica, mas a representatividade do Centro de Educação – CE na gestão central, possibilidade de assento nos diferentes colegiados e comissões acadêmicas, e também, principalmente, nas ações que tinham ligação com a formação de professores para educação básica, especificidade do CE, e formação em geral, de meu interesse.

A maior Pró-Reitoria acadêmica era dividida em duas direções, a de Desenvolvimento Pedagógico – DDPEd e a de Administração e Controle Acadêmico – DACA. Na PROGRAD, se distribuem 08 setores distintos, contando com um grupo de cerca de 50 servidores e mais cerca de 20 de bolsistas, além de presidir a Comissão de Graduação do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão - COSEPE, para onde são encaminhados todos os processos referentes aos cursos de graduação e à vida acadêmica de seus estudantes.

A mim foi delegada a parte pedagógica da Pró-Reitoria que dividia com a Professora Maria das Vitórias Vieira Almeida de Sá, no caso a DDPEd, a Coordenadoria de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação dos Cursos de Graduação - COPAV, a participação na Comissão Permanente da Avaliação Institucional - CPDI, como assessora da presidência, parti-cipação na Comissão Própria de Avaliação - CPA e demais comissões mais transitórias que se referissem às questões pedagógicas.

O primeiro semestre de gestão foi absurdamente exaustivo.

Apesar de já ter integrado algumas comissões institucionais representando o CE anteriormente, dominar a engrenagem da PROGRAD, todas as suas atribuições e problemáticas que envolviam a vida dos cursos, mais especialmente a dos estudantes, entender as relações entre os setores da pró-rei-toria, pessoais e institucionais, equacionar as idiossincrasias das inúmeras pessoas com quem lidávamos cotidianamente, não foi fácil. Nossa proposta era uma gestão participativa, compartilhada e democrática, mas isso não é muito fácil de construir, principalmente tendo em vista um período anterior relativamente longo de gestão interna pouco participativa.

Imprimimos um modelo de reuniões periódicas nos setores e dos seus respectivos chefes com a gestão para que pudéssemos acompanhar cada um dos problemas e soluções

e termos uma maior participação dos colegas técnicos nas decisões, possibilitando a construção de um modelo de trabalho coletivo, no qual cada um tem responsabilidade e compromisso com o que é desenvolvido, além de criar um espaço em que todos podem participar da elaboração de diretrizes e ações para o trabalho. Com isso, todos sabiam o que estava sendo decidido, participavam das decisões e o andamento do trabalho melhor transcorreu.

Até então a minha participação na gestão, embora cons-tante, tinha uma dimensão de natureza muito mais pedagógica e pensei que poderia garantir que isso continuasse, mas esse trabalho deixou pouco espaço para esse modelo acadêmico de pensamento; exigiu muito foco nas normativas e legisla-ções. Na PROGRAD, participando das reuniões de decisão com a gestão central e todos os seus pró-reitores, comecei a perceber a enormidade de aprendizagens administrativas que tínhamos que dar conta, com pouca capacitação, a não ser a vivência em diferentes funções. Mesmo com o esforço da PROGESP em ofertar pequenas capacitações sobre as temáticas que envolviam o trabalho de quem ocupa tais funções, foi difícil. Como diz um ditado popular, ‘era trocar o pneu com o carro andando’. Penso que foi o trabalho mais técnico que fiz na instituição, embora não tenha me afastado de minhas orientações de mestrado e doutorado, tive que sair da sala de

aula, meu maior prazer, pois a excessiva carga de reuniões e viagens prejudicavam os estudantes em meus componentes.

