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Recomendações para Uso e Desenvolvimento de Simuladores Organizacionais

No documento Benchmarking de simuladores organizacionais (páginas 166-200)

Capítulo 5 – Realização do Benchmarking Laboratorial

5.4 Recomendações para Uso e Desenvolvimento de Simuladores Organizacionais

Para a presente investigação estabeleceu-se como objetivo a produção de um conjunto de recomendações para o uso e desenvolvimento de simuladores organizacionais. Da realização de todo o trabalho, mas sobretudo com base nas atividades que compreenderam o processo de experimentação e a análise de resultados, julgou-se pertinente estabelecer acerca dos simuladores organizacionais as recomendações que de seguida se elencam:

 Aceitar a importação e fazer uma correta interpretação de diversos formatos de ficheiro como VSD, DFX e BPMN normalmente referentes a tipos de linguagens de modelação de negócios utilizados nos SI;

 Possibilitar a modelação de diferentes tipos de modelos de simulação, principalmente dos mais complexos, de uma forma mais simples e apropriada a um utilizador com menos experiência;

 Permitir copiar os objetos ou entidades de simulação, bem como os elementos de desenho utilizados na modelação das réplicas dos sistemas reais;

 Admitir a utilização do formato a 3D na modelação dos sistemas, tal como a alteração de vistas entre 2D e 3D durante a execução da simulação;

 Facultar a possibilidade de realização de mais ações por parte do utilizador durante a execução dos modelos, como por exemplo a suspensão da simulação para a alteração do valor de uma ou mais variáveis de entrada, retomando posteriormente a simulação a partir do momento em que foi suspensa;

 Criar relatórios adequados às necessidades do utilizador com informação precisa e relevante em função do tipo de modelação e sistema que determinado modelo replica;

 Admitir a atualização dos resultados durante o processo de simulação facultando os mesmos para o tempo já simulado;

 Permitir que a informação seja exportada em diversos formatos e possibilite alimentar, por exemplo, repositórios de dados. De igual forma, ter a capacidade de importar dados de tais repositórios e congregar os mesmos com os modelos e resultados da simulação, possibilitando a criação de dashboards de leitura e análise, constituindo-se assim como ferramentas tecnológicas mais completas e integradas;

 Os fóruns de discussão para o esclarecimento de dúvidas, troca de conhecimentos e experiências realizadas pelos utilizadores ser suportado e gerido formalmente no website do fabricante;

 A realização frequente de cursos para a formação dos utilizadores;

 Disponibilizar um conjunto alargado de casos de estudo e respetivos demos que procure cobrir e detalhar a maior parte das ações e funcionalidades que o simulador permite realizar.

Do conjunto de recomendações estabelecido importa evidenciar que apenas se pretendeu apontar os requisitos considerados como mais importantes para o uso e desenvolvimento de simuladores organizacionais. Em consequência disso é normal que existam outros requisitos ou funcionalidades que se pudessem referir, porém, considerou-se que a presença desses na maioria dos simuladores já é expectável.

Conforme mencionado as recomendações formuladas derivam principalmente do conhecimento adquirido com a realização do processo de experimentação dos simuladores, todavia, por se tratar de trabalho também desenvolvido no âmbito da secção referente à Experimentação, a entrevista ao Doutor Luís Dias, profissional com experiência e artigos publicados no domínio em estudo, foi considerada.

Dessa forma, para a criação do conjunto elencado refletiu-se nas dificuldades sentidas para a modelação e execução da respetiva simulação dos casos de estudo, bem como nas potencialidades observadas em cada um dos diferentes simuladores e nas principais características adiantadas pelo entrevistado.

Assim, as funcionalidades que estão ligadas à simplificação, auxílio e multiplicidade de ações referentes ao processo de modelação, ou seja, todas aquelas que procuram proporcionar ao utilizador uma forma mais fácil e correta para a construção dos seus modelos devem ser alvo de primordial atenção no uso e desenvolvimento dos simuladores organizacionais.

Adicionalmente, deverão ser objeto de análise as características que permitam uma visualização mais real dos modelos e da manipulação destes durante o processo de simulação. Da mesma maneira, a visualização dos resultados decorrentes desse processo bem como a sua complementação, exploração e exportação não poderá ser descurada.

Finalmente, todos os artefactos que constituem os serviços de apoio e suporte aos utilizadores, ou seja, aqueles que procuram solucionar dúvidas e dificuldades experimentadas na utilização do simulador, devem ser prestados e atualizados pelo respetivo fabricante.

