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QUATERNÁRIO DO APÓSTOLO SÃO JOÃO Figura

No documento OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ - G. O. MEBES (páginas 38-42)

O GRANDE ARCANO DA MAGIA

Cada aplicação da vontade humana, particular ou coletiva que, para obter um determinado resultado, utiliza a colaboração de entidades individualizadas atuando nos dois ou três planos, é chamada de OPERAÇÃO MÁGICA.

Daremos alguns exemplos dessas operações:

1. Uma auto-sugestão de algo nitidamente determinado. Neste caso, o processo atua sobre o próprio mago (um ser vivendo nos três planos) ou sobre uma parte de suas células.

2. Qualquer sugestão a outro ser humano: a influência, novamente é exercida nos três planos.

3. A aceleração ou desaceleração de qualquer processo nos elementos: a influência age sobre os elementais; portanto, também nos três planos.

4. A evocação de um elementar (ser biplânico) que, com a ajuda de um empréstimo mediúnico, pode manifestar-se no terceiro plano.

5. A procura ou a atração de um clichê astral (a influência abarca dois planos) ou a exteriorização do elementar do próprio mago, isto é, a influência sobre seu próprio elementar, o que pode ser considerado também como ação sobre dois planos, etc.

Caso a operação mágica seja dirigida às entidades de três planos, sua eficácia dependerá da preponderância das capacidades do operador sobre as das entidades às quais a dita operação é dirigida. Caso a operação atue sobre as entidades de dois planos, como, por exemplo, egrégoras, larvas, etc., então, mesmo que as forças de ambos os lados sejam iguais nos dois planos, o resultado desejado poderá ser conseguido pelo simples fato do operador possuir o reforço do terceiro plano — o físico. Nesse caso diremos que, para realizar a operação, o operador se apoiou no plano físico. O ponto de apoio físico pode ser o corpo do próprio operador, o corpo de outros seres ou objetos materiais externos.

Da nossa definição de operação mágica, podemos concluir que ela deve ser composta, obrigatoriamente, de três elementos:

1. O mental, ou seja, a idéia da operação, apoiada por um ato da vontade. 2. O astral, que é a forma, isto é, a estrutura interna da operação.

3. O físico, constituído pelos pontos de apoio da operação acima mencionados, ou seja, os símbolos utilizados, os recursos do próprio corpo do operador, o corpo das entidades de três planos que o ajudam na operação, etc.

De acordo com o que temos aprendido sobre a unicidade da substância básica, todos os elementos mentais, astrais ou físicos da atuação mágica, devem ser considerados como manifestações particulares, isto é, como fazendo parte, respectivamente, de um único elemento mental (o axioma metafísico), de um único elemento astral (o turbilhão universal), ou de um único elemento físico (o ponto de apoio no plano físico).

Além disso, o princípio mental deve dar nascimento à formação astral, a esta, pela sua condensação, determinará inevitavelmente a manifestação física.

Esta atuação, em sua totalidade, ou seja, o axioma metafísico, o turbilhão astral e a manifestação física, constitui o GRANDE ARCANO DA MAGIA.

O Grande Arcano, sendo a chave do maior poder humano, nunca é revelado ao discípulo pelo instrutor, pelas seguintes razões:

1. Se o discípulo, por si mesmo, não alcançou o Grande Arcano em toda a sua plenitude, é porque num dos planos, seu desenvolvimento é incompleto. Não se pode garantir, portanto, que a revelação do Arcano não constituirá um perigo para o próprio Iniciador.

2. O caráter do Grande Arcano é subjetivo em sua compreensão e sua aplicação. Como aprenderemos mais adiante, as Mônadas espirituais dos seres humanos já possuem em si as características específicas na sua qualidade de células do Homem Coletivo Universal. Podemos dizer que elas possuem colorações e tonalidades diferentes. Os astrosomas também são diferentes e submetidos a diferentes influências, planetárias. Nem mesmo os corpos são iguais. Sendo assim, uma transmissão esquemática do Grande Arcano, embora acompanhada de comentários do instrutor, não dispensará o discípulo de um trabalho árduo e prolongado para adaptar o esquema dado pelo instrutor às suas particularidades individuais e às condições da sua própria vida nos três planos. Conseqüentemente, o que dissermos sobre o Grande

Arcano, será apenas um desenrolar lógico da sua definição.

O Grande Arcano, como toda operação mágica, deve possuir na sua composição a parte mental. O operador deve compreender e determinar a operação da forma mais completa. Em outras palavras, deve orientar-se perfeitamente a respeito do caráter de cada entidade, deve conhecer sua proveniência, deve conhecer mentalmente "seus pais", isto é, precisa compreender o "matrimônio" de cada Iod com cada He no plano mental. A chave para essa compreensão está oculta de um modo estático na Grande Lei do Ternário.

Essa Lei é simbolizada pelo triângulo ascendente (figura 13) que constitui a parte superior do esquema que alude à construção do Grande Arcano da Magia.