Já estávamos entrando num período bem difícil para as Instituições de Ensino Superior - IES públicas. Vários cortes orçamentários começavam a chegar via governo federal e muitas restrições feitas pelos órgãos de controle da união complicavam o cumprimento das metas traçadas no Plano de Desenvolvimento Institucional - PDI, com previsão de execução entre 2010 e 2019, do qual participei da elaboração como representante do CE. Em 2016, como o golpe jurídico parlamentar que destituiu a presidenta Dilma Rousseff, os cortes orçamentários para as universidades e institutos fede-rais se acirraram principalmente para as dimensões ensino e extensão, que envolvem não só recursos para subsídios materiais das ações, mas também contratação de pessoal para recomposição do quadro de aposentadorias, capacitações dos docentes e técnicos e para próprio planejamento de expansão do ensino superior público desde o REUNI.

Esse foi um período de grandes paradoxos. Uma gestão financeira federal de concepção neoliberal com base em uma austeridade contábil, que entende os investimentos em saúde, educação e segurança públicas, bem como trabalho e bem-estar social, como gastos que precisam ser restringidos, em contraposição a um acervo de legislações vigentes que, não

só asseguravam as populações esses direitos, mas também normatizavam e obrigavam a contribuição das IES públicas para sua execução.

É nesse contexto, que se radicalizou em 2018, com a emi-nência da campanha eleitoral, a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (em 07 de abril), a ascensão de partidos e candidatos de ultra-direita e o recrudescimento de um pensamento ultraliberal como proposta econômica para o país, embasado em teorias criacionistas e anticientíficas, que desenvolvemos a nossa gestão na PROGRAD. Nossas tentativas, minhas e da Professora Vitória, eram de garantir a manutenção dos programas, principalmente aqueles voltados para a permanência dos estudantes (atuando na qualidade de ensino e apoio a aprendizagens acadêmicas), apoio àqueles com necessidades educacionais especiais, apoio ao ingresso nas instituições públicas de ensino e respaldo ao desenvolvimento da qualidade deste, tanto no que tange a novas tecnologias, como a formação pedagógica dos docentes.

Mesmo em um contexto nacional tão difícil para a gestão universitária pública, destaco algumas das nossas contribui-ções para o ensino de graduação nessa gestão, nas quais atuei mais fortemente e que entendo importantes para todos os cursos e estudantes nesse nível de ensino.

Conseguimos a separação das Coordenações de Cursos de Licenciaturas dos respectivos Bacharelados, com a ajuda da PROGESP, garantindo atribuição de gratificação, favorecendo os processos de avaliação do INEP e uma melhor elaboração dos Projetos Pedagógicos de Cursos. Essa era uma demanda da legislação vigente na época para favorecer a identidade do egresso, bem como a implementação da Resolução 02/2015 do CNE que implementava as diretrizes para os cursos de formação inicial e continuada de professores.

Reativamos a participação efetiva e sistemática da PROGRAD na CPDI, visando melhorar o conhecimento desta comissão sobre as necessidades da graduação, alimentando com dados e suporte de pesquisas, feitas na Pró-Reitoria, as decisões sobre alocação de vagas docentes e necessidades de áreas e unidades acadêmicas para o desenvolvimento da qualidade do ensino. Além disso, isso foi feito subsidiando as discussões pedagógicas sobre o ensino superior, imprimindo uma marca menos tecnicista nas decisões.

Representamos efetivamente a PROGRAD na CPA, mediando e articulando os processos de avaliação externa e autoavaliação dos cursos de graduação junto à Comissão, bem como colaborando nas reflexões sobre o desenvolvi-mento e a formação pedagógica dos docentes e seu impacto na aprendizagem e sucesso estudantil.

Reativamos o Comitê Local de Acompanhamento e Avaliação dos Grupos do Programa de Educação Tutorial – PET - CLAA da UFRN, com reuniões mensais, favorecendo seu melhor acompanhamento e sua tomada de decisões sobre as ações desenvolvidas por cada grupo, bem como o compar-tilhamento de experiências e práticas de ensino, pesquisa e extensão, objetivos do programa. Ativamos também a parti-cipação dos estudantes, favorecendo seu maior envolvimento nos eventos locais, regionais e nacionais relativos ao programa.