Por último, salienta-se que todas as recomendações, apesar de decorrerem de atividades que se regeram por uma abordagem metodológica e suportadas num conhecimento teórico, são, em grande parte, fruto da experiência e visão do autor da investigação e, como tal, inerentes à subjetividade que esse facto implica.

Contudo, julga-se que tais recomendações constituem em linhas gerais a base daquilo que se perspetiva encontrar disponível num simulador organizacional.

C

APÍTULO

6C

ONCLUSÃO

Neste capítulo, efetua-se o balanço do trabalho de investigação desenvolvido, sintetizando-se as considerações formuladas a partir da realização do mesmo.

O capítulo divide-se em quatro secções, sendo a primeira relativa às contribuições associadas a esta investigação; a segunda às limitações de diversa ordem que restringiram o presente estudo; a terceira onde são apresentadas propostas para trabalhos futuros e, por último, a quarta respeitante às considerações finais deste estudo de investigação.

6.1 Contribuições

Para além da contribuição deste estudo resultar da concretização da avaliação e comparação de um conjunto de simuladores, apresentando as principais vantagens e desvantagens dos mesmos, bem como na produção de um conjunto de recomendações para o uso e desenvolvimento de simuladores organizacionais, a estruturação e definição do próprio estudo, isto é, das atividades e tarefas realizadas, bem como das secções aqui elaboradas, poderá também servir como ponto de partida para futuros trabalhos no mesmo âmbito.

A compilação dos dados do survey de software de simulação existente, com a agregação dos mesmos numa única folha de cálculo, e a posterior análise realizada sob diversas perspetivas são também de assinalar. Esta contribuição resultou da satisfação do objetivo que incluiu a identificação dos simuladores organizacionais atualmente em uso.

De modo adicional, o objetivo que compreendeu a definição de um conjunto de casos organizacionais para o benchmarking, bem como aquele que estabeleceu a definição dos parâmetros para a realização do mesmo foram satisfeitos. Decorrente disso, o levantamento bibliográfico dos critérios utilizados e consequente relação entre estes e as dimensões do modelo da avaliação do sucesso em Sistemas Informáticos é digno de registo.

O desiderato referente à elaboração de um conjunto de recomendações para o uso e desenvolvimento de simuladores organizacionais considera-se ter sido atingido, contudo, importa admitir que tal conjunto poderia ter mais recomendações se o número de casos e simuladores experimentados, tal como o tempo definido para a realização da investigação, fosse mais

Por último, a concretização do objetivo referente à comparação de simuladores organizacionais estabeleceu como contributo adicional a matriz de avaliação criada para se realizar a avaliação dos simuladores testados, tal como o protocolo elaborado para orientar o processo de experimentação, constituindo-se esses como artefactos que podem servir de base a trabalhos subsequentes na mesma área.

6.2 Limitações

Nesta secção são apresentadas as três principais limitações a que o presente estudo de investigação esteve restringido.

A primeira diz respeito ao tempo limitado para a execução de todas as atividades e tarefas necessárias para a elaboração do trabalho. Dada a necessidade de compreender a realização do estudo no tempo destinado a uma dissertação de mestrado, foi preciso delimitar a investigação a um conjunto de casos. Por conseguinte, fica a convicção de que, se o número de casos fosse maior, poder-se-ia acrescentar mais informação e, assim, proceder a uma avaliação dos simuladores com maior rigor.

A segunda é a dificuldade em obter um conjunto de ferramentas de simulação que permitam realizar todo o processo de experimentação sem quaisquer limitações impostas pelas versões utilizadas. Em resultado desta limitação, os casos de estudo tiveram de ser adaptados pois apesar de não haver limitações de relevo quanto às funcionalidades disponíveis nas ferramentas, a dimensão dos modelos, no que concerne ao número de entidades e objetos, e o período de dias da licença (no caso do SIMUL8, apenas 15 dias), foram condicionadores do trabalho desenvolvido.

A terceira e última condicionante é a capacidade limitada do utilizador para apreender, num curto espaço de tempo, um conhecimento suficientemente vasto para que possa ter por base casos de estudo com um grau de complexidade maior dos que neste trabalho foram apresentados e que possam cobrir todos os tipos de simulação existente. Conforme se reportou no presente documento, para um dos casos de estudo, não foi obtido um modelo passível de ser simulado. Esta situação, apesar de encarada como uma oportunidade de explorar o caso de estudo de outra forma, isto é, com uma entrevista a um especialista na área, foi restritiva do cumprimento integral do protocolo e da avaliação de simuladores organizacionais realizada.

