• Nenhum resultado encontrado

Vacinado Não vacinado 6% 94%

O seu pediatra/médico

de família recomendou-

lhe esta vacina?

6%

94%

O seu filho foi

vacinado?

6%

94%

Acha que esta vacina deveria

fazer parte do plano nacional

de vacinação?

Sim Não

Na opinião de 239 encarregados de educação (94% dos inquiridos) a vacina contra a Varicela não deveria ser incluída no PNV. Os restantes 14 encarregados de educação (6%) acham importante a introdução desta vacina no PNV.

Foram vacinadas 100% das crianças à qual foi recomendado pelo médico a administração da vacina contra a Varicela (14 crianças em 14 recomendações), analogamente ao descrito na vacina contra a hepatite A.

De um modo geral, verifica-se que comparativamente à vacinação contra o S. pneumoniae, a vacinação contra a Hepatite A e contra a Varicela não é tão recomendada pelos médicos, e consequentemente, não é tão administrada às crianças. Isto pode dever-se ao facto da incidência da doença prevenida pela vacinação contra o pneumococos ter uma maior gravidade e prevalência na comunidade comparativamente à Hepatite A e Varicela.

Um outro fator que pode condicionar, diz respeito ao esquema cronológico das idades de vacinação, isto porque relativamente à vacina contra o S. pneumoniae e o Rotavírus, o esquema recomendado inclui a toma de todas as doses até aos 6 meses de idade, enquanto a vacina contra a Varicela e a Hepatite A apenas pode ser administrada depois dos 12 meses, sendo que no caso da vacina contra a Varicela a administração pode ir até aos 12 anos.

Pode verificar-se através dos dados expostos que o maior requisito para a vacinação da criança é a recomendação por parte do médico. Um outro fator importante que também condiciona a administração das vacinas, é o conhecimento dos encarregados de educação da existência de vacinas que não estão incluídas no PNV.

5. Conclusão

O presente estudo teve como objetivo conhecer a realidade portuguesa relativamente cumprimento das vacinas que fazem parte do PNV, identificando-se possíveis grupos que não vacinam os seus filhos e quais as razões porque não o fazem.

Um outro objetivo do estudo prendeu-se com a determinação da taxa de cobertura vacinal das vacinas que não estão incluídas no PNV, identificando-se os principais motivos pelos quais os encarregados de educação optam ou não pela administração destas vacinas às suas crianças. Desta forma, foi verificado que todas as crianças se encontravam inscritas no centro de saúde (100%) e todas tinham as vacinas do PNV em dia (100%), de acordo com o esquema cronológico recomendado. Estes dados foram confirmados através da observação da administração da vacina no boletim da criança.

Relativamente às vacinas não incluídas no PNV, verificou-se que cerca de 88% dos inquiridos conhecia estas vacinas, sendo que apenas 12% da amostra nunca tinha ouvido falar de tais vacinas. Verificou-se que 85% dos médicos recomendou a vacina contra o S. pneumoniae, verificando-se

também, que foram vacinadas 99% das crianças à qual o médico recomendou a administração da vacina.

Relativamente à vacina contra o Rotavírus, apurou-se que cerca de 50% dos médicos recomendou a administração da vacina. Apurou-se ainda que foram vacinadas cerca de 98% das crianças à qual foi recomendada pelo médico a administração da vacina contra Rotavírus.

No que diz respeito à vacina contra a Hepatite A, cerca de apenas 15% dos médicos recomendou a administração da vacina às crianças, tenho sido vacinadas 100% das crianças à qual foi recomendado pelo médico a administração da vacina.

Verificou-se ainda que somente cerca de 6% dos médicos recomendou a administração da vacina contra a Varicela às crianças. Desta forma, comparativamente com a vacina anterior, foram vacinadas 100% das crianças à qual foi recomendado pelo médico a administração da vacina. Desta forma conclui-se que a vacina não incluída no PNV com maior cobertura vacinal, cerca de 85%, é a vacina contra o S. pneumoniae, seguida pela vacina contra o Rotavírus com uma cobertura vacinal bastante inferior, de cerca de 50%. Verifica-se que as vacinas contra a Hepatite A e contra a Varicela, têm coberturas vacinais bastante baixas na população, 15% e 6% respetivamente. Durante a realização deste estudo, foi possível verificar que os encarregados de educação que optaram por não vacinar a criança contra o S. pneumoniae e contra o Rotavírus, após recomendação pelo médico, se encontravam em situação de desemprego e com um nível de escolaridade abaixo do 9ºano. Após questionar os encarregados de educação acerca do motivo pelo qual não vacinaram a criança à qual foi recomendada a vacina, estes responderam que o motivo era o elevado preço da vacina, não tendo condições financeiras para suportar a totalidade do valor. Após analise de resultados foi possível determinar que:

 67% dos encarregados de educação domésticos ou em situação de desemprego, vacinaram a criança contra o pneumococos;

 95% dos Técnicos Superiores vacinaram a criança contra o pneumococos;

 73% dos inquiridos com baixo nível de escolaridade administraram a vacina antipneumocócica à criança;

 97% dos inquiridos com curso Superior vacinaram a sua criança contra o pneumococos;  74% dos inquiridos que desconhece as vacinas não incluídas no PNV possuem um nível de

escolaridade inferior ao 9ºano.

Perante o supracitado, conclui-se que a profissão do encarregado de educação, e consequentemente o nível de vida e a posse económica, influenciam na administração das vacinas não incluídas no PNV na qual o custo é totalmente suportado por estes.