Coordenamos a instalação da Coordenadoria de Acompanhamento, Planejamento e Avaliação - COPAV da PROGRAD, coadjuvante na política de qualidade de ensino.

Esse setor se encarregava da especificidade dos processos de regulação e acompanhamento, tendo em vista as demandas do INEP/MEC para os cursos de graduação, especialmente no que se refere à participação dos cursos no Exame Nacional de Avaliação de Desempenho dos Estudantes - ENADE, elaborando metas e ações para o cumprimento das avaliações, bem como garantindo a qualidade do ensino.

Participamos da produção e aprovação, em forma de Resolução, das Diretrizes para a Política de Formação dos Profissionais do Magistério na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Resolução 020/2018 CONSEPE). A discussão e a elaboração da normativa foram feitas em conjunto com as

diferentes unidades acadêmicas responsáveis pela formação do magistério na instituição, sendo um trabalho de construção coletiva e colaborativa, tendo por base as legislações nacionais vigentes para a formação inicial e continuada de professores, inclusive os universitários.

Iniciamos a revisão do Regulamento dos Cursos de Graduação, ainda em andamento, de acordo com as novas legislações do período e com a escuta da comunidade de coordenadores de Cursos de Graduação, através do Fórum de Coordenadores de Cursos de Graduação, em reuniões mensais para discussão das variadas temáticas sobre a graduação na UFRN.

Retomamos, junto ao Centro de Educação, as Reuniões do Fórum de Coordenadores de Cursos de Licenciatura, espaço destinado à discussão das problemáticas específicas das licen-ciaturas, relacionadas a estágio supervisionado obrigatório, programas de iniciação à docência, dificuldades pedagógicas e políticas de formação de professores.

Participamos da formulação, junto à CPA e à Pró-Reitoria de Pós-Graduação -PPG, da Política de Qualidade dos Cursos de Graduação e Pós-graduação, que resultou na Resolução 181/2017 CONSEPE, com vistas não só a acompanhar o desen-volvimento dos cursos de graduação nos processos avaliativos, mas a assegurar espaços de discussão pedagógica sobre os

modelos formativos, perfil do egresso e atuação em contextos profissionais, com base nas avaliações e nas experiências formativas desenvolvidas em cada unidade/área.

Participamos da produção e aprovação da Resolução 162/2018 CONSEPE que estabelece normas para os Programas e Projetos de Ensino da UFRN, possibilitando melhor e mais fiel registro das atividades de ensino, além de definir o perfil para as ações de ensino na instituição, favorecendo a formu-lação de editais para envio de projetos, que coadunem com as necessidades formativas dos estudantes e as especificidades relativas à permanência e sucesso destes.

Contribuímos para a organização do dimensionamento funcional da PROGRAD, junto com sua assessoria técnica e a PROGESP, favorecendo uma maior adequação dos servidores aos setores de trabalho, de acordo com sua formação, habili-dades e interesse de atuação, possibilitando maior qualidade de vida funcional, maior comprometimento com o trabalho desenvolvido e melhor visibilidade das lacunas de pessoal.

Colaboramos na instalação do Programa de Residência Pedagógica na UFRN, com a participação de 12 cursos, 270 discentes, 69 docentes e 28 professores da Rede Básica. Embora seja um programa do governo federal com problemas de com-preensão sobre como deve se dar a atuação dos trabalhadores da educação na Rede Básica de ensino, que deixa em suas

entrelinhas um favorecimento a precarização do trabalho na escola, foi acatado na instituição como forma de favorecer a permanência dos estudantes de licenciatura, tendo em vista as bolsas e acatando a proposta pedagógica que os professores formadores envolvidos imprimiram ao programa.