A parte mental do Arcano, ou seja, o "matrimônio" dos determinados Iod e He, dará nascimento a sua parte astral — o mistério do turbilhão básico, o Vau, o "filho" do "matrimônio". Como já explicamos no Arcano II, esse turbilhão é bipolarizado. Além disso, ele determina a passagem do mental ao físico e vice-versa. Nele reside o mistério geral da involução e evolução. Graficamente, é apresentado na figura 14, e o número que lhe corresponde é 2, enquanto o número da parte metafísica é 3.

Figura 13 Figura 14 Figura 15

Os turbilhões astrais do tipo geral, ao condensarem-se, devem conduzir suavemente à esfera dos elementos, ou seja, ao mundo físico, misteriosamente ligado à compreensão do Arcano IV.

A realização do poder sobre os elementos corresponde ao segundo He do processo dinâmico do Grande Arcano da Magia. No plano físico ele é representado pelo valete, isto é, a atividade da nossa família Iod- He-Vau. Nessa parte, sintetizada e simbolizada pela figura 15, temos o domínio sobre os elementos (a cruz de braços iguais, com o mistério de sua rotação dentro do circulo hermético) e o resultado da aplicação deste domínio — uma das faces da pedra cúbica, o quadrado. A essa figura corresponde o número 4.

Figura 16

O esquema geral do Grande Arcano é apresentado graficamente pelo conjunto dos três símbolos (figura 16). Tornamos a repetir: sua parte superior é o Ternário do Grande Arcano Metafísico. A parte central, o binário da "Rota" astral (o turbilhão). A parte inferior, o quaternário da "Rota" elementar, ou o mistério da realização, o mistério do ponto de apoio.

A realização da parte superior depende do grau da encarnação no ser humano da sua Mônada Espiritual, a qual, desde sempre, possui o conhecimento do matrimônio místico Iod-He.

Para realização da parte intermediária, o homem deve criar em si, astralmente, o androginato Vau.

Para realizar a parte inferior, a fisíca, é preciso, além da criação do androginato astral, saber qual o instrumento que servirá como ponto de apoio físico da operação e conhecer a passagem deste ponto de apoio ao turbilhão astral.

Um método puramente lógico pode ajudar-nos a achar este instrumento. Tentemos fazer desaparecer, mentalmente, uma parte do Universo, dando ao que sobrar as qualidades atributivas da totalidade anterior. Apliquemos a esse novo universo, este novo macrocosmo, o Grande Arcano. Veremos que o instrumento dessa aplicação não mudará. Continuando a diminuir assim o Universo, chegaremos a contraí-lo até que se limite ao próprio operador. Este é uma réplica do mundo — o microcosmo — e a ele podemos também aplicar o Grande Arcano. Agora, o único instrumento que o operador pode utilizar para agir sobre seu próprio microcosmo, é seu corpo físico. Este será, portanto, o grande "Atanor" do Arcano da Magia.

O conhecimento da parte inferior da operação, no entanto, não é suficiente. Ela é apenas o andar térreo da construção. Temos um bom exemplo disso na história do Rei Édipo. No seu caminho, encontra ele a Esfinge que lhe pergunta quem pela manhã anda com quatro, durante o dia com dois e à noite com três pés. O enigma simboliza o realizador do Grande Arcano. Analisemos o assunto:

A Esfinge representa uma síntese dos quatro animais sagrados. Tem o rosto humano, as garras de leão, as asas de águia e os quadris de touro. Essas criaturas, pelos seus atributos, condicionam o acesso ao mundo astral, através dos quatro elementos que representam. A esfinge é o astral. Ela é uma sentinela vigilante da pirâmide. A base da pirâmide é constituída pelo quadrado dos elementos; todavia, seus lados triangulares, delimitados pelas arestas, simbolizam os triângulos mentais evolutivos que, no seu ápice, se fundem em unicidade. O plano mental é protegido, guardado pelo astral.

Qual foi a resposta de Édipo? Respondeu que se trata do corpo humano, o qual na infância anda com quatro, na juventude e idade adulta, com dois pés, e na velhice acrescenta um terceiro — o bastão no qual se apóia. Édipo adivinhou apenas a parte física do enigma e, com isso, adquiriu poder somente sobre o corpo da esfinge, que depois destruiu, proclamando-se seu vencedor.

O futuro provou que ele não tinha resolvido o binário astral do Arcano. A parte negativamente polarizada do turbilhão o arrastou aos horrores do parricídio e do incesto. O domínio sobre o plano físico unicamente, não bastou para impedir o acontecido.

A iniciação do plano astral lhe foi dada pelo sofrimento, e, no plano mental, alcançou a paz através do mistério do Amor Universal, da abnegação e da dedicação de sua filha Antígona.

Voltando à representação gráfica do Grande Arcano, é costume completá-la com três palavras por extenso ou por suas siglas:

אZΩת

TARO ou ROTA

No documento OS ARCANOS MAIORES DO TARÔ - G. O. MEBES (páginas 38-42)