6.3 Trabalhos Futuros

A realização deste trabalho de investigação e a reflexão acerca dos contributos e limitações identificadas conduzem à proposta de três estudos futuros.

O primeiro dos estudos passível de ser desenvolvido estará ligado à avaliação de outras ferramentas com recursos a outros casos de estudo, mas respeitando a matriz de critérios de benchmarking para posterior comparação dos resultados obtidos.

O segundo estudo propõe que a elaboração da matriz de avaliação dos simuladores, bem como o processo de experimentação resultem de uma seleção de critérios feita por mais que um indivíduo, procurando, dessa forma, não condicionar a matriz nem a obtenção de resultados à visão de um único avaliador.

Finalmente, outra possibilidade deixada em aberto para a realização de um trabalho futuro na área prende-se com o levantamento e análise das principais características procuradas pelos utilizadores de simuladores no âmbito de Sistemas de Informação, nomeadamente através de entrevistas. Posteriormente, tais características deverão servir como variáveis decisórias para a escolha de um simulador de entre um conjunto de simuladores com uma pontuação total superior a um valor predeterminado.

6.4 Considerações Finais

Da revisão da literatura, para além da definição e apresentação dos fundamentos basilares para o enquadramento do presente trabalho, constatou-se que a simulação é uma área abrangente e em forte expansão e, cada vez mais, os domínios onde a mesma é aplicada são em maior número. O reconhecimento de que a mesma é um método poderoso para o avanço da ciência foi de igual forma verificado.

Adicionalmente, os estudos que versam a aplicação da simulação no domínio dos Sistemas de Informação e, em particular, na área organizacional têm revelado resultados positivos que podem atestar da capacidade desta para alargar o conhecimento existente.

Posteriormente, foram apontadas as razões para a adoção da simulação por parte das organizações, um método para avaliar o sucesso de tais sistemas e realizada a análise da oferta de software de simulação atualmente existente, atentando-se ainda num estudo referente à

Decorrente dessas atividades, identificou-se o problema que motivou o presente trabalho de investigação para o qual se formulou a Questão de Investigação.

Descreveu-se o estudo realizado, destacando os critérios de benchmarking escolhidos, as ferramentas selecionadas, os casos de estudos considerados e a experimentação efetuada.

Por último, e antecedendo este capítulo, apresentaram-se e discutiram-se os resultados obtidos no benchmarking laboratorial. É da realização do mesmo que decorrem as principais recomendações relativas ao uso e desenvolvimento de simuladores organizacionais.

Assim, e ressalvando-se o facto de todas as conclusões ficarem evidentemente condicionadas pelas características e âmbito do trabalho bem como das escolhas de bibliografia, dimensões, critérios, ferramentas, casos de estudo, entre muitos outros fatores, julga-se ter alcançado os objetivos propostos e respondido à Questão de Investigação.

Com isto, sintetiza-se que, do estudo elaborado, as principais conclusões obtidas foram que todos os três simuladores experimentados atingiram na avaliação realizada uma pontuação elevada, o que prova que, mediante os critérios escolhidos, se pode afirmar que todos eles são bons softwares.

Decorre desta conclusão que a escolha do “melhor” simulador poderá e deverá passar também pela introdução de outras variantes ou perspetivas de análise, como a finalidade, tipo de sistema a modelar, formação e conhecimento dos conceitos de simulação e animação 3D, necessidade de interpretação ou modelação de uma linguagem específica, entre outros fatores que se possam considerar relevantes para a escolha do simulador a adotar; ou seja, se estivermos perante um conjunto de simuladores que genericamente cumprem com a maioria dos critérios utilizados na avaliação, o que dependerá também dos critérios escolhidos, e como tal se possam considerar como simuladores suficientemente completos, a escolha do melhor em muito dependerá do detalhe e especificidade que se queira incluir à análise e procure dar à utilização do mesmo.

Conclui-se com a expetativa de se ter contribuído para o avanço no âmbito da utilização e desenvolvimento de simuladores organizacionais.

A

NEXO

A

Dado o considerável tamanho da folha de cálculo que resulta da compilação do survey analisado, não se torna viável apresentar a mesma numa única imagem.

Assim, optou-se por subdividir a imagem em secções, conforme se pode observar na Figura 57, seguindo a apresentação a sequência A1, B1, C1, A2, B2, C2, … A8, B8, C8.

Adicionalmente, a folha de cálculo criada está disponível para consulta no endereço (https://docs.google.com/spreadsheet/pub?key=0Ar_pyKFThdQAdEN6QnlTdEw0NnNyUkxodFdv Smk3LXc&output=html).

R

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