Apoiamos a reorganização e manutenção do PIBID ante as alterações nas políticas da CAPES/MEC, Programa existente na UFRN desde 2008, pelo qual já passaram centenas de estu-dantes de licenciatura, com impacto de qualidade formativa de excelência para os estudantes e enorme contribuição para as escolas públicas participantes, inclusive no que se refere aos modelos de estágios existentes nas licenciaturas. Tais reflexões foram organizadas e sistematizadas por Pernambuco e Martins (PERNAMBUCO e MARTINS, 2011, 2011b, 2012, 2013), em quatro volumes de textos dos docentes e discentes participantes, bem como aparecem em textos publicados em coletâneas (MELO, ANDRADE, 2019), anais de eventos e revistas das áreas de ensino específicas ou de educação em geral, em todo país.

Apoiamos a manutenção e a reorganização do PROCEEM - Programa Complementar de Apoio ao Estudante do Ensino Médio, em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão - PROEX.

Esse é um programa que existe na instituição desde 2006, com apoio da UNESCO, que participei da coordenação entre

2008 e 2010 (ver terceiro inesperado), com o compromisso de incentivar os estudantes do Ensino Médio a ingressarem nas instituições de ensino superior, especialmente nas públicas.

Até o final da nossa gestão na PROGRAD, contávamos com 10 turmas funcionando no campus central e nos campi de Caicó e Currais Novos.

Procedemos à avaliação dos programas de ensino, imple-mentados pela PROGRAD com pesquisa realizada pelo setor de Programas e Projetos de Ensino entre 712 discentes e 42 docentes, entre novembro de 2017 e abril de 2018, com res-postas de participantes dos programas de Monitoria, Tutoria, PROCEEM, PIBID e PET, como demonstrado no relatório de gestão da PROGRAD (2019), apontando para o êxito das ações em favorecimento do desenvolvimento acadêmico dos estudantes participantes, bem como de sua maior inserção na vida universitária e permanência nos cursos.

Concluímos a atualização de 56 Projetos Pedagógicos de Cursos entre 2015/2018 e criamos 58 novos cursos (estrutu-ras) com atualização de seus respectivos projetos no mesmo período. Encontramos mais de 70 cursos que não atualizavam seus projetos pedagógicos há muitos anos. Alguns desde 2001, apenas faziam mudanças nas estruturas curriculares, sem uma reflexão pedagógica sobre sua contundência no processo formativo ou no perfil do egresso, repercutindo no

tipo de profissional formado. As atualizações incluíram todas as licenciaturas em atendimento à Resolução 02/2015 – CNE, que definia as diretrizes para formação iniciada e continuada de professores.

Passamos a divulgar sistematicamente os processos de avaliação e acompanhamento das coordenações de curso para preparação para o ENADE, ao longo do período de gestão, o que deu maior respaldo e segurança aos coordenadores para desenvolver ações junto aos estudantes, além de favorecer maior compreensão da dinâmica avaliativa, respondendo melhor as demandas do MEC/INEP.

Conseguimos redução do número de cursos com Conceitos Preliminares de Cursos – CPC, da faixa de 02 a 03, e aumento do número de cursos com CPC na faixa de 04 a 05, nos cursos de graduação, melhorando os índices de avaliação como consequência do maior acompanhamento e orientação às coordenações de cursos, responsabilidade da COPAV.

Elaboramos, junto com o setor de Programas e Projetos, o edital específico do Programa de Apoio à Melhoria da Qualidade do Ensino de Graduação - PAMQUEG, voltado para atendimento de estudantes com necessidades especiais, valorizando e incentivando a elaboração de projetos de ensino voltados para metodologias de ensino próprias, adequação de material didático, adequação de espaços de aula (classes e

laboratórios), bem como aquisição de materiais pedagógicos específicos para o atendimento de estudantes com necessi-dades especiais, com vistas a equipar e qualificar os cursos para atendimento dessas demandas.

Participamos, ativa e colaborativamente, da comissão de elaboração da minuta de resolução para inserção curricular da extensão nos cursos de graduação, em atendimento às metas do Plano Nacional de Educação (2014/2024), referentes à implementação da extensão na formação universitária. Tal ação resultou na aprovação da Resolução 038/2019 - CONSEPE, possibilitando maior clareza sobre como os Colegiados de Cursos e Núcleos Docentes Estruturantes devem conduzir a inserção da extensão em seus projetos pedagógicos.

Participamos da comissão de elaboração da minuta de resolução para inserção de carga horária a distância nos cursos presenciais, junto à Secretaria de Educação a Distância - SEDIS, culminando com sua aprovação em CONSEPE (Resolução 028/2019). Tal resolução normatiza a forma de inclusão da carga horária a distância de acordo com a legis-lação nacional vigente, mas também imprime, na forma de fazê-lo, a concepção formativa que a UFRN tem para o ensino superior.

Instalamos, junto com a PROGESP, Comissão de Articulação e Proposição de Cursos do Programa de

Atualização Pedagógica - COMPAP, para formação peda-gógica de docentes da UFRN, o PAP/UFRN, que se con-figurou em duas faces. Uma, obrigatória, para o professor ingressante, fazendo parte de sua pontuação no relatório do período probatório e, como já foi dito, tendo o objetivo de integrar os novos docentes à dinâmica, estrutura e filosofia da instituição nas diferentes dimensões (ANDRADE; GOMES;

DANTAS, 2016).

Outra, segunda face, não obrigatória, foi feita num traba-lho conjunto entre a PROGRAD e a PROGESP, atuando com as unidades acadêmicas para um Levantamento de Necessidade de Capacitação – LNC, para identificarmos as necessidades formativas dos docentes. Tais necessidades giraram em torno de três principais eixos: o trabalho pedagógico com metodo-logias adequadas aos componentes curriculares e aos objetivos formativos, o trabalho com estudantes com necessidades educacionais especiais (tendo em vista as cotas terem aberto espaço para novos perfis de estudantes) e o relacionamento docentes/discentes.

No entanto, embora tenhamos conseguido fazer uma oferta formativa nesse sentido, a frequência dos docentes nas atividades é muito reduzida. Notamos um razoável índice de inscrição, mas baixa assiduidade. Fazendo uma enquete com os colegas, identificamos que a própria dinâmica de trabalho

na universidade dificulta o cumprimento das atividades em que se inscrevem. Os motivos são vários: incompatibilidade de horários, assuntos inesperados que ocorrem e demandam urgência na resolução, excesso de atividades em que estão envolvidos (ensino, pesquisa e extensão).

A preocupação com a formação de formadores rendeu dois trabalhos de mestrado já concluídos e mais dois de doutorado ainda em andamento. Todos os pós-graduandos que se dedicaram a esses estudos são servidores da UFRN e entraram no PPGEd, via a reserva de vagas para qualificação de servidores da instituição. A dissertação de Anna Katyanne Arruda Silva e Souza, servidora da Escola de Saúde da UFRN, Representações Sociais de Professores da Educação Profissional em Saúde sobre o Ser Professor45, teve como objetivo analisar as representações sociais de professores da Educação Profissional em Saúde sobre o ser professor, tendo por base a perspectiva moscoviciana. A pesquisa foi realizada

A preocupação com a formação de formadores rendeu dois trabalhos de mestrado já concluídos e mais dois de doutorado ainda em andamento. Todos os pós-graduandos que se dedicaram a esses estudos são servidores da UFRN e entraram no PPGEd, via a reserva de vagas para qualificação de servidores da instituição. A dissertação de Anna Katyanne Arruda Silva e Souza, servidora da Escola de Saúde da UFRN, Representações Sociais de Professores da Educação Profissional em Saúde sobre o Ser Professor45, teve como objetivo analisar as representações sociais de professores da Educação Profissional em Saúde sobre o ser professor, tendo por base a perspectiva moscoviciana. A pesquisa foi realizada