Conclui-se ainda que o nível de conhecimento dos encarregados de educação influencia também a administração ou não destas vacinas, uma vez que muitas vezes as pessoas com mais formação tem mais acesso à informação, podendo desta forma ser instruídas à vacinação da sua criança.

Conclui-se também que sempre que o médico não recomendava a vacina o encarregado de educação não a administrava. Assim, a opinião médica é fundamental para uma boa adesão por parte dos encarregados de educação à administração das vacinas.

Na formulação do inquérito deveria ter sido incluindo também um campo para a idade da criança, de forma a ter um possível nexo de causalidade da não administração da vacina não incluída no PNV e a idade de administração ainda não atingida, de acordo com o calendário cronológico recomendado.

6. Bibliografia

1. Portal da saúde. Programa Nacional de Vacinação. Ministério da Saúde. Disponivel em: http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/informacoes+uteis/vacinacao/vacinas.htm . 2012.

2. Direção Geral de Saúde. Norma nº40/2011 - Programa Nacional de Vacinação 2012. Ministério da Saúde.

3. Direcção-Geral da Saúde. A vacinação e a sua história. Ministério da Saúde. 2002. 4. Vacinas. Disponivel em: http://www.vacinas.com.pt/vacinas/o-que-sao-vacinas.

5. Sirisinha S. Evolutionary insights into the origin of innate and adaptive immune systems: different shades of grey. Asian Pac J Allergy Immunol. 2014 Mar.

6. Russ BE, Prier JE, Rao S, Turner SJ. T cell immunity as a tool for studying epigenetic regulation of cellular differentiation. Front Genet. 2013 Jan.

7. Stern AM, Markel H. The history of vaccines and immunization: familiar patterns, new challenges. Health Aff (Millwood). 2005.

8. Tipos de vacinas. Disponivel em: http://www.vacinas.com.pt/vacinas/tipos-de-vacinas. 9. Henderson RH. Vaccinations in the health strategies of developing countries. Scand J Infect

Dis Suppl. 1990 Jan.

10. William Bailey. History of vaccination. Disponivel em:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2329505/pdf/pubhealthpap00032-0238.pdf. 1899.

11. História das vacinas. Disponivel em: http://www.vacinas.com.pt/vacinas/historia-das- vacinas.

12. Lombard M, Pastoret P, Moulin A. A brief history of vaccines and vaccination. 2007.

13. André FE. Vaccinology: past achievements, present roadblocks and future promises. Vaccine. 2003 Jan 30.

14. Arita I, Wickett J, Nakane M. Eradication of Infectious Diseases: Its Concept, Then and Now. 2004.

15. Cutts FT. Advances and challenges for the expanded programme on immunization. 1998. 16. Despacho nº 17067/2011. Diário da República, 2ª série. Nº 243 de 21 de Dezembro de 2011. 17. Direcção-Geral da Saúde. Avaliação do Programa Nacional de Vacinação. Ministério da Saúde.

2002.

18. Tuberculosis. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/tb/en/. World Health Organization.

19. Hepatitis B. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/hepatitisB/en/. World Health Organization.

20. Haemophilus influenzae type b (Hib). Disponivel em:

http://www.who.int/ith/vaccines/HiB/en/. World Health Organization.

21. Poliomyelitis (Polio). Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/polio/en/. World Health Organization.

22. Tetanus. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/tetanus/en/. World Health Organization.

23. Diphtheria. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/diphtheria/en/. World Health Organization.

24. Sociedade Portuguesa de Pediatria. Parecer da Comissão de Vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria. 2012.

25. Direção Geral de Saúde. Informação nº4/2012 - Doença meningocócica pelo serogrupo C e estratégia vacinal. Ministério da Saúde.

26. Meningococcal disease. Disponivel em:

http://www.who.int/ith/vaccines/meningococcal/en/. World Health Organization. 27. Stuart-Harris C. Prospects for the eradication of infectious diseases. Rev Infect Dis.

28. Measles. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/measles/en/. World Health Organization.

29. Mumps. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/mumps/en/. World Health Organization.

30. Rubella. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/rubella/en/. World Health Organization.

31. Reunião de Consenso Nacional. Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Vacinas contra o HPV. 2010.

32. Human Papillomavirus. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/hpv/en/. World Health Organization.

33. Rotavirus. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/rotavirus/en/. World Health Organization.

34. Sociedade de Infeciologia Pediátrica. Recomendações para a vacina contra o rotavírus. 2009. 35. Sociedade Portuguesa de Pediatria. Recomendações para a vacinação contra o vírus da

hepatite. 2006.

36. Hepatitis A. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/hepatitisA/en/. World Health Organization.

37. Sociedade Portuguesa de Pediatria. Recomendações para a vacinação contra a varicela. 2009. 38. Varicella. Disponivel em: http://www.who.int/ith/vaccines/varicella/en/. World Health

Organization.

39. Folheto informativo. Vacina contra a varicela. INFARMED. Disponivel em: http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=35889&tipo_doc=fi. 2014.

40. Sociedade Portuguesa de Pediatria. Recomendações sobre vacinas: atualização 2010. Comisão de Vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria. 2010.

41. Pneumococcal disease. Disponivel em:

http://www.who.int/ith/vaccines/pneumococcal/en/. World Health Organization. 42. Direcção-Geral da Saúde. Circular Normativa Nº12/DSPCD. Ministério da Saúde. 2010. 43. Sociedade Portuguesa de Pediatria. Recomendações para a vacinação anti-pneumocócica.

Capítulo II – Relatório de Estágio na