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Capítulo III – Metodologia

3- Recolha de Dados

É através do estudo de campo que se efetua a recolha de dados primários que nos conduz à resolução dos problemas apresentados. Para isso foi realizada uma entrevista estruturada, para a qual se elaborou um guião (anexo 1). De acordo com Gressler (2004, citado por Vilelas, 2009), a entrevista estruturadaque se desenrola numa lista fixa de questões cuja ordem e redação permanecem invariáveis. Este tipo de entrevista facilita a comparação das respostas obtidas, sendo também mais simples agrupá-las para categorização posterior.

A entrevista elaborada para este estudo tinha como objetivos principais:

- identificar o conceito de Observação de Pares perfilhado pelos professores de ambas as amostras;

- compreendereventuais constrangimentos provocados pela prática de Observação de Pares e o seu potencialformativo, no que respeita à aprendizagem e desenvolvimento profissionais.

Como objetivos complementares foi nosso propósito:

- investigara possível existênciade trabalho prévio e posterior à observação, entre observador e observado e a opinião de ambossobre o mesmo;

-identificar as características pessoais e as competências profissionais que são consideradas essenciais a um bom observador;

-identificar os constrangimentos apontados à Observação de Pares;

-identificar as vantagens e/ou mais-valias da Observação de Pares no que respeita à aprendizagem e desenvolvimento profissionais;

-perceber de que forma a relação estabelecida entre observador e observado pode condicionar o processo de Observação de Pares;

-identificar possíveis melhorias à prática da Observação de Pares como estratégia de aprendizagem e desenvolvimento profissionais.

O guião da entrevista foi elaborado pela autora do estudo e estruturado em três blocos. O Bloco A da entrevista serviu o propósito de caracterizar a amostra, sendo preenchido com questões de identificação pessoal dos inquiridos. Os blocos B e C serviram o cumprimento dos objetivos propostos para o estudo, como pode verificar-se nas tabelas 1 e 2.

Depois de elaborado, o guião foi validado por dois especialistas em Educação e por dois professores de 1º Ciclo de Ensino Básico que, correspondendo ao perfil pretendido para este estudo, não pertenciam a nenhuma das amostras e responderam às questões formuladas.

70 Tabela 3- Guião de Entrevista:Bloco B

Objetivos Questões

Identificar o conceito de

aprendizagem/desenvolvimento profissionais dos professores participantes.

O que significa para si aprendizagem/desenvolvimento profissionais?

Conhecer as formas de

aprendizagem/desenvolvimento profissionais valorizadas pelos professores participantes.

De que forma ou formas considera que se desenvolve profissionalmente?

Identificar o conceito de Observação de Pares perfilhado pelos professores participantes

O que entende por Observação de Pares? Quais são, do seu ponto de vista, os objetivos da Observação de Pares? Conhecer as características pessoais e

competências profissionais consideradas essenciais para o desempenho da função de observador.

Na sua opinião que características pessoais considera essenciais ao desempenho da função de observador? Porquê?

E que competências profissionais considera imprescindíveis? Porquê?

Auscultar a opinião dos docentes sobre a importância do trabalho prévio e posterior ao ato de observação.

Houve alguma preparação prévia das observações levadas a cabo neste agrupamento? Se sim, que procedimentos foram tomados? Qual a sua opinião sobre esses procedimentos? Se não que procedimentos entende que seriam necessários? Porquê?

Após a observação, de que forma procedeu o observador? Os resultados da observação foram tratados através de algum procedimento específico?

Perceber quais os constrangimentos apontados no processo de Observação de Pares.

Que constrangimentos aponta ao uso da Observação de Pares enquanto estratégia de aprendizagem e desenvolvimento profissionais?

Perceber quais as vantagens/mais-valias reconhecidas pelos professores participantes à Observação de Pares enquanto estratégia de aprendizagem/ desenvolvimento profissionais;

Que vantagens ou mais-valias reconhece a este tipo de prática?

Identificar possíveis melhorias no processo com vista à aprendizagem e desenvolvimento profissionais dos professores;

Houve mudanças na sua prática docente após a Observação de Pares?

Se sim, quais?

Se não, por que motivos a experiência realizada não contribuiu para nenhuma mudança?

Sugere alterações ao processo de Observação de Pares que considere possa contribuir para melhorar a aprendizagem e desenvolvimento profissionais dos professores?

71 Tabela 4- Guião de Entrevista: Bloco C

Objetivos Questões

Perceber de que forma a relação estabelecida entre observador e observado pode

condicionar o processo de Observação de Pares.

Como caracteriza o relacionamento que existiu entre si e o seu observador (observado)?

Indique três estados de espírito/sentimentos que relaciona com o processo de Observação de Pares.

Como caracteriza o seu papel enquanto observador /observado? Que critérios lhe parecem ser imprescindíveis para que os aspetos menos positivos que vivenciou / referiu possam ser ultrapassados?

Que tipo de conhecimentos considera serem necessários ao observador de forma a que o seu desempenho seja eficaz?

Os dados foram recolhidos em Portugal, em quatro Agrupamentos do Distrito de Braga, com características distintas: um agrupamento que, não sendo TEIP será designado como agrupamento tradicional e três agrupamentos TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária). A recolha de dados foi sempre precedida do respetivo pedido de autorização e da garantia de salvaguarda do anonimato tanto do agrupamento, como dos professores participantes.

A escolha destes agrupamentos prendeu-se com três fatores determinantes: a sua localização geográfica, que se configurou como elemento facilitador, dado que se situavam no âmbito geográfico do local de trabalho da autora do estudo, a tipologia que rege os seus modelos de trabalho e a aceitação manifestada pelos professores para colaborar no estudo.

As entrevistas levadas a cabo no agrupamento tradicional foram presenciais e realizadas nas escolas dos docentes entrevistados mediante expressa autorização destes, à exceção de uma que foi respondida por escrito e enviada por correio electrónico por vontade do entrevistado. No que respeita às entrevistas efetuadas nos agrupamentos TEIP, duas foram presenciais e duas foram também respondidas por escrito e enviadas por correio electrónico. No caso das entrevistas realizadas por escrito e enviadas por correio electrónico foi-nos sempre dada a possibilidade de reenviar as questões cujas respostas foram por nós consideradas com necessidade de serem completadas, esclarecidos alguns aspetos ou pelo facto de necessitaram de ser novamente respondidas por se pretender uma resposta mais concisa. As entrevistas realizadas por escrito, apesar de poderem ser consideradas uma

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limitação do estudo, permitiram ainda assim, um grau de interação suficientemente eficaz para que se pudesse obter os dados pretendidos